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Foto do escritorE. Dennett (1831-1914)

Impedimentos à Comunhão


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ÍNDICE



 

Impedimentos à Comunhão

Cartas a Um Amigo Escritas em Agosto de 1876

Edward Dennett

 

Introdução 

 

As cartas a seguir são básicas e escritas de forma simples. O caráter delas, bem como o fundamento adotado, foi determinado pela posição do amigo a quem foram dirigidas. Esperamos que possam ser úteis para aqueles que estão apenas começando a investigar o fundamento e a necessidade de separação das erradas posições religiosas.

 

Que o Senhor, em Sua abundante graça, conceda abençoá-los guiando alguns dos Seus, que estejam confusos, para o caminho que está de acordo com Sua própria mente e vontade.

 

Blackheath, outubro de 1876

 

Primeira Carta Cristo, o Verdadeiro Centro de Reunião  


Querido irmão,

 

A última vez que nos encontramos, você perguntou se eu poderia sugerir alguma literatura que explicaria (1) por que os crentes que estão reunidos somente ao Nome de Cristo não se reunirão com outros Cristãos para “adoração” e (2) por que eles não se associam aos outros no serviço.

 

A pergunta é muito importante, e vou respondê-la, pois acredito que há muitos neste momento especial, como você, que estão buscando a verdade sobre este assunto. À medida que o Senhor me capacitar, darei a você algumas razões simples, mas conclusivas, e que agir de outra forma seria perder completamente de vista o que é devido ao Senhor. Muitos falam do nosso farisaísmo e coisas assim, mas espero mostrar que, no caminho que adotamos, estamos agindo de acordo com a vontade revelada de Deus. É simplesmente uma questão do que o Senhor quer que façamos.

 

1. A Honra de Cristo 


A primeira razão é a consideração devida à honra de Cristo. Tenho certeza de que você admitirá, como de fato todo crente professará sustentar, que a obediência a Cristo como Senhor é a primeira responsabilidade de um Cristão. O próprio Senhor o ordena continuamente (Jo 8:31; 14:15, 21-23; 15:7, 10; etc.). Você também admitirá que Cristo é a Cabeça da Igreja (Ef 5:23; Cl 1:18) e, portanto, que Ele deve controlar a Igreja de forma absoluta; ou seja, todos os seus membros individuais, seja individualmente ou em sua capacidade coletiva, como a Assembleia. O apóstolo Paulo disse, “De sorte que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido” (Ef 5:24). Admitindo isso, quando me pedem para me encontrar com outros Cristãos em suas “igrejas” ou capelas, tenho que perguntar se as ordenações deles estão em sujeição a Cristo. Se estiverem, posso me reunir com eles, mas se não estiverem, terei comunhão com a desobediência deles se me associar a eles (1 Co 10).

 

O ministério 

Deixe-me aplicar um ou dois testes. Tome primeiro o ministério, conforme praticado nas denominações, seja na organização estabelecida ou pelos dissidentes[1]. Existe uma única Escritura que justifique a nomeação (de qualquer maneira) de um homem “para conduzir sua adoração”? Como você sabe, mostrei conclusivamente no livreto que escrevi intitulado “O Passo que Tomei” que a teoria do “ministério de um homem só” é totalmente desconhecida na Palavra de Deus. É verdade que encontramos anciãos, mas nunca um sozinho numa assembleia. O ofício deles era principalmente governar (ou liderar), embora alguns também possuíssem o dom de ensinar, pois lemos sobre aqueles que trabalham na Palavra e na doutrina. O que defendemos é que não há nenhuma classe de homens na Escritura que corresponda da maneira mais remota aos ministros na organização estabelecida ou pelos dissidentes.

([1] Por organização estabelecida, o autor se refere à Igreja oficial do Estado, neste caso a Igreja da Inglaterra ou a Igreja Anglicana. Os dissidentes indicam aqueles, às vezes chamados de não conformistas, como os Batistas, que deixaram a Igreja nacional ou estabelecida.)

 

Permita-me uma pergunta simples: Por quem esses ministros são nomeados? É pelo homem em todos os casos; entre os dissidentes, pelo povo (que elege seu ministro por voto); na estabelecida, geralmente pelo patrono dos “vivos”[2] e pelo bispo. É pelo homem, sem qualquer autoridade ou sanção divina, pois onde pode ser encontrada a Escritura que autoriza o povo, ou o patrono e o bispo, a dar um passo tão solene? Paulo, um apóstolo, com Barnabé, nomeou anciãos (At 14:23) e Paulo instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1:5). Em nenhum lugar pode ser encontrado que a autoridade para nomear presbíteros, muito menos ministros, tenha sido dada à assembleia local ou ao patrono de um “vivo”.

([2] É feita referência aqui à ordenação de “ministros” e à hierarquia na Igreja da Inglaterra, onde o Primeiro-Ministro seleciona ou nomeia os bispos, autorizados pela Rainha como Chefe da Igreja nacional.)

 

Sendo assim, os ministros nomeados dessa forma recebem seu ofício, não da Cabeça da Igreja, Cristo, mas do homem (não nego que em muitos casos eles tenham um verdadeiro dom). Portanto, se eu os reconheço, reconheço a autoridade do homem em oposição à autoridade de Cristo.

 

O “culto” 

Esse fato por si só me manteria fora de uma Igreja ou capela, mas eu aplicaria outro teste. Tome o “culto”, como é chamado. Por quem isso é organizado? A ordem, o número de hinos, de passagens lidas, de orações, etc.? Novamente, a resposta é: pelo homem. A coisa toda, de fato, contém esse princípio por trás: que o homem tem liberdade na Igreja de Deus para fazer o que é certo aos seus próprios olhos. Afirmamos, pelo contrário, que nossa única responsabilidade é estar em obediência a Cristo: portanto, não temos liberdade para criar nada, mas em todas as coisas temos que estar sujeitos à Palavra.

 

O zelo, portanto, pela honra de Cristo, como Cabeça da Igreja, me manterá fora de tudo onde Sua autoridade é desconsiderada. Pode ser que alguém diga que devemos esquecer nossas pequenas diferenças e demonstrar amor uns aos outros. Não, eu respondi! Não devo deixar de lado uma única coisa sequer que Cristo ordena, nem devo tolerar uma única coisa sequer que não tenha Sua aprovação. Portanto, embora assumindo minha responsabilidade de amar todos os filhos de Deus, também assumo minha responsabilidade de obedecer a Cristo como meu Senhor; e também está escrito: “Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os Seus mandamentos (1 Jo 5:2).

 

2. A Presença e Condução do Espírito Santo

 

Agora peço-lhe que considere que, se eu me reunir[3] com outros crentes de qualquer denominação, eu faria parte da negação prática da presença do Espírito Santo na Igreja de Deus. A característica desta dispensação Cristã é a presença do Espírito Santo na Terra. O que torna alguém um Cristão, de acordo com a Escritura, é ter o Espírito habitando nele (Rm 8:9): a Igreja foi constituída pelo batismo do Espírito Santo (At 2; 1 Co 12:13 ). A importância desta verdade é vista a partir da ênfase dada a ela por nosso bendito Senhor em João 14-16. O ponto para o qual chamo sua atenção é que, por causa da presença do Espírito Santo, Ele reivindica o direito, na assembleia dos santos, de usar quem Ele quiser (1 Co 12-14) para o ministério ou serviço.

([3] O autor se refere a estar “oficialmente” reunido, com base na qual esse grupo de crentes ou denominação se reúne. Quando um crente que toma o terreno bíblico de reunião está presente no edifício onde são feitas as reuniões desses grupos sectários por obrigações familiares ou razões sociais, como um casamento ou um funeral, isso não indicaria que essa pessoa se reúne com as pessoas em tal “igreja” ou grupo como se estivesse com eles no mesmo fundamento (sectário).)

 

Se, portanto, eu concordar com o arranjo humano e participar, pela minha presença, do ministério de um homem só, estou claramente agindo como se não acreditasse na presença e liderança do Espírito. Se eu acredito nisso, então, pela minha presença, estou voluntariamente me opondo à Sua ação e, assim, infringindo Seus direitos soberanos. Esta seria uma posição solene a ser tomada.

 

Não quero insinuar que os amados Cristãos que estão nas denominações voluntariamente tomem tal posição. Eu sei que não. O fato é que muitos ignoram essa verdade abençoada. Como prova disso citarei uma publicação da denominação com a qual você está ligado. Esta é uma exposição da dedicação do templo por Salomão. Uma das lições é “a reverência que devemos sentir na adoração que deve ser tão profunda como se uma representação (referindo-se à nuvem que encheu a casa do Senhor) da presença de Deus estivesse conosco. Ele está seguramente perto” (Gn 28:16). O que pode demonstrar mais claramente que a verdade da presença do Espírito Santo é quase desconhecida? Mas se sabemos disso, devemos agir como se não soubéssemos?

 

Portanto, para mim, é impossível estar presente em um “culto” onde essa verdade é ignorada e onde, por arranjos humanos, o Espírito de Deus não tem liberdade para agir por meio dos membros do corpo de Cristo ali presentes. Dessa forma, o Espírito Santo é extinto (1 Ts 5:19-20). Certamente você não iria querer que eu me opusesse ao Espírito de Deus. Portanto, o zelo por Seus direitos soberanos me mantém à parte dos crentes em tal posição como descrevi.

 

3. O Sacerdócio de Todos os Crentes

 

Um dos ensinamentos mais claros da Escritura é que todos os crentes são trazidos à mesma posição, no mesmo lugar de perfeita aceitação diante de Deus, e que todos têm os mesmos privilégios em Cristo. Pedro é assim capaz de dizer a todos a quem escreve: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo”, e novamente: “vós sois a geração eleita, o sacerdócio real (1 Pe 2:5, 9). João, da mesma maneira, escreve: “Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai [para Seu Deus e Pai – JND] (Ap 1:5-6).

 

Em Hebreus, temos a mesma verdade implícita em todos os lugares. Cristo, como o único Sacerdote, está assentado à direita de Deus; o véu está rasgado e todos são exortados a aproximar-se, “tendo... ousadia para entrar no Santuário [no Santos dos Santos – ARA], pelo sangue de Jesus” (Hb 10:19-22). A consequência é que não pode haver um sacerdócio terrenal agora, exceto no sentido de que todos os crentes são sacerdotes. A nomeação, portanto, de uma classe especial de homens, por qualquer nome que sejam chamados, sejam “sacerdotes” ou “ministros” para “conduzir a adoração”, é inconsistente com os privilégios de todos os crentes e é praticamente uma negação de nosso sacerdócio comum. Não é uma grande vergonha, com a luz que temos da Escritura, que tenhamos concordado com essas coisas por tanto tempo? Pois, se todos nós somos sacerdotes, que loucura nomear outro para orar por todos os reunidos, e fazer isso qualquer que seja o estado de sua própria alma no momento! Todo dia do Senhor, no mesmo horário, ele deve estar diante de Deus para orar o mesmo número de orações como o ministro nomeado da congregação, ou para ler as mesmas orações do mesmo livro.

 

Meu amado irmão, quando você tem estado assentado ou ajoelhado em seu banco, não tem sido frequente que seu próprio coração tenha sido preenchido pelo poder do Espírito, e você ansiava por derramar sua ação de graças e louvor diante de Deus? Mas você não teria permissão para fazer isso, pois há um no púlpito cujo ofício é orar e louvar por você, e o efeito é como se ele fosse apenas o sacerdote, e que você não estivesse no mesmo lugar de proximidade e privilégio. Você pode se contentar com tal sistema? O zelo pelos privilégios de meus companheiros crentes impede que eu esteja presente em tal reunião.

 

4. Falta de Disciplina

 

Há outra razão que eu mencionaria. Eu estaria em perigo de me tornar um participante de más obras (2 Jo 10-11) em muitas igrejas e capelas às quais eu poderia ser instado a ir para “adoração” ou sermão. É bem sabido que na maioria deles não há disciplina alguma. Imoralidades grosseiras seriam, em alguns casos, tratadas, mas as doutrinas malignas[4] raramente são consideradas como exigindo disciplina. Tome a sua própria denominação. Outro dia, observei que um conhecido ministro estava presente em uma conferência bíblica, onde confessou sua crença na doutrina da aniquilação dos incrédulos[5]. Isso, no entanto, não afeta sua posição nem sua comunhão com as “igrejas” da mesma denominação.

([4] Referindo-se a ensinamentos que atacam a Pessoa ou a obra de Cristo, ou contradizem verdades essenciais e básicas conforme apresentadas na Palavra de Deus revelada.)

([5] Negar a realidade do inferno, o eterno lago de fogo, onde os incrédulos com espírito, alma e corpo sofrerão a ira de Deus, separados d’Ele nas trevas exteriores, sob as consequências da escolha de sua própria vontade em rebelião contra Deus.)

 

Eu poderia apontar vários casos do mesmo tipo, como, por exemplo, em que ministros detentores da doutrina da não eternidade são livremente admitidos para pregar nas diferentes capelas e são membros das mesmas associações com aqueles que são, quanto a isso, sãos na fé. De fato, nos sistemas denominacionais, a disciplina não pode ser exercida, pois se você excluir um crente de uma denominação, ele encontrará acesso imediato à outra. E, como você sabe, foi recentemente decidido pelos tribunais eclesiásticos[6] que um clérigo não pode recusar o “sacramento” a alguém que nega a eternidade das punições, a personalidade de Satanás, e que até lança um insulto sobre muitas partes da Palavra de Deus.

 ([6] Reunião de líderes da igreja oficial, de acordo com as leis do país, para decidir sobre medidas disciplinares.)


Devo ter comunhão com essa forma de mal? Eu tenho comunhão com isso se me reúno[7] com aqueles, mesmo que seja apenas ocasionalmente, que toleram essas coisas. Um pouco de fermento faz levedar toda a massa; uma casa suspeita de lepra teve que ser fechada e evitada (1 Co 5:6; Lv 14:34-53). Assim, a separação do mal é o princípio de Deus, e não me atrevo a me afastar dele sob a falsa alegação de amor; pois Ele é um Deus Santo, e nós, por Sua graça, somos santos. Daí a exortação: “Sede santos, porque Eu Sou Santo” (1 Pe 1:15-16).

([7] Especialmente no partir do pão, orações ou associar-me a eles no culto.)

 

A razão pela qual muitas vezes negligenciamos nossa responsabilidade a esse respeito é que pensamos mais uns nos outros do que no Senhor. A glória de Deus não ocupa o primeiro lugar em nossa alma. É precisamente aqui que todos estamos sujeitos ao fracasso. Essas perguntas desconcertantes, de fato, dificilmente poderiam surgir se o Senhor tivesse Seu devido lugar conosco, mas uma vez que meus olhos são desviados d’Ele e direcionados para meus companheiros de fé, sou mergulhado na incerteza. Não é demais dizer que a maioria dos crentes caiu nesse erro de colocar os santos à frente do Senhor. Como exemplo disso, em um recente “congresso” de crentes de todas as denominações, um membro principal dele, ao encerrar o evento, resumiu os objetivos pelos quais haviam se encontrado. O primeiro, disse ele, era a união; o segundo, o amor fraternal; e o terceiro, a exaltação de Cristo. Longe de mim insinuar que o orador quis colocar os santos antes do Senhor. Ele fez isso, no entanto, e, portanto, estava inconscientemente fornecendo uma ilustração do erro que mencionei.

 

Agora, querido irmão, eu lhe dei algumas das razões que proíbem eu me reunir com outros crentes em suas “igrejas” e capelas. Mais pode ser adicionado, mas esses são suficientes para mostrar por que achamos que temos a mente do Senhor para o caminho que adotamos; que não é de um espírito excessivamente crítico ou de farisaísmo, e nem é de fanatismo; mas apenas uma questão para nós sobre o que é devido ao Senhor. Nós nos separamos, e permanecemos à parte das reuniões de outros crentes, porque estamos convencidos de que é o caminho pelo qual o Senhor quer que andemos. Está fora de tudo planejado pelo homem; em uma palavra, fora do arraial com o Senhor (Hb 13)[8]. Agir de outra forma, portanto, nos tornaria infiéis às nossas convicções, nos daria má consciência e nos faria perder a comunhão com nosso bendito Senhor. ([8] Excelentes comentários e explicações estão disponíveis para detalhar este ponto. O contexto imediato dessa passagem refere-se ao Judaísmo. No entanto, a título de aplicação, podemos considerar os sistemas religiosos feitos pelo homem, onde o Senhor Se encontra praticamente “fora”, no que diz respeito à responsabilidade do homem. O que o Senhor faz em Sua graça soberana deve ser deixado a Ele para decidir. Este presente estudo trata da responsabilidade dos Cristãos de agir de acordo com o ensino do Novo Testamento sobre o centro de reunião (Mt 18:20).)

 

Encomendando todo o assunto à sua consideração e oração,

 

Seu irmão, afetuosamente em Cristo,

 

E.D.

 

Segunda Carta O Caráter Exclusivo do Terreno de Reunião 


Querido irmão,

 

Em seguida, devo indicar em que terreno o Senhor gostaria de ter Seu povo reunido em assembleia, pois já mostrei por que não podemos nos reunir com outros crentes. Você poderia legitimamente me dizer: “Você me deu fortes razões pelas quais eu não deveria ir a uma ‘igreja’ ou capela denominacional e, portanto, acho que você deveria dar um passo adiante e me orientar para aonde ir”. É em antecipação a isso que proponho apontar algumas evidências pelas quais a Igreja de Deus pode ser conhecida localmente.

 

1. Cristo, o Centro de Reunião

 

O primeiro ponto essencial é que somente Cristo deve ser o centro da reunião. O próprio Senhor nos ensina isso quando diz: “Onde dois ou três estiverem reunidos em [para o – JND (‘eis’ em grego)] Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Devo salientar que o Senhor não diz que Ele está no meio em toda reunião de Seu povo professo. Ele está apenas no meio daqueles reunidos para Seu nome. Para Seu nome! Não para o Seu nome e outra coisa além disso, como alguma verdade, doutrina ou forma de governo eclesiástico, mas apenas para o Seu nome, fora e à parte de todo sistema e arranjo humano, reunidos ao redor e à Pessoa de um Senhor ressuscitado e glorificado! Não foi possível estar assim reunido até depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo, pois é o Espírito Santo que reúne e Ele reúne apenas a um Cristo ressuscitado.

 

Mas você dirá: “Certamente todos os crentes de qualquer nome estão assim reunidos”, pois me encontrei repetidamente com a mesma afirmação. Seria fácil refutar isso, mas prefiro aplicar um teste. Peça a um verdadeiro “clérigo” para ir à capela de um dissidente, e ele recusará. Da mesma forma, peça a um dissidente zeloso[9] para ir à “igreja”, e ele se recusará imediatamente. Em ambos os casos, eles têm objeções de consciência à questão proposta. Isso não poderia acontecer se ambos estivessem reunidos respectivamente somente ao nome de Cristo, pois ambos professam amar esse nome, e como poderiam se recusar a ir aonde Seu nome seria o único centro da reunião?

([9] Para as expressões clérigo e dissidente, considere o que foi dito anteriormente sobre as seitas ou “igrejas” estabelecidas e os dissidentes. As mesmas observações podem se aplicar a outras formas de organizações da “igreja”, mesmo quando há “intercomunhão”, como ocorre com frequência hoje.)

 

O fato é que o dissidente acrescenta ao nome de Cristo certas ideias próprias (extraídas, como ele pensa, da Escritura) sobre a organização e o governo da igreja; e o clérigo, da mesma maneira, cercou o nome de Cristo com suas tradições. Eu admito que ambos estão geralmente dispostos a receber todos os Cristãos (isso não é universalmente verdade, pois a maior “igreja” em sua própria denominação faz do batismo por imersão uma condição para se tornar membro), mas é em seu próprio fundamento que eles estão dispostos a recebê-los. Assim, se você for à “igreja”, você deve necessariamente concordar com todos os seus planos e modos; e assim também se você for a uma capela.

 

Você verá, portanto, que não é verdade que os Cristãos denominacionais estão reunidos somente para o nome de Cristo. Se estivessem, repudiariam todos os nomes humanos, glorificando apenas o nome de Cristo. Na verdade, uma denominação não atrai todos os crentes, mas apenas aqueles de doutrinas e pontos de vista semelhantes. Assim, eles praticamente confessam que Cristo por Si só não é o seu centro.

 

Deixe-me, então, adverti-lo seriamente de que nenhuma reunião pode estar de acordo com a mente de Deus se o nome de Cristo por Si só não for o centro de atração. Bem poderia o Espírito de Deus exortar-nos por meio do Seu servo: “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial levando o Seu vitupério” (Hb 13:13 ). Essas enormes organizações religiosas, ao nosso redor, realmente formam o arraial e, portanto, só pode ser fora de tudo isso que reunir-se para o nome de Cristo torna possível. Não se contente até encontrar tal reunião, pois, ao encontrá-la, você pode entrar no gozo de todas as bênçãos incalculáveis que se resumem nas palavras: “aí estou Eu” (e não, “aí estarei Eu”) “no meio deles”.

 

2. O Terreno do Único Corpo

 

O segundo ponto essencial é que a reunião seja no terreno da Igreja – no terreno do corpo de Cristo – e, portanto, será em torno da mesa do Senhor. Vou explicar isso mais detalhadamente. Já vimos que Cristo é a Cabeça da Igreja; e como Ele é a Cabeça, os crentes durante esta dispensação são membros de Seu corpo. “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” (1 Co 12:13 – ARA) e, consequentemente, diz-se que somos “membros do Seu corpo, da Sua carne e dos Seus ossos” (Ef 5:30). Estamos, portanto, unidos pelo Espírito a Cristo no céu, pois “o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito” (1 Co 6:17). Como consequência, também somos “membros uns dos outros” (Rm 12:5). Existe o vínculo mais próximo possível – um vínculo vital – por um lado, entre Cristo e Seu povo e, por outro lado, entre todos os crentes. Esta é a unidade que o Espírito de Deus formou – a unidade do corpo de Cristo (1 Co 12:12-13). Somos exortados a ser diligentes para manter “a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3).

 

Sendo assim, o fundamento da reunião dos santos deve expressar essa verdade, reconhecendo assim (se posso dizer isso) a unidade do corpo. Ou seja, devemos estar reunidos como membros do corpo de Cristo, não como anglicanos, wesleyanos, presbiterianos, independentes ou batistas[10], mas apenas como membros do corpo de Cristo. Qualquer terreno de reunião, portanto, que seja mais amplo ou mais estreito do que isso, é uma negação da verdade do corpo e, portanto, não pode ser o terreno de Deus. A aplicação desse princípio destrói todo denominacionalismo de uma só vez; e deve fazê-lo, porque o terreno sobre o qual as denominações se baseiam é totalmente contrário à Escritura.

([10] Outros nomes e associações sectárias podem ser adicionados a esta lista, dependendo da situação local ou regional em que o leitor possa se encontrar.)

 

Uma outra consequência de estar reunido como membros do corpo de Cristo é que isso será em torno da mesa do Senhor. O apóstolo ensina essa verdade quando diz: “O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo; porque todos participamos do mesmo pão” (1 Co 10:16-17). O pão sobre a mesa no meio dos santos reunidos é, portanto, o símbolo da unidade do corpo de Cristo; e na medida em que todos participam dele, ele é o símbolo adicional da participação comum a esse corpo.

 

Que maravilha na sua simplicidade! Assim, na Igreja primitiva, os discípulos sempre se reuniam no primeiro dia da semana para partir o pão (At 20:7; 1 Co 11:20). Eles se reuniram para esse propósito (compare também Atos 2:42). O objetivo de estarem reunidos não era assistir a um “culto”, ouvir sermões, mas partir o pão e, assim, anunciar “a morte do Senhor até que [Ele] venha” (1 Co 11:26).

 

Procure, querido irmão, por essas características da Assembleia de Deus em sua própria vizinhança. Onde você as encontrará nos vários “locais de adoração” ao redor? É demais dizer que a sua busca será em vão? É um triste sinal do fracasso da Igreja e da total confusão deste dia maligno!

 

3. Liberdade do Espírito Santo

 

Outra característica é a liberdade que há para o Espírito Santo ministrar por quem Ele quiser. Já falei sobre isso na minha primeira carta e, portanto, não preciso acrescentar muito aqui. Posso lembrá-lo de que isso também brota da verdade do corpo de Cristo. Leia com muita atenção 1 Coríntios 12-14 onde isso é exposto. Lá você verá que “o corpo não é um só membro, mas muitos”, e “que a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro... a palavra da ciência [conhecimento – ARA], etc.; que “o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós” (1 Co 12:8-21). O apóstolo diz assim: “Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação” (1 Co 14:26-33). Aqui está o reconhecimento de que todo dom distinto vem da Cabeça da Igreja e que deve haver espaço para seu uso pelo Espírito na Assembleia. Se não houver, o estar juntos (reunião, igreja, culto) não está de acordo com Deus.

 

O mal de não permitir nenhum exercício de dom além do “ministro” manteve as pessoas em um estado de ignorância da verdade, por meio da incapacidade de seu ministro escolhido, quando muitas vezes há alguns na congregação com mais conhecimento e mais dom. Lá está ele, o dia do Senhor após o dia do Senhor, repetindo os elementos doutrinários mais básicos, e estes distorcidos pela maneira como são apresentados. Além disso, é quase impossível removê-lo do cargo para o qual foi nomeado. Mas você mesmo já conheceu casos desse tipo e, portanto, não vou mais longe. Perguntarei se esse mal não deveria convencê-lo de que tal arranjo não pode estar de acordo com a mente do Senhor?

 

4. Exercício da Disciplina Divina

 

Também deve haver o exercício piedoso da disciplina de acordo com a Palavra. Satanás frequentemente engana almas agora pela apresentação da falsificação da verdade. Por conta disso, é necessário estarmos atentos. Portanto, é bem possível que você aparentemente encontre os três pontos anteriores, onde há a ausência deste quarto ponto. Certifique-se, portanto, de buscar isso também, ou você pode falhar na sua busca.

 

A disciplina deve ser exercida em duas direções: sobre imoralidades, especificadas em 1 Coríntios 5, e sobre aqueles que sustentam falsas doutrinas (Gl 3 e 6; 2 Jo 9-11; Ap 2-3). A maioria concorda (embora possa negligenciar na prática) que os que andam desordenadamente devem ser afastados da mesa do Senhor, mas há grande oposição à aplicação da disciplina quanto à doutrina. Muito se fala sobre “liberdade de consciência”, mas nego que tenhamos qualquer liberdade de consciência contra a Palavra de Deus, à qual devemos claramente nos curvar. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta Palavra, é porque não há luz neles” (Is 8:20 – ACF). O apelo é convincente, mas pode-se imediatamente detectar nele o plano de Satanás. Se ele pode minar os fundamentos da verdade definida, é como se ele tivesse vencido por oposição aberta.

 

Um crente professo que nega o valor do sangue de Cristo está tão certamente perdido quanto um infiel declarado. Lembrar-se disso o ajudará a entender a dificuldade que se encontra para que a disciplina quanto à doutrina seja aplicada. Realmente chega a isso em alguns casos: a recepção dos inimigos de Cristo na assim chamada comunhão. Você não pode encontrar a assembleia de Deus onde não há disciplina para a doutrina, pois, a santidade sempre convém à casa de Deus.

 

5. Sujeição à Palavra de Deus

 

Na assembleia de Deus, tudo será ordenado em sujeição à Palavra. A Escritura deve ser suprema porque ela é a expressão da vontade de Deus. Portanto, nada pode ser tolerado que se oponha a Sua Palavra, ou que esteja sem a aprovação dela.

 

Não somos deixados ao nosso próprio julgamento e planos, mas a provisão foi feita nas epístolas para os menores detalhes da assembleia. Portanto, não é menos desobediência agir sem a autoridade da Palavra, do que agir contrariamente a ela. É extremamente importante ter isso em mente, pois se você examinar o assunto de perto, descobrirá que não há uma denominação de Cristãos que não tenha ordenado uma série de coisas como eles mesmos consideraram melhor.

 

Para ilustrar o que quero dizer, talvez possa mencionar uma conversa que tive no ano passado com um velho colega. Eu perguntei: “Você tem a autoridade da Escritura para isso e aquilo e aquilo outro, especificando uma variedade de coisas em seus arranjos eclesiásticos?” “Não”, ele respondeu francamente, “nós não temos, mas”, acrescentou, “eu afirmo que temos a liberdade de adotar os planos e métodos que nossa experiência mostra serem os melhores”. E, despojado de todo disfarce, esse é o fundamento comum tomado.

 

Afirmo que tudo ordenado na assembleia, todos os atos e procedimentos, todas as atividades dos santos – oração, louvor e ministério – devem ser regulados e ter a sanção direta da Escritura. A Cabeça dirige tudo, e essa Cabeça é Cristo; Ele registrou Sua vontade para nós na Palavra escrita. Por isso, Ele nos colocou na posição, não de imaginar e organizar, mas de obediência.

 

Onde quer que você encontre combinadas as características já mencionadas, você encontrará o lugar onde Deus queria ter Seus santos reunidos, porque elas são as características de Sua própria assembleia. É verdade que você pode encontrar muita fraqueza e imperfeição nos santos assim reunidos,[11] e essas duas coisas sempre caracterizaram a Igreja desde a morte de Estevão, e a caracterizarão até que o Senhor venha.

([11] Como isso nos humilha hoje, quando vemos a condição do Cristão professo, muito pior do que no século passado. Acima de tudo, como é triste ver que os descendentes daqueles que confessaram e praticaram esses princípios bíblicos, que o Sr. Dennett defende neste livreto, foram divididos por ações carnais. Alguns grupos de ‘irmãos’ até seguiram falsos mestres e se transformaram em seitas. No entanto, as falhas na história dos chamados “irmãos” não anulam os princípios divinos que os primeiros “irmãos” representavam e aos quais voltaram. As mesmas verdades ainda são válidas em nossos dias, pouco antes da vinda do Senhor.) 


Advertências 

Nesse mesmo contexto, no entanto, posso acrescentar uma advertência. Às vezes é dito que os santos em tal lugar são tão fervorosos e ativos que certamente seria de acordo com a vontade de Deus que eu me unisse a eles; ou há tantas almas convertidas sob a pregação do Sr. X, que não pode ser a vontade de Deus que eu esteja em separação de um servo tão honrado do Senhor.

 

Duas observações podem ser feitas sobre isso. Primeiro, argumentar dessa maneira é substituir os pensamentos de Deus pelos nossos próprios pensamentos; é seguir nossos próprios raciocínios em vez da Palavra escrita. Em segundo lugar, dificilmente há uma forma de Cristianismo, por mais corrupta que seja, que não possa ser apoiada dessa maneira. Se eu vir clérigos ritualistas sérios e devotos (e graças a Deus existem), devo concluir que Deus gostaria que eu estivesse em associação com eles? Novamente, quando Deus em Sua graça e misericórdia soberanas – em terna compaixão pelas almas – usa poderosamente Sua Palavra pregada para a conversão de pecadores, seja no catolicismo, na igreja da Inglaterra ou nos dissidentes, devo deduzir que esses sistemas são segundo Seu próprio coração? Nada poderia ser mais enganoso; e, no entanto, esses raciocínios ilusórios e enganosos estão enredando almas por todos os lados.

 

Devo temer de que você seja iludido dessa maneira, querido irmão? Não, estou convencido de que o Senhor começou a lhe mostrar a verdade; e tendo começado a obra, Ele certamente a levará até a completar. Mas eu exorto você a seguir em frente e até mesmo lembrá-lo de sua responsabilidade, e tenho certeza de que quando você for encontrado no único lugar na Terra onde Deus deseja que Seus santos estejam, não apenas sua gratidão e gozo diante de Deus serão abundantes, mas você também se perguntará o motivo de por tantos anos seus olhos estarem fechados contra uma verdade tão claramente revelada na Escritura.

 

Que somente o Senhor o guie, para que nenhuma sutileza do inimigo, nenhuma isca que ele esteja tão pronto para apresentar ao coração exercitado, possa desviá-lo. Se sua oração for: “SENHOR, endireita diante de mim o Teu caminho” (Sl 5:8 – ARA), você logo descobrirá que “aos justos nasce luz nas trevas” (Sl 112:4).

 

Seu irmão, afetuosamente em Cristo,

 

E. D. 

 

Terceira Carta

Por Que os Chamados “Irmãos” Não Podem Se Unir a Outros Cristãos no Serviço?


Querido irmão,

 

Agora vou responder à sua pergunta por que os assim chamados irmãos não podem se unir a outros Cristãos no serviço. Muitos estão continuamente fazendo a mesma pergunta; e recentemente,[12] durante o trabalho evangelístico dos Srs. Moody e Sankey, foi considerado estranho, se não uma prova de que estamos fora da corrente dos pensamentos de Deus, ao não participarmos ativamente do movimento. De fato, alguns argumentam que, mesmo supondo que tenhamos a mente do Senhor quanto à Sua Igreja, não há razão suficiente (como lhes parece) para que não tenhamos comunhão com os outros no serviço, quando nenhum princípio da Igreja está envolvido. Essa é a sua real dificuldade, e tentarei abordá-la conforme o Senhor me permitir.

([12] Por favor, lembre-se de que o autor está escrevendo em 1876. No entanto, as mesmas questões surgem hoje em relação a Billy Graham e Luís Palau, por exemplo, sem falar sobre outras questões como a associação com a Igreja Católica Romana e o chamado Movimento Carismático ou ligações com organizações paraeclesiásticas e religiosas.)


1. Orar por Todos

 

Podemos orar e oramos por muitos servos do Senhor com quem não podemos ter comunhão. Lembro-me de uma vez, enquanto estava no exterior, que um evangelista estava pregando o evangelho na mesma casa onde alguns em comunhão estavam hospedados e, embora não pudessem comparecer às suas reuniões, eles se reuniam para orar por ele toda vez que ele pregava. É o meu caso neste exato momento. Escrevo estas linhas na Alemanha. Nesta cidade, um conhecido Cristão inglês está pregando o evangelho, e oro sincera e fervorosamente para que Deus possa usá-lo para Sua própria glória na conversão de almas. Mas há muitas razões pelas quais eu não pude comparecer às reuniões dele. Da mesma forma, quando os Srs. Moody e Sankey estavam em Londres, eles oravam continuamente pelos santos em Blackheath.

 

Você verá, portanto, que não é por indiferença ao trabalho deles que nos mantemos apartados. Na verdade, é uma provação dolorosa ser compelido a ser separado de muitos cujo zelo e devoção admiramos, uma provação que não poderia ser suportada se não tivéssemos aprendido a preciosa lição de que a glória de Cristo é a única coisa a ser considerada, que somente Ele deve ser nosso Objeto. Tenho certeza de que você confessará que, por mais querido que Seu povo seja para nós, Ele mesmo é mais querido do que todos os outros.

 

2. Apoiando Evangelistas

 

Deixe-me primeiro considerar o caso dos evangelistas, pois estes apresentam a maior dificuldade para muitas pessoas. Nada pode ser mais claro na Escritura do que o serviço do evangelista ser individual. Ele recebe seu dom de Cristo que subiu ao céu, e somente a Ele, como Senhor, é que o evangelista é responsável por exercitar esse dom (Ef 4:8-11). É importante ser claro sobre este ponto, pois há muita confusão sobre isso.

 

Li na semana passada um discurso de um dos seus próprios “ministros”, e ele declarou que a principal obra da Igreja era salvar almas. Não, eu respondo; essa não é de forma alguma obra da Igreja. Isso é obra de Deus por meio da pregação do evangelho; e Ele confiou a pregação do evangelho não à Igreja, mas aos evangelistas: a todos os que, com qualquer medida de dom, podem pregar o evangelho. A pregação do evangelho é, portanto, inteiramente um serviço individual[13].

([13] Os santos locais podem se identificar com o evangelista (quando andam corretamente) e seu trabalho, não apenas por meio de orações, mas também por meio material e outras formas de apoio. No entanto, o evangelista olha para o Senhor em busca de direção e sustento, mas aprecia, é claro, a comunhão de seus companheiros Cristãos.)


Há ainda outro ponto. O evangelista também é membro do Corpo de Cristo e tem seu lugar como tal na Igreja de Deus (estou falando agora da condição normal das coisas). Embora seu serviço seja individual, e ninguém possa se colocar entre ele e sua própria responsabilidade pessoal para com o Senhor, ele ainda vai, ou deveria ir, para o serviço a partir de seu lugar na assembleia. Como consequência disso, se o Senhor o usar na conversão de almas, ele levará para a assembleia aqueles que foram salvos por meio de sua pregação. Pois, assim que eles crerem, são selados pelo dom do Espírito que habita em nós e são membros do Corpo de Cristo, e têm seu lugar como tal na mesa do Senhor. Certamente, o trabalho do evangelista não estará terminado até que aqueles que foram convertidos por sua instrumentalidade sejam guiados para seu verdadeiro lugar como crentes.

 

Temos a mais plena comunhão com todos os evangelistas que assim trabalham. Se não tivéssemos, não teríamos comunhão com Deus a esse respeito, pois, trabalhando de acordo com Sua própria mente, eles podem contar com Sua presença e descansar na confiança de que Seu nome será glorificado, quer os homens recebam ou rejeitem sua mensagem.

 

Será que a maioria dos evangelistas trabalha dessa maneira? Tome novamente o recente movimento evangelístico na Inglaterra e na Escócia. Qual foi o ponto de partida desse movimento? O acordo de não ter nada a dizer quanto às diferenças de “igreja” e endossar todas as seitas que se combinaram em seu apoio! O método de operação foi o seguinte: Antes que os dois evangelistas fossem a qualquer lugar, tinha que haver um acordo entre os ministros de todas as denominações. Clérigos “evangélicos”, dissidentes de todos os grupos e wesleyanos se reuniram lado a lado, formando uma comissão de apoio ao movimento. Por sua vez, os evangelistas não teriam nada a dizer à “igreja” ou capela; eles enviariam seus convertidos a todas igualmente. Assim foi feito. Se Deus, em Sua graça, convertesse um pecador, ele era enviado de volta à “igreja” ou capela que frequentava anteriormente. Os nomes foram devidamente catalogados e encaminhados aos seus respectivos ministros.

 

Poderia alguém imaginar, por um momento que fosse, que isso estava de acordo com a mente de Deus? Se o anglicano considera que a dissidência é cisma, pode ele recomendar conscientemente, ou se juntar ao movimento que recomenda uma alma, que acaba de conhecer o Senhor, a entrar para um cisma? O dissidente, que considera a Igreja estatal uma abominação, pode se unir conscientemente para enviar um jovem crente de volta a esse sistema? E, no entanto, ambos fizeram isso; por um curto período de tempo, mantendo uma trégua quanto às suas diferenças. “Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito”, um princípio divino que sempre permanece, mas quem quer que aja de acordo com ele deve muitas vezes se afastar das atividades de seus companheiros de fé.

 

3. Outros movimentos e atividades

 

Mencionei apenas um movimento, mas as mesmas características permeiam a maioria dos nossos procedimentos religiosos modernos. Foi o mesmo com o “Movimento da vida superior”[14]. Muitas sociedades são fundadas sobre o mesmo acordo tácito ou declarado, para ignorar a Igreja de Deus; e muitos trabalhadores individuais, aqueles cujos nomes chamam mais a atenção do público, professamente tomam o mesmo terreno. Permita-me, então, querido irmão, perguntar-lhe, com toda a clareza de expressão, se você acha que pode ser agradável a Deus ficar em silêncio quanto à questão de Sua Igreja? Poderia o verdadeiro Cabeça da Igreja olhar com complacência para qualquer acordo feito pelo homem, poderia Ele ficar em silêncio sobre arranjos que praticamente afetam a unidade de Seu corpo? Não pode haver qualquer dúvida quanto à resposta. Há nossa ampla justificativa para recusamos associação com aqueles que assim agem.

([14] Esse movimento enfatizou demais a vida espiritual interior e a contemplação, mas subestimou a necessidade de um estudo objetivo da Palavra. Era uma forma de dualismo, ligada a influências pagãs e misticismo, segundo os quais as filosofias do corpo e das coisas materiais são de ordem “inferior”, enquanto as questões espirituais e religiosas são de ordem “superior”.)

 

O caso ainda é mais flagrante. Não é apenas de indiferença que acuso aqueles de quem falei, mas de hostilidade – oposição aberta ao verdadeiro terreno sobre o qual Deus queria ter Seus santos reunidos. Esta é uma posição muito grave a ser assumida; pois se há apenas um terreno na Terra (como a Escritura ensina) sobre o qual os crentes devem ser reunidos, é uma coisa solene, de fato, ser hostil a ele, ou seja, estar disposto a endossar todos os fundamentos do sectarismo, mas não o verdadeiro fundamento da Igreja. Portanto, não poderíamos, sem ser falsos à verdade, dar as mãos àqueles que se opõem à reunião somente nesse terreno.

 

Há ainda outro aspecto do caso. Enquanto somos condenados por outros companheiros crentes por permanecermos sozinhos, aqueles que nos condenam não desejam nossa comunhão, a menos que façamos promessas, as quais eles não têm o direito de exigir, e que não poderíamos fazer sem sermos infiéis ao Senhor. Algum tempo atrás, pediram-me para pregar o evangelho em um edifício não denominacional. Antes que eu pudesse responder, isto foi adicionado: “Claro que você não mencionará nenhuma das suas peculiaridades”. Será que alguém, para ir a um determinado lugar, concordaria de antemão reter qualquer coisa que o Senhor pudesse colocar em seu coração para falar? Não, isso volta ao ponto já abordado na última carta. É o Senhor ou meus irmãos que tenho que colocar diante de mim? O apóstolo diz: “Se estivesse ainda agradando aos homens (fazer disso meu objetivo), não seria servo de Cristo” (Gl 1:10).

 

Gostaria de aprofundar um pouco mais esta questão. Como vimos antes, nosso lugar é “fora do arraial” (Hb 13:13) e, portanto, um lugar de separação. São esses servos de quem temos falado, dentro ou fora do arraial? Eles não estão fora, pois aprovam claramente ou se ligam abertamente a todos os sistemas sectários que o homem organizou e criou, esses mesmos sistemas que, em sua totalidade, formam o arraial. Se, então, eu, pela graça de Deus, fui levado para fora do arraial a Cristo, devo retornar a ele ou associar-me àqueles que estão nele, por motivo de comunhão? Devo perder a comunhão com Cristo[15] ou evitar a comunhão com aqueles que estão nessa posição. Sendo assim, você verá a necessidade de continuarmos separados; que, de fato, a fidelidade a Cristo e a lealdade ao testemunho que Ele nos confiou nos impedem que tomemos qualquer outro caminho.

([15] No que diz respeito à luz que o Senhor me deu, eu perderia o gozo da comunhão com Ele, por causa da minha desobediência. Isso não significa que os crentes que estão no arraial não tenham comunhão nenhuma com o Senhor. Eles são ignorantes quanto ao verdadeiro caráter do arraial aos olhos de Deus, mas podem desfrutar da comunhão com Ele, de acordo com a luz que têm.)


Mas, as pessoas estão sendo salvas 

Você, talvez, argumentará: “Mas, considere quantas pessoas estão sendo salvas; e se as pessoas estão sendo salvas, certamente tal objetivo exige a nossa cooperação ativa”. Há duas respostas para tal questão. Primeira, é triste notar como continuamente o homem e sua bênção excluem ou inferiorizam o pensamento de Deus e Sua glória. É verdade que almas estão sendo salvas pelo ministério da Palavra, e somos muito gratos que Deus, em Sua terna misericórdia, esteja assim reunindo tais números antes da vinda do Senhor. Mas devemos descansar nisso? Ele, por cuja graça a bênção é recebida, não deve ter glória daqueles que pregaram a Palavra ou daqueles que estão sendo salvos? Nem por um minuto desejo insinuar que os pregadores e convertidos esquecerão a fonte da bênção, mas o que quero dizer é o seguinte: Não deve ser afirmada a reivindicação de Deus sobre os salvos? Não devem ser lembrados de que, sendo salvos, são salvos não apenas para sua própria bênção, mas para a glória de Deus e que Deus será glorificado ao entrarem no caminho da separação e tomarem o lugar de obediência e testemunho? O desejo do coração de Deus por eles não é realizado até que tenham saído do arraial para Cristo, levando Seu vitupério.

 

Parece quase cruel dizer às pessoas recém-convertidas, em resposta à sua pergunta: “Qual é o meu próximo passo?” que devemos encaminhá-la para o seu próprio estudo da Escritura. Recentemente, perguntei a alguém que acabara de se converter: “Você está na mesa do Senhor?” Sua resposta foi: “Há tantas mesas, não sei qual é a do Senhor”. Essa é apenas uma amostra dos muitos crentes que estão “errantes como ovelhas que não têm pastor”. Que os evangelistas, portanto, tomem sua posição sobre a Palavra de Deus, estando preparados a todo custo, mesmo à custa da cooperação de muitos irmãos amados, e da popularidade também, para ter a glória de Deus diante deles como a primeira coisa em seus próprios trabalhos. Que eles também coloquem isso diante daqueles que são salvos pelo seu ministério. Enquanto isso não acontecer, não posso estar associado a eles.

 

Em segundo lugar, se eu tiver que cooperar com todos os que são usados na conversão dos incrédulos, terei que me associar com católicos, ritualistas e todos os outros setores da Cristandade[16]. A conclusão errada está em supor que Deus endossa a posição e os caminhos de todos os que são usados dessa forma. Muitos são assim enganados. Li uma carta de um ministro a um crente que havia sido conduzido para fora do arraial, na qual ele defendia exatamente esse ponto de vista. Ele disse que era uma coisa muito solene se opor a um ministério que Deus tão manifestamente reconhecia pela bênção que Ele concedera por meio desse ministério. Mas a questão é esta (e certamente um mestre da Palavra deveria ter se lembrado disso). Será que o ministério em questão é sancionado pela Escritura? Se for, somos obrigados a recebê-lo; se não for, somos igualmente obrigados a rejeitá-lo. É assim com aquele que é usado na conversão de almas. Embora eu honestamente bendiga a Deus pela manifestação de Sua graça, para minha própria direção, tenho apenas que perguntar: Os caminhos e a posição do obreiro estão de acordo com a Palavra de Deus? Se estiverem, posso sinceramente dar as mãos a ele; se não estiverem, não posso me associar a ele em sua falsa posição, em sua desobediência. Isso é por desobediência, embora ele possa estar inconsciente disso.

([16] Esse é um problema real hoje em dia com outros pregadores de boa fé como Billy Graham e uma série de outros.)


Sociedades religiosas 

Se sou constrangido a me separar de muitos obreiros dedicados, quanto mais das “sociedades religiosas” que se estendem por todo o mundo, com seus elaborados mecanismos para a arrecadação de fundos e suas diversas atividades, um dos sintomas mais tristes da corrupção deste dia mau. Estou intimamente familiarizado com a minha posição anterior e por ter servido em muitos comitês, com os seus modos de ação. Mas não desejo levantar o véu que esconde tanto do que é estranho à mente de Cristo, e será suficiente dizer que nenhum Cristão instruído poderia estar conectado a isso.

 

Pegue certas cópias dos jornais “religiosos” ou revistas patrocinadas pela “igreja”, e você encontrará bazares anunciados, muitos dos quais são tornados mais atraentes por bandas militares ou outras, e sorteios. Anúncios de sermões de homens notáveis, com coletas posteriores; reuniões organizadas de modo a atrair pela reputação dos oradores o maior número de pessoas. Todas essas coisas são feitas professamente em nome de Cristo[17].

([17] Não sou capaz e nem posso julgar os motivos daqueles que fazem essas coisas. A questão é se posso me associar a essas coisas, pois elas entram em conflito com a luz que o Senhor, em Sua graça, me deu.)


Oh, meu irmão, mencionar essas coisas é revelar o caráter disso, bem como mostrar a condição irremediavelmente corrupta em que a igreja professa caiu! Será que você pode se admirar, então, com o fato de estarmos separados ou de insistirmos continuamente na necessidade de separação de todas essas coisas que são tão totalmente opostas à mente do Senhor?

 

Sei que o caminho do crente, e especialmente do servo, é cada vez mais difícil neste dia mau. Mas fomos avisados e nosso recurso foi fornecido. “Sabe, porém, isto:”, diz o apóstolo ao escrever a Timóteo, “que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3:1); e se você examinar todo o capítulo, encontrará principalmente três coisas. Primeiro, as características dos “tempos trabalhosos” (vs. 2-9); segundo, que a perseguição deve ser o destino dos piedosos (vs. 10-12); e, finalmente, que a Palavra de Deus é o nosso único recurso (vs. 14-17). Recomendo este capítulo ao seu fervoroso estudo em oração, com a esperança de que o Senhor possa usá-lo para desembaraçar você de tudo o que é contrário à Sua vontade e dar-lhe confiança n’Ele para tomar corajosamente o lugar da separação.

 

Tendo a Mente do Senhor 

Para concluir, posso acrescentar que o essencial no serviço é ter a mente do Senhor em relação àquilo em que estamos empenhados. É impossível, portanto, estabelecer regras absolutas que atendam a todos os casos, mas se eu estiver em comunhão com Aquele que Se digna a me enviar, o caminho será claro, por mais difícil que seja andar nele. Para estar, no entanto, em comunhão, devo ser tanto obediente quanto dependente. Nosso Senhor disse assim aos Seus discípulos (e certamente também a nós): “Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15:7). A ordem é significativa: permanecer n’Ele primeiro, ou seja, viver em constante dependência d’Ele, e depois Suas Palavras permanecerem em nós, controlando e governando-nos completamente; sim, formando o próprio Cristo em nós; isto é, primeiro o estado de alma, e depois a caminhada, a vida, a atividade, formada pela Palavra. Comece com Cristo, e então não há muita dificuldade em saber o que é adequado a Ele em nosso caminho e serviço. Posso pedir-lhe então, querido irmão, que desvie o olhar de seus próprios pensamentos, de seu próprio serviço e dos pensamentos e do rosto de seus companheiros de fé, e que seu olhar seja direcionado simplesmente para Cristo enquanto clama: “Senhor, o que queres que eu faça?” Pois, “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz” (Mt 6:22).

 

Seu irmão, afetuosamente em Cristo,

 

E. D. 

 

Quarta Carta

Até Que Ele Venha


Querido irmão,

 

Nestas poucas linhas, gostaria de deixá-lo, se possível, na presença d’Aquele que é o único que pode fazer da verdade uma força viva em sua alma. O perigo é tão grande de deixar a verdade escapar, de nos confortar com o pensamento de que os outros seguem felizes. Portanto, estamos inclinados a dizer: “Por que devemos nos preocupar com todo esse exercício da alma?”. Trarei apenas duas coisas diante de você em resposta a essa pergunta.

 

1. A Vinda do Senhor

 

A primeira é a vinda do Senhor. Você, querido irmão, vive na expectativa diária da volta de Cristo? O que Ele nos disse na Sua última mensagem à Sua Igreja? “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho” (Ap 22:20). Três vezes neste capítulo Ele faz o anúncio (vs. 7, 12, 20). Que perspectiva abençoada nos é assim revelada! Quem desceu à morte para nossa redenção e enfrentou toda a ira de Deus que nos era devida como pecadores? Seu amor era tão vasto e tão intenso que as muitas águas (aquelas ondas e vagas de ira que passavam por Sua alma) não podiam apagá-lo, e os rios não podiam afogá-lo. Teremos permissão para contemplar esse mesmo Homem, embora agora Suas tristezas tenham terminado e Ele esteja glorificado à direita de Deus. “assim como é O veremos” pois “seremos semelhantes a Ele” (1 Jo 3:2). Que perspectiva! Como nos enche de gozo indescritível antecipar isso, enquanto desviamos o olhar de tudo o mais e pensamos naquele momento em que Ele virá para nos receber para Si mesmo, para que onde Ele estiver também estejamos (Jo 14:1)! Bem, de fato, podemos antecipar isso, pois esse momento será o cumprimento de Seu próprio gozo, bem como a consumação de nossas bênçãos.

 

2. As Três Expectativas do Senhor

 

Há uma questão que surge disso, e essa é a segunda coisa que desejo apresentar a você. Durante o pouco tempo, o intervalo de espera até que Ele venha, o que nosso Senhor espera de nós aqui? Este capítulo (Ap 22) dá a resposta. Apontamos o tríplice anúncio de Sua vinda em breve, e agora vamos olhar para suas diferentes conexões. O primeiro é: “Eis que cedo venho! Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (v. 7 – AIBB). Assim, Ele nos ensina que obediência é o que Ele valoriza nos Seus enquanto aguardam Sua vinda; e essa obediência, como sabemos de João 14, é a prova do nosso amor.

 

Quem, então, com uma palavra como esta, procurará se abster da obediência? Ao invés disso, todo verdadeiro crente dirá: “Que privilégio meu Senhor me concedeu, para me permitir declarar meu amor por Aquele a Quem o homem rejeitou, guardando Sua Palavra!” Com que prazer Seus olhos repousam sobre aqueles que, em meio a provações e até perigos, fazem deste o único objetivo da vida!

 

Então Ele fala novamente, e diz: “E eis que cedo venho, e o Meu galardão está Comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (v. 12). Aqui somos ensinados que Ele procura fidelidade em Seus servos; e, além disso, que Ele os recompensará adequadamente (compare Lucas 19:12-26). Novamente, e pela última vez, Ele fala: “Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho” (v. 20). A resposta de João é: “Amém. Ora, vem, Senhor Jesus!” – uma resposta que deve fluir espontaneamente do coração de cada santo. Assim, somos ensinados que durante o pouco tempo que esperamos, nossas afeições são muito preciosas para Ele.

 

Estas são então as três coisas que Ele espera de nós agora: obediência, fidelidade e afeição. À luz dessa verdade, da perspectiva da vinda do Senhor e do que Ele valoriza em Seus santos enquanto esperam Sua volta, peço-lhe, querido irmão, que considere e decida as questões que tive o privilégio de trazer diante de você nestas cartas.

 

Confiando-o mais uma vez à orientação e bênção do Senhor,

 

Seu irmão, afetuosamente em Cristo,

 

E.D.

 

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2 comentarios


Graci Coutinho
Graci Coutinho
14 ene

🙏🏻

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CHRISTIANA COLLA PIZZINATTO
CHRISTIANA COLLA PIZZINATTO
09 ene

Excelente!

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