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A Criação de Filhos (Abril de 2021)

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ÍNDICE

O Cristão

W. R. Hayhoe

W. J. Prost

W. C. Hayhoe

D. C. Buchanan

W. J. Prost

E. Dennett

E. Dennett

D. F. Rule

Uma mãe

M. Wendel

 

A Criação de Filhos


Os pais têm duas grandes responsabilidades na criação de seus filhos. Primeiramente, eles devem criá-los para que conheçam a Deus e confiem n’Ele. Em segundo lugar, devem criar seus filhos para serem como Cristo. Eles devem criar seus filhos, antes de tudo, tendo em vista a eternidade. “E a vida eterna é esta: que conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17:3). Se a criança não chegar a conhecer a Deus, Seu coração, Seu Filho e Sua vida, que foi vivida em perfeita obediência, então a vida dessa criança será um desperdício eterno. Os pais devem ser preparados antes de que eles possam criar seus filhos de maneira correta. Não podem ensinar o que não aprenderam para eles mesmos. Os pais que não aprenderam a confiar no amor de Deus e a obedecer ao Senhor não serão aptos a ensinar seus filhos a confiar no amor de Deus e a ser como Cristo, submisso a Deus, e um Filho obediente. Os pais que estavam com Moisés passaram 40 anos na escola de treinamento de Deus para aprenderem como criar filhos. “O SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração” (Dt 8:2). Para conhecer o coração de Deus, precisamos conhecer o que está no nosso coração. Essa aprendizagem nos humilha. Quando aprendemos: “Ponde, pois, estas Minhas palavras no vosso coração e na vossa alma”, então “ensinai-as a vossos filhos” (Dt 11:18-19). Para ajudar aos pais a criarem seus filhos, Deus deu um mandamento para os filhos: “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3:20).

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Crianças Felizes


A criação de filhos é um privilégio maravilhoso. “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o Seu galardão” (Sl 127:3). Junto com cada privilégio vem uma responsabilidade, que inclui ter o cuidado de suas crianças fisicamente, de os ensinar sobre o Senhor, desenvolvendo seus pontos fortes, bem como reconhecendo e trabalhando em suas fraquezas. Uma outra parte muito importante de criar uma criança é, “instrui o menino no caminho em que deve andar” e “criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. Damos graças, pois, à Palavra de Deus que nos dá a instrução benéfica de como realizar a correção de modo que nossas crianças possam aprender a maneira correta de obediência e de felicidade.


Antes que procuremos receber algo da Palavra de Deus, é necessário estabelecer que a Palavra de Deus é nossa autoridade final. Isso significa que devemos buscar Deus em Sua Palavra e colher a bênção que Ele quer que colhamos. Os novos Cristãos em Tessalônica receberam a recomendação de Paulo, que disse: “pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes” (1 Ts 2:13). A chave é que eles aceitaram o que Deus disse (entregue pelo Espírito Santo por meio de Paulo) como a Palavra de Deus ao invés de considerarem como sendo a palavra de homens. Hoje também recebemos instruções perfeitas ao aceitarmos como verdade o que Deus disse. Isso se aplica a todas as situações e responsabilidades de nossa vida, incluindo a disciplina das crianças. Partindo desse fundamento, consideremos o que Deus tem para os pais ao corrigir e instruir seus filhos.


Obediência e submissão

A Palavra de Deus fornece sabedoria perfeita para cada situação e experiência de vida e, felizmente, o Senhor dá orientação, encorajamento e instrução para que os pais possam conhecer os pensamentos de Deus sobre como instruir, nutrir e disciplinar seus filhos. A Bíblia também nos ensina que a obediência e a submissão são o caminho da felicidade para todos nós, mas que a obstinação e fazer o que é certo aos nossos olhos nos traz tristeza. Isso é verdade para adultos bem como para crianças de todas as idades. O desafio e a bênção de ser pai é que você tem a responsabilidade de educar e admoestar seu filho, de ajudá-lo a chegar ao ponto de arrependimento diante de Deus e da fé no Senhor Jesus Cristo.


A natureza pecaminosa

O Salmo 51:5 diz: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Esse versículo foi escrito por Davi quando ele confessava abertamente o pecado de sua vida. A oração de Davi revelou que ele tinha sido levado a ver o que era verdade, que ele possuía uma natureza pecaminosa e não havia nada de bom dentro dele. Em seu quebrantamento, Deus o usa para declarar o que é verdade para cada criança nascida neste mundo, a saber, que ela tem uma natureza pecaminosa herdada de seus pais. Por que é importante reconhecermos essa condição? A razão é esta: Se reconhecermos que o que Deus disse é verdade – que nossos filhos desde o primeiro suspiro têm uma natureza pecaminosa – então perguntaremos prontamente: Como posso ajudá-los a reconhecer seus pecados e invocar a salvação que vem do Senhor? Uma vez que percebemos sua condição e nos debruçamos na Palavra de Deus, descobrimos que a “vara de correção” é uma das maneiras que Deus deu para nos ajudar a disciplinar nossos filhos. Nosso objetivo é ajudá-los a aprender o que Deus determinou ser o certo e o errado, de modo que, desde cedo na vida, nossos filhos chorem em arrependimento, como Davi fez quando seu pecado foi apresentado a ele.


Instrução

Provérbios 12:1 diz: “O que ama a correção ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é um bruto [estúpido]. Aqui, aprendemos que a instrução (que inclui saber o que é certo e o que é errado) é a chave para adquirir conhecimento. A correção é necessária e benéfica, e o amor não está ausente durante a disciplina.


Correção

Provérbios 13:24 nos diz, “O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga”. Nesse versículo Deus afirma claramente que uma prova do amor dos pais por seus filhos é demonstrada pela disposição que têm em discipliná-los no momento certo. Aqui aprendemos o motivo da correção, e ele é o amor. Com base nesse versículo, aprendemos que o amor em ação é visto pela disciplina adequada. Ou dito de outra forma: Uma prova do amor dos pais é sua disposição de praticar a disciplina adequada. Isso é útil e reconfortante de se entender, pois às vezes ouvimos: “Eu nunca poderia bater em meus filhos, pois os amo demais”. Tomando o versículo acima em toda a sua simplicidade e verdade, percebemos que o pensamento de reter a correção necessária, com base no “amor”, não se alinha com o ensino da Palavra de Deus.


Provérbios 23:13-14 diz, “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. Todos os pais querem fazer tudo o que puderem para livrar seus filhos de danos naturais. Seria muito estranho se os pais ignorassem os perigos óbvios, não instruíssem seus filhos e não os impedissem de fazer o que é mau. Certamente, podemos concordar que o inferno é o maior perigo que nossos filhos enfrentam! Portanto, um pai deve responder e procurar encontrar a libertação deles. Graças a Deus temos instruções claras para ajudar a trazer libertação, a saber, a “vara de correção”! Não devemos nos curvar e aceitar humildemente as instruções claras da Palavra de Deus? Em qualquer medida em que nos submetermos a Deus e à Sua Palavra, seremos abençoados.


Amor e castigo

“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas Este, para nosso proveito, para sermos participantes da Sua santidade. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12:6-7, 9-11). Aprendemos com essa passagem que a correção deve ser esperada como parte de nossa experiência Cristã, ao longo da vida, para nos aproximarmos de Deus. Portanto, a correção é benéfica e resulta em felicidade (quando recebida de forma adequada). Receber essa passagem em toda a sua simplicidade e verdade traz paz, pois começamos a perceber que Deus está nos moldando ao longo da vida, e quanto mais aceitamos a correção, mais temos paz. Deus está fazendo isso para o nosso bem. Como pais, devemos considerar a correção de nossos filhos como sendo uma ação para o bem deles.


Paz e felicidade

Aprendemos, então, com a Palavra de Deus que há um caminho de paz e felicidade quando aceitamos a correção vinda das mãos do Senhor. Como pais, temos a responsabilidade dada por Deus de realizar a correção. Quero adicionar aqui um comentário prático que aprendemos com o tempo, que é o de que as crianças aprendem desde muito novas. Elas também expressam sua própria vontade desde uma idade muito tenra. Para a bênção final de seus filhos, uma vez que você observe a expressão de suas próprias vontades (arquear as costas, virar a cabeça, etc), é hora de começar a ensiná-los usando a correção apropriada e em oração.


Para encerrar, vamos descansar na certeza de que o caminho de Deus é o melhor e a obediência traz bênçãos. Lucas 5:1-11 dá um bom exemplo de bênção proveniente da obediência. Pedro simplesmente obedece ao pedido do Senhor duas vezes. Primeiro, o Senhor pediu a Pedro para afastar um pouco seu barco da praia para que ele pudesse pregar do barco, e depois o Senhor pede a Pedro para “faze-te ao mar alto” [ou, “lance ao mais fundo” – KJV]. A obediência de Pedro ao simples pedido do Senhor trouxe essa bênção! A obediência sempre beneficia os outros e também ao indivíduo que é obediente. A obediência de Pedro beneficiou o Senhor, pois Ele pôde pregar do barco sem ser pressionado pela multidão, e beneficiou seus amigos, pois eles pegaram tantos peixes que o barco começou a afundar! Quando os pais são obedientes ao Senhor, toda a família colhe a recompensa. Da mesma forma, os filhos que aprendem a ser obedientes causam um efeito positivo nos pais.

W. R. Hayhoe

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“A Vara e a Repreensão Dão Sabedoria”


O versículo acima é encontrado em Provérbios 29:15 e é de grande importância. A última parte do versículo diz: “mas o rapaz [ou, filho] entregue a si mesmo envergonha a sua mãe”. Obtemos a mesma verdade no Novo Testamento: “Vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6:4 – TB). Notamos que a expressão “do Senhor” está anexada, pois nesta dispensação da graça os filhos de pais Cristãos estão em um lugar de privilégio, visto que devem ser criados sob o senhorio de Cristo. Nos versículos que citamos, tanto a vara (disciplina) quanto a repreensão (admoestação) são mencionadas. Como observamos ao longo de nossa discussão sobre como criar os filhos e, na verdade, em todas as áreas de nossa vida, é necessário equilíbrio. Naturalmente, tendemos a ser criaturas extremas.


Repreensão e explicação

Em nosso mundo moderno, onde o homem é glorificado e onde muitas vezes se afirma que o homem é basicamente bom, há excessivas instruções sobre a criação de filhos que enfatiza a repreensão e a explicação, como se isso fosse tudo o que se necessita. A suposição é que se uma criança souber o que é certo e o que se espera dela, ela o fará. Isso, é claro, ignora o fato de que o homem tem uma natureza pecaminosa – uma natureza que quer fazer sua própria vontade. Na verdade, a palavra “iniquidade”, que é frequentemente usada para o pecado na Palavra de Deus, significa simplesmente “ausência de lei” ou o exercício de uma vontade independente.


Existem outros que vão ao extremo oposto e que em grande parte ignoram a repreensão, confiando em punições rígidas para dissuadir as crianças de fazer o que é errado. Quando essa é a abordagem, as crianças podem ser punidas sem realmente saber o motivo e, assim, o mau comportamento pode se repetir. Além disso, a menos que a disciplina seja acompanhada de um bom ensino e o nome do Senhor seja trazido ao caso, os filhos podem se tornar alienados de seus pais, sentindo que estão sendo punidos apenas porque os pais são maiores e mais fortes. Como alguém afirmou com propriedade, “regras sem relacionamento levam à rebelião”. As crianças podem aprender a obedecer a certas regras por medo, mas a rebelião será o resultado final.


A combinação certa

É necessário equilibrar essas coisas com nossos filhos e, novamente, somente o Senhor pode dar a sabedoria necessária. Algumas crianças têm a consciência muito terna e são muito mais sensíveis à reprovação do que outras. Elas podem precisar de relativamente poucas punições reais. Outras são mais determinadas e, quando são jovens, podem precisar de punições bastante frequentes para ensiná-las. Mas para todas as crianças, uma combinação da vara e da repreensão é necessária.


Hoje, nos círculos mundanos, muitas razões são dadas para não usar a vara, mas a maioria deles pressupõem que ela sempre é usada com raiva e com violência. Referem-se a estudos que supostamente provam que as palmadas não funcionam, mas que têm um efeito negativo. Mas nunca encontramos isso na Palavra de Deus. Deus e Sua sabedoria estão totalmente além do homem. “Seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm 3:4). Na Palavra de Deus encontramos o senhorio de Cristo introduzido, e assim a Escritura fala tanto aos pais quanto aos filhos. Ambos estão sob o senhorio de Cristo. A atitude e o espírito corretos por parte dos pais são cruciais para uma disciplina eficaz.


Quando as crianças são muito pequenas, pode ser impossível argumentar com elas ou oferecer uma advertência. Em tais situações, a vara deve ser usada, especialmente se a situação envolver a criança colocando sua vontade diretamente contra os pais. No entanto, à medida que crescem, a Palavra de Deus e o senhorio de Cristo devem ser introduzidos, para mostrar claramente que o pecado específico não é meramente contra os pais, mas, em última análise, contra o Senhor. Lembro-me bem de uma mulher Cristã, criada em um lar Cristão, que relatou que sempre que era punida por seu pai (quando ela tinha idade suficiente para se lembrar), ele nunca a deixaria só até que ela e ele tivessem se ajoelhado e ela confessado ao Senhor o que tinha feito. Às vezes, isso levava um tempo considerável, mas ela contou como isso teve um efeito real em seu coração e consciência.


A confirmação do amor

Isso traz à tona outro ponto muito importante, a saber, que após qualquer punição, é necessário que os pais confirmem seu amor ao filho. Isso será difícil se a punição for dada com raiva ou frustração, e apenas confirma a necessidade de que a disciplina não seja aplicada com esse estado de espírito. Certa vez, um pai disciplinou o filho e desceu as escadas imediatamente, deixando o filho em seu quarto. Sua esposa disse sabiamente: “Você ainda não terminou; você deixou seu filho chorando sozinho no quarto”. O pai reconheceu seu fracasso, subiu as escadas e confortou seu filho, solidificando assim a lição que o menino precisava aprender.


Lidando com a vontade

Mas há outro ponto de grande importância. Os pais descobrirão com os filhos (muitos deles) que chega um momento, geralmente quando eles têm menos de três anos, que a vontade deles é contrária à de seus pais. A dificuldade pode envolver o que parece ser um assunto trivial, mas a vontade é forte e a criança se recusa a obedecer. Muitas vezes acontece uma verdadeira batalha, e os pais podem ficar tentados a ceder, pensando que todo o episódio está ficando fora de controle. Conheci pais que lidavam com uma criança nessas circunstâncias por algum tempo, decerto com reprovação e disciplina, todavia, o filho ainda se recusava a obedecer.


É crucial que os pais NÃO cedam, se essa situação surgir. Sim, se a criança ficar totalmente agitada e perturbada, pode ser necessário “fazer uma pausa” e talvez retomar o assunto mais tarde. Às vezes, várias sessões com aquela criança podem ser necessárias, se o mau comportamento se repetir. Quase vai partir o seu coração ver o seu filho, a quem você tanto ama, mostrar tamanha teimosia, com tanta determinação. Dói ainda mais ter que continuar trabalhando com aquela criança até que essa vontade seja moldada da maneira certa. Às vezes, em ocasiões como essas, conheci mais de uma mãe que ligou para o marido no trabalho, pedindo-lhe que voltasse para casa e a ajudasse nessa situação. É desnecessário dizer que ele voltou para casa e juntos persistiram perante o Senhor, até que a criança cedeu. Mas, uma vez que essa questão foi resolvida, a criança raramente coloca sua vontade contra o pai novamente. Sim, pode haver falha ocasionalmente mais tarde, mas a vontade foi moldada e o Senhor foi honrado.


Consequências

O que acontece se os pais cederem, pensando que persistir é muito difícil? Aí será ainda mais difícil no futuro, por ter conseguido vencer a batalha algumas vezes, a criança se esforçará ainda mais para exercer sua própria vontade. Eventualmente, os pais tenderão a desistir. O mundo hoje (pelo menos o mundo ocidental) está cheio de jovens que nunca aprenderam a obedecer, a se submeter à autoridade e a submeter sua própria vontade à de outro. O acesso de raiva de uma criança é muito assustador, mas ver um adolescente ou jovem totalmente fora de controle é um desastre. Como resultado, agora precisamos de cursos de “controle da raiva” e placas em lojas e repartições públicas, alertando as pessoas de que linguagem rude e abusiva e violência não serão toleradas. Isso não seria necessário se os pais fizessem seu trabalho corretamente.


Não devemos nos surpreender ao ver essa tendência no mundo, pois o Senhor nos disse em Sua Palavra que nos “últimos dias sobrevirão tempos difíceis” (2 Tm 3:1 – ARA). No entanto, o lar Cristão deve ser um bastião de luz e paz e um lugar onde o senhorio de Cristo é reconhecido. Que sempre nos lembremos que a sabedoria de Deus é tudo o que precisamos para o nosso caminho aqui.


Obediência por medo

Mais uma vez, porém, devemos falar sobre equilíbrio, pois podemos ir a extremos em ambos os lados da questão. Por um lado, os pais podem enfatizar a autoridade e a submissão, mas de uma forma que os filhos obedecerão em grande parte por medo. A atmosfera da casa sofre sob esse regime dos pais, e as crianças reagem a isso como “coelhos assustados”. Não é isso que a Palavra de Deus ensina. O amor deve ser o motivo da disciplina, e as crianças devem ser capazes de perceber isso. Se os filhos estiverem totalmente convencidos de que seus pais os amam, isso fará uma enorme diferença na aceitação de admoestações e disciplinas ocasionais. A administração da disciplina nunca é agradável no momento, mas “depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12:11). Se um filho está firmemente convencido do amor dos pais, isso estimulará o necessário exercício de disciplina e, assim, produzirá o “fruto pacífico da justiça”.


Autoridade abdicada

Por outro lado, é possível ir ao outro extremo, onde os pais abdicam de sua autoridade dada por Deus e permitem que os filhos desobedeçam abertamente. Conheci crianças em lares Cristãos que não obedeciam até que falassem várias vezes ou até que os pais começassem a contar em voz alta – 1, 2, 3 etc. Sob tais circunstâncias, os filhos logo aprendem o quão longe podem forçar seus pais antes que tenham que fazer o que eles mandam. Então, quando obedecem, geralmente o fazem com uma atitude muito triste de se ver. Este não é um bom resultado e nunca deve ser permitido em um lar Cristão.


Em primeiro lugar, desonra o Senhor, de quem os pais receberam sua autoridade. Se os filhos não aprenderem a se submeter à autoridade dada por Deus no lar, eles não se submeterão à autoridade no sistema educacional, no local de trabalho ou na sociedade em geral. Em segundo lugar, frustra os pais, que, em face da teimosia contínua de seus filhos, podem recorrer a gritar com eles e talvez, eventualmente, perder a paciência. Tudo isso seria evitado se o problema fosse “cortado pela raiz” quando surgisse pela primeira vez. Que o Senhor nos dê sabedoria nestes dias difíceis para agir da maneira certa com cada um de nossos filhos, para que a disciplina piedosa seja administrada, mas com amor e graça que estejam de acordo com os caminhos de nosso Senhor para conosco.

W. J. Prost

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Pais e Filhos


Os pais têm um desejo natural de amar e ver seus filhos protegidos, crescidos, instruídos e tendo sucesso. Os pais Cristãos também devem desejar ver seus filhos terem fé no Senhor como seu Salvador e, então, crescer nessa fé por toda a vida. Qual é o primeiro passo essencial para os pais, se eles devem desempenhar o papel que Deus planejou na criação e proteção de seus filhos? O Salmo 84:3 diz: “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos Teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu”. O salmista reconheceu sua própria fraqueza e que seu papel na verdadeira segurança de seus filhos estava, antes de tudo, em ficar perto do Senhor. Podemos ter todo o desejo do mundo de ser um “bom pai”, mas sem nossa comunhão pessoal com o Senhor, todos os esforços naturais serão insuficientes. Se o Senhor não receber Seu lugar de direito na vida do pai, eventualmente os desejos egoístas da carne entrarão em conflito com o plano de Deus para o papel do pai.


Entretenimento

Na cultura de hoje, Satanás desenvolveu uma tática eficaz de introduzir diferentes formas de entretenimento ou ocupação egoísta na vida de rapazes na pré-adolescência e na adolescência. Talvez em si mesmos não haja nada abertamente pecaminoso nessas buscas, mas muitas vezes elas desenvolvem um domínio poderoso sobre os rapazes. Paulo disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6:12). Infelizmente, muitos rapazes são colocados sob o poder dessas formas de entretenimento ou atividades, e esse poder e influência ainda estão lá quando eles eventualmente se casam e têm filhos. Os filhos são muito observadores, mesmo desde a tenra idade, e perceberão quando algum entretenimento ou ocupação afeta seu pai, o que atrapalha seu relacionamento com Deus, sua mãe e os filhos. Colossenses 3:21, diz: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo”. Se o pai instrue corretamente seus filhos a não serem egoístas, mas os filhos podem, ao mesmo tempo, perceber o comportamento egoísta de seu pai, esta é uma forma de provocar a criança à raiva. Há um perigo real de que as crianças fiquem desanimadas em sua fé por observarem um exemplo inconsistente. Esse problema não é exclusivo de rapazes e pais jovens. Isaque já estava em idade avançada quando começou a ter um comportamento egoísta. Ele valorizava a carne de caça que o filho mais velho preparava e permitiu que isso causasse favoritismo na família. As consequências desse comportamento egoísta foram significativas, fazendo com que Jacó deixasse a família por muitos anos. Mesmo quando Jacó deixou a casa de Labão e voltou para Canaã, demorou anos até que finalmente voltasse a Hebrom para ver seu pai. O comportamento egoísta de Isaque teve um impacto significativo em seu filho. Se um pai reconhece que tal comportamento o caracteriza, o primeiro passo é reconhecer a tendência para o que é – o pecado da idolatria. Então, os pais devem seguir a instrução bíblica para fugir da idolatria e consagrar Jesus como Senhor da vida deles.


Prioridades

Quando os pais priorizam um relacionamento pessoal com o Senhor e lidam com ídolos que ganham influência na vida, eles podem contar com Deus para dar sabedoria e graça para cumprir Seu desejo em relação a seus filhos – para alimentar e proteger. Em Atos 20, a principal instrução de Paulo aos anciãos de Éfeso era “apascentar o rebanho” e “vigiar” (proteger). Visto que as Escrituras apresentam o papel do pai como um requisito de preparação para ser um presbítero na assembleia, pode ser útil considerar o papel do pai com relação a essas duas responsabilidades importantes.


O alicerce da alimentação pode ser uma leitura da Bíblia em família ou um momento de oração na hora de dormir, coisas pelas quais um pai deve se responsabilizar. O pai também deve procurar discernir atitudes, dificuldades ou oportunidades específicas na vida de seus filhos para as quais uma alimentação espiritual específica pode ser necessária. Isso requer dependência do Senhor, propósito e compromisso.


Proteção

A proteção assume várias formas. A responsabilidade pela proteção física talvez seja direta. A proteção espiritual envolveria o pai assumir a responsabilidade pelo que entra em casa na forma de coisas como mídia e educação. Frequentemente, há uma tendência dos pais serem preguiçosos a esse respeito e deixar essas decisões para a mãe, mesmo que ela deseje a contribuição do pai. A proteção espiritual também pode incluir um pai, em espírito de oração, considerando os desafios e situações específicas que seus filhos enfrentam, e buscando a sabedoria do Senhor sobre como instruí-los nessas situações. A proteção da alma pode envolver reservar tempo para os filhos e garantir que eles saibam que são amados e valorizados por seu pai.


Modelo a seguir

Deus estabeleceu o papel do pai na família como uma forma de ensinar aos filhos sobre Deus como seu Pai. Como as crianças entendem, desde tenra idade, o conceito de que ouvem Deus como seu Pai? Seu conceito de Deus como Pai está inerentemente ligado ao que eles entendem que significa ser filho de seu pai. Esta é uma responsabilidade singular para os pais, e deve ser abordada na dependência do Senhor para obter graça e sabedoria.

W. C. Hayhoe

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A Fé dos Pais de Moisés


Êxodo 2:1-10

A fé dos pais de Moisés é um exemplo de como vencer o poder do inimigo que se levanta para destruir nossos filhos. A fé deles procurava proteger essa criança “formosa” de duas maneiras. Primeiro, eles protegeram seu precioso filho fazendo do lar um santuário para ele. “Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei” (Hb 11:23). Em segundo lugar, quando não puderam mais escondê-lo, o colocaram numa arca no rio, o lugar onde havia sido sentenciado à morte, mas onde a arca o preservaria da mesma. Deus honrou essa fé.


O exemplo de como Anrão e Joquebede protegeram seu precioso filho, escondendo-o em casa do poder destruidor do inimigo, deve nos encorajar, hoje, como pais, a estarmos corajosamente ao lado do Senhor para o bem de nossos filhos. Ele honrará essa fé. O tempo que nos é dado, como pais, para manter os filhos em casa é relativamente curto em comparação ao tempo que ficarão fora de casa.


A arca

Chegou o momento em que ela não conseguia mais escondê-lo. Isso parece ser um entendimento tido por parte da mãe. Naquela época, a fé de Joquebede, a mãe de Moisés, atingiu um poder que ela sabia ser superior ao de Faraó. O problema de salvar a criança estava além de seu poder. Eles viviam na terra do inimigo. Chegou a hora em que os pais tiveram que “enjeitar” [ou, “lançar fora” – KJV] a criança (At 7:21). Isso era difícil de fazer porque eles amavam a criança e também a seu Deus. Eles não colocariam a criança amada por eles e por seu Deus no rio sem algo entre ele e as águas da morte. Ela preparou uma arca para manter as águas da morte longe de seu filho e colocou Moisés nela. A arca era o sinal de sua fé em Jeová. É uma figura para nós do Senhor Jesus que desceu à morte por nós e nos libertou de seu poder. Embora nós e nossos filhos estejamos sob a sentença de morte, o Senhor suportou a sentença por nós e ressuscitou com poder sobre a morte. É certo confiarmos n’Ele para preservar nossa família em todos os momentos, especialmente quando as circunstâncias estão além de nosso poder de fazê-lo.


“E, sendo enjeitado, tomou-o a filha de Faraó e o criou como seu filho” (At 7:21). Deus honrou a fé daquela família e enviou a filha de Faraó para tomá-lo como filho. Mal percebeu ela que estava cumprindo a recompensa de Jeová aos pais por causa da fé que tiveram, nem os pais de Moisés perceberam como a casa de Faraó prepararia Moisés. Mas entender todas essas coisas não era importante, exceto para Aquele que realmente estava no controle. O Senhor estava no controle, e a fé n’Ele e a obediência a Ele eram o que importava. E quem quer que estivesse ao Seu lado seria o vencedor no final.


Por sugestão da irmã de Moisés, a mãe de Moisés foi chamada para ser a cuidadora. A filha do Faraó disse à mãe: “Leva este menino e cria-mo; eu te darei teu salário”. A criança foi devolvida aos pais com uma nova responsabilidade e recompensa.


A quem Moisés pertence?

A quem esta criança pertence agora? A filha do Faraó o reivindicou, mas o devolveu à mãe para que o criasse por um salário, já os pais abriram mão de suas próprias reivindicações sobre o filho e pela fé o colocaram na arca. A criança realmente pertencia ao Senhor Jeová. Os pais devem considerar o filho como estando confiado aos Seus cuidados para criá-lo. Que coisa abençoada para nós, receber nossos filhos do Senhor desta forma e procurar criá-los para Ele! Mais tarde, quando Moisés já adulto, também escolheu trilhar o mesmo caminho de fé (Hb 11:24-26). Portanto, o exemplo de fé é passado de geração em geração.


Esta é uma bela lição para nós a respeito de nossos filhos. Em primeiro lugar, quando possível, devemos procurar protegê-los do mal deste mundo que está sob o domínio de Satanás. Ele é o deus e príncipe deste mundo. Devemos reconhecer a autoridade do Senhor em nossa casa. É a única maneira de vencer o poder do inimigo. O Senhor deseja a preservação de nossos filhos mais do que nós mesmos. Quando eles tiverem que sair pelo mundo em circunstâncias que estão além de nosso controle, devemos reconhecer o poder e a autoridade do Senhor em todos os lugares. Isto é, reconhecer a liderança de Cristo sobre nosso lar e sobre nossos filhos, onde quer que estejam. Nossa posição é a de assumir a Sua liderança sobre nossos filhos quando estão em casa, educando-os “na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef 6:4), e então confiar n’Ele quando eles saem para o mundo. Se não reconhecemos o senhorio de Cristo em nosso lar, procurando proteger nossos filhos do mal enquanto estão sob nossos cuidados, como poderemos confiar que o Senhor os preservará do mal com base em nossa fé quando saírem de casa?


Confiando na bondade de Deus

Com esses pensamentos, sem dúvida somos levados a perceber quantas vezes falhamos na parte prática de cuidar de nossos filhos de maneira fiel. Somos levados a perceber que somente a bondade soberana de Deus pode dar o que precisamos. A humilde disposição dos pais de Moisés de aceitar do Senhor a difícil situação em que Ele permitiu que vivessem serve de lição para nós. Eles não culparam os outros pela situação em que se encontravam, nem se consideraram orgulhosamente indignos de tal julgamento. Em vez disso, ao colocar seu precioso filho na arca, eles o confiaram nas mesmas mãos que havia permitido todas as dificuldades. Eles venceram por sua fé no Senhor, e sua fé no Senhor se manifestou em suas obras. Não pode haver dúvida de que o Senhor estava no controle da situação o tempo todo. Isso deve nos encorajar, em todas as nossas fraquezas e falhas, a confiar n’Ele em todos os momentos e deixar isso transparecer na ordem de nosso lar.

D. C. Buchanan

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Redes Sociais


Mídia social é um termo usado com frequência hoje em dia e, para nossos propósitos, pode ser definido como sendo “ferramentas de comunicação baseadas na Web que permitem que as pessoas interajam umas com as outras compartilhando e consumindo informações”. Tecnicamente falando, entidades como rádio, televisão e até telefone também fazem parte das mídias sociais, mas geralmente o termo é usado hoje em conexão com a Internet e inclui coisas que exigem a Internet, como e-mail, mensagens de texto, Facebook, Instagram, WhatsApp, Twitter e vários outros. Computadores pessoais e telefones celulares permitem o uso dessas coisas. Aqueles de nós que pertencem a gerações mais velhas tiveram que aprender a usar essas coisas “de improviso”, pois não crescemos com elas. Já para nossos filhos e netos, elas sempre fizeram parte da vida deles.


A questão

Como acontece com todas as novas invenções, as mídias sociais e o equipamento necessário para operá-las não podem ser ignorados. Nossos filhos serão expostos a eles e precisarão usá-los; devemos ensiná-los a fazerem um uso adequado deles. Como acontece com a maioria das novas invenções, existem pontos positivos e negativos que devemos reconhecer. Não devemos permitir que os aspectos negativos dessas coisas obscureçam seus usos positivos.


A mídia social mudou a maneira como as crianças e os jovens aprendem e facilitou muito o ensino em casa [home schooling]. Isso permitiu que eles interagissem não apenas com os professores pela Internet, mas também uns com os outros. As redes sociais permitiram que eles trabalhassem em grupos e, assim, aprendessem com seus colegas, bem como com professores e pais. Em nossa atual pandemia de COVID-19, elas também permitiram que muitos adultos trabalhassem em casa.


Comunicação

Os jovens também têm conseguido manter amizades com outros jovens que talvez não possam visitar. Novamente, isso está sendo particularmente útil durante a pandemia de COVID-19. Às vezes, também, é a única maneira de se comunicar com outros jovens em áreas do mundo onde os correios podem não ser confiáveis e às vezes inexistentes.


O “Zoom” possibilita reuniões com pessoas de todo o mundo, a um preço muito razoável. O “Skype” já é usado há algum tempo, é claro, e também permite que aqueles que moram muito distantes se conectem não apenas por voz, mas face a face, por meio de vídeo. As reuniões virtuais têm sido muito encorajadoras durante a pandemia de COVID-19, quando reunir-se presencialmente pode ser proibido em algumas áreas.


Efeitos negativos

No entanto, os efeitos negativos do acesso ilimitado às redes sociais também são bem conhecidos. Provavelmente, o principal problema é o vício, em que mensagens de texto, jogar videogame e simplesmente falar ao celular podem assumir proporções tais na vida de crianças, jovens e adultos que as interações na vida real quase se tornam inexistentes. E se uma interação na vida real ocorre, a distração constante de um telefone celular anula o valor de qualquer comunicação presencial.


O perigo real também está envolvido em mais de uma maneira. A exposição constante às redes sociais sem limitações trará inevitavelmente material prejudicial, como conteúdo sexual, exposição a predadores (que são muito espertos) e coisas como cyberbullying. Alguém comentou que, se a televisão trouxe o mundo para dentro de casa, a exposição indiscriminada às mídias sociais nos leva para o mundo. Isso é verdade, e “tudo o que há no mundo [...] não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2:16).


Distração

Outro perigo é a distração do trabalho escolar, com um efeito negativo na concentração e nas notas. Ansiedade e depressão também podem ocorrer, pois a mente está sobrecarregada com materiais estranhos que frequentemente estimulam as emoções e impedem o descanso e relaxamento adequados.


Finalmente, a distração das redes sociais, especialmente com telefones celulares e talvez ouvir música o tempo todo, pode fazer com que os jovens fiquem alheios ao que os rodeia. Em Toronto, Ontário, Canadá, há alguns meses, uma adolescente foi morta enquanto caminhava pela rua, atropelada por um caminhão, enquanto se distraía com música alta que saía de seus fones de ouvido conectados a seu telefone celular. Pouco depois, outra adolescente dirigiu seu carro em um cruzamento ferroviário (com os sinais piscando) e foi morta por um trem, novamente por causa da distração de seu telefone celular.


Em vista de tudo isso, os pais podem se perguntar: Como vamos lidar com tudo isso? Como sempre, precisamos de equilíbrio e capacidade de tomar decisões perante o Senhor, dependendo de todas as circunstâncias da situação. É impossível em um artigo como este cobrir todas as possibilidades, mas talvez alguns comentários possam ser necessários.


Controle

Em primeiro lugar, é muito importante permitir que as crianças tenham uma infância real e não permitir que se entreguem às redes sociais desde tenra idade. Sim, elas podem ter que aprender a usar computadores e a Internet, pois mesmo nas séries iniciais, pode-se esperar que façam pesquisas e usem um computador em seus trabalhos escolares. Mas não precisam ter acesso constante a ele, e o tempo gasto nele não deve ser apenas limitado, mas supervisionado. Isso é especialmente verdadeiro quando o computador é usado para recreação. Conheci uma família que permitia que seus filhos jogassem videogame pelo mesmo período que praticavam as aulas de piano. (Isso geralmente resultava em não mais do que meia hora para videogames!)


O slogan “Espere até a oitava” foi proposto pela primeira vez por uma mãe em Austin, Texas, EUA, pedindo aos pais que esperassem até que seus filhos estivessem na oitava série antes de permitir que tivessem seus próprios telefones celulares e, além disso, esperassem até que eles tivessem dezesseis anos antes de permitir que tivessem acesso aos dados móveis. Embora isso possa não ser prático para todas as situações, é uma solução que está sendo seguida até mesmo por pais não Cristãos.


Exemplo

Em segundo lugar, é importante que os pais deem um bom exemplo. Nossa vida como Cristãos gira em torno das redes sociais, mesmo se controladas, ou gira em torno das coisas do Senhor? Reservamos tempo para ler a Palavra de Deus e somos como os que “usam deste mundo, como se dele não abusassem [ou, “não o tendo como sendo seu” – JND]? (1 Co 7:31). É óbvio para nossos filhos que “nossa comunidade tem sua existência nos céus” (Fp 3:20 – JND) e que nossas esperanças não estão neste mundo? Se nós, como pais, somos viciados em redes sociais, não podemos esperar que nossos filhos não sejam também.


Bom relacionamento

Por fim, e talvez o mais importante, precisamos cultivar um bom relacionamento com nossos filhos, para que nos conheçam e gostem de estar conosco. Isso exige esforço, mas é muito necessário, pois, se não tivermos tempo para nossos filhos, eles logo encontrarão caminhos mundanos para seu tempo e energia. Os pais que planejam atividades saudáveis para seus filhos (especialmente atividades ao ar livre) e que reservam tempo para ler para eles, brincar com eles e desfrutar de sua companhia descobrirão que o desejo de exposição constante às redes sociais diminuirá.


Divulgação

Um dos maiores presentes que os pais podem dar aos filhos é ensiná-los a estender a mão para outras pessoas, fazer coisas pelos necessitados e envolver-se na divulgação da obra do evangelho. Há muito a ser feito neste pobre mundo, e há muitos dentro da esfera de nosso conhecimento que gostariam de receber uma ajuda. Isso se aplica tanto aos crentes quanto aos incrédulos. Um velho irmão, há muito tempo com o Senhor, costumava nos dizer que era o Cristão que estava ocupado na obra do Senhor que dificilmente seria atraído pelas coisas do mundo. Se estivermos conscientes de nossa responsabilidade em assumir os interesses de Cristo neste mundo, ficaremos felizes em usar qualquer tecnologia disponível para promover esse fim, mas não a usaremos para gratificar a carne e desperdiçar nosso tempo.


Mais uma vez, não estamos tentando resolver todos os problemas que os pais Cristãos enfrentam com as mídias sociais. A oração pessoal e a busca da mente do Senhor são as únicas maneiras de lidar com isso, pois as situações individuais variam muito. O Senhor dará sabedoria para cada um de nós em nossas circunstâncias particulares, se Lhe pedirmos.

W. J. Prost

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O Exercício da Autoridade


Em Efésios 6, quando Paulo se dirige aos pais pelo Espírito de Deus, é um tanto notável que a primeira exortação seja: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos” (Ef 6:4). O mesmo ocorre em Colossenses: “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos” (Cl 3:21). Não é exatamente a mesma palavra em cada versículo, mas o significado é muito semelhante. Isso é facilmente entendido quando notamos que essa exortação segue o chamado aos filhos para obedecerem aos seus pais. Os pais são colocados em autoridade quase absoluta, portanto, a primeira coisa que o Espírito de Deus faz ao dirigir-se aos pais é adverti-los quanto à maneira como devem exercer sua autoridade. Sabemos o que é a carne, mesmo em um Cristão, e quão aptos somos para ser tirânicos e despóticos na posição em que Deus nos colocou. Deus, em terna consideração por aqueles que são colocados na posição de submissão, diz: “Não provoqueis a ira a vossos filhos”. Os pais são avisados por meio disto que devem ser cuidadosos diante de Deus quanto ao método de governo. Devem levar em consideração os sentimentos de seus filhos e, embora nunca devam esquecer o que é devido ao Senhor, devem lembrar-se de suas fraquezas. Não devem impor-lhes mais do que podem suportar, para que não fiquem desanimados. Uma ilustração notável da ternura de Deus pelos filhos dificilmente poderia ser concebida, do que é expressa nesta determinação especial aos pais. Essa ternura foi exemplificada repetidas vezes por nosso bendito Senhor durante Seu caminho terreno. E todos nós sabemos o quanto somos aptos a ser caprichosos ou severos em nosso governo, daí a nossa necessidade desse lembrete. Que todo pai, portanto, lembre-se de que se, por um lado, Deus lhe deu o governo sobre sua família, por outro Ele definiu cuidadosamente o caráter de seu exercício, e que ele é tão responsável por este quanto pelo primeiro .


“Para que não percam o ânimo”. Como é fácil desencorajar as crianças, especialmente quanto aos caminhos corretos do Senhor! Com suas suscetibilidades aguçadas e ternas, e rápida observação e detecção de inconsistências, o governo severo pode muito depressa desfazer anos de ensino paciente, e rapidamente arruinar os esforços mais cuidadosos para criá-los na disciplina e admoestação do Senhor. Portanto, o cuidado dos pais nunca será demasiado neste ponto. Isso os ajudará a lembrarem-se que derivam sua própria posição da designação divina, e que seus filhos devem ser governados e treinados para Deus.

E. Dennett

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A Disciplina e Admoestação do Senhor


“Criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”. As palavras empregadas são de grande significado. De maneira mais exata, seriam disciplina e admoestação (Ef 6:4 – JND). A disciplina se aplicará a todo o curso de treinamento ou educação; a admoestação implica vigilância constante para alertar contra os perigos, o esquecimento ou o afastamento do caminho para o qual estão sendo conduzidos. O significado exato de “criai-os” não deve passar despercebido. É literalmente “criar” e, portanto volta, no que diz respeito às crianças, até a primeira infância. É importante notar isso, porque muitos pais caem no erro de supor que devem esperar a conversão de seus filhos antes de tentarem cumprir esse mandado, daí o triste espetáculo frequentemente apresentado de pais Cristãos permitindo a seus filhos todos os tipos de caminhos, roupas e diversões mundanas, sob a alegação de que ainda não pertencem ao Senhor. Isso é perder todo o sentido do ensino dessas escrituras, bem como esquecer o lugar ou posição especial para o qual os filhos dos crentes são levados. O Espírito de Deus não diz: Espere e ore pela conversão de seus filhos; mas Ele diz: Crie-os na doutrina e admoestação do Senhor. Você deve, portanto, aceitar a Palavra de Deus, esperando n’Ele para a bênção contida na promessa: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pr 22:6).

E. Dennett

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O Teor dos Seus Caminhos


“Educa a criança de acordo com o teor do seu caminho, e quando ela envelhecer não se desviará dele” (Pr 22:6 – JND). As crianças nascem com traços naturais. Alguns são naturalmente bons com trabalhos feitos com as mãos, outros não são. Alguns são bons em detalhes, outros não são. Alguns são rápidos e ativos, já outros não são. Parte da responsabilidade dos pais ao criar seus filhos é identificar as diferentes características naturais da criança, de modo que possam treiná-la para usar suas características fortes e ajudá-los a superar as fracas. O pai deve ajudar a criança a se desenvolver de acordo com o “teor do seu caminho” – de acordo com seus traços naturais – para que ela possa desenvolver suas habilidades naturais e crescer para encontrar uma ocupação que se adapte a essas habilidades. Se assim for treinado [ou, educado], ele continuará dessa maneira e não se desviará dele. Se não for treinado, pode começar uma coisa, não estando preparado para ela, desistir e tentar outra coisa, e desperdiçar bons anos da vida tentando descobrir como ganhar a vida que seja adequado ao teor de seus caminhos.


D. F. Rule

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Deixe o Milagre com Ele


Encontre tempo todos os dias para ler e orar com seus filhos, santificando-os e purificando-os “com a lavagem da água, pela palavra” (Ef 5:26). Como mães, podemos plantar e regar, mas Deus é Quem “dá o crescimento” (1 Co 3:6). Essa é uma parte muito importante da paternidade, que devemos nos lembrar! A responsabilidade do homem e a soberania de Deus vêm juntas na criação dos filhos. Todos os meus filhos são obedientes e felizes... que bom pai eu sou! Mas o Senhor não permitirá que nos sintamos assim. Ele deve ter a glória, se nossos filhos continuarem a andar por Ele.


Noites passadas de joelhos e refeições perdidas em oração: Todos nós não desejamos “conhecê-Lo”? Talvez seja por meio da “comunhão dos Seus sofrimentos” (Fp 3:10 – ARA). Quantas vezes nós mesmos já entristecemos nosso Senhor Jesus! Quando vemos nossos filhos seguindo deliberadamente por um caminho que não pode ser o escolhido por Ele, podemos sentir com o coração de nosso Senhor ao olhar para nós, Seus filhos? Podemos, então, saber um pouco da comunhão de Seus sofrimentos?


“Tudo quanto Ele vos disser, faça;

Embora não consiga entender;

Renda-se totalmente a Ele, obedeça;

E a Sua mão poderosa irás ver;

Encha seu pote com água, a mais pura!

Encha até o limite dele;

Pois Ele honrará sua fé com ternura –

Deixe o Milagre com Ele!”


T. A. (Adaptado)


Como o poema acima diz tão apropriadamente, temos o imenso privilégio de encher esses potes com água. E o Senhor tem o Seu direito e Seu tempo para transformá-lo em vinho. Então, que alegria isso traz, tanto ao Seu coração quanto ao nosso!

Uma mãe

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Dedicado


“Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos” (Êx 2:3).


Ao rio Nilo para o seu filho salvar Entre os juncos escondido um cesto... Uma mãe que há tempos se punha a orar... Sopro de Deus, sobre os juncos sopra!


Mães fiéis como tendo um cesto Hoje enviam seus filhos, pela oração guiados Pelo mundo de pecado oram, sem qualquer pretexto Sopro de Deus, sobre os juncos sopra!


Do meu peito ao peito do rio da vida Vai meu filho… vida por Ele mantida! Oro eu, como a mãe de Moisés... Oh, Sopro de Deus, sobre os juncos sopra!


M. Wendel (Adaptado)

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“E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor”

(Ef 6:4)


 

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