(Revista bimestral publicada originalmente em Novembro/Dezembro1988)
ÍNDICE
"Leva-me Tu, correremos após Ti"
(Ct 1:4)
Quanto mais conhecermos de Cristo, mais desejaremos conhecer. Quando estamos mais perto d'Ele, mais perto ainda nós queremos chegar. Aprendamos com Paulo que disse: "Para conhecê-Lo" (Fp 3:10); no entanto, não houve ninguém na Terra que O conhecesse melhor. E, outra vez, ele disse "para que possa ganhar a Cristo" (Fp 3:8); não obstante, nunca houve outro santo mais certo do seu prêmio do que Paulo. Mesmo quando estava prisioneiro em Roma e tinha miséria, podia dizer com verdade: "para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho" (Fp 1:21). Que experiência tão rica! Que confiança tão tranquila! Que gozo ilimitado é expresso na sua carta aos filipenses!
A.M.
SOBRE O EVANGELHO DE MATEUS
(continuação do número anterior)
"E, aconteceu que, acabando Jesus de dar instruções aos Seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, a dizer-lhe: És Tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim" (vs.1-6).
João Batista sofria por causa da justiça, "porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o manietado e encerrado no cárcere por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la" (Mt 14:3-4). Era o mesmo João que tinha dado testemunho de que Jesus era o “Filho de Deus” (Jo 1:32-34). Estava no cárcere e, ouvindo as obras maravilhosas que Cristo fazia, pensava talvez: "Se Ele é o Messias, porque me deixa assim encarcerado!". Então, enviou os seus discípulos para perguntarem se Ele era o Messias.
A resposta de Jesus deu-lhe a entender que sim; porém o Senhor acrescentou uma mensagem que ninguém – nem sequer os mensageiros, – a não ser o próprio João, teria podido entender: "Bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em Mim”. Noutras palavras: "João, não duvides de Mim, tão pouco do Meu poder. Se ainda permito que permaneças no cárcere de Herodes, tu, confia em Mim”. E lembra-te, João, do testemunho que destes: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). Ainda que tenhas que morrer, confia em Mim. Terás um galardão sobremodo grande.
"E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento? Sim, que fostes ver? Um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis. Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo Eu, e muito mais do que profeta; Porque, é este de quem está escrito: Eis que diante da Tua face envio o meu anjo, que preparará diante de Ti o Teu caminho. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele" (vs.7-11).
Ainda que o bendito Senhor tivesse dado a João – duma forma muito suave – uma palavra de admoestação, no entanto reivindicou-o enfaticamente perante o povo: "um profeta? Sim, e muito mais do que profeta". Pois os profetas de outrora tinham profetizado de João! (Veja Is 40:3; Ml 3:1; Mt 3:1-3).
"Mas, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele". Esta afirmação surpreendente do Senhor Jesus requer a nossa consideração atenta. Há que lê-lo no seu contexto: "E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a Lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir ouça" (vs.12,15).
"O reino dos céus" não é o céu. O reino está aqui embaixo na Terra, pois nesta esfera o Senhor havia de mencionar a existência de "contenda (discórdia)" (Lc 22:24), de uma "árvore" imunda (Mt 12:33), de "fermento" (1 Co 5:8) e de "peixe" mau (Mt 7:10). Não há, nem haverá, absolutamente nada dele no céu. O reino está aqui, mas o Rei está lá, já que foi rejeitado pelos seus súditos, os judeus.
"Todos os profetas e a Lei" profetizaram do reino glorioso do Messias, do Filho do Homem, que havia de vir. Porém, com a vinda de João Batista, houve uma mudança; o reino foi anunciado: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt 3:2). João não esteve no reino, mas com o seu anúncio ele terminou seu testemunho, e o Senhor permitiu que ele fosse martirizado por Herodes, para que ganhasse "uma melhor ressurreição" (Hb 11:35). Ora, o Rei não veio em manifestação gloriosa e para exercer o Seu reinado, mas sim em humilhação e servindo o homem. Os judeus, representados pelos seus líderes, os sacerdotes e anciãos, esbarraram com Ele e O rejeitaram. Porém, os valentes arrebataram o reino. Um escritor disse: "Ora, a energia do Espírito impeliu os homens a abrirem caminho por meio de cada dificuldade, e de toda a oposição dos líderes da nação e do povo cego, para que a todo o custo alcançassem o reino dum Rei rejeitado pela incredulidade cega e obstinada daqueles que O deviam ter recebido. Era preciso… essa violência para entrar no reino".
(J.N.Darby)
Quando apareceu "um anjo do Senhor", e Zacarias, disse-lhe que o seu filho, João Batista, iria "adiante d'Ele (do Messias, Jesus) no espírito e virtude (poder) de Elias" (Lc 1:11, 17). Por isso, Jesus ratificou que João Batista tinha desempenhado essa comissão, e não que era o próprio Elias. Era uma verdade que só os que tinham fé e discernimento podiam entender: "quem tem ouvidos para ouvir ouça".
Mas, há outro aspecto da nova posição, estabelecida no mundo pela morte expiatória e pela ressurreição de Cristo, uma posição na qual cada crente n'Ele entra agora (enquanto que o rei está oculto no céu, esperando a Sua manifestação gloriosa). O israelita esperava a redenção (Lc 2:38); porém o Cristão já a tem cabalmente consumada (Hb 9:12; Ap 1:5,18; 5:9). O israelita tinha que oferecer muitos sacrifícios e recorrer ao sacerdote levítico continuamente. Porém, o Cristão tem um Grande Sumo Sacerdote, o qual “Se deu a Si mesmo (como a oferta) por nossos pecados” (Gl 1:4); “porque isso fez Ele, uma vez, oferecendo-se a Si mesmo. …perfeito para sempre” (Hb 7:27-28); “Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10:1-4,14). O israelita nunca podia entrar na presença de Deus, a exceção do “sumo sacerdote, uma vez no ano” (Hb 9:7-10); porém o Cristão é constituído sacerdote santo, e tem o convite de "entrar no santuário, pelo sangue de Jesus" (Hb 10:19-20). Por isso, cada Cristão, ainda que seja “o menor”, é posicionalmente maior que qualquer crente da dispensação da lei, seja João, Davi ou até Abraão. Que forma de andar nos convém então, amados irmãos em Cristo!
Pensamento:
Não tem valor pregar a graça de Deus se não a colocamos em prática. De nada aproveita falar dos tratos divinos, cheios de misericórdia e longanimidade, se tratamos os outros com uma justiça inflexível.
Pensamento:
Não devemos nunca nos esquecer de que o mandamento de Deus é para apartarmo-nos da iniquidade, e não nos misturarmos com ela. O erro nunca é mais enganoso do que quando está misturado com a verdade.
"A MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL"
Um dos novos falsos cultos dos nossos dias chama-se "Meditação Transcendental." Dizem os seus proponentes que ela pode "desenvolver a mente… descontrair o corpo… aliviar as tensões…transformar a vida… realizar o seu potencial pleno… pôr fim às guerras… e tudo isto sem esforço!"
Para o crente no Senhor Jesus há um conselho muito oportuno em Provérbios: "O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos" (Pv 14:15).
Quem institui esta nova técnica intitulada "A Meditação Transcendental"? É um "guru" hindu chamado Maharishí Mahesh Yogi. É discípulo dum dos mais destacados líderes, religiosos da Índia, um mestre hindu chamado guru Dev. Este mandou Maharishi desenvolver uma forma simples de meditação que qualquer pessoa pudesse aprender e praticar.
Uma afirmação, muito enfática dos proponentes do movimento enganoso, é que não tem nada a ver com a religião, mas eles mentem descaradamente. No princípio Maharishi não fez nenhum esforço para ocultar o seu fundamento e natureza religiosa. De fato, um dos títulos que o movimento tem é "Movimento Espiritual Regenerativo". Porém, quando Maharishi trouxe a sua "Meditação Transcendental" para as Américas, não podendo promovê-la por meio das escolas públicas por causa da sua origem religiosa, escolheu outros dois títulos: "Sociedade Internacional Escolástica de Meditação" e "A Fundação Americana da Ciência da Inteligência Criativa", de modo que a meditação transcedental está sendo promovida como "ciência", e não como uma "religião".
Mas Maharishi já tinha divulgado os seus propósitos quando escreveu: "Por meio de… a meditação transcendental… os povos estarão muito mais perfeitos e desenvolvidos nas suas perspectivas, e alguns entrarão na investigação dos ensinos e verdades védicas (pagãs), e as propagarão. Assim toda a sabedoria da vida integrada estará ao alcance de todos… O conhecimento dos vedas (livros religiosos dos hindus) é eterno, e trata da criação e da dissolução. É o conhecimento eterno".
É patente, então, que a meditação transcedental não é somente um simples procedimento científico proposto para o benefício da humanidade, mas antes um artifício enganoso para introduzir pessoas ingênuas nas práticas do hinduísmo.
A técnica da meditação transcedental tem que ser praticada duas vezes por dia… durante 15 a 20 minutos. Uma pessoa senta-se numa atitude descontraída, com os olhos fechados, e repete uma palavra sânscrita chamada "mantra". A definição de uma mantra é: "Uma fórmula mística de invocação e encantamento usada na religião hindu".
Ora, o que ocorre durante esse tempo de meditação está descrito para o público em termos médicos e metafísicos, enquanto que o verdadeiro significado "religioso" da meditação transcedental é ocultado.
Basta citar dos livros de Maharisi para demonstrar o seu fundamento religioso e pagão. No seu livro, "A Meditação Transcendental" diz: "Não importa se se chamam Cristãos, maometanos, hindus ou budistas – qualquer nome terá valor". Porém a Bíblia diz: "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro Nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12). Maharishi continua a dizer no mesmo livro (p.251): "O verdadeiro espírito da religião está deficiente quando trata somente do bem e do mal e cria na mente do homem o medo do castigo e do inferno e do temor de Deus". Porém Jesus Cristo disse: "E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes Aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo" (Mt 10:28). E Maharishi diz: "Não creio que Cristo tenha jamais sofrido". (Meditações de Maharishi, p.123). A Escritura diz: "Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pe 3:18).
Devemos prestar atenção às admoestações das Escrituras. "Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Cl 2:8). "Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados" (2 Tm 3:13).
Mas, num contraste enfático, quão bendita e satisfatória é a meditação aconselhada na Bíblia! De todos os pontos de vista é infinitamente superior à da "meditação transcedental", pois coloca o que medita em comunhão com o seu Deus Criador e Salvador. Além disso, contribui para o bem-estar mental, nervoso e físico, que é buscado como meta pela meditação transcedental, sem envolver a pessoa com poderes infernais.
Consideremos, alguns versículos bíblicos que falam da meditação: "…tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria" (Sl 1:2-3). "Ó Senhor; atende à minha meditação" (Sl 5:1). "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a Tua face, Senhor. Rocha minha e Libertador meu" (Sl 19:14), "Quando… meditar em Ti nas vigílias da noite" (Sl 63:6). "Quanto amo a Tua lei é a minha meditação em todo o dia" (Sl 119:97). "Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos" (1 Tm 4:15).
(Traduzido e adaptado da “CHRISTIAN NEWSLETTER” nº 67, por J.H.Smith)
Pensamento:
A mente do homem não convertido é um joguete do diabo.
A BORBOLETA, UMA MARAVILHA
A borboleta é um forte testemunho contra a teoria da evolução. Alguém já disse: "Jamais o gênio humano concebeu algo tão maravilhoso e belo como a borboleta".
Na verdade não se pode achar nada mais belo do que a borboleta, em toda a natureza. Porém, antes que uma borboleta chegue ao seu estado adulto, tem que passar por uma completa metamorfose, ou seja, uma transformação, em quatro estágios: o ovo, a lagarta (larva), a crisálida (pupa), e, aí então, borboleta adulta. Por que um processo tão intrincado para produzir uma borboleta? Por que não incubar diretamente o ovo? Como parece ser o processo natural da evolução.
É como se o grande Deus Criador, ridicularizasse o evolucionista, que pretende crer que toda a vida se desenvolveu sem nenhum plano, surgindo do nada por um processo chamado "a seleção natural", ou seja, "a sobrevivência do mais forte". Sem plano, sem uma sabedoria inteligentíssima, nem num bilhão de anos poderia um óvulo transformar-se numa lagarta feia, em seguida a lagarta numa crisálida informe, e finalmente, a crisálida numa borboleta.
Será por acaso que Deus, o Mestre Criador, designou o ciclo de vida da borboleta para nos ensinar uma lição? Existem indubitavelmente verdades espirituais e morais que são ilustradas na natureza – e a metamorfose da lagarta numa borboleta é uma lição óbvia. Se a lagarta, repulsiva e ávida, é uma figura do homem caído no seu estado pecaminoso, da mesma forma a transformação numa belíssima borboleta é uma figura da necessidade e realidade do novo nascimento (Jo 3:3-7); assim também, a libertação da crisálida é um tipo da vida em ressurreição. (Ef 2:1-5; Rm 6:1-5; 1 Co 15:42-44; Fp 3:21).
(Extraído de WHY WE BELIEVE IN CREATION, NOT IN EVOLUTION
"Porque acreditamos na criação, e não na evolução,"
por Fred John Meldau, páginas 297, 298
Traduzido e adaptado por J.H.Smith)
A FÉ E A INCREDULIDADE
"Os discípulos, …assustaram-se" (Mt 14:26). A incredulidade interpõe as circunstâncias entre a pessoa e Cristo, não O podendo ver através da neblina. A fé, interpõe Cristo entre a pessoa e as circunstâncias, não as podendo ver "por causa da claridade da luz".
A incredulidade fixa a sua mira nos homens, nas coisas, nas probabilidades, nas possibilidades e nas circunstâncias. Porém a fé fixa o seu olhar no Senhor, e está perfeitamente convencida de que Ele pode suprir todas as suas necessidades e levá-la à glória.
"NEGUE-SE A SI MESMO"
Não conheço outra frase tão própria para encher de paz a alma, que esta: "Não estejais inquietos por coisa alguma" (Fp 4:6). Quão frequentemente tenho experimentado o poder destas três palavras: "por coisa alguma"!
Quando estamos realmente fracos, Deus nunca nos abandona; porém, se não temos o sentimento das nossas debilidades, teremos que o aprender pela experiência amarga. A grande questão para nós é chegar a uma dependência absoluta da fidelidade infalível de Deus e do Seu amor incansável e constante que nos conduzirá até ao final da nossa jornada.
Podemos elevar orações sinceras, e manifestar a verdade como nosso testemunho, mas se não temos em conta a nossa dependência total e absoluta do Senhor, faltar-nos-á o vigor na peleja. O Senhor diz: "Se alguém quer vir após Mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-Me" (Lc 9:23); se Me seguis, posso dar vossa cruz; é tudo que vos posso dar de momento. Sereis como Eu e estareis também muito perto de Mim; assim pois, se já estais no caminho para a glória, podeis esperar com certeza encontrar a cruz. Estais dispostos a carregar a vossa cruz, ou interrogais-vos se não haverá um caminho melhor?
O Senhor não conhece outro caminho, nem eu tão pouco. Olhando para Deus, a alma eleva-se acima dos rochedos e penhascos; com Ele é tão fácil andar sobre um mar embravecido como sobre um mar calmo.
(J.N.Darby)
Pensamento:
Abraão encontrou na montanha um lugar onde podia interceder perante Deus, enquanto que Ló dizia: "Não posso escapar no monte, pois que tenho medo que me apanhe este mal, e eu morra" (Gn 19:19). A incredulidade olha sempre o lugar da fé como o mais pasmoso – todo tenebroso.
SOBRE A PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS
(continuação do número anterior)
"E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tão pouco, ainda agora podeis; porque ainda sois carnais: pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" (vs.1-3).
Que repreensão, tão dura, a que o apóstolo teve que fazer aos seus filhos espirituais, os crentes de Corinto! Por causa das suas "invejas, contendas e dissensões" ele teve que falar-lhes "como a meninos em Cristo", e dar-lhes "leite", porque eram carnais e andavam como homens naturais, ou seja, semelhantes aos descrentes.
E qual foi a causa dessas invejas, etc.? Paulo deu-lhes a conhecer o porquê: "Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?" (v.4). Isto é o que sucede, amados irmãos, quando colocamos o nosso olhar no homem em vez de o colocarmos somente em Cristo. Os Coríntios estavam muito acostumados, a discutir entre si, as filosofias das suas diversas escolas (as dos "Epicureus e dos Estóicos", etc.). Por isso, sendo Cristãos, conservaram a mesma tendência de formar escolas, já não de filosofia grega, mas sim de doutrinas com aparência de Cristãs. Além disso, admiravam certos líderes, o que Paulo reprovou quando disse: "sou de Paulo. Eu de Apolo" (1 Co 3:4).
Que diria Paulo se estivesse hoje em dia no mundo? Indubitavelmente que diria a mesma coisa: "Não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" Que vemos no cristianismo? Escolas de doutrina: batistas, episcopais, metodistas, pentecostais, presbiterianas, etc. Ignora-se totalmente que a Igreja que Cristo comprou com o Seu sangue precioso é uma; que todo o crente é um membro do "Corpo de Cristo", e não de nenhuma escola de doutrina; um membro "da Igreja, que é o Seu corpo" (1 Co 12:27; Ef 1:22-23).
“Pois quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus: vós sois lavoura de Deus" (vs.5-9).
Não importa quem seja o instrumento empregado por Deus: “Deus deu (é quem dá) o crescimento”. O homem não tem nenhuma importância. E, mesmo quando haja dois instrumentos, ou mais, não são mais do que servos de Deus: “cooperadores” (não líderes rivais de escolas de doutrina) de Deus. E os crentes são "lavoura de Deus" – propriedade d'Ele – não deste ou daquele pastor, nem de sumos pontífices.
"Vós sois edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (vs.9-11).
A Igreja, na sua constituição verdadeira, é "edifício de Deus", não dos homens. Cristo disse: "Sobre esta pedra (a Sua própria Pessoa como o Filho do Deus vivo) edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão o contra ela" (Mt 16:16-18). Paulo, instrumento escolhido por Deus (At 9:15; Ef 3:3; Cl 1:24-26), pôs o fundamento de toda a doutrina da Igreja Cristã. Foi divinamente inspirado. Cristo é o fundamento da Igreja. Ele e a revelação divina acerca d'Ele são uma só coisa.
"E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará: na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (vs.12-15).
Este parágrafo, trata da responsabilidade dos que edificam sobre o fundamento que é Cristo. Os crentes que trabalham conforme a vontade, e a Palavra do Senhor, e edificam com o que se caracteriza como "ouro, prata, pedras preciosas" (as coisas que são de maior valor para os homens), receberão a sua recompensa. Os que introduzem idéias alheias à verdade e de padrões depravados, o que se descreve como "madeira, feno, palha", hão de ver a sua obra queimada: o juízo de Deus, como fogo devorador a aniquilará. Porém, esses crentes, sendo por nascimento filhos de Deus, não perecerão, mas salvar-se-ão como pelo fogo. Ló, um homem justo, salvou-se da destruição de Sodoma, como pelo fogo, o qual reduziu a cinzas tudo o que Ló possuía. (Gn 19:23-29; 2 Pe 2:6-8).
"Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo" (vs.16-17).
Desde o dia de Pentecostes, quando o Senhor fundou a Igreja, até à Sua vinda para a arrebatar do mundo, o único templo reconhecido por Deus é o templo espiritual composto de "pedras vivas" (1 Pe 2:5), de crentes verdadeiros no Senhor Jesus Cristo, o fundamento. Quão digno é o lugar do pecador perdoado por Deus, renascido de Deus, tornado limpo com o sangue precioso de Cristo, selado com o Espírito Santo, colocado no edifício espiritual como uma pedra viva e um membro da Igreja que é o corpo de Cristo! "Sois o templo de Deus".
Assim, "se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá". Refere-se a uma pessoa que introduz doutrinas subversivas da doutrina Cristã. Idéias extravagantes, padrões depravados, e coisas tais, não são para a edificação espiritual da Igreja; porém, as "doutrinas de demônios" (2 Pe 2:1; 1 Tm 4:1) são destrutivas do fundamento da Igreja, negando a pessoa bendita do Filho de Deus. Tais heresias e doutrinas caracterizam os sistemas anti-Cristãos das assim chamadas "testemunhas de Jeová", dos "mórmons" ou seja "igreja de Jesus Cristo dos santos dos últimos dias", da "ciência Cristã", do "adventismo do sétimo dia", e outros tantos. O juízo de Deus que há de cair sobre os autores e líderes de tais sistemas anti-Cristãos será terrível. "Deus o destruirá".
"Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são vãos" (vs.18-20).
Desde o princípio que Deus zomba da sabedoria vaidosa dos homens. Por isso, Paulo citou do livro muito antigo de Jó: "Ele apanha os sábios na sua própria astúcia" (Jó 5:13); e dos Salmos, escritos mil anos antes do nascimento de Cristo: "O Senhor conhece os pensamentos do homem, que são vaidade" (Sl 94:11). Para ser sábio diante de Deus uma pessoa tem que se fazer néscia no parecer dos homens. "Festo" zombou de Paulo dizendo-lhe "Estás louco, Paulo: as muitas letras te fazem delirar" (At 26:24).
"Portanto ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso; seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, seja o presente, seja o futuro, tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus" (vs.21-23).
Porque havemos de nos gloriar nos homens, amados irmãos? Pois em Cristo tudo é nosso: até a morte, como serva de Deus, que nos levará deste mundo de maldade à presença de Cristo, nosso amado Salvador. Somos de Cristo como Ele é de Deus. Posição maravilhosa e imutável!
Pensamento:
Se não há gozo verdadeiro, tão pouco há força espiritual. "A alegria do Senhor é a vossa força" (Ne 8:10). O segredo da nossa força é o conhecimento pessoal de Cristo e da nossa aceitação n'Ele perante Deus.
CONTRASTES ENTRE ISRAEL E A IGREJA
(continuação do número anterior)
Suas Respectivas Missões
A missão principal de Israel foi a de dar testemunho do Deus verdadeiro, a eles revelado como o Senhor Jeová. Depois do dilúvio, nos dias de Noé, não passou muito tempo até que os homens começassem a fazer ídolos e a adorá-los. O próprio pai de Abraão, Terá, era um idólatra: "Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Dalém do rio antigamente habitaram vossos pais, Terá pai de Abraão e pai de Nacor (Naor); e serviram a outros deuses" (Js 24:2).
Foi o diabo que introduziu na mente da própria Eva a idéia de "ser como Deus (deuses – KJV)" (Gn 3:5). Porém, atrás dos ídolos estão os demônios: "…as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus" (1 Co 10:20).
Deus separou “Abrão (Abraão)… da tua terra (Ur dos Caldeus), e da tua parentela e da casa (idólatra) de teu pai (Terá)” (Gn 12:1), começando com ele um povo separado da terra da idolatria, e colocado em testemunho do Deus verdadeiro, do Criador. Os bisnetos de Abraão, ou seja, os doze filhos de Jacó, e os seus descendentes, formaram o povo de Israel, ao qual o Senhor Deus deu a lei, os dez mandamentos. O primeiro destes diz assim: "Não terás outros deuses diante de Mim". O segundo diz: "Não farás para ti imagens de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na Terra, nem nas águas debaixo da terra" (Êx 20:3-4).
Porém, nessa sua grande comissão que teve que desempenhar entre as nações, a de dar testemunho fiel do Deus Criador, Israel fracassou e chegou a ser mais idólatra que as próprias nações (2 Cr 33:9; 36:14-16). O vocábulo "deus", no seu sentido falso, ou idólatra, ocorre mais ou menos 230 vezes na Bíblia. Quase 90 dessas ocorrências denunciam a idolatria dos próprios israelitas.
Em contraste com Israel, qual é a grande comissão dada à Igreja? É a de dar testemunho de Jesus, o Filho eterno de Deus, revelado em carne, sendo em si mesmo "sobre todos, Deus bendito eternamente: Amém" (Rm 9:5). "Adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito da profecia" (Ap 19:10). Juntamente com este testemunho da Sua pessoa, vai o testemunho do valor da Sua obra redentora, chamada "…o evangelho de Deus. …acerca de Seu Filho, …Jesus Cristo, Nosso Senhor" (Rm 1:1-4).
Por isso, os Cristãos são encarregados da responsabilidade de anunciar, e de defender a dignidade, e, a glória do Senhor Jesus Cristo, e ao mesmo tempo apregoar a todo o mundo que há salvação do pecado e da condenação eterna, oferecida a todos quantos crerem no valor do sacrifício expiatório de Jesus na cruz. "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura" (Mc 16:15). "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). "Pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!" (1 Co 9:16). "Estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Fp 1:27). "Faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério" (2 Tm 4:5).
Porém, que diremos do testemunho da Igreja na Terra? Não tem fracassado? Certamente que sim! Tem sido mais infiel do que Israel. Neste aspecto, não há contraste entre Israel e a Igreja professa: ambos têm desonrado a Deus. Porém a Igreja, ainda mais do que Israel. Num grande setor do cristianismo, os ídolos têm se multiplicado cem vezes mais do que em Israel. A pregação do verdadeiro evangelho de Deus acerca do Seu Filho, o único Salvador dos pecadores, e da remissão dos pecados pela fé no Seu sangue precioso, tem sido suprimida, e os pregadores da verdade têm sido perseguidos, torturados e mortos aos milhares. Enfim, o homem é um fracasso completo.
"Deixai-vos pois do homem cujo fôlego está no seu nariz; porque em que se deve ele estimar?" (Is 2:22). Mas contemplemos antes o Homem glorioso, Cristo, que honrou a Deus em todas as circunstâncias, em todos os momentos, no pensamento, na ação e na palavra: "Àquele que não conheceu o pecado… e n'Ele não há pecado… o Qual não cometeu pecado, nem na Sua boca se achou engano. O Qual, quando O injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-Se àquele que julga justamente; levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça" (2 Co 5:21; 1 Jo 3:5; 1 Pe 2:22-24). A Ele seja a glória para todo o sempre!
Pensamento:
A obediência e a felicidade andam juntas, mas tenhamos cuidado! A independência e a desobediência também são companheiras.
CRISTO GLORIFICADO EM NÓS
"E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar o cheiro do Seu conhecimento" (2 Co 2:14). Quando uma alma, que se acaba de converter com sinceridade, confessa a Jesus como seu Senhor, Cristo alcança um novo triunfo "para glória de Deus Pai" (Fp 2:11). Este mundo de egoísmo só quer fazer a sua vontade, mas se o leitor manifesta o que Cristo fez por si, reconhecendo em Cristo o direito que Ele tem que Se servir de si em cada dia, como Lhe pareça mais conveniente, confessa a Jesus como seu Senhor, para glória de Deus Pai, e derrota o grande inimigo.
Que resultado tão abençoado! Satanás vencido; Cristo engrandecido, e Deus glorificado! E tudo isso manifestado em nós e agora. Deus foi glorificado na senda de Cristo neste mundo, e a Sua senda deve ser precisamente a nossa, hoje. Para isso, devemos esquecer-nos de nós mesmos. Se Ele deve ser o Senhor, eu não devo ser nada, e devo dizer "não" a minha própria vontade para me sujeitar alegremente nas Suas mãos, para fazer o que Ele deseja.
Cristo é glorificado supremamente por nós quando é admirado num grau supremo em nós.
ESCOLHIDO PELO AMO
"Quem arrancou esta flor?" gritou o jardineiro, ao andar pelo jardim e ao notar que faltava lá a sua flor favorita. Quando se lhe disse que tinha sido o amo, o jardineiro calou-se.
Há muitos acontecimentos e circunstâncias da vida, cuja razão não podemos ver, mas, quando cremos na verdade de que são do Senhor, calamo-nos e dizemos: "Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve" (Mt 11:26). Quando alguma flor muito amada e formosa for arrancada do seio da nossa família, e sabemos que o Amo do jardim a arrancou, calemo-nos em submissão absoluta à Sua vontade.
Pensamento:
A adoração e o serviço andam juntos; servimos ao que adoramos. "Ao Senhor Teu Deus adorarás, e só a Ele servirás" (Mt 4:10).
CONFIRMADOS NA VERDADE PRESENTE
(continuação do número anterior)
O Perdão Governamental
O perdão governamental divino é o perdão que Deus outorga no Seu tratamento com os Seus filhos. Está relacionado com esta vida. Quando um crente peca, perde a sua íntima comunhão como de um filho para com o Pai, mas não perde o seu parentesco como um filho de Deus.
O tema da primeira epístola de João é a comunhão; por isso o apóstolo diz: "Se confessarmos os nossos pecados (não diz: "se pedirmos perdão"), Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça" (1 Jo 1:9).
Este é o perdão governamental; que é referido em Mateus 6:14-15 e no capítulo 18:35. A oração que o Senhor ensinou aos Seus discípulos é do mesmo teor: "E perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve" (Lc 11:4 – Veja também Tg 5:15).
O "pecado para morte" (1 Jo 5:16-17) é o cometido por um crente que desonrou tanto o Senhor, por meio do pecado, que é tirado do mundo pelo governo de Deus, ainda que a sua alma não fique perdida.
Outra passagem que se refere ao governo divino, está em 1 Coríntios 11:30. Alguns estavam enfermos e alguns dormiam (quer dizer, foram tirados desta cena pela morte), porque "partiam o pão" indignamente, e andavam desordenadamente com pecado não julgado nas suas vidas.
Que possamos andar cuidadosamente e com oração, com corações exercitados para agradar a Deus, o qual tem feito grandes coisas em nosso favor!
DOIS TERREMOTOS EXCEPCIONAIS
Quando o Criador encarnado, Jesus Cristo, entregou o Seu espírito, a Terra que Ele criou estremeceu: "e tremeu a Terra, e fenderam-se as pedras" (Mt 27:51). Quando Ele ressuscitou, de novo "houvera um grande terremoto" (Mt 28:2). Ao morrer Jesus, a Terra tremeu de tristeza; ao ressuscitar o Senhor Jesus, a Terra agitou-se de alegria. E que foi feito do homem? Permaneceu insensível!
Pensamento:
Às vezes, ao falar da salvação com uma pessoa não convertida, falamos demasiado. Deixemos lugar para que o Espírito Santo use a Palavra de Deus, e seja Ele o que convença.
A FAMÍLIA SUPREMAMENTE FELIZ
"Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; …De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela" (Ef 5:22-25).
"Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe que é o primeiro mandamento com promessa; para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a Terra. E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor" (Ef 6:1-4).
ADORAÇÃO
Se qualquer sistema de adoração existente em nossos dias, possuir um santuário terreno – um templo feito por mãos humanas, com um ordenação de sacerdotes ou homens separados para ocuparem uma posição de destaque entre os adoradores e Deus, sem os quais não poderão adorar, onde os adoradores são uma mistura de pessoas convertidas e inconversos, sob a lei – então trata-se do "arraial" (Hb 13:13).
Não é nada mais do que judaísmo em sua natureza e em seu caráter como sistema de adoração, muito embora possa haver alguns Cristãos verdadeiros em seu meio.
(J.N.Darby)
QUE DENOMINAÇÃO É ESTA?
Esta é a pergunta que, de um modo geral se faz quando se dá um folheto, ou quando convidamos alguém à alguma reunião para o estudo da Palavra de Deus. Sem dúvida é uma pergunta sábia, especialmente nesses dias de tanta confusão.
Mas, o que teria acontecido se a mesma pergunta houvesse sido feita nos dias dos apóstolos? Suponhamos que você tivesse vivido naquela época, e um dia se encontrasse com o apóstolo Pedro e lhe perguntasse: "Pedro, que denominação é esta?" Você pode imaginar a resposta? Pedro, sem dúvida, teria coçado a cabeça completamente perplexo, porque não havia denominações na sua época. O crente procurava seguir a ordem divina.
Deus tem uma Igreja neste mundo, mas não é uma organização da qual você pode, por si próprio, tornar-se membro. É possível fazer-se membro de uma igreja feita por homens e depois "deixá-la" se você não ficar satisfeito. Mas nunca poderia fazer-se a si mesmo membro da Igreja de Deus, a qual é chamada "a Igreja do Deus vivo" (1 Tm 3:15).
Voltando ao fundamento
Temos que voltar ao fundamento, o qual é Cristo: "Porque ninguém pode por outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (1 Co 3:11).
A Palavra de Deus nos diz que somos pecadores culpados diante d'Ele, perdidos em nossos pecados e "por natureza filhos da ira" (Ef 2:1-3). Mas Deus, em Seu amor e misericórdia, mandou Seu próprio Filho a este mundo para pagar por nossos pecados na cruz.
Primeiramente, o Senhor Jesus veio a Seu próprio povo terreno, Israel: "Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberem" (Jo 1:11). Finalmente, foi entregue para morrer na cruz pelos pecados de muitos. Triunfante Se levantou de entre os mortos, ascendeu à destra do Pai, e enviou o Espírito Santo ao mundo, no dia de Pentecostes.
Com Sua ascensão e a vinda do Espírito Santo, havia chegado o tempo, no plano eterno de Deus, para por de lado a nação de Israel, e trazer uma coisa completamente nova, Sua Igreja. É chamada "Igreja, que é o Seu corpo" (Ef 1:22-23).
Sua Igreja não é "denominada", isto é, não tem nome dado pelos homens, nem é uma organização humana, porém é composta de pessoas salvas, tanto judeus como gentios. Não tem lista de membros na Terra, e ninguém pode fazer-se membro dela, mas quando alguém vem a Deus, como um pecador culpável, e recebe ao Senhor Jesus Cristo em seu coração como seu Senhor e Salvador, seu nome está escrito no céu e imediatamente é "acrescentado" à Igreja pelo próprio Senhor (At 2:47). Passa a levar, então, o nome de seu Salvador, e é feito uma "nova criatura" em Cristo (2 Co 5:17). Não necessita outro nome e nem precisa fazer-se membro de algo inventado pelo homem.
Durante o tempo primitivo da Igreja, os crentes se reuniam simplesmente para estudar a Palavra. Não tinham nomes ou organizações denominacionais, e nem o mecanismo da atualidade. Mas as idéias mundanas penetraram mais e mais, e a “simplicidade que há em Cristo” desapareceu (2 Co 11:3). O homem religioso sempre está acrescentando algo à ordem simples de Deus.
Deus não é o autor de nenhuma denominação. Algumas delas abraçam algumas verdades bíblicas muito sadias, e têm muitos crentes, nascidos de novo, em suas organizações. Mas os crentes são assim divididos uns dos outros por seus nomes. Isto é um pecado contra Deus.
Os crentes primitivos não se "denominavam" ou tinham nomes postos por eles. Eram conhecidos por termos como "discípulos", "crentes", "santos", "Cristãos", ou qualquer nome que pudesse ser levado por todos os crentes. Não temos nenhuma base bíblica para levar um nome que não possa ser levado por todos os filhos de Deus neste mundo. Fazer isto, é querer dividir o "um só corpo" de Cristo (1 Co 12:12).
O CAMINHO DA BÊNÇÃO
O Filho de Deus deve ter um conhecimento sadio e inteligente da Palavra de Deus. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis”; tendo comunhão com os inconvertidos, mas deve sair "do meio deles, e apartai-vos" como nos diz 2 Coríntios 6:14-18.
O crente deve honrar o senhorio de Cristo, reconhecendo-O como "Senhor". O mundo religioso Lhe nega esta honra e quase universalmente se refere a Ele como "Jesus", o nome de Sua humanidade. Vemos como Paulo, em suas epístolas, cuidadosamente O trata, honradamente, como "O Senhor Jesus Cristo".
Os crentes devem tratar de, a qualquer custo, se reunir para estudar a Palavra a fim de se edificarem uns aos outros na fé. Muitas vezes isto tem que ser feito em pequenas reuniões caseiras, porque a verdade não é aceita em lugares humanamente elevados. "Saiamos pois a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério" (Hb 13:13).
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