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Palavras de Edificação 25

(Revista bimestral publicada originalmente em Janeiro/Fevereiro 1990)

 

ÍNDICE


 

SUCESSO!


"Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós" (Fp 3:1).


O apóstolo Paulo, dá início ao terceiro capítulo de sua carta aos Filipenses, lembrando-lhes, que o fato de estar escrevendo "as mesmas coisas", ou seja, aquilo que já lhes havia comunicado, não o aborrecia, pelo contrário, era para eles um fator de segurança.


Às vezes, fico surpreso de como pode resultar em proveito, as breves conversas que temos com os jovens; conversas estas muitas vezes repetitivas. Se a repetição de um mesmo assunto não tivesse base bíblica, talvez eu, assim como muitos, ficaria desencorajado a voltar a tratar de um mesmo assunto. Os jovens de todas as idades se deparam, invariavelmente, com os mesmos problemas, têm as mesmas dificuldades e são obrigados a tomar decisões diante dos mesmos assuntos pertinentes à esta vida. A Palavra de Deus é a única solução para as dificuldades do jovem Cristão.


Ao me dirigir aos jovens, discorrendo sobre se "ter sucesso" ou "ser bem sucedido", não estarei me dirigindo àqueles que ainda se encontram em seus pecados, fora de Cristo, mas àqueles que já confessaram ao Senhor Jesus como Senhor e Salvador; àqueles que consideram a questão de ser realmente bem sucedido como algo de grande importância. Alguém que buscou na Bíblia a palavra "sucesso" afirmou ser ela muito rara. Fui capaz de encontrá-la somente uma vez, no livro de Josué (o autor refere-se a Js 1:8 na versão inglesa KJV que, em tradução livre, diz "então terás sucesso"). Por outro lado, parece-me que é uma palavra muito frequente no vocabulário de nossos dias, pois nunca houve um tempo, quando este tipo de pensamento foi tão calcado nas mentes dos jovens, quanto nos dias de hoje. Para que suas vidas sejam vividas de forma a contribuir para sua própria motivação e para o bem da sociedade, os jovens devem alcançar aquilo que o mundo chama de "sucesso". Se formos guiados pelos padrões e ideais do mundo, iremos viver uma vida bem diferente daquela indicada aos jovens na Palavra de Deus. É para mostrar o contraste entre esses dois padrões – os ideais da Palavra de Deus, e os ideais do mundo que nos cerca – que eu desejo me dirigir a você.


Quando se comenta a respeito de alguma pessoa, a questão que geralmente vem à tona é quanto à sua posição ou realizações. E se a pessoa, da qual se fala, puder ser chamada de alguém "bem sucedido", maior será o respeito e a consideração que despertará naqueles que tecem comentários a seu respeito. Quando se ouve que alguém tem sido bem sucedido, o sentimento é de que tudo está bem com aquela pessoa, o que é suficiente dentro dos padrões e da forma de pensar deste mundo. Ser "bem sucedido" neste mundo significa ter acumulado um certo volume de dinheiro e bens. Alguém que pode assinar seu nome em cheques de grande valor é considerado, aos olhos deste mundo, alguém bem sucedido. Outro, que vive ocupado em administrar seus lucros e suas várias propriedades, é apontado pelo mundo com o seguinte comentário: "Aquele é um homem de sucesso". Pode-se citar, ainda, alguém que, embora não tendo acumulado grandes fortunas, tenha se tornado um grande líder político. O mundo dá a ele grandes honras. Em qualquer um dos casos, estes homens viveram de forma a alcançar posições invejáveis neste mundo. As demais pessoas os contemplam e dizem a respeito deles: "Bem que eu gostaria de estar no seu lugar…". É isto que o mundo considera ser bem sucedido.


Se você observar um grupo de velhos colegas de escola, que se encontram depois de muitos anos, perceberá que ao perguntarem sobre este ou aquele colega, a resposta será quase sempre dada considerando a posição que tal pessoa alcançou neste mundo. Por muitas vezes, pude ouvir diálogos do tipo "Você tem notícias do Carlos?" "Ah! Sim; ele foi para o sul, montou uma empresa e está se dando muito bem nos negócios." Todos se sentem satisfeitos, e, o sucesso de Carlos, reflete favoravelmente entre eles. Você pode ver muitos exemplos disto ao seu redor, e é natural que sejamos afetados por esta maneira de pensar, passando a viver sob algum tipo de obrigação moral, ao buscarmos atingir os padrões que são aceitos pelas pessoas ao nosso redor.


Mas, quando comparamos tal ordem de coisas com a Palavra de Deus, tendo esta como nosso padrão, quão diferente passa a ser a nossa forma de enxergar o assunto. Este critério – o padrão da Palavra de Deus – nunca falha em mostrar a verdade. É o único padrão pelo qual eu e você podemos julgar corretamente esses assuntos. Se você se utiliza de um padrão falso, como poderá chegar a conclusões que o ajudem, se o padrão que adotou é falso? Vou citar, como ilustração, algo que aconteceu quando eu procurava uma nova chaminé para minha lareira. Tirei a medida do tubo da chaminé velha e constatei que tinha exatamente 25 centímetros de diâmetro. Comprei um novo tubo e, depois de muito tentar conectá-lo à velha lareira, achei que deveria reclamar ao vendedor pois, ao meu ver, ele havia se enganado na medida e me vendera o tubo errado. Eu pensava ter bons argumentos para reclamar, pois estava seguro da medida que havia encomendado. Isso, até eu descobrir que alguém havia cortado um pedaço da régua que eu tinha utilizado para medir o tubo velho. Eu havia utilizado um padrão errado e, portanto, todas as minhas conclusões estavam erradas, embora eu pensasse estar com toda a razão. Assim sucede quando "medimos" aquilo que o mundo chama de sucesso. Qual o padrão que você está usando?


No terceiro capítulo de Filipenses, encontramos um homem que começou tendo em vista um padrão que estava de acordo com este mundo, e então recebeu um repentino choque espiritual que o fez mudar totalmente de direção. Daquele momento em diante, até o dia de sua morte, ele adotou um novo padrão, padrão este que revolucionou toda a sua vida. Creio que, o mesmo acontecerá com cada um que desejar passar pela mudança que Saulo de Tarso passou, quando começou aquela jornada para Damasco, tendo consigo documentos que lhe davam poderes para trazer presos à Jerusalém, para serem punidos, todos os que professavam o nome do Senhor. Até então, que tipo de homem havia sido ele aos olhos deste mundo? Creio que ele tinha quase tudo que um homem almeja nesta vida. Encontramos uma relação completa a partir do versículo 4. Que esplêndida linhagem vemos ali! "Hebreu de hebreus" – algo como se pertencer a uma linhagem nobre. "Segundo a lei, fui fariseu"; o que significa uma posição na sociedade, pois os fariseus formavam a elite religiosa. "Segundo o zelo" – e isto nos fala de energia – "perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível". Ele tinha uma boa reputação. Ele não só tinha boa reputação como também era um homem de caráter. O que iria ele fazer com um início de carreira como aquele? Quão poucos possuem uma tal bagagem – antecedentes como os que ele tinha! E o que ele viria a fazer com tudo aquilo? Jogar tudo fora, “como esterco” (Fp 3:8)! Ele passou por uma limpeza geral, e teve um novo começo! Ouça o que ele diz: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo" (Fp 3:7). Que imensa mudança! É preciso o imenso poder da fé para capacitar um homem a fazer isso. Ele havia visto o Senhor em glória. Ele havia experimentado a luz que ofuscava o sol do meio-dia, e aquela visão nunca se desvaneceu; estava sempre presente diante de si e, em virtude disso, ele podia lançar tudo fora e dizer: "Reputei-o perda por Cristo".


É preciso fé, para alguém lançar fora coisas que são um ganho para si. Há certas coisas que facilmente lançamos fora, e sem as quais nos sentimos melhor. Tenho visto jovens que se livraram de vícios prejudiciais como a bebida e o fumo. É bom se livrar de tais coisas, mas você nunca iria dizer que tais coisas podem ser consideradas como ganho. O Apóstolo disse, "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo". Seremos nós capazes, pela graça de Deus, de abrir mão daquelas coisas que nos colocam em uma posição temporal vantajosa ao nosso progresso neste mundo? Estaremos prontos a considerá-las, como Paulo as considerou, perda por Cristo? Isto é verdadeira fé. Trata-se da energia da divina fé operando na alma. É isto que irá produzir um homem bem sucedido. Creio que se existe alguém bem sucedido na Bíblia – bem sucedido do ponto de vista de Deus – esse alguém é o apóstolo Paulo. Ao chegar ao fim de sua jornada, em vez de obter uma grande colheita de pesares e remorsos, o encontramos humildemente satisfeito com o balanço de sua vida, seguro em seu coração de haver “(combatido) …o bom combate, (completado sua) …carreira, (guardado) …a fé” (2 Tm 4:7), além de reconhecer que uma “coroa de justiça” já estava preparada para ele, “a qual o Senhor, o justo Juiz” (2 Tm 4:8), lhe daria.


Querido jovem, aquela “coroa” não está reservada apenas para Paulo, mas o Senhor também a dará a todo aquele que ama a Sua vinda; e não é certo que você também ama a vinda do Senhor? Se você já é um filho de Deus, não deixará de se regozijar ao olhar adiante no tempo, para o momento quando o Senhor Jesus irá aparecer em glória para buscar aqueles que são Seus por título e direito. Ele hoje é rejeitado; Ele não está buscando os Seus direitos; Ele é o desprezado e o mais indigno entre os homens. Sentimos que assim é; sofremos com Cristo e percebemos que Ele não está se apoderando daquilo que Lhe pertence, mas olhamos adiante, para o tempo quando Ele vai tomar posse daquilo que é Seu. Naquele dia o Seu gozo será o nosso gozo. Paulo podia encerrar sua carreira com aquela satisfação de que havia guardado a fé, (combatido) …o bom combate”.


Às vezes, encontramos jovens que se sentem, em um aspecto ou outro, melhores dotados do que outros. Há pouco tempo, encontrei um jovem rapaz que me disse ser um pouco diferente dos demais, pois era possuidor de uma capacidade intelectual superior, o que não lhe permitia aceitar se colocar em uma posição desprezível neste mundo. Segundo ele, isto podia ficar bem para alguém mais medíocre, mas nunca para alguém com a sua capacidade. Para ele, era uma perda – uma vergonha – ficar à margem da sociedade e desperdiçar todo o seu notável talento, para viver uma vida humilde para Cristo. Não quero dizer que ele colocou isto exatamente nestas mesmas palavras, mas não posso deixar de pensar que era este o fardo que pesava sobre sua mente. Não discuto suas afirmações sobre seu talento e sua capacidade. Creio que era um jovem bem inteligente. Quem sabe se você não tem a mesma atitude? Estive pensando no que encontramos em 1 Coríntios 4:7, em conexão com isto: "Porque, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?" Jovem Cristão, acaso você se encontra entre esses mais favorecidos, que receberam algo superior em termos de inteligência ou capacidade mental? Onde você conseguiu isso? Quantas vezes você se congratulou por possuir tal característica? Mas onde foi que a conseguiu? "E, se o recebeste, por que te glorias?" "Quem te diferença?", ou, em outras palavras, "quem te faz diferente?" Foi Deus Quem deu a você determinadas capacidades, e, é a Ele que deve dar o crédito por havê-las recebido.


No evangelho de Mateus, quando o Senhor distribui os talentos aos Seus servos, Ele dá a cada um conforme sua capacidade. Ele não dá o mesmo a todos. Quando Ele voltar para fazer o acerto de contas, o fará com base naquilo que havia dado a cada um. Você é um mordomo daquilo que Deus lhe confiou. O que irá fazer com isso? Você pode usar de todo esse potencial, que você diz possuir, para exaltar o seu ego, fazendo de cada sucesso um degrau para outro; se esforçando para subir cada vez mais. Você pode usar tudo o que recebeu para tal propósito, ou seja, para satisfazer o seu "eu". Mas o que me diz disto?: "Requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel" (1 Co 4:2). O que será daquele dia quando você tiver que prestar contas, quando o que será levado em conta será o uso que fez do que lhe foi confiado? Um deles veio ao Senhor e Lhe disse que havia guardado o que lhe fora confiado “em um lenço” (Lc 19:20). Ele recebeu a reprovação do Senhor. Deus deu a você talentos para usar para Ele, e naquele dia vindouro Ele irá requerê-los novamente de você.


No terceiro capítulo de Filipenses, versículo 8, encontramos: "E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo". Talvez você diga: "Mas isso tudo desencoraja a ambição; e eu preciso ter um objetivo na vida – algo que faça a vida digna de ser vivida". Concordo, é verdade. Deve-se ter um objetivo na vida, mas o apóstolo Paulo teve seu objetivo arrancado de suas mãos no caminho para Damasco, tendo sido dado a ele um novo objetivo. Ele deixou um para receber o outro. Deus nunca pede aos Seus que saiam pela vida afora sem um objetivo. Nossas vidas são largamente formadas pelo caráter do objetivo que temos diante de nós, e isso é mais verdadeiro do que nunca na vida dos Cristãos. Devemos ter um objetivo; Deus sabe disso, e que objetivo nos deu! Um objetivo do qual este pobre mundo nada conhece.


Acreditamos, que há certas pessoas neste mundo, que estão vivendo o que chamamos de uma vida altruística. Essas pessoas têm o grande propósito moral de servir à humanidade. Talvez, não estejam conscientes do quanto existe de egocentrismo misturado nisso, mas sentem-se na obrigação de se dedicarem a uma vida de sacrifício e serviço. No entanto, Deus colocou para você um Objetivo na forma de uma Pessoa, e esta Pessoa é o Filho de Deus. O apóstolo podia dizer, "O qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2:20). A carreira do apóstolo Paulo nesta vida não era temperada apenas com uma ambição benigna, mas também com amor e afeição, tudo em conexão com o Objetivo – Cristo – sempre diante de si. Não se tratava de um sentimento de obrigação; não era que ele tivesse resolvido agir assim, mas eram as afeições do seu coração que foram atraídas para Aquele que era o grande Objetivo de sua vida: "O Filho de Deus, o qual me amou".


Perceba que no versículo 8, que lemos acima, ele não diz, "Jesus Cristo, o Senhor" – mas "meu Senhor". O apóstolo Paulo sabia em seu coração que o Senhor Jesus Cristo era o seu Senhor. O que significa isto? Que era Ele Quem tinha absoluta autoridade sobre a vida de Paulo.


Querido jovem, ter um Salvador é uma grande bênção, mas será que você está consciente do que significa ter um Senhor, e de que Aquele que é nosso Senhor, possui o direito de exigir tudo de nós? Não estou me referindo a uma obediência baseada em lei, mas em uma obediência que é fruto de um sentimento de gratidão pelo que Ele fez por nós. "O Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2:20). Acaso Ele não tem o direito de requerer o que temos de melhor? Seria correto deixarmos de Lhe entregar alguma coisa? Acaso não devemos juntar tudo o que temos – o melhor de tudo o que temos – nossos desejos e aspirações, e depositá-los aos Seus pés, confessando-O como "meu Senhor"? Tomé fez tal confissão quando disse: "Senhor meu, e Deus meu!" (Jo 20:28). Você acha que se entregarmos tudo a Ele, colocando tudo em Suas mãos e dizendo, – "Senhor Jesus, entrego tudo a Ti; Tu deves ser o único propósito de meu viver", – vivendo com esta convicção em nosso coração, nossa vida tornar-se-á um fracasso? Querido jovem Cristão, é impossível que, assim fazendo, venhamos a fracassar; pelo contrário, tal atitude nos levará ao completo êxito!


Tenho falado com frequência a respeito de uma jovem da cidade de Hamilton, no Canadá, a qual é cega e aleijada. Será que ela é uma pessoa bem sucedida? Venha comigo até seu quarto no hospital e, enquanto falamos acerca do Senhor Jesus, você testemunhará o sorriso de gozo que brota em seu rosto, podendo ainda ouvi-la falar afetuosamente d'Ele. Toda a sua alma vive em função do nome do Senhor Jesus. Você acha que aquela jovem é bem sucedida? Você considera a sua vida um completo êxito ou um total fracasso? Antes, ela gozava de saúde, e se preparava para exercer a profissão de enfermeira; agora é uma aleijada sem esperança de cura, uma inválida que depende da misericórdia de outros. Acaso o êxito segundo Deus, conforme nos é apresentado em Sua Palavra, depende de saúde e vigor para ser alcançado? Se assim fosse, seria por demais cruel. Mas não é assim; Deus fez provisão para que até mesmo um inválido, incapaz até mesmo de levantar uma mão ou abrir um olho, tenha completo êxito. Costumamos ouvir no mundo a expressão: "Fulano tem sido muito bem sucedido". Creio que quando o Senhor Jesus olha para aquela pobre jovem, confinada a uma cama pelo resto de seus dias (e já fazem dez anos que ela se encontra assim), Ele pode verdadeiramente dizer: "Ela tem sido muito bem sucedida". Estou citando este caso apenas para mostrar como Deus vê as coisas neste mundo. Se cremos na Palavra de Deus, devemos crer que tudo o que nos cerca está caminhando para um só destino: o juízo! Este mundo foi julgado na cruz de Cristo: e quão triste é, alguém, buscar uma posição de destaque em um lugar onde o bendito Filho de Deus foi expulso e rejeitado; onde o Seu nome continua sendo blasfemado até hoje! Acaso existe lugar para Cristo nos assuntos deste mundo – em seus planos e conselhos? Jovem, você sabe que Cristo não tem um lugar neste mundo. Se você ambiciona ter seu nome exaltado aqui, entenda que isso é uma ambição vazia. Será que aqui é o lugar para se acalentar e alimentar – ou mesmo permitir – tal tipo de anseio em seu coração? Que possamos dizer, com uma real energia de coração: "Estou satisfeito em considerar tudo como perda por Cristo – considerar tudo – “como esterco, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiçamas a justiça que vem de Deus pela fé" (Fp 3:8-9).


Em Filipenses 3:10 Paulo nos diz: "Para conhecê-Lo, e à virtude (ou poder) da Sua ressurreição, e à comunicação de Suas aflições". Enquanto o mundo cada vez mais adora o poder, aqui vemos o extremo poder de Deus que levantou a Cristo dentre os mortos. É com este poder que você pode contar. Cristo já não Se encontra na sepultura; Ele já não Se encontra em humilhação, mas ressuscitou, saiu da sepultura pelo imenso poder de Deus e tudo se fez novo – um novo começo. Deus começou tudo de novo quando ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Este é o ponto de partida para você, e para mim: a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Qual o significado disto para nossos velhos desejos e aspirações? Ponha tudo em um lugar de morte. "Sendo feito conforme à Sua morte" (Fp 3:10).


Ó pompa, honra e glória mundana,

Que em vão expões teus encantos!"

É de Cristo, fiel Senhor, que emana

A razão de viver dos que são santos!


Será que já despedimos todas aquelas aspirações e desejos mundanos? Será que as lançamos em um lugar de morte? Temos uma vida que está associada com Cristo em Sua ressurreição e, enquanto aqui, somos participantes dos Seus sofrimentos, até àquele dia vindouro quando seremos participantes da Sua glória. Se ponderássemos mais nisto veríamos as vantagens que podemos receber de estarmos associados com Cristo. Foi o que fez Moisés. Ele olhou adiante e "escolheu antes ser maltratadoporque tinha em vista a recompensa" (Hb 11:25-26). Ele tinha em vista o dia vindouro, quando seria recompensado. Ele não era um perdedor ou um fracassado; teve o privilégio de estar no monte, participando da glória de Cristo.


Gostaria de expressar estes pensamentos de tal maneira que possa cativar o coração de nossos jovens. Alguns deles, estão se desviando para o mundo; outros estão sendo arrastados pela corrente, achando que devem fazer parte deste mundo, e se justificam, dizendo: – "Você acha que devo viver no anonimato? Você acha que devo me conformar a ser um João-Ninguém neste mundo?" – É triste dizer, mas alguns têm tomado a decisão errada; voltaram suas costas a Cristo, abandonando-O como o Objetivo de suas vidas e se recusando a serem feitos conformes à Sua morte. É triste, mas é o que está acontecendo atualmente.


Penso na possibilidade de você estar considerando tais coisas. Querido jovem, se você tem a Cristo como o objetivo do seu viver, pode ter certeza de que nunca será desapontado. Nunca houve um caso de desapontamento ao final de uma carreira que teve a Cristo como Objetivo. Mas, se você tiver algo menos do que Cristo, com certeza cedo ou tarde ficará desapontado.


Antes de terminar, deixe-me ler uma vez mais a passagem em Josué 1:8:

"Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e então terás sucesso" (Tradução da Bíblia inglesa – KJV).


Se você deseja uma receita para o sucesso, aqui está ela. O seu "livro da lei" é a “Palavra de Deus”, e a promessa permanece tão válida para você hoje, como era para Josué. Posso dizer até que a promessa é bem melhor do que quando foi feita a Josué, pois hoje podemos recebê-la com muito mais certeza. Temos a revelação de Deus em Cristo, e a total certeza de que se colocarmos a Cristo em primeiro lugar, iremos ter um caminho próspero e seremos bem sucedidos. Portanto, nunca pense que viver para Cristo significa levar uma vida de fracasso. Nunca será assim. Uma vida vivida em função deste mundo, isto sim, resultará em fracasso no seu final, tendo em vista o dia vindouro. Desejo insistir, jovem, para que, pela graça de Deus, tenha a Cristo como a razão do seu viver. Faça da Palavra de Deus a base sobre a qual está firmada a sua vida, e, assim, será bem sucedido!

C.H.Brown (1884-1973)

 

EU SOU DO SENHOR


Que conforto podemos encontrar em tais palavras! O Senhor Jesus nos redimiu com Seu “precioso sangue” (1 Pe 1:18-19), nos tem em grande estima e, nos tendo “comprado” para Si (1 Co 7:23), com toda certeza “estais guardados” (1 Pe 1:5). “Ninguém as (nos) arrebatará da Minha (Sua) mão” (Jo 10:28). Nossa vida está segura muito além de todas as eventualidades, pois está "escondida com Cristo em Deus" (Cl 3:3). "De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor" (Rm 14:8).


Mesmo sendo constantemente jogados de um lado para o outro, como o somos pelas circunstâncias que estão sempre mudando, o simples fato de estarmos aptos a dizer "Eu sou do Senhor" (Is 44:5) pode manter nossa alma em uma paz duradoura. É o céu começando aqui nesta Terra.


Venha o que vier – a dor ou a fadiga, pobreza ou perseguição, algemas ou prisões, fogo ou dilúvio – ainda assim as doces palavras, "Eu sou do Senhor", nos capacitarão a dizer: "Em nada tenho a minha vida por preciosa" (At 20:24).


E, que forças recebemos quando estas poucas palavras, "Eu sou do Senhor", tornam-se um pensamento permanente, a percorrer perpetuamente as mais íntimas recâmaras de nosso coração! Elas irão nos afastar do mundo mau; irão nos manter calmos e pacientes em meio à inquietação e rivalidade deste mundo, mesmo, enquanto estamos cercados por seus turbulentos distúrbios e revoluções; irão nos erguer muito acima de seus ocos prazeres, e nos proteger de seus perigosos estratagemas. Então, não estaremos “ansiosos por coisa alguma”; ficaremos ocupados apenas em agradar a nosso Pai, pois quaisquer que sejam as tribulações que possam nos ameaçar ou assolar, podemos nos manter confiantes, fazendo “conhecidas, diante de Deus, as nossas petições, …e a paz de Deus”, conforme nos promete a Sua Palavra, "guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Fp 4:6-7 – ARA).


A própria morte não é morte para o crente; é a entrada para a vida, desembaraçada de todas as coisas que nos oprimem neste mundo. Mas não somente a paz será nossa porção, como também estaremos permanentemente cheios de um esfuziante gozo, sabendo que "o que há de vir virá, e não tardará" (Hb 10:37), e então “estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:17).

E.J.Checkley (1860-1944)


 

A VITÓRIA DE JOSÉ


Quando José era jovem, conseguiu uma vitória que mudou toda a sua vida. Ele havia sido vendido como escravo para o Egito, mas o Senhor estava com ele e o fazia prosperar. Quando José foi feito mordomo-mor sobre tudo o que possuía “Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda” (Gn 39:1), Deus o abençoava e ajudava em tudo o que José fazia. Então José teve que tomar uma decisão que iria mudar sua vida.


A esposa de Potifar pedia a José que se deitasse com ela, incitando-o a cometer fornicação. Mas José se recusava, dizendo: "Como pois faria eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?" (Gn 39:9). A esposa de Potifar continuou a tentá-lo, procurando fazê-lo pecar, até o dia em que agarrou a José por suas roupas na tentativa de forçá-lo. Ele, porém, deixou sua roupa, fugindo da casa.


José fez três coisas distintas para ganhar a batalha contra a tentação de pecar. Primeiro, ele confessou que era responsável a Potifar por seus atos. Se José tivesse pecado, teria desonrado Potifar. Em segundo lugar, José reconheceu que ceder à tentação seria um grande mal e pecado contra Deus. Os princípios de Deus acerca de justiça eram de grande importância para José, e ele não iria querer pecar contra Deus. Finalmente, José fugiu da tentação. Não tentou enfrentá-la, nem lutar contra ela ou vencê-la. Ele fugiu da tentação, e ao fazer isto admitiu que não tinha poder em si mesmo para resistir, e que confiava em Deus para defendê-lo.


A vitória de José sobre o pecado da fornicação, não foi fácil de ser conquistada. Ele foi acusado falsamente, e encarcerado por um crime que não cometeu. Mas aos olhos de Deus, José havia conseguido uma grande vitória. Ele venceu porque não confiou em sua própria força, mas sim na força de Deus.


Assim como José, também temos uma decisão a tomar. O mundo ao nosso redor não está interessado em interromper suas concupiscências; a fornicação é aceita por muitos hoje em dia, mas os princípios de Deus não mudaram. Imoralidade e fornicação, continuam a ser um grande mal, e pecado contra Deus.


Nós fomos comprados pelo bendito Filho de Deus, Jesus Cristo. José foi vendido ao Egito, mas nós fomos comprados, libertos da morte e do juízo. O preço que nosso Redentor pagou por nós nunca, jamais, será compreendido ou avaliado. Ele deu Sua vida para que tenhamos a vida eterna. Assim já não pertencemos a nós mesmos, mas fomos comprados com o sangue de Jesus.


Nosso desejo deve ser o de servir e honrar Àquele que morreu por nós. Ele nos deu o “Espírito Santo, que habita em nós” (1 Co 6:19). Sendo assim, como devemos agir? Em Romanos somos instruídos: “apresentei os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1). Nossas vidas, o que dizemos, o que fazemos, e até mesmo o que pensamos, deve ser para a honra de Deus. “Conserva-te a ti mesmo puro.como também Ele é puro” (1 Tm 5:22; 1 Jo 3:3). Nossa vida deve ser de tal forma, a sermos “santificado(s) e idôneo(s) para uso o Senhor, e preparado para toda a boa obra” (2 Tm 2:21). Um vaso contaminado não serve para uso do Senhor. “Conserva-te a ti mesmo puro”.

Verdades Bíblicas

 

A OFERTA CRISTÃ E O DÍZIMO


Se tivéssemos sido israelitas, vivendo na Palestina antes de Cristo haver morrido e ressuscitado dos mortos, seríamos obrigados a dar dízimos (ou a décima parte) de todos os nossos rendimentos, dos produtos de nossas plantações e do aumento de nosso rebanho, segundo a lei de Moisés que dizia: "Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se recolher do campo" (Dt 14:22)."Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao SenhorTocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor" (Lv 27:30,32).


Enquanto Cristo, o Messias de Israel, "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl 4:4), esteve no mundo, guardou a lei com total perfeição. Ele exaltou a lei e engrandeceu-a, pois "Foi do agrado do Senhor, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa" (Is 42:21 – ARA). Ele podia dizer: "Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a Tua lei" (Sl 40:8 – ARA). Da mesma maneira, Cristo insistiu que a lei fosse obedecida pelos judeus: "Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras" (Mt 23:2-3). "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt 23:23).


Houve, porém, uma mudança radical quando Cristo subiu ao céu e, dez dias depois, no dia de Pentecostes, enviou o Espírito Santo. Este congregou os crentes em Cristo num só corpo, a Igreja de Deus; até àquele momento, haviam apenas duas classes de pessoas no mundo: os gentios e os israelitas; porém com a formação da Igreja, passaram a existir três: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus" (1 Co 10:32).


A “vocação” do Cristão é “celestial”, enquanto a do israelita era terrena (Hb 3:1 e Gn 28:13). A “bênção” do Cristão é “espiritual”; a do israelita era material (Ef 1:3 com Dt 28:3-5). Ao Cristão, em peregrinação por este mundo que "está no maligno" (1 Jo 5:19), o Senhor prometeu apenas três coisas: 1. “Sustento”; 2. “Com que nos cobrirmos” e, 3. “Perseguições” (1 Tm 6:8; 2 Tm 3:12). Porém, ao israelita fiel Deus prometeu saúde, prosperidade e segurança contra seus inimigos (Dt 7:12-15).


Da mesma forma, a oferta Cristã também está totalmente em contraste com o dízimo israelita. O que foi ordenado aos israelitas, ou seja, dar o dízimo, não é mencionado, nem uma única vez, no ensino dirigido aos Cristãos, seja no livro de Atos ou nas 21 epístolas, que são, 14 de Paulo, 2 de Pedro, 3 de João, 1 de Tiago e 1 de Judas (apenas em Hebreus 7 é citado o dízimo, porém em conexão com Abraão e também com o sacerdócio levita). Ao contrário do judeu, que era obrigado a dar o dízimo, o Cristão é motivado a dar sua oferta pelo "amor de Cristo que nos constrange" (2 Co 5:14). "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis" (2 Co 8:9). O crente oferece ao Senhor "o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade" (1 Co 16:2). Deus Se agrada da prontidão de vontade, pois "se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem" (2 Co 8:12).


Antigamente o israelita fiel tinha sempre como oferecer o seu dízimo a Jeová, pois Jeová o abençoava materialmente. Há, porém, milhares de Cristãos fiéis que carecem de recursos materiais, entre eles pais de família com esposa ou filhos enfermos. Estes, que muitas vezes não tem como oferecer ao Senhor nem ao menos um por cento dos seus minguados salários, como iriam oferecer dez por cento? "Será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem" (2 Co 8:12). Será que o Senhor, que é riquíssimo, iria requerer de um pai de família uma quantia que o levasse a desobedecer a exortação "a ninguém devais coisa alguma" (Rm 13:8)? É um pecado o que fazem alguns dos, assim chamados, líderes ou pastores, que exigem rigorosamente o dízimo de desafortunados Cristãos que se encontram sob o seu mando.


Cada Cristão é mordomo de tudo quanto o Senhor lhe tem dado. Se o Cristão possui bens neste mundo, a questão não é de quanto ele deve dar, mas antes, de quanto se atreve a guardar para si. Há crentes ricos (são poucos) que oferecem ao Senhor até 90 por cento dos seus rendimentos. "Cada um contribua segundo propôs no seu coração" (2 Co 9:7). Os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios tratam, em sua totalidade, do sacrifício ou oferta dos Cristãos, e todo o assunto termina por esta frase bastante significativa: "Graças a Deus pois pelo Seu dom inefável" (2 Co 9:15).


O Senhor Jesus disse o seguinte acerca da viúva que "deitou duas pequenas moedas" na arca: "Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento" (Mc 12:41-44). O Senhor avalia o motivo do coração, e não toma em conta a importância material da oferta.


Para que o leitor possa meditar mais sobre o assunto, deixamos as passagens do Novo Testamento que dizem respeito à oferta Cristã, individual ou coletiva: (At 11:27-30; Rm 12:8,13; 1 Co 16:1-3; 2 Co 8, 2 Co 9; Gl 6:6; Fp 4:10-19; 1 Tm 6:17-19; Hb 13:15-16; Tg 2:15-16; 1 Pe 4:9-10; 1 Jo 3:16-18).

J.H.Smith (1903-1978)


 

NÃO TENHA MEDO DE PERDER A SALVAÇÃO


É um sentimento muito comum, aos recém-convertidos ao Senhor, o medo de perderem a sua salvação, por notarem que o pecado continua a operar em sua carne. Como quem escreve estas linhas viveu também tal experiência e, pela graça de Deus, a superou, desejo ajudar os que sentem tal amargura que é o medo de se perderem novamente.


Não é possível que isto aconteça, pois Cristo "com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (Hb 10:14). O medo de se perder a salvação, ocorre quando o coração não está firme no fato de que a salvação não depende da nossa conduta, seja antes ou depois da conversão, mas unicamente da perfeição e eficácia da obra de Cristo na cruz. "Temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.Portanto, pode também salvar PERFEITAMENTE os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 10:10; 7:25).


Por conseguinte, queridos remidos pelo precioso sangue de Cristo, não tenham medo, pois "se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu" (Rm 8:31-34).


Quando um certo pregador voltou a visitar uma localidade onde havia estado um ano antes, aproximou-se dele uma recém-convertida, com lágrimas nos olhos, dizendo-lhe:

  • É horrível o que está acontecendo comigo! Já não sinto a felicidade de ser salva…"

  • Você está decepcionada consigo mesma? – perguntou o visitante.

  • Sim – foi a resposta – Sinto uma grande tristeza dentro de mim.

  • Vamos examinar, então, qual é a causa de sua tristeza – disse ele, e continuou – Você acredita que, quando aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador no ano passado, Ele sabia que você estaria sentindo isto agora, assim como Ele sabe de tudo o que vai acontecer ao longo de sua vida?

  • Certamente que sim! – foi a resposta.

  • Você já sabe que Ele não a desprezou quando foi a Ele, como promete na Sua Palavra: "O que vem a Mim, de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6:37). Agora você se sente decepcionada consigo mesmo, mas deve perceber que o Senhor, quando a aceitou, já sabia que isto ia acontecer, e a aceitou assim mesmo. Você não acha, então, que o seu temor reflete uma certa desconfiança do que o Senhor Jesus Cristo fez na cruz do Calvário, por você e por cada um que n'Ele crê?

O rosto da jovem, antes choroso e triste, iluminou-se com alegria e gozo, pois estas reflexões devolveram a paz e o sossego à sua alma.


No coração de cada filho de Deus, deve reinar o gozo e a paz, por reconhecer que o amado Senhor Jesus Cristo, não morreu na cruz somente por um número limitado dos nossos pecados, mas por todos eles. Deus conhece de antemão a nossa vida e natureza, e não limita o Seu amor à nossa fidelidade. Lemos esta verdade no Salmo 103, que diz: "Ele conhece a nossa estrutura; lembra-Se de que somos pó" (Sl 103:14).


Lemos, pois, que o Senhor Jesus levou "em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" (1 Pe 2:24). Sim, querido leitor, "Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pe 3:18). Aos que confiam n'Ele como seu Salvador, Cristo salva-os eternamente!

 

"O TEMPO QUE VOS RESTA"


"Que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece" (Tg 4:14)


Aquela manhã de primeiro de Junho tingiu-se de tragédia e dor, quando um jovem que seguia de motocicleta para o trabalho foi atropelado por um automóvel que, segundo parece, não respeitou o sinal de "Pare". Poucos momentos depois, o barulho de uma ambulância rasgou o silêncio matinal, e logo médicos e enfermeiras se empenhavam desesperadamente em salvar uma vida de 20 anos que se escapava. A tudo isso, seguiram-se umas palavras de despedida dos angustiados pais, quando o ferido foi transportado para o hospital da cidade grande mais próxima. Todos os esforços foram em vão, e a triste notícia dada à família e amigos foi… a da morte!


Se na noite anterior, alguém tivesse perguntado ao jovem quanto tempo ele teria para o restante de sua vida, certamente ele teria respondido que não sabia.


E você, querido leitor, poderia dar-me uma resposta se eu perguntasse o quanto de vida lhe resta? Ou outra pergunta mais séria: Para onde você irá no fim de sua vida? Felizmente eu posso dizer que este jovem que morreu foi "estar com Cristo, porque isso é ainda muito melhor" (Fp 1:23). Sim, meu querido leitor, ele conhecia o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. E você, conhece o Senhor Jesus?


Gostaria que lesse tudo com atenção, pois, desejo explicar-lhe como poderá ter a certeza de onde irá passar a eternidade. Sim, querido leitor, por meio da Palavra de Deus podemos conhecer o destino de nossa alma imortal.


Lemos na Palavra de Deus que: "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n'Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).


Talvez você diga a si próprio: "Bem, não sou tão mau assim; nunca cometi nenhuma atrocidade, portanto, tudo irá correr bem quando eu morrer; não preciso estar com medo… pelo menos, assim espero". Mas repare no que diz a Palavra de Deus: "não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:22-23).

Esta afirmação nos inclui a todos: a você, a mim, bem como ao jovem que morreu no acidente. Alguma vez você confessou, na presença de Deus, que é um pecador? Você sabe que Ele o ama e, providenciou um meio pelo qual, todos os seus pecados podem ser retirados para sempre? Isso acontece porque "o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo 1:7).


Eu conhecia muito bem o jovem que morreu no acidente, pois era meu próprio filho. Embora o amasse muito, não pude fazer nada para salvar a sua vida. Ao sair de casa naquela bela manhã de primavera, ele disse adeus e se foi, sem que nada nos fizesse prever que ele morreria logo depois. Nunca poderia imaginar os tristes acontecimentos que aquele dia me reservava. Mas conheço outro Pai que amava Seu Filho com um amor muito mais profundo do que você ou eu poderemos imaginar. Contudo, Ele O enviou a este mundo para morrer por amor de nós, pecadores: "O Pai enviou o Seu Filho, para Salvador do mundo" (1 Jo 4:14). Que amor tão maravilhoso! Você não crê n'Ele?


O jovem, a respeito, do qual escrevo não deu sua vida de vontade própria. Não, enquanto permanecíamos ao seu lado naquele pronto-socorro, podíamos sentir os seus esforços para se manter vivo, enquanto sua preciosa vida se esvaía. mas o bendito Senhor Jesus, o eterno Filho do Deus vivo, deu Sua vida por você e por mim. "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1 Tm 1:15).


Permita-me, agora, dirigir-me a você com toda sinceridade. Se o seu pai estivesse escrevendo estas linhas a seu respeito, o que ele iria dizer? Será que ele poderia dizer com certeza, a respeito de você: "Ele está com Cristo, o que é muito melhor"? Ou ele teria que dizer: "Não sei…"?


Você não gostaria de ter esta questão resolvida de uma vez para sempre? Você não gostaria de ser salvo? Você pode ser salvo. Tudo o que precisava ser feito para sua salvação já foi feito por outra Pessoa. "Por este se vos anuncia a remissão dos pecados. por ele é justificado todo aquele que crê" (At 13:38-39).


Deus providenciou um meio de salvação claro e simples. Lemos na Bíblia que "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm 10:9).


O título deste artigo foi tirado de 1 Pedro 4:2: "Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus". Se você já aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador pessoal, gostaria de o encorajar a ler sua Bíblia diariamente, e a ser fiel Àquele que morreu para redimi-lo, vivendo "o tempo que vos resta" para fazer “a vontade de Deus”.

Echoes of Grace: 1984

 

DEVE-SE USAR MÚSICA INSTRUMENTAL NAS REUNIÕES?


O ensino acerca do que é aceitável e agradável a Deus, nesta dispensação presente, é de primordial importância para nosso louvor e adoração, e se trata do mais alto privilégio que um Cristão pode ter enquanto aqui. Três passagens das Escrituras nos dão instruções claras a respeito:


"Ora o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 15:5-6).


"Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne" (Fp 3:3).


"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tão pouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas" (At 17:24-25).


No louvor e adoração, o Espírito de Deus usa a boca do crente, que se regozija em Cristo com entendimento, para dar expressão ao propósito de glorificar ao próprio Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso é extremamente positivo, muito embora existam algumas restrições. A carne não pode participar disso, assim como não terá lugar no louvor, aquilo que é produzido pela mão do homem. As Escrituras são claras e conclusivas a respeito, e devemos ser guiados por elas.


Em Hebreus, nos é apresentado o lugar que temos para adorar: "Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus" (Hb 9:24).

"Tendo pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus" (Hb 10:19).


"Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos pois a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura. Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome" (Hb 13:12-15).


Hoje, portanto, adoramos nos céus onde se encontra nosso Sumo Sacerdote. Há, porém, um lugar nesta Terra, que está conectado com nosso lugar nos céus, onde Cristo prometeu estar presente, conforme nos diz em Hebreus 2:12: "Anunciarei o Teu nome a Meus irmãos, cantar-Te-ei louvores no meio da congregação".


A música instrumental, não deveria ser trazida para as reuniões da igreja ou assembléia. Na adoração, a música instrumental, só irá satisfazer aos sentidos da carne, e isto não é e nem pode ser aceitável a Deus.


Em nossos lares já é diferente, e os instrumentos musicais podem nos ser de auxílio, ajudando-nos, inclusive, a aprendermos a cantar mais corretamente. Creio que o desejo de Deus, é que os Cristãos escrevam seus próprios hinos, salmos e cânticos espirituais em suas próprias línguas. Isto está de acordo com Efésios 5:19, e deve ser feito com melodias apropriadas.


Devemos nos lembrar, que estamos sob a graça, e não sujeitos à lei. Deus não nos deu leis e regras para estes dias, e não devemos criá-las. É, porém, digno de nota que as harpas, e os órgãos, tiveram início na cidade de Caim, depois que ele saiu da presença de Deus.

C.Buchanan (1917-2012)

 

"NÃO REPOUSES A TUA MÃO"


"Quem somente observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. …Semeia pela manhã a tua semente, e à tarde não repouses a tua mão, porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas" (Ec 11:4,6).


Paralisado como consequência de um acidente, um jovem chamado Pascal não tinha nenhuma companhia, além daqueles que lhe prestavam cuidados. Condenado a permanecer inativo, passou a ler a Bíblia e Deus acabou por falar ao seu coração. Primeiro lhe mostrou o seu estado pecaminoso e então lhe apresentou ao Salvador, Jesus, o Filho amado de Deus, morto pelos pecadores. Finalmente, Deus quis fazer deste jovem um servo Seu. Mas como poderia? Primeiro, Pascal começou a orar com assiduidade, enquanto perseverava na leitura e meditação da Palavra de Deus. Passou muito tempo falando com Deus: orações pelos seus, por seus vizinhos, amigos e por todos os homens. Logo, Pascal pensou que poderia servir a Deus copiando passagens das Escrituras em pedaços de papel e lançando-os pela janela, esperando que Deus viesse a tocar a consciência de algum transeunte.


Foi desta maneira, que um homem idoso encontrou no chão um daqueles pequenos textos e leu: "Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (At 16:31). Desejou saber de onde vinha aquela mensagem, e descobriu em Pascal alguém que tinha muitos motivos para se lamentar mas que, pelo contrário, irradiava alegria.


Aquele testemunho vivo de um Cristão cheio do amor de Deus tocou o coração do homem, o qual quis também conhecer a Jesus. Não demorou para que ambos, o jovem e o ancião, desfrutassem juntos da comunhão com o mesmo Salvador.

 


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