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Árvores e Videiras (Agosto de 2020)



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Revista mensal publicada originalmente em agosto/2020 pela pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


H. C. Anstey (adaptado)

W. J. Prost

H. L. Rossier (adaptado)

H. N. Faithful Words for Young and Old, vol. 11 (adaptado)

W. W. Fereday (adaptado)

C. H. Mackintosh (adaptado)

H. Roossinck

P. Wilson (adaptado)

A. Miller, Concise Bible Dictionary

J. N. Darby

 

Árvores e Videiras


A Escritura está cheia de figuras. Deus faz uso de coisas naturais com as quais estamos familiarizados para ilustrar e explicar coisas espirituais. E quando Ele o faz, também fornece em Sua Palavra declarações definidas para proteger Sua Palavra do uso indevido de figuras e exemplos. Embora os homens tenham sido os instrumentos para escrevê-la, toda a Escritura é inspirada por Deus – vem diretamente d’Ele. E “não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina”. Portanto, nesta edição, Deus usará algumas árvores, que estão conversando entre si, para falar conosco. Vamos ouvir.


“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. Porém a oliveira lhes disse: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria labutar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à figueira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a figueira lhes disse: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria labutar sobre as árvores? Então, disseram as árvores à videira: Vem tu e reina sobre nós. Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria labutar sobre as árvores? Então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós” (Jz 9:8-14).


Responsabilidade e vida

No Jardim do Éden foram plantadas duas árvores – “a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência (ou conhecimento) do bem e do mal” (Gn 2:9). Vistos separadamente, elas trazem diante de nós aqueles dois que lemos em 1 Coríntios 15:47: “O primeiro homem [Adão], da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu” (1 Co 15:47).


O centro

A partir da posição da árvore da vida no Paraíso (pois afirma claramente que ela crescia “no meio do jardim”), aprendemos que Cristo sempre foi o centro de Deus. Mas juntamente com a árvore da vida (e também no meio do jardim) é encontrada a “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 3:3). Quanto à “árvore da vida”, é claro que só poderia se referir a Cristo (Ap 2:7), e no fato de que ambas estão “no meio do jardim”, vemos que ambas estão unidas n’Ele. Nossa responsabilidade, como em Adão, foi assumida e cumprida n’Ele e por Ele. Ele é, portanto, o centro de Deus, e a vida é d’Ele por direito adquirido. A criação em Gênesis é a figura do propósito do coração de Deus em relação a Cristo – um propósito oculto nas eras passadas, mas existindo lá desde toda a eternidade, muito antes da fundação do mundo, e agora tornado conhecido pela fé (Ef 1:9-10; 3:9-11). Atualmente, Deus agirá com poder para mostrar plenamente Seu próprio pensamento original, uma vez que tudo se baseia, não no primeiro homem, mas no Segundo.


Não parece que a “árvore da vida” tenha sido proibida ao homem antes de ele cair. Ele foi estabelecido no Paraíso em vida, e com esta palavra: “De toda árvore do jardim comerás livremente mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16-17). Era inocência, pois ele não devia saber nada além daquela vida que estava com Deus. Mas isso era responsabilidade e, sobre essa base, tudo estava perdido. O pecado entrou e a lei provou isso; mostrou como a ruína foi completa. A morte estava sobre todos.


A raça caída

Pela primeira vez, depois da queda, parece que a “árvore da vida” foi proibida para ele – uma provisão graciosa da parte de Deus. O homem adquiriu o conhecimento do bem (e Deus era sua fonte), mas sem poder para agir de acordo com isso ou para agradá-Lo. Ele também adquiriu o conhecimento do mal e, com isso, uma natureza sempre propensa a segui-lo. Agora, Deus diz: “Eis que o homem é como um de Nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente” (Gn 3:22). Comer e viver eternamente naquele estado de inocência em que Deus o criou pela primeira vez, teria sido correto e simples obediência, mas comer e viver para sempre no Jardim, com o conhecimento do bem e do mal (o bem que ele nunca poderia alcançar e o mal ao qual estava sempre propenso); portanto, na miséria, isso Deus não queria. “E, havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3:24). A vida é, então, claramente recusada a uma raça responsável, mas caída, nessa condição.


O Segundo Homem

Mas Jesus, em perfeita graça no lugar do homem responsável na cruz, glorifica a Deus. Tentado e testado de todas as maneiras por toda a Sua vida, que terminou na cruz, Ele era tudo o que o homem deveria ter sido para Deus. É verdade que tudo acabou para o primeiro homem, mas agora, com o primeiro homem terminado aos olhos de Deus, somente Ele – o Segundo Homem – está agora diante de Deus. Ele que em Si Mesmo atendeu todas as reivindicações de justiça para o homem responsável e que também, como Homem, atendeu perfeitamente o coração de Deus, tem o direito de tomar da “árvore da vida” no meio do jardim. E no momento solene de entregar Sua vida na Terra, no Salmo 16:11, Ele fala assim: “Far-Me-ás ver a vereda da vida” e, novamente, “dou a Minha vida para tornar a tomá-la” (Jo 10:17). Vemos neste único pensamento central de Deus – estabelecer tudo no céu e na Terra em Cristo. Deus O terá como Centro de todos os Seus caminhos de graça para o homem por toda a eternidade. Tudo, portanto, é para Seu gozo, e Ele, em perfeita graça, nos entrega essas coisas, associando-nos a Si Mesmo, pois Eva foi coparticipante de Adão em tudo.


Vida eterna

Além disso, a duração da vida, no Cristianismo, é pela primeira vez revelada como “eterna” (Tt 1:2), pois é a vida do próprio Cristo como o Ressuscitado da morte. A vida, se pudesse ter sido sustentada continuamente no Éden por comer todas as árvores do Jardim (exceto a proibida), teria sido interminável e, portanto, “eterna” nesse sentido. Mas isso dependeria da contínua obediência do homem; teria sido uma vida que dependia disso. Agora temos a perfeita obediência e vida de Cristo como resultado.


O paraíso de Deus

É um alívio para o coração expandir, e então afastar-se de seu pequeno eu, e ver Deus trabalhando pela glória de Seu amado Filho, para Quem somos necessários, como parte daquela glória para a qual Deus O trará (Ef 3:21). Ver tudo assim estabelecido em uma base imutável, o primeiro homem não mais estando diante de Deus, mas o Segundo, e saber que, pela graça, estamos eternamente unidos a Ele, dá grande paz à alma. Olhar para trás, ao longo da penumbra das eras, para ver este Seu propósito brilhando intensamente no Jardim do Éden, que o pecado estragou, e aguardar com expectativa o que ainda será, quando tudo estiver em ordem divina ao redor d’Ele, nos faz irromper em louvor Àquele que, por toda a eternidade, é o Centro no meio do “Paraíso de Deus” (Ap 2:7).


H. C. Anstey (adaptado)

 

A Árvore da Vida


Na Palavra de Deus, uma árvore pode ser uma figura de algo negativo, mas também daquilo que é positivo. Em um sentido negativo, é um lugar onde o mal pode florescer, escondendo-se entre seus galhos e folhagens, e assim temos a árvore de mostarda (Mt 13:31-32; Lc 13:18-19). Foi “debaixo de toda árvore verde” (e em outros lugares!) que os pagãos colocaram seus ídolos e, segundo a lei mosaica, qualquer homem pendurado “num madeiro” (Dt 21:22-23) era maldito. Mas de uma maneira positiva, ela nos indica aquilo que fornece abrigo e proteção, e também produz frutos. Assim, encontramos Nabucodonosor e o império babilônico comparado a uma grande árvore, descrita a seguir: “A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos” (Dn 4:12). Abraão convidou seus convidados a descansarem “debaixo desta árvore” (Gn 18:4), quando eles chegavam no calor do dia. Quando consideramos a árvore da vida, é claro que é com essa aplicação positiva que estamos ocupados.


A árvore da vida é mencionada onze vezes na Palavra de Deus. Além disso, é de notar que é mencionada no início da Bíblia, no seu meio e no final. Encontramos a expressão três vezes no livro de Gênesis (Gn 2:9, 3:22, 24), quatro vezes em Provérbios (Pv 3:18, 11:30, 13:12, 15:4) e quatro vezes no Apocalipse (Ap 2:7, 22:2, 22:14, 22:19).


Soberania de Deus

Em Gênesis, a árvore da vida é uma das duas árvores destacadas para reconhecimento e instrução especiais no Jardim do Éden. Ambas estavam evidentemente “no meio do jardim”; o homem foi proibido de comer da “árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2:17). A árvore da vida foi mencionada e isso chama a atenção do homem, mas não parece que eles foram proibidos de comer dela. O Livro do Gênesis tem sido chamado de “o canteiro de sementes da Bíblia”, e essas duas árvores são outro exemplo dessa verdade. A árvore da vida traz diante de nós a soberania de Deus e o próprio Cristo, pois todos os propósitos de Deus estão centrados n’Ele. Sem dúvida, é por isso que a árvore da vida é mencionada antes como estando no meio do jardim.


A responsabilidade do homem

Mas a responsabilidade do homem também aparece, representada pela árvore do conhecimento do bem e do mal. Também estava no meio do Jardim, pois a soberania de Deus e a responsabilidade do homem andam lado a lado, embora sempre distintas. O homem seria testado quanto à responsabilidade, e Deus sabia que ele falharia nisso, mas a entrada do pecado no mundo seria o meio pelo qual Deus revelaria Seu coração de amor, Seu maravilhoso plano de redenção e Sua bênção para o homem – muito mais do que se o pecado nunca tivesse entrado no mundo.


Sabemos que primeiramente Eva e depois Adão comeram do fruto da árvore proibida e perderam não apenas o Jardim do Éden, mas também qualquer direito à árvore da vida. Isso não foi um castigo da parte de Deus, mas sim graça, pois se o homem naquele momento tivesse comido da árvore da vida, ele teria vivido para sempre em seu estado pecaminoso. Não, a graça de Deus tinha algo muito melhor em vista.


Comentários práticos

Quando chegamos aos Provérbios, encontramos comentários muito práticos sobre a árvore da vida, escrita por Salomão em sua sabedoria dada por Deus, pois Provérbios nos dá sabedoria celestial para um caminho em um mundo cercado pelo pecado. Ao falar em sabedoria, Salomão a personifica, dizendo que ela “é árvore da vida para os que a seguram” (Pv 3:18). Mais de uma vez em Provérbios, a linguagem usada refere-se ao fato de que a sabedoria é, afinal de contas, encontrada apenas no próprio Cristo, e que Cristo é a personificação da sabedoria de Deus. (Isso é especialmente verdadeiro no capítulo 8.) Isso certamente está de acordo com a verdade do Novo Testamento, onde lemos que Cristo é feito para nós “sabedoria, e justiça, e santificação e redenção” (1 Co 1:30).


A segunda referência está em Provérbios 11:30: “O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas sábio é”. Embora o evangelho como o conhecemos não tenha sido pregado no Velho Testamento, a graça de Deus alcançou aqueles que O buscavam. Nos dias de Salomão, vemos a rainha de Sabá se achegando para ouvir a sabedoria de Salomão, enquanto muitos de outras nações fizeram o mesmo – veja 1 Rs 4:34. Mas, em última análise, Salomão era apenas uma pobre figura d’Aquele que viria depois dele – o próprio Cristo. Qualquer fruto da demonstração da sabedoria de Salomão e da conquista de almas só poderia apontar para Cristo, que é realmente aquela árvore da vida.


A esperança em Cristo

A próxima referência está em Provérbios 13:12: “A esperança adiada deixa o coração doente; mas o desejo que é realizado é uma árvore da vida” (JND). Embora Provérbios realmente nos dê sabedoria celestial para uma senda terrenal, ainda assim, no final, tudo o que podemos esperar aqui embaixo – tudo o que acontece – é temporário. Multidões de corações ficaram “doentes” ao longo dos séculos, quando certas esperanças não foram realizadas, mas há uma esperança na qual nunca ficaremos desapontados – a esperança que temos em Cristo. Novamente, essa esperança não era conhecida da mesma maneira no Velho Testamento, mas o Espírito de Deus Se deleita em descrever uma esperança cumprida como uma árvore da vida, pois essa é a única esperança cumprida que durará por toda a eternidade.


Uma língua saudável

Por fim, lemos: “Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito” (Pv 15:4). A palavra “saudável” também pode ser traduzida como “gentileza”, mostrando-nos a importância de nosso discurso. Isso é reforçado em Tiago, onde lemos que “Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo” (Tg 3:2). Embora alguns sejam mais naturalmente dados a conversas pacíficas, ainda somos lembrados em Tiago 3:6 de que “A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade... e é inflamada pelo inferno”. Nosso próprio Senhor poderia lembrar Seus ouvintes de que “do que há em abundância no coração, disso fala a boca” (Mt 12:34), e o homem mais refinado naturalmente mostrará “perversidade” em seu discurso, se algo o provocar. Somente em Cristo vemos perfeição absoluta em tudo o que Ele disse, que em algumas ocasiões assumiu a forma de severa repreensão. Mas sempre foi como Paulo nos lembra em Colossenses 4:6, “sempre agradável, temperada com sal”. Tal perfeição foi encontrada apenas n’Aquele que era a árvore da vida.


Ao vencedor

No final da Bíblia, vemos a árvore da vida em sua perfeição, não agora em uma cena terrenal, mas na celestial. Antes de tudo, a árvore da vida é prometida como recompensa aos vencedores, na carta escrita para a assembleia em Éfeso. A Igreja estava começando a falhar em seu testemunho, e o Senhor podia dizer: “Deixaste o teu primeiro amor” (Ap 2:4). A recompensa por retornar ao Senhor seria simples – o gozo de Cristo como a árvore da vida por toda a eternidade, no paraíso de Deus. O homem havia perdido o Jardim do Éden como um paraíso, mas a obra de Cristo havia aberto um paraíso muito melhor para o homem, e mais do que isso, o gozo do próprio Cristo.


Então, em Apocalipse 22:2, vemos a árvore da vida “de uma e da outra banda do rio” – um rio de bênção associado às ruas da cidade celestial, bem como à árvore da vida. O fruto da árvore da vida surgia mensalmente – fruto agora disponível gratuitamente para aqueles que estavam na cena celestial, enquanto as folhas da árvore eram para a cura das nações na Terra. Quão difundida é a bênção! Mas, mais uma vez, Deus nos lembra da responsabilidade do homem, não como no Jardim do Éden, mas agora para aceitar a Cristo e “lavar suas vestes” (Ap 22:14 – JND). São apenas eles que “terão direito à árvore da vida”, pois o pecado não pode entrar naquele lugar de bênção eterna. Aqueles que não beberam “a água da vida” (v. 17) e cujas vidas ainda são caracterizadas pelo pecado estarão “fora” para sempre.


Acesso à árvore

Finalmente, um aviso solene é dado, no final da Bíblia, a qualquer um que ousar se afastar da Palavra de Deus, que “vive e permanece para sempre”. Para quem fizer isso, lemos: “Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da cidade santa” (Ap 22:19). Aqueles que são meros professos do Cristianismo, mas sem nova vida, terão seus nomes apagados “do livro da vida” (Ap 3:5). Aqui em Apocalipse 22, o resultado final é dado; aqueles que corrompem e tiram a Palavra de Deus perderão qualquer acesso à árvore da vida, o centro de bênçãos para o céu e a Terra por toda a eternidade. Por esse motivo, sai um apelo final, pois no versículo 17, mais uma vez, “quem quiser” é instado a vir e beber a água da vida.


W. J. Prost

 

A Parábola das Árvores


Ao recitar a parábola das árvores em Juízes 9, Jotão fez brilhar um raio de luz no meio da escuridão. Deus não Se deixa sem testemunho; podemos reiterar isso com confiança, à medida que passamos por momentos difíceis. E se houver, como aqui, apenas uma única testemunha deixada para Deus neste mundo, que sejamos aquele – aquele desprezado Jotão, o último de todos, mas que permaneceu firme para Deus. Preservado pela bondade providencial de Jeová, “foi este, e pôs-se no cume do monte de Gerizim” (Jz 9:7). Moisés, no passado, havia decretado que seis tribos deveriam permanecer no Monte Ebal para amaldiçoar e seis em Gerizim para abençoar. Josué lembrou-se disso quando o povo entrou em Canaã, mas desde então Israel escolheu moralmente Ebal, o lugar da maldição. Jotão escolheu Gerizim, o lugar da bênção, e ele ficou lá sozinho. Como testemunha de Deus, diante de todo o povo, ele levantou a voz e falou uma parábola aos ouvidos deles, proclamando a bênção da fé e também as consequências da infidelidade do povo. Jotão, em sua própria pessoa, é o representante das bênçãos do verdadeiro Israel de Deus; quanto a si mesmo, ele era fraco e perseguido, mas capaz de desfrutar do favor de Deus e testemunhar por Ele, dando frutos à Sua glória.


Grandeza e poder

Em seu recital, três árvores se recusam a ser promovidas sobre as outras. Elas descrevem, de acordo com a Palavra, as diferentes características de Israel sob a bênção de Jeová. A oliveira disse: “Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, e iria a labutar sobre as árvores?” (v. 9). O óleo (da azeitona) corresponde à unção e ao poder do Espírito Santo, pelo qual Deus e os homens são honrados. O Israel de Deus só pode realizar esse poder quando eles são completamente separados dos princípios da nação. Estes últimos estabeleceram reis sobre si mesmos, buscando a grandeza (1 Sm 8:5), enquanto Jeová devia ser fielmente invocado como o Único Governante do povo.


Doçura e alegria

A figueira disse: “Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto e iria labutar sobre as árvores?” (v. 11). Israel só poderia dar fruto de doçura quando se separasse das nações. A videira disse: “Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria labutar sobre as árvores?” (vs. 13). Vinho novo é o gozo encontrado na comunhão mútua dos homens com Deus, e esse gozo – o mais alto que se poderia desejar – se perdeu para Israel quando adotaram o espírito e os caminhos das nações.


Poder – comunhão – gozo

Que lição para nós, Cristãos! O mundo é para a Igreja o que as nações eram para Israel. Se cedermos às suas solicitações, abandonaremos nosso óleo, nosso fruto, nosso vinho novo. Ou seja, entregamos nosso poder espiritual, as obras que Deus preparou para nós (Ef 2:10), nossos doces frutos e o gozo da comunhão. Somos capazes de responder a todas as ofertas do mundo? Devemos deixar aquilo que é nossa felicidade e nossa força para turbulências infrutíferas ou para satisfazer as concupiscências e ambições do coração dos homens? Jotão, como seu pai Gideão (Jz 8:23), aprecia esses tesouros do Israel de Deus e se coloca separado em Gerizim, mantendo sua posição de bênção. Na presença de todo esse povo apóstata, ele é o verdadeiro e último broto da fé, a única testemunha de Deus. Que honra para o jovem e fraco filho de Jerubaal! Desprezado por todos, sua porção foi a única invejável, pois ele glorificou a Deus neste mundo triste. Que também nós, como ele, sejamos encontrados no monte das bênçãos no caminho da separação do mal! Lá provaremos tudo o que as árvores de Deus produzem. Aquele que desfruta dessas coisas exclama: “Deixaria eu” a elas?


H. L. Rossier (adaptado)

 

A Videira


No Velho Testamento, durante um período de 1.500 anos, Deus tratou com paciente bondade com Seu povo Israel. É importante ter em mente que somente Israel foi tomado por Deus sob Seu cuidado especial. Da mesma forma, uma pessoa pode tomar um espécime de uma determinada classe de árvores, cultivá-la e julgar toda a classe ou família de árvores pelo resultado de seu experimento.


Ora Deus selecionou Israel de todas as nações da Terra como a videira de Sua escolha, e colocou-a nas circunstâncias mais favoráveis. Enquanto lemos, “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel” (Jr 2:21). Quase não pensamos em uma videira como uma árvore, mas ela é assim descrita na Escritura. Talvez porque, pelo menos nos tempos antigos, as videiras na Palestina frequentemente crescessem em tamanho e altura, e assim pareciam uma árvore.


O início de Israel

Ao falar de Israel pelo profeta Isaías, Deus os comparou a “uma vinha em um outeiro fértil. E a cercou, e a limpou das pedras, e a plantou de excelentes vides” (Is 5:1-2). Se nos voltarmos para o Salmo 80:8, Israel é assim mencionado: “Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora as nações e a plantaste”.


Na parábola das árvores do Livro de Juízes, a videira deveria trazer “alegria a Deus e ao homem”. Esse teria sido o resultado se Israel tivesse conseguido cumprir a lei. A lei dizia: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração e o teu próximo como a ti mesmo”, e que cena de alegria teria sido esses “campos sagrados” se Israel realmente tivesse cumprido isso. Infelizmente, o homem não tem amor por Deus em seu coração, e a longa provação de 15 séculos apenas provou que o homem era irrecuperável. Jeová teve que falar com Israel com estas tocantes palavras emocionantes: “te tornaste para Mim uma planta degenerada, de vide estranha?” (Jr 2:21).


A época de frutas

Qual foi a resposta de Deus à pergunta do salmista? Foi: “Israel é uma vide frondosa [vazia – KJV]; dá fruto para si mesmo”. E novamente: “O seu coração está dividido; por isso, serão culpados” (Os 10:1-2). Nosso Senhor os acusou disso em Sua parábola em Mateus 21:34-35: “E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos. E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram outro”. Sabemos bem como a última parte foi cumprida quando, “E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21:37-38).


Faça a árvore boa primeiro

Sim, esse foi o triste fim da história do amor fiel de Deus e do terno cuidado para com Israel, e a história deles deve nos ensinar esta lição: que nada podemos fazer para dar frutos a Deus sem a graça que nos dá uma nova natureza, pois, como nosso Senhor diz, faça primeiro a “árvore boa”, depois o fruto bom. Qual é a condição atual de Israel? Está descrito em Ezequiel 19:13-14: “E, agora, está plantada no deserto, numa terra seca e sedenta. E de uma vara dos seus ramos saiu fogo que consumiu o seu fruto, de maneira que não há nela nenhuma vara forte, cetro para dominar”. Bem, poderia Ezequiel dizer: “Isto é uma lamentação, e será para uma lamentação”, e o apóstolo: “A ira se abateu sobre eles até o fim” (1 Ts 2:16).


Uma vida nova e frutífera

No entanto, Israel nem sempre será uma videira infrutífera. Não poderia haver frutos dados a Deus vindos do homem natural, mas no dia vindouro, durante o reinado milenar de Cristo, lemos profeticamente a respeito de Israel: “Voltarão os que se assentarem à Sua sombra; serão vivificados como o trigo e florescerão como a vide; a sua memória será como o vinho do Líbano” (Os 14:7). A videira de Israel realmente produzirá frutos naquele dia, não com base na observância da lei, mas com base na graça, e com aquela nova vida que lhes foi profetizada em Ezequiel 36:26: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne”. Naquele dia, bênção espiritual será combinada com bênção material, pois também lemos: “Porque a semente prosperará, a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde tudo isto” (Zc 8:12).


H. N. Faithful Words for Young and Old, vol. 11 (adaptado)

 

A Árvore de Mostarda


O Salvador comparou o reino dos céus a “um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo; o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos” (Mt 13:31-32). Isso é ameaçador, quando lembramos que os pássaros, de acordo com o ensinamento da parábola do Semeador, representam os agentes do diabo (Mt 13:4, 19). A mostarda é a profissão do Cristianismo, que começou da maneira mais humilde possível, mas que com o tempo mudou completamente seu caráter, tornando-se uma grande força política na Terra. Aqui, como em outras partes da Escritura, a árvore é o símbolo do poder mundano (Ez 17:3; Dn 4:22).


Uma entidade celestial

O Cristianismo é essencialmente uma entidade celestial. A Igreja de Deus não pertence ao presente século mau, mas à cena da glória onde Cristo habita. Quando os Cristãos andavam em separação do curso das coisas daqui e com devoção de coração ao Senhor, seu testemunho era inequívoco, e Deus podia abençoar a salvação das almas. Quando a comunidade Cristã se tornou influente na Terra, sua utilidade espiritual diminuiu e se tornou um poderoso motor nas mãos de Satanás. Uma coisa grande e imponente na Terra, com todas as artes – como música e arquitetura – pressionadas a seu serviço, é exatamente o oposto de tudo o que Cristo era. A adoração emocional da catedral e do convento é tão ofensiva a Deus quanto a simples adoração do “cenáculo” era Seu deleite.


Um resgate para todos

Que nenhum leitor entenda mal. Não significa que as bênçãos do Cristianismo devam ser confinadas dentro de limites estreitos. Bem longe disso. O evangelho foi planejado para ser espalhado para todo o lado, pois Deus amou o mundo, e Cristo Se deu a Si mesmo em resgate por todos. Mas a profissão Cristã deveria ter continuado humilde e não mundana, nada procurando na forma de poder e honra, onde o Salvador encontrou apenas uma cruz e uma tumba. Em vez disso, aquilo que é chamado de “igreja”, visto nos aspectos católico romano ou protestante, tem sido insaciável em sua luxúria pelo poder mundano. Frequentemente, tem sido um terror para os governos, e é nesta época um poder na Terra que as autoridades civis não ousam ignorar. Isto é motivo para a mais profunda humilhação diante de Deus, que os homens que levam o nome do Senhor tenham se tornado tão cegamente em enganadores de Satanás na falsificação de seu próprio chamado e testemunho.


Pássaros imundos

Nos ramos da mostarda, os pássaros encontraram um lar agradável. As Escrituras falam da Cristandade em sua última fase como “a habitação de demônios, e um domínio de todo espírito imundo, e um domínio de todo pássaro imundo e odiado” (Ap. 18:2 JND). Isso é verdade em grande medida no presente momento. Se o Cristianismo continuasse humilde e despretensioso, seu ministério nunca teria sido procurado como uma “profissão” e certamente nunca teria preenchido seus escritórios com esportistas, bêbados e afins. Os Cristãos fiéis devem lamentar pelos séculos de desonra ao nome do Santo e do Verdadeiro, que têm sido ocasionados pelos pássaros imundos que encontraram um alojamento nos ramos, mesmo nos ramos mais altos, da grande mostarda!


W. W. Fereday (adaptado)

 

Nada Além de Folhas


“E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os Seus discípulos ouviram isso ... E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira que Tu amaldiçoaste se secou. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus” (Mc 11:12-14, 20-22).


Há uma peculiaridade marcante ligada a esse milagre do Senhor Jesus. É o único que trouxe juízo ou maldição. Todo outro milagre era do caráter de bênção. Qual pode ser o significado espiritual dessa única exceção?


A figueira amaldiçoada

Jesus está prestes a entrar em Jerusalém e vê uma figueira à distância. Ele deseja fruto. Veja-O caminhando para esta árvore única, tão bela, tão cheia de folhas. Mas quando chegou a ela, “Ele não encontrou nada além de folhas”. Certamente Aquele que viu Natanael debaixo de outra figueira sabia que não havia nada além de folhas neste árvore. No entanto, Ele veio a ela, desejando fruto. E agora Ele pronunciou aquelas palavras notáveis: “Nunca mais coma alguém fruto de ti”. Aquele foi o último dia daquela figueira, pois na manhã seguinte, aos discípulos passarem por ela, “viram que a figueira se tinha secado desde as raízes”. Não pode haver mais fruto para sempre dessa árvore; é murcha das próprias raízes. Bem, Pedro pode exclamar: “Mestre, eis que a figueira que Tu amaldiçoaste se secou”. O que essa ação notável do Senhor pode significar? Qual é o seu ensino para nós?


Vamos agora observar o contexto deste milagre. Certamente, para toda a aparência exterior, o dia anterior havia sido um dos dias mais brilhantes de Israel. A entrada de Jesus em Jerusalém havia acontecido – vestes pelo caminho, ramos de árvores cortados e espalhados pelo caminho. As folhas da profissão nunca brilharam com um verde mais fresco. E então encontramos Jesus entrando em Jerusalém e entrando no templo; mas então Ele saiu e Se retirou de tudo para ir à Betânia.


A parábola da vinha

No dia seguinte, o julgamento foi proferido sobre aquela figueira. Ele entra no templo novamente, expulsando os que vendiam e os que compravam, derrubando as mesas dos cambistas, e não permitindo que ninguém carregasse algum fardo pelo templo. Não é tudo isso, “nada além de folhas”?


Aqui em Marcos 11, e também em Mateus 21, segue a parábola da vinha, como se fosse uma explicação do milagre da figueira. Não pode haver erro quanto ao significado da parábola. Deus plantou Sua única vinha – Israel. Foi a prova do que é chamado na Escritura de “a carne”. Israel havia se colocado nesse terreno de provação e se comprometido a cumprir a lei. Deus veio buscando fruto, mas não achou nenhum. A parábola explica como Israel havia tratado os profetas e servos de Jeová e, como a última prova do homem, Deus enviou Seu próprio Filho. Ele encontrou fruto? Nunca houve tantas folhas, como vimos, mas “nada além de folhas”. Eles disseram: “Este é o herdeiro; vinde, matemo-Lo e apoderemo-nos da Sua herança. E, lançando mão d’Ele, O arrastaram para fora da vinha e O mataram” (Mt 21:38-39). Quanto mais estudamos essa parábola, mais vemos como ela explica o significado do milagre – “Nada além de folhas”.


A conexão da Escritura é ainda mais impressionante em Mateus, pois mostra a conexão entre esse milagre e os judeus, ou judaísmo. Primeiro, há um julgamento sobre a figueira que não produz frutos. Em segundo lugar, a parábola da vinha, que ultrapassa toda a tolerância, na rejeição e homicídio do Filho.


O banquete de casamento

E, em terceiro lugar, o banquete de casamento (Mt 22). Depois de tudo isso, nas riquezas de Sua graça, Deus preparou o banquete para o homem como um pecador perdido, e os servos foram enviados para chamar os convidados – enviados primeiro para aquela mesma nação. E o que aconteceu então? “Estes não quiseram vir” (Mt 22:3). Quão terrível é o pecado de rejeitar as riquezas da graça de Deus!


Assim, quanto a Israel como prova do homem em carne, na figueira da profissão de folhas verdes, não havia fruto para Cristo. Não há mais fruto neste dia mais brilhante da profissão, do que nos dias de trevas de Elias; no entanto, em ambos os casos e em todos os momentos, Deus tem uma eleição da graça. Isso é visto em toda a Escritura, de Abel em diante. Mas o homem religioso na carne é testado, pesado na balança e é encontrado em total falta – “nada além de folhas”.


A rejeição de Cristo

Jerusalém era o centro da religião – a única figueira verde da profissão. Ela considerava todas as outras nações como cães. A carne, ou homem em seu estado natural, havia sido tentada agora de todas as formas possíveis, e o resultado, como visto no último teste, o envio de Jesus, o Filho de Deus, provou que havia apenas pecado no homem. Esta é uma lição que deve ser aprendida e é impossível separar o pecado e sua maldição. Assim, se a única figueira é a única nação testada na carne e se acha que a carne não produz fruto, seu juízo, sua maldição deve vir. Mas aqui chegamos à parte mais solene. O juízo da figueira foi terrível e final. Não apenas havia falta de fruto, quando completamente provada afinal, mas ela recebeu seu juízo, e não haveria fruto dela dali por diante. Não haverá fruto de Israel como na carne, como filhos de Adão, dali por diante.


Novo nascimento

Quão pouco eles e nós também entendemos isso. Pode-se dizer: Como pode ser assim, uma vez que sabemos pela Escritura que Israel será a nação mais favorecida do mundo, quando o reino de Deus vier sobre esta Terra? A instrução do Senhor a Nicodemos resolve esta aparente dificuldade. “Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3:3). A Escritura diz o que o Senhor fará quando restaurar a casa de Israel: “E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o Meu espírito e farei que andeis nos Meus estatutos” (Ez 36:26-27). A provação do homem na carne, na carne pecaminosa, acabou para sempre, secou-se desde a raiz. “Agora, é o juízo deste mundo” (Jo 12:31). Isso nos leva além de Israel, para o mundo inteiro sob julgamento. O homem em carne é como a figueira, para sempre sob o justo julgamento de Deus: nada além de folhas; profissão vazia e sem coração, mas sem fruto. O mundo inteiro é como um prisioneiro condenado; todos são considerados culpados, sob julgamento, aguardando execução. É aí que as boas novas de misericórdia e perdão começam e são tão adequadas para nós.


C. H. Mackintosh (adaptado)

 

Lições de um pomar


Podemos aprender muitas lições práticas sobre a produção de fruto na vida Cristã, considerando alguns dos aspectos práticos da fruticultura.


Enxertia

As sementes de uma maçã Red Delicious ou Yellow Delicious não produzirão o mesmo tipo de maçã quando plantadas. Em ambos os casos, é necessário pegar “madeira de sinalização” ou um galho da árvore que produziu esse tipo de maçã e enxertá-la em uma muda em crescimento.


Da mesma forma ocorre conosco. Antes que possa haver algum fruto para o Senhor Jesus Cristo, precisamos ter uma nova vida.


Selecionando um lugar

O local adequado para o cultivo de frutas é o mais importante. Deve-se tomar cuidado para não apenas ter uma boa drenagem da água, mas também a drenagem do ar, para que os brotos tenros das frutas não congelem no período de floração. Se a área tiver uma bolsa onde a geada possa se acumular, a fruta poderá ser perdida durante um período frio.


Da mesma forma, como Cristãos, o local onde “montamos nossa tenda” poderia prejudicar nosso testemunho, como o pobre Ló de tempos antigos que encontrou um local perto de Sodoma. Sua alma justa era atormentada dia após dia (2 Pe 2:8), e seus filhos se tornaram inimigos dos filhos de Deus. Que, pela graça de Deus, possamos buscar o caminho direito para nós e nossos pequenos. “Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-Se pelas nossas orações” (Ed 8:21, 23).


Preparando o terreno

Isso também é muito necessário. Um fruticultor deve estar ciente de que existem muitos inimigos invisíveis, como os nematóides, que destroem as raízes das jovens macieiras. É necessário tratar o solo contra esse problema, bem como ter um campo livre de ervas daninhas. Nematoides no solo ou muito mato e ervas daninhas onde as árvores jovens são plantadas geralmente nos deixam com árvores atrofiadas por toda a vida.


O querido Mefibosete, quando tinha apenas cinco anos, caiu e ficou coxo pelo resto da vida (2 Sm 4:4). Nos primeiros dias de nossa vida Cristã, a companhia que mantemos frequentemente deixa uma marca em nós. Se tivermos pais Cristãos que buscaram nosso bem e bênção, deveríamos ser muito gratos. Se formos pais, procuremos graça especial e ajuda para educar nossos pequenos na doutrina e na admoestação do Senhor.


Tempo de plantio

Em Eclesiastes 3:2, descobrimos que há um tempo para plantar. Isso lembraria muitas escrituras a respeito da palavra “tempo”. Quão importante é ser encontrado redimindo o tempo!


É muito necessário que uma árvore jovem tenha um bom sistema de raízes, bem ancorado e capaz de suportar o crescimento visível acima do solo. Somos exortados, como crentes, a permanecermos firmes em Cristo (Gálatas 5) e a estarmos “enraizados e fundados no amor” (Ef 3:17).


A maioria dos fruticultores que plantam árvores de um viveiro corta todos os pequenos galhos, deixando apenas um “chicote” com cerca de 30 centímetros de altura. Assim que os novos galhos aparecem, um prendedor de roupa é encaixado logo acima do novo broto, forçando o novo galho a sair e se afastar do tronco. Isso resulta em uma forte forquilha que será uma grande ajuda nos últimos anos da árvore, para que não se quebre quando carregada de frutas.


É bom em nossos primeiros anos aprender versículos da Palavra de Deus, para que sejamos edificados em nossa santíssima fé (Jd 20).


Cuidados do pomar

Todas as árvores em crescimento requerem água, e a falta dela é rapidamente visível. Nós também precisamos beber da “fonte das águas vivas” (Jr 2:13). Isso significa absorver grande parte da preciosa Palavra de Deus diariamente. “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1:3).


Enquanto a árvore está em seus primeiros anos, é feito um grande esforço para treiná-la com um ramo que serve como um guia central. Às vezes, um galho muito vigoroso deve ser removido o qual gostaria de dominar toda a árvore. Aqui também é importante ter o guia certo em nossa vida aqui em baixo. Desejamos ver um crescimento constante nas árvores jovens, mas também é muito necessário que a árvore “endureça” o suficiente antes que as tempestades de inverno cheguem.


Isso pode ser comparado ao tempo de teste que muitas vezes ocorre em nossa vida. Que possamos “crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). O querido apóstolo Paulo disse a Timóteo, a quem chamou seu filho: “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (1 Tm 4:12). Que possamos também ser firmes na Palavra de Deus, para que não seja desprezada ou obscurecida por uma caminhada descuidada.


Anelamento (Castigo)

Uma prática entre alguns cultivadores de maçã é “anelar” uma árvore jovem após os quatro ou cinco anos de idade. Um anel é amarrado ao redor do tronco da árvore, mas nenhuma casca é removida. É feito dez dias após o período normal de floração. Este tratamento fará com que a árvore dê frutos no ano seguinte. Em Hebreus 12:6, lemos sobre o Senhor castigando aqueles a quem ama. Em Hebreus 12:11, lemos que esse castigo produz o fruto pacífico da justiça.


Poda

Os fruticultores estão muito conscientes da necessidade constante de poda. É um trabalho que nunca acaba. Se muitos galhos forem deixados na árvore, os raios do Sol serão impedidos e o resultado será uma fruta sem coloração. Uma árvore em forma de pirâmide é a mais desejável, porque isso deixa entrar a luz. Ramos que tendem a cair precisam ser removidos.


Como Cristãos, não permitamos que qualquer ramo de nossa vida impeça a entrada da luz da Palavra de Deus, sem a qual haverá frutos descoloridos. A Palavra de Deus nos diz em Mateus 7:20: “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.


Brotos antigos removidos

Não devemos permitir que ramos que brotam abaixo do enxerto cresçam. Estes não podem produzir frutas. Como Cristãos, não podemos esperar frutos da velha natureza. Todas as evidências dessa velha natureza surgindo devem ser removidas. Somente a nova natureza que temos como crentes no Senhor Jesus Cristo pode produzir fruto para Deus. Colossenses 3:8 nos ensina a despojar – incluindo ira, cólera, maledicência, palavras torpes. Colossenses 3:12 nos diz do que nos revestir – incluindo entranhas de misericórdia, bondade, humildade de espírito, mansidão, longanimidade, suportando e perdoando uns aos outros. Isso nos ajudará a ser Cristãos frutíferos. “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5:22).


H. Roossinck

 

Frutos Bons e Maus


Recentemente, tive o privilégio de ser conduzido por entre alguns canteiros experimentais pertencentes à Faculdade de Agricultura da Universidade da Califórnia por um membro de sua faculdade, que é um Cristão devoto. O passeio foi muito interessante e forneceu exemplos de algumas verdades bem conhecidas da Escritura, que proveram material para cuidadosa consideração.


Um canteiro era uma fileira de grandes pereiras totalmente desenvolvidas. Elas deram provas de serem bem cuidadas e sua folhagem era de boa cor verde. Em uma extremidade da linha, as árvores estavam carregadas de frutas lindas e quase perfeitas. Tais pereiras saudáveis teriam sido um trunfo no pomar de qualquer homem. No outro extremo da linha, as pereiras pareciam saudáveis e vigorosas, mas aqui o patologista de plantas Cristão parou e colheu algumas frutas; estavam imprestáveis. As frutas estavam murchas e atarracadas. Era espantoso que as árvores tão próximas umas das outras e com a mesma aparência externa, quanto à folhagem e o vigor, produzissem frutos tão diferentes. Qual foi a explicação? Poderia haver uma resposta simples para o aparente mistério?


A árvore má

O cientista explicou a razão do fruto ruim. Vamos citar suas palavras: “Essas árvores são ruins e não há nada que possa ser feito por elas; elas têm uma doença viral que os penetra desde as raízes até todas as extremidades. Eles não podem produzir bons frutos”. Juntos, falamos das palavras do Senhor: “Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons” (Mt 7:18). Uma árvore é julgada de acordo com a qualidade de seus frutos, e assim é com os homens. João Batista provou o coração de seus futuros seguidores dizendo: “E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo” (Mt 3:10). A mera religião ou profissão não corrigirá o problema da raiz. Adão caiu e trouxe abaixo toda a sua posteridade, e todo homem a partir daquele dia nasce com uma natureza má que só pode produzir frutos maus. O que o homem precisa é de uma mudança completa, um novo nascimento, uma nova vida, para que ele possa dar fruto para Deus. Caso contrário, ele será cortado e lançado no lago de fogo.


Irremediavelmente má

Outro comentário do cientista enfatizou uma imagem da condição sem esperança do homem, a não ser por um renascimento completo. Referindo-se às árvores más, ele disse: “Nenhuma quantidade de poda, rega, pulverização ou fertilização melhorará essas árvores ou seus frutos. Dar a elas um cuidado especial apenas aumentaria os maus frutos que elas produziriam”. Aqui estava o alimento para a meditação: O homem não poderia ser melhorado pela educação? Pelo ambiente? Ou por algum dos meios tantas vezes tentados? Infelizmente não. O homem por natureza é tão irremediavelmente mau quanto aquelas árvores doentes. Ele pode realmente apresentar uma aparência externa que se compara favoravelmente com aqueles que têm uma nova vida proveniente de Deus, e ainda assim seu coração permanece inalterado; é inimizade para com Deus. Isso nos levou a refletir sobre tudo o que havia sido feito para melhorar o homem, aparte de Deus e do novo nascimento. Muitos e variados são os meios que foram tentados a elevar moralmente o mundo – para impedir coisas como vício, crime, blasfêmia, homicídio e guerra. Elas mudaram o homem? Não. De fato, pode-se dizer que o homem educado só se tornou mais fértil na produção de frutos maus. As guerras, por exemplo, já eram suficientemente más antes que os homens se tornassem tão civilizados; agora elas são terrivelmente piores. Os homens costumavam se matar por taco ou espada em combate corpo a corpo; agora, com um grau mais alto de civilização, os homens descobriram como acabar com os habitantes de uma cidade inteira com uma explosão, ou destruir todas as plantações de outro país com produtos químicos e, assim, trazer fome à população, ou espalhar as piores pragas por guerra biológica e, assim, exterminar um povo pela doença. Isso é verdade tanto para os povos altamente civilizados de meados do século XX quanto para o mundo pagão antes da vinda de Cristo – “não conheceram o caminho da paz” e “em seus caminhos há destruição e miséria” (Rm 3:7, 16).


Pecado de dentro

A doença que permeia aquelas pereiras más é como o pecado, a raiz e a natureza na humanidade caída, que em atividade produz atos perversos. “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura” (Mc 7:21-22). A epístola aos Romanos distingue cuidadosamente entre pecados (os atos cometidos) e pecado (a natureza que produz frutos maus). Romanos 5:11 conclui que a parte da epístola que trata do assunto dos pecados, e o próximo versículo começa o assunto do pecado. Para os pecados Deus tem perdão para todos os que creem no Senhor Jesus, e provou-Se justo em perdoar os pecados por causa da obra de Cristo. Para o pecado, Deus tem apenas condenação; Ele “condenou o pecado na carne” (Rm 8:3). Ele trata a velha natureza como algo que não pode ser melhorado, e profere sentença sobre nela. O capítulo 7 da epístola mostra as lutas de quem tenta consertar o que é incapaz de consertar, e então aquele que se esforça encontra libertação total no último verso desse capítulo e no primeiro verso do capítulo 8: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Ele agora está em uma nova posição inteiramente – “em Cristo Jesus” – e tem poder para andar segundo o Espírito (v. 4).


A descendência

Houve outro comentário de interesse sobre as pereiras más, e foi que elas não poderiam produzir descendentes que fossem melhores. Nenhuma árvore jovem derivada daquelas más seria melhor do que a matriz. Quão verdadeiro é o padrão humano que estamos considerando! A descendência de um homem caído é também caída. O bebê inocente tem em si a matriz ruim que, na maturidade, produzirá o mesmo fruto mau.


O comentário final do patologista sobre as pereiras apontou outra semelhança com a família humana. Ele disse: “Mesmo enxertar um galho de uma árvore boa não melhorará a condição de uma árvore má”. Da mesma maneira, “O que nasce da carne é carne” (Jo 3:6); nunca pode ser outra coisa. E quando um homem se arrepende e crê no evangelho, e consequentemente recebe uma nova vida de Deus, que pode dar bons frutos, isso não melhora em nada sua velha natureza. É uma mentira do diabo dizer que a velha natureza pode ser melhorada ou que, porque alguém é salvo, a velha natureza pode ser destruída. Nós, Cristãos, temos uma vida totalmente nova, mas também carregamos a carne conosco e, se não for julgada e mantida no lugar da morte, ela produzirá o fruto detestável - o único que é capaz de produzir.


P. Wilson (adaptado)

 

Cedro


Cedro é a bela árvore alta que foi amplamente usada por Salomão na construção do templo e de seus palácios. É chamado de “cedro” pela firmeza de suas raízes; sua madeira é muito durável e tem uma bela fragrância. Foi usado para vigas, pilares e mastros, e para imagens esculpidas (1 Rs 6:9-10; Is 44:14; Ez 27:5). É mencionado mais de 100 vezes na Bíblia, e é feita uma referência especial a ele na Escritura, como “as árvores do Senhor estão cheias de seiva; os cedros do Líbano, que Ele plantou” (Sl 104:16 – ACF). Não pode ser considerada uma das árvores da Palestina propriamente dita, mas está constantemente conectada na Escritura com o Líbano, onde ainda cresce em áreas montanhosas. Também é ainda o emblema nacional do Líbano.


Na purificação do leproso, e em conexão com a queima da novilha vermelha, madeira de cedro e hissopo foram usados, típicos dos mais altos e dos mais baixos – o julgamento da morte sobre todos os homens e toda a aparência deste mundo (Lv 14:4-52; Nm 19:6). O cedro é usado como um símbolo de força e estabilidade: “O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano” (Sl 92:12). O rei assírio em sua força também foi comparado a um cedro, que é assim descrito: “De ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura” (Ez 31:3); por seu orgulho, ele seria derrubado.


A. Miller, Concise Bible Dictionary

 

A Árvore da Vida


Logo provamos a doçura sem fim


Da Árvore da Vida acima;


Prove sua própria satisfação eterna


Pois a terra celestial amamos!




Em conselhos eternos fundados,


Perfeito agora, em fruto divino;


Quando o último trunfo soar,


Fruto de Deus, para sempre meu!




Frescos e sempre novos estão pendurados


Frutos da vida, naquela árvore abençoada;


Acalma-se cada desejo sincero;


Satisfeita minha alma estará:




Mas, minha alma! Não provou


Daquela Árvore da Vida no alto?


Como por terras desertas se apressou,


As uvas de Escol nunca estiveram perto?




Ah! Aquela Árvore da Vida foi plantada,


Enraizada profundamente no amor divino,


Antes que os filhos de Deus tivessem cantado


Mundos onde as glórias das criaturas brilham!




Como um tenro broto, subindo


De uma terra seca e pedregosa,


Objeto do orgulhoso desprezo do homem,


Cresceu a Planta da mão direita de Deus!




Sim! Aquela Árvore da Vida está plantada,


O fruto mais doce que aqui deu!


Para Seu próprio solo rico transplantada,


Espera Sozinha a eterna manhã.




Frutos que nossa própria alma provou,


Pelo Espírito do alto,


Enquanto por terras desertas nos apressamos;


Frutos de um amor perfeito e infinito!



J. N. Darby

 

“Uma língua saudável é árvore de vida, mas a perversidade nela quebranta o espírito”


(Pv 15:4)



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