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ÍNDICE
H. E. Hayhoe
G. H. Hayhoe
W. J. Prost
W. J. Prost
W. J. Prost
B. Conrad
P. Wilson
H. E. Hayhoe
J. G. Deck

A Criação de Filhos – Parte 2
Os relacionamentos naturais formam belas imagens da sabedoria dos caminhos de Deus. Os pais têm autoridade dada por Deus (Ef 6:1), mas é autoridade a ser usada com sabedoria amorosa para fazer o bem ao filho todos os dias de sua vida. Aqui o amor é o motivo da autoridade usada corretamente. O amor de Deus moveu Seu coração para nos dar este conhecimento de Si mesmo para guiar nossos pés por um mundo cheio de maldade, que tem a sutileza de um inimigo, usando a natureza caída dentro de nós, para nos conduzir nos caminhos do pecado e loucura.
O filho de Deus não precisa conhecer o mal sutil do mundo para evitá-lo. Ele precisa de “uma vereda plana” (Sl 27:11 – ARA). O livro de Provérbios fornece isso, dando-nos a sabedoria de Deus para nossa caminhada. Aquele que tudo sabe e tem o conhecimento de tudo, nos deu nesse livro o caminho da sabedoria em todos os vários relacionamentos que vivemos, as provações e as contrariedades que encontramos no decorrer do caminho da vida. Quão precioso é ter a sabedoria de Deus para nos dirigir!
Que aqueles que frequentam a escola e a faculdade sempre se lembrem de que as coisas que pertencem à revelação estão além da razão. Um homem deve ser mestre em um assunto para conhecê-lo corretamente, mas ele não pode ter um conhecimento assim de Deus. Deus e Sua sabedoria estão totalmente além do homem.
H.E. Hayhoe
A Família
Uma palavra para os pais
Sem dúvida, todo pai Cristão sente dificuldade para criar uma família para o Senhor em dias como vivemos. Não podemos esperar que fique mais fácil à medida que a vinda do Senhor se aproxima, pois as trevas estão aumentando. Precisamos da luz e da sabedoria da Palavra de Deus e da força do alto, porque “maior é Aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4:4 – JND). Não temos força ou sabedoria própria.
Sabedoria de Provérbios e das epístolas de João
Quanto ao ensino, correção, advertência e até disciplina de nossos filhos (quando necessário), obtemos, no livro de Provérbios, a sabedoria de Deus para isso. É muito importante que leiamos este livro cuidadosamente e com oração, pois não podemos ser mais sábios do que Deus. No entanto, acredito que haja dois lados na educação de nossos filhos. Provérbios nos dá um lado, mas creio que encontramos o outro nas epístolas de João. Temos a tendência de ser unilaterais, e a maioria de nós falha agindo dessa maneira. A Palavra de Deus nunca nos desequilibra, mas sim as nossas próprias vontades! O livro de Provérbios traz diante de nós mais particularmente a ”formação” (ou “treinamento”) de nossos filhos. As epístolas de João são o padrão para nossa própria conduta com eles e o caráter que exibimos diante deles. Isso é muito importante, pois é nossa própria conduta que dá peso ao que dizemos a eles.
A primeira epístola de João começa com o conhecimento do Pai. Sim, Deus nosso Pai quer que O conheçamos, e o Senhor Jesus pôde dizer: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (Jo 14:9). Que exemplo! Vamos aplicá-lo a nós mesmos como pais. Nossos filhos realmente nos conhecem? Um pai sábio cuidará, desde o início da vida de seus filhos, para que eles o conheçam. Se falharmos nessa intimidade com nossos filhos, começamos mal. Eu acredito que há muitas crianças que não conhecem seus pais como deveriam.
Comunhão
A próxima coisa é que Deus, nosso Pai, deseja ter comunhão conosco como Seus filhos. “E a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1:3). Ele quer compartilhar Seus pensamentos conosco, e devemos compartilhar nossos pensamentos com nossos filhos. Eles devem aprender primeiro o conhecimento de Cristo como Salvador, mas à medida que ficam mais velhos, devemos compartilhar com eles todos os nossos interesses na vida. Se não o fizermos, então eles buscarão seus interesses e felicidade em outro lugar, fora de casa.
Gozo
Continuando, lemos: “E estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo seja completo” (1 Jo 1:4 – KJV). Deus, nosso Pai, quer que nosso gozo seja completo, e nossos filhos devem saber que buscamos seu verdadeiro gozo e felicidade na vida. Mesmo a nossa disciplina deve ter esse fim em vista. Qualquer coisa que seja para seu benefício e acrescente à sua verdadeira felicidade, devemos nos esforçar em dar a eles, desde que isso não seja inconsistente com o caráter de Deus. Às vezes, como pais, podemos manter nossos filhos longe de tudo e não dar nada em troca. Vamos entender uma coisa: se devemos tirar algo deles para a glória de Deus, que asseguremos a eles que tal atitude é para seu próprio bem e bênção. Vamos procurar compensar de outras maneiras. O lar deve ser um lugar feliz para eles – o lugar mais feliz da sua infância.
Que instrução é para nós, como pais — primeiro, que nossos filhos devam nos conhecer; segundo, que devam conhecer nossos pensamentos; e terceiro, que devam saber que buscamos sua absoluta alegria e felicidade. Acredito que essas três coisas são de extrema importância, se quisermos começar bem com nossa família. O amor é a fonte principal, e nada dará certo se não for assim para o Cristão, toda obediência é fundada no amor. O Senhor Jesus disse: “Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos” (Jo 14:15). E toda a verdadeira obediência no lar Cristão, por parte dos filhos, deve ser fundada no amor também.
Luz
Agora veremos o caráter de Deus, nosso Pai, como Luz. “Deus é luz, e não há n’Ele treva nenhuma. Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos em trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo 1:5-6). Deus, nosso Pai, quer que conheçamos Seu caráter de santidade, pois não podemos ter comunhão com Ele de nenhuma outra forma. Isso é muito importante com nossos próprios filhos também. Depois que aprenderam as três primeiras coisas que mencionamos (e eles podem aprendê-las muito cedo), devem aprender que há um certo caráter adequado para nosso lar, como lar Cristão. Pecado e felicidade não podem andar juntos em nossa vida, nem podem andar juntos em nosso lar. O caráter piedoso de nossa família deve ser cuidadosamente mantido. Muitos pais Cristãos colheram tristezas, tendo permitido coisas em seu lar, que são contrárias à Palavra de Deus. Deus, nosso Pai, nunca diminui o padrão para Sua família. Que Ele nos ajude a guardar isso em nosso lar!
Realidade
Isso nos leva ao próximo ponto. Deus quer a sinceridade. Ele diz que fingir ser o que alguém não é, é de fato mentira, e que aqueles que caminham na escuridão em trevas não podem ter comunhão com Ele. Alguns pais dirão que, se tornarmos o padrão de piedade muito alto, então nossos filhos farão as coisas proibidas secretamente. Se nossos filhos realmente conhecerem nosso coração, eles desejarão nossa comunhão acima de tudo. Sentirão que simplesmente não podem fingir ser o que não são, em nossa presença. E assim, embora a luz da presença de Deus, nosso Pai, manifeste o pecado, mesmo assim podemos estar em Sua presença, não escondendo nada. Por quê? Porque Seu amor perfeito encontrou um jeito: “O sangue de Jesus Cristo Seu Filho nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1:7). Que confiança isso dá!
Perdão
Depois disso, é feita provisão para o nosso fracasso como filhos de Deus. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9). E assim, em nosso lar, onde a luz e o amor têm seu lugar certo, tudo fica manifesto e, então, tratado na luz e com amor. Quando nossos filhos reconhecem que fizeram algo errado, então devemos perdoá-los, como Deus nosso Pai nos perdoa. O perdão está em nosso coração o tempo todo, mas, governamentalmente, não podemos mostrá-lo até que confessem seu pecado.
Este, portanto, é o segundo grupo de três coisas importantes relacionadas com a família de Deus, que gostaria de aplicar como padrão para o lar Cristão. Já comentamos sobre os três primeiros anteriormente. São eles: conhecer o Pai, ter comunhão com o Pai, e saber que Deus, nosso Pai, busca nosso gozo completo. O segundo grupo de três é: conhecer o caráter santo de Deus, nosso Pai, saber que devemos ser sinceros e não esconder nada, e então saber que foi feita provisão completa para o nosso fracasso, ou seja, o perdão manifestado quando o reconhecemos. Isso estabelece seis aspectos, e o Senhor Jesus Cristo é o centro e a perfeição de tudo isso. Tal como com o castiçal de sete hastes no tabernáculo (Êx 25:32 – ACF), havia uma no centro e três hastes de cada lado. Assim é aqui, Cristo é o centro. Ele deve ter a preeminência em tudo. Ele é o “tudo em todos” do Cristianismo, e, a menos que Ele seja o centro de toda a nossa educação familiar, ela irá sucumbir, mais cedo ou mais tarde.
“Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa” (2 Cr. 15:7).
Mães
Talvez as mães permitam algumas palavras também neste momento. Você está interessada, tanto quanto ou mais do que seu marido, em relação ao padrão de Deus para a vida no lar, pois o lar é sua esfera particular. Você é o guia nele (1 Tm 5:14). E quão importante é o plano que Deus nos deu, não para uma casa de coisas materiais, mas para um lar distinguido pela luz e pelo amor! É o caráter do lar que o torna o que ele realmente é.
E você, querida mãe Cristã, pode ser a genuína companheira de seu marido na construção deste lar de luz e amor, ou pode destruí-lo. Pode incentivar seu marido e apoiá-lo em seu amor e correção dos filhos ou pode opor-se a ele e impedi-lo. Isso é muito importante. Você exerce uma influência tremenda no lar, de muitas maneiras muito maior do que a de seu marido. Está com os filhos mais do que ele, e eles a olham. Você pode fazer mais do que ele para construir ou destruir o lar.
Seu importante lugar
“Cessa, filho meu, ouvindo a instrução, de te desviares das palavras do conhecimento” (Pv 19:27). Não dê ouvidos ao conselho do mundo, nem mesmo ao de alguns Cristãos que podem rejeitar “o conselho de Deus contra si mesmos” (Lc 7:30), porque os condena. Demonstra sabedoria o buscar graça para exercer o lugar de ajudante (não de cabeça) que Deus lhe deu no lar. Esse é um lugar maravilhoso. Mesmo que seu marido falhe em cumprir seu papel como cabeça, peça ao Senhor por graça para cumprir o seu. O fracasso dele não muda seu lugar ou responsabilidade, nem muda o dele. Ele precisa de sua ajuda e orações. Infelizmente, todos nós falhamos como maridos, mas encontrar defeitos e culpar uns aos outros não resolverá as coisas, nem ajudará a construir o lar, mas certamente ajudará a “destruí-lo”. Quanto precisamos da graça e força que vêm do alto, especialmente quando surgem dificuldades, mas não vamos nos afastar do padrão divino. Pode haver quem leia estas linhas e tenha marido incrédulo, e certamente o Senhor lhe dará graça nestas coisas, se você olhar para Ele, para que, como diz Pedro, “se algum não obedece à Palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra” (1 Pe 3:1).
Prove a bênção
Pondere bem essas coisas, querida mãe Cristã, e que Deus a abençoe e aos seus queridos filhos. Agindo de acordo com a Palavra de Deus, você pode provar a bem-aventurança de andar nos caminhos d’Ele, e seu marido e filhos dirão de você o que é dito da esposa e mãe descrita em Provérbios 31:28-29: “Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior”.
Que isso seja dito a seu respeito, não só enquanto os filhos são pequenos, mas sobretudo à medida que forem crescendo, pois quanto mais amarem ao Senhor, mais amarão você! Seu trabalho, então, será recompensado mesmo aqui, e os últimos anos de vida serão felizes para você e seu marido, caso o Senhor nos deixe aqui mais um pouco.
“Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma recompensa” (2 Cr 15:7).
G. H. Hayhoe (adaptado)
A Palavra de Deus
Em outros artigos desta edição de “O Cristão”, já comentamos sobre a importância da sabedoria de Deus, conforme encontrada em Sua Palavra, a Bíblia. Devemos entender que a sabedoria de Deus não é meramente uma melhoria ou um acréscimo à sabedoria do homem; antes, é o exato oposto da sabedoria do homem. Quando consideramos qualquer assunto moral ou espiritual, a Palavra de Deus deve ser nossa fonte de sabedoria e nosso guia. As Santas Escrituras sempre exaltam a Cristo e, em última análise, Cristo é a sabedoria de Deus para o caminho do crente.
Como pais, podemos ter visto a importância da Palavra de Deus em nossa própria vida e a necessidade da orientação dela na criação de nossos filhos. Mas todos desejaríamos que nossos filhos sentissem a mesma reverência, necessidade e desejo pela Escritura. Como isso pode ser alcançado?
A Palavra tecida em nossa vida
Em primeiro lugar, é importante que nossos filhos vejam os princípios e as instruções da Bíblia interligados na própria estrutura de nossa vida, seja no lar, em nossa vida profissional, na educação ou em nossa vida de assembleia. Eles devem ver claramente que ler a Palavra de Deus não é meramente um ritual religioso, mas uma Palavra viva para nós, destinada a ser, na realidade, uma parte de todos os aspectos de nossa vida.
Pais Cristãos piedosos vão querer ter um tempo de leitura privada da Palavra de Deus e oração. Isso é importante, pois todos devemos, em última análise, alimentar-nos de Cristo individualmente antes de o fazermos com outros. Isso é verdade inclusive na família. Quando a vida é agitada, isso pode ser difícil, mas como todos sabemos, é muitíssimo necessário ler a Palavra de Deus diariamente e orar. Maria de Betânia sentou-se aos pés do Senhor e ouviu Sua Palavra, e quando sua irmã Marta reclamou com o Senhor que Maria a havia deixado para servir sozinha, Sua resposta foi: “Mas uma só [coisa] é necessária” (Lc 10:42). É o mesmo conosco hoje; os “cuidados desta vida” nunca devem nos privar de tempo individual na Palavra de Deus e em oração.
Lendo a Palavra
Em segundo lugar, é importante que leiamos a Palavra de Deus com nossos filhos. Visto que normalmente nos alimentamos mais de uma vez por dia, é bom ter as Escrituras diante de nós pela manhã e à noite também. Um pai pode muitas vezes ter que ir trabalhar de manhã cedo e nem sempre é prático para ele ler com os filhos nessas circunstâncias. Nesse caso, a mãe deve assumir. Lembro-me bem de minha própria mãe lendo a Bíblia para nós na mesa do café da manhã e enfatizando sua importância. Então, depois do jantar, meu pai assumia e lia a Palavra de Deus. À medida que fui crescendo, vi outro lado de meu pai que não conhecia antes. Ele trabalhava para um fazendeiro próspero e, na minha adolescência, no verão, também fui contratado para trabalhar com ele. Demorávamos apenas meia hora para o almoço, mas meu pai comia rápido, para ter tempo de ler, não só a Bíblia, mas também um livro de ministério. Quando eu estava com ele, ele lia em voz alta para que eu pudesse tirar proveito também. Isso me impressionou profundamente quando jovem e me motivou a fazer o mesmo.
Além disso, quando lemos as Escrituras para nossos filhos, várias coisas são muito importantes. Em primeiro lugar, deve ficar claro para eles que é para nosso prazer, e não apenas um dever a ser cumprido. Deve ser um momento relaxante, quando a família pode desfrutar da Palavra de Deus juntos, assim como eles desfrutam da comunhão durante uma refeição.
Leia tudo da Palavra
Em terceiro lugar, um irmão mais velho, há muito tempo com o Senhor, costumava nos dizer: “Não hesite em ler com seus filhos qualquer parte da Palavra de Deus. Ela nos adverte e expõe a maldade do coração natural do homem, mas nunca desperta a carne em nós ou provoca maus pensamentos em nossas mentes”. Esse é um bom conselho, pois os pais às vezes podem ser tentados a pular certas passagens da Palavra de Deus que revelam os detalhes sórdidos do pecado e falam de coisas que podemos considerar desnecessárias para nossos filhos ouvirem. Lembremo-nos de que “Toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16 – ACF). É muito melhor para as crianças ouvirem essas coisas no contexto da Palavra de Deus (dentro dos limites do que sua faixa etária pode entender) do que fazer com que aprendam essas coisas do mundo quando vão para a escola ou, mais tarde, no local de trabalho.
Finalmente e imprescindível, a Palavra de Deus deve ser trazida ao nível deles e explicada a eles de uma forma que possam entender. É claro que há partes da Bíblia que as crianças podem não entender imediatamente, mas quando “enchei de água essas talhas” (Jo 2:7), podemos contar com o Senhor para transformá-la em vinho mais tarde.
A morte de um filho
Podemos ver uma ilustração da importância disso, em figura, na vida de Eliseu. A mulher sunamita, de 2 Reis 4, havia sido muito bondosa com Eliseu, a ponto de construir para ele um quarto especial na casa dela, onde ele ficava sempre que passava por ali. Como resultado, o Senhor deu a ela um filho. Mais tarde, porém, enquanto o filho estava na fazenda com o pai, adoeceu repentinamente e morreu mais tarde naquele dia. Sua mãe imediatamente o deitou na cama de Eliseu, em seu quarto, e então cavalgou para o Monte Carmelo para se encontrar com o profeta.
Eliseu instruiu seu servo Geazi a pegar seu cajado (de Eliseu) e colocá-lo no rosto da criança. Geazi fez o que lhe foi pedido, mas teve que voltar e relatar que “não havia nele voz nem sentido” (2 Rs 4:31). O cajado era bom e pertencia a Eliseu, mas era rígido e inflexível; não trouxe vida à criança. Como aplicação, o cajado pode representar para nós a Palavra de Deus apresentada a uma criança, mas de uma forma que não se adapta à sua idade e entendimento. Da mesma forma, quando consideramos seu comportamento subsequente no próximo capítulo, é duvidoso se Geazi teve o discernimento espiritual e o cuidado piedoso que eram necessários nessa situação.
O modo de transmitir vida
Quando Eliseu chega até a criança e a encontra morta, ele faz algo diferente. Em primeiro lugar, ele “orou ao Senhor”. Então ele “deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu” (2 Rs 4:33-34). Ele se adaptou ao tamanho da criança, apresentando diante de nós a necessidade dos adultos descerem ao nível de uma criança, mental e espiritualmente. Ele não usou um cajado, mas sim seu próprio corpo. De maneira semelhante, Paulo poderia dizer aos coríntios: “Vós sois a carta de Cristo [...] escrita [...] não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (2 Co 3:3). Como resultado, a vida estava voltando, mas era um processo. O mesmo ocorre com frequência com a salvação de crianças pequenas. Novamente, está registrado que Eliseu “voltou, e passeou naquela casa de uma parte para a outra, e tornou a subir, e se estendeu sobre ele” (2 Rs 4:35). Esse intervalo fala de mais exercícios perante o Senhor, e novamente Eliseu se sente levado a descer ao nível da criança e curvar-se sobre ela (JND). Desta vez, há evidências de vida muito distintas, pois “então, o menino espirrou sete vezes e o menino abriu os olhos” (v. 35).
Primeiros sinais de vida
É interessante e instrutivo notar que o verdadeiro sinal de vida foram os espirros da criança sete vezes. Pode parecer uma evidência incomum de vida, mas, no entanto, é clara e definitiva. Cadáveres não espirram! Assim é frequentemente quando os filhos vêm ao Senhor pela primeira vez. No início, pode não haver uma confissão oral clara de Cristo como Salvador; antes, eles podem dizer ou fazer algo, talvez de uma forma um pouco incomum, mas o que eles dizem ou fazem nos diz claramente que agora eles têm uma nova vida em Cristo. Em nossa história, Eliseu entrega a criança à mãe, pois era a responsabilidade dela continuar seu trabalho de criá-lo para o Senhor.
Mais uma vez, podemos ver que esse incidente nos mostra que é necessário um exercício real para levar a Palavra de Deus a nossos filhos, e um esforço real deve ser feito para trazer a Escritura ao nível deles, explicando de uma forma que os ajude a entender. No entanto, em todas essas coisas, devemos lembrar que, embora tenhamos nossa responsabilidade de levar a Palavra de Deus a nossos filhos da maneira certa, em última análise, não é nossa fidelidade que traz bênçãos a eles, mas sim a graça soberana de Deus. Se houver alguma bênção na vida de nossos filhos, não podemos assumir o crédito por isso. É a graça de Deus que salva e guarda, e a Ele deve ser todo o louvor.
W. J. Prost
Não Há Nada Para Nossos Filhos
Como pais, é natural que desejemos comunhão Cristã para nossos filhos, e é uma coisa feliz quando há outros filhos de lares Cristãos com quem isso pode acontecer. É bom quando há outras crianças em nossa assembleia local com quem nossos filhos podem passar algum tempo juntos, desfrutando não apenas das coisas do Senhor, mas também de atividades naturais. Esse é um presente maravilhoso de Deus! No entanto, nestes dias de pequenas coisas, com assembleias que às vezes são reduzidas a “dois ou três reunidos em [Seu] nome”, esse tipo de comunhão nem sempre existe. É triste dizer que se tornou muito comum os pais virarem as costas para o que sabem estar conforme a Palavra de Deus, a fim de buscar um caminho mais amplo, que inclua maior comunhão com outros filhos de origem Cristã.
A dedicação de Ana
Se olharmos para a Palavra de Deus, veremos um exemplo no Velho Testamento que deve nos encorajar a não tomar esse caminho. Quando Ana orou pela primeira vez por um filho, ela jurou que se o Senhor lhe desse um filho, “ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida” (1 Sm 1:11). No devido tempo, o Senhor graciosamente concedeu seu pedido, e quando Samuel foi desmamado, Ana cumpriu seu voto. Está registrado que quando “o menino era ainda muito criança”, “ela [...] o trouxe à casa do SENHOR, a Siló” (1 Sm 1:24). No próximo versículo (v. 25), está registrado que “eles [...] trouxeram o menino a Eli”. Como sabemos, daquele ponto em diante, Samuel viveu na casa de Deus em Siló, tendo Eli como seu guardião e instrutor, e ele via sua mãe apenas uma vez por ano, quando ela lhe trazia “uma túnica pequena” (1 Sm 2:19).
Enfrentando a imoralidade
Do lado humano, Siló pode ter parecido ser o pior lugar para se apresentar uma criança pequena. O comportamento sacrílego e imoral dos filhos de Eli era bem conhecido e de natureza tão notória que “os homens abominavam a oferta do SENHOR” (1 Sm 2:17 – KJV). Mais do que isso, Eli, embora o sacerdote ancião do Senhor, não conteve o comportamento terrível de seus filhos. Ele os reprovou, mas não fez mais nada. Ana poderia confiar seu filho, em sua tenra idade, a homens como este? Da mesma forma, nestas circunstâncias, Samuel também seria privado da companhia de outras crianças, incluindo seus próprios irmãos. Podemos muito bem imaginar que Ana orou muito fervorosamente por seu filho e por aqueles sob os quais ele vivia.
Mas os olhos de Ana não estavam nos sacerdotes que oficiavam na casa de Deus; antes, seus olhos estavam no Senhor que habitava naquele tabernáculo. Ela havia confiado n’Ele para lhe dar um filho e agora podia confiar que Ele cuidaria dele, mesmo em um lugar onde os sacerdotes não eram apenas infiéis, mas pecadores. E assim aconteceu, pois Samuel cresceu para ser o “homem de Deus para aquela situação crítica”, representando o Senhor entre um sacerdócio fracassado e, mais tarde, um rei fracassado (Saul), e o legítimo rei de Deus (Davi).
Comunhão com outros
Assim pode ser para nós hoje. Se procurarmos falhas em nossos irmãos, iremos encontrá-las em cada um deles. Se a comunhão com outras crianças, para encorajar nossos próprios filhos, governar nosso coração, sem dúvida seremos tentados a ir em lugares onde houver mais disso, mesmo que isso signifique comprometer (ou, abandonar) a verdade de Deus. Mas se nossos olhos estiverem antes no Senhor no meio, confiaremos que Ele cuidará de nossos filhos sob estas circunstâncias. Ao mesmo tempo, faremos todos os esforços para buscar a comunhão de outras crianças de vez em quando, quando ela puder ser obtida, mas apenas dentro da esfera que honre o Senhor e Sua Palavra.
W. J. Prost (adaptado de uma reunião aberta, conferência de Toronto, 1967)
Quando as Leis São Contrárias à Escritura
Uma das questões que os Cristãos hoje enfrentam, com cada vez mais frequência, é como reagir quando os governos aprovam leis que são contrárias aos princípios da Palavra de Deus. Essas leis podem impactar muitas áreas de nossa vida, e não estou me referindo a países onde a perseguição aberta é comum e onde os Cristãos são rotineiramente maltratados. Em vez disso, estou me referindo aos chamados países “livres”, onde a liberdade de religião supostamente existe e onde os Cristãos não são perseguidos abertamente.
Por exemplo, no Canadá, na província de Ontário, os médicos devem, por lei, encaminhar pacientes para aborto, contracepção, cirurgia transgênero ou suicídio assistido, mesmo que o médico se oponha conscienciosamente a esses procedimentos. A realidade de que o encaminhamento torna o médico um “cúmplice do fato” não é considerada objeção viável.
Leis que conflitam
No contexto da criação dos filhos, outras leis foram promulgadas em algumas jurisdições que tornam difícil para os pais Cristãos obedecerem à Palavra de Deus. No Canadá, foi proposta uma lei (embora ainda não aprovada pelo Parlamento) que tornaria ilegal os pais enviarem uma criança para aconselhamento, se a criança expressasse uma preferência de gênero diferente de seu sexo biológico. (Aconselhamento ilegal seria aquele que visasse orientar as crianças a respeito de seu sexo biológico, em vez de permitir que escolhessem seu sexo).
Mais difundidas são as leis que proíbem os pais de baterem em seus filhos. A Suécia foi o primeiro país a proibir as palmadas em 1979 e, até hoje, mais de 50 países no mundo seguiram o exemplo. A lista inclui vários países da Europa Ocidental, como Holanda, França, Portugal e Alemanha, bem como alguns países da Europa Oriental, África e América do Sul. A palmada é ilegal também na Nova Zelândia.
Currículos questionáveis
Em outras situações ainda, os pais Cristãos às vezes ficam preocupados com o conteúdo dos currículos nas escolas públicas, especialmente nas áreas de homossexualidade e educação sexual. Em algumas nações, o ensino doméstico é permitido, o que contorna a dificuldade, mas em outras nações isso é ilegal. Como os pais Cristãos devem reagir em tais situações? Se desobedecerem à lei, podem ser mandados para a prisão, mas pior ainda, podem ser declarados pais inadequados e ter seus filhos tirados à força.
Não há resposta fácil para esses dilemas e, antes de tudo, devemos estar sempre diante do Senhor a respeito deles. A Escritura é clara que “mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29), mas devemos ser cuidadosos ao interpretar o que “obedecer a Deus” significa em cada situação. Somente o Senhor pode nos dar sabedoria sobre como devemos reagir. Vamos considerar a questão das palmadas.
Disciplina precoce
Em primeiro lugar, um irmão mais velho, há muito tempo com o Senhor, costumava dizer: “Se a disciplina começar cedo na vida de uma criança, a maioria das palmadas acontecerá antes que a criança possa sequer se lembrar delas especificamente”. Isso é muito verdadeiro. Se a vontade das crianças for moldada aos dois ou três anos de idade, elas provavelmente não precisarão de palmadas frequentes depois disso.
Em segundo lugar, as palmadas devem ser o último recurso na punição. A Escritura diz: “A vara e a repreensão dão sabedoria” (Pv. 29:15), e uma vez que a vontade da criança seja moldada adequadamente em uma tenra idade, a repreensão pode ser tudo o que seja necessário na maior parte do tempo. Conheci lares onde os pais achavam que, quando alguma coisa errada era cometida, uma surra era sempre necessária, com base no princípio de que “toda transgressão” deve receber “uma justa retribuição” (Hb 2:2), mesmo que a criança tivesse obviamente aprendido a lição por meio da reprovação. Tal atitude ao criar os filhos não tem base na Palavra de Deus.
Situações intoleráveis
Terceiro, se a situação torna-se intolerável, alguns pais até consideraram a mudança para outra jurisdição onde as leis eram diferentes. Claro, este é um grande passo, mas certamente preferível a perder os filhos para que sejam levados pelas autoridades. No passado, muitos Cristãos fugiram de países onde a perseguição religiosa estava presente, e é bem conhecido que os Pais Peregrinos que vieram para a América buscavam principalmente a liberdade de culto. O Senhor pode tornar essa opção possível para nós em alguns casos.
Finalmente, alguns pais podem decidir obedecer à lei e não bater em seus filhos. Não sejamos críticos deles, pois embora a Palavra de Deus ensine o uso do castigo corporal, isso não é tão importante quanto a consistência. Existem outras maneiras de disciplinar as crianças, e a consistência em moldar seu comportamento é mais importante do que o tipo de disciplina.
Outras opções
Com relação aos currículos nas escolas públicas, mais uma vez, muita oração é necessária. É angustiante para os pais Cristãos saber que seus filhos podem ser submetidos desde tenra idade a um ensino na área da educação sexual que é contrário à Palavra de Deus e que podem ser expostos àqueles que mantêm e ensinam o casamento do mesmo sexo ou a prática aberta da homossexualidade. É especialmente difícil quando esses assuntos são ensinados a crianças em tenra idade, quando suas mentes são muito impressionáveis.
Em alguns casos, pode ser possível que as crianças sejam dispensadas de assistir a essas aulas, mas nem sempre é possível. Em outros casos, pode ser possível mandar os filhos para uma escola particular, mas nem todos os pais podem pagar. Às vezes, a única solução é os pais encorajarem os filhos a falar sobre o que ouviram na escola e depois abrir a Palavra de Deus sobre o assunto. Com muita oração e na dependência do Senhor, podemos confiar que Ele usará Sua Palavra no coração deles que se oporá ao que é contrário a ela. Sem dúvida, todos nós já ouvimos falar de crianças de lares Cristãos que tiveram que resistir ao ensino ateísta dos regimes comunistas, e o fizeram fielmente. Nesses casos, os pais não tinham outro recurso senão o Senhor e Sua Palavra.
Novamente, é impossível dar um remédio para cada circunstância, pois cada situação é única. Mas o Senhor, que conhece todas as nossas dificuldades nestes últimos dias, pode dar sabedoria do alto, se Lhe pedirmos. Estamos realmente em “tempos perigosos” (KJV) mencionados em 2 Timóteo 3 e podemos esperar que as coisas piorem com o passar do tempo. No entanto, se houver um desejo sincero de agradar ao Senhor, lembremo-nos de que “Ele será a estabilidade dos teus tempos” (Is 33:6 – JND) e que permitirá “humilhar-nos perante o nosso Deus, para buscar Lhe o caminho certo para nós, para nossos pequeninos” (Ed 8:21 – JND).
W. J. Prost
Caminhos de Prazer, Rotas da Paz
No céu onde Deus habita sempre houve plenitude divina: pureza perfeita, amor divino e felicidade eterna. Naquele lar de luz e amor, Deus Se deleitava com os filhos dos homens desde a eternidade, mesmo “antes que os montes fossem firmados [...] ainda Ele não tinha feito a Terra” ou estabelecido seus fundamentos. De acordo com Seu propósito eterno, alguns entre os filhos dos homens, não só entrarão e desfrutarão da felicidade desta habitação divina, mas também do “gozo em Deus” (Rm 5:11 – KJV). Por causa do Calvário, isso pode e será assim.
Criação favorecida por Deus
O homem é a criação especial e favorecida por Deus. Embora os anjos se sobressaiam em força e habitem reinos espirituais, apenas o homem é mencionado ser feito à Sua semelhança; dotado com capacidade de interagir com Deus, de uma forma que o resto da criação não pode, com inteligência, com interesse para entender coisas abstratas, e com a capacidade de experimentar pensamentos comuns com Ele.
Os seis dias da criação são marcados com as palavras importantes, “E disse Deus”, maravilhoso precursor daquele futuro, quando a Palavra em Si se tornaria carne e habitaria entre nós, expressando em Sua própria Pessoa toda a plenitude da divindade. Incomparável criação do homem por Deus, em contraste com outras coisas criadas, foi Sua comunicação ao homem “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo [...]” comunicando ao homem o que deveria ser e o que deveria fazer.
Uma nova criação
Infelizmente, como sabemos, muito rapidamente a bondade do homem se foi na sua queda, “como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada que cedo passa” (Os 6:4). Ainda assim, o Oleiro havia formado o vaso, como era Seu direito livre de fazer, a fim de que em Seu conselho o primeiro homem fosse substituído na roda do Oleiro pelo segundo Homem, o Senhor vindo do céu, na plenitude do tempo. Isso foi assegurado pela ressurreição de entre os mortos; há um Homem ressuscitado e glorificado no céu hoje, Ele mesmo o princípio de uma nova criação e somente Ele ali, por enquanto, as Primícias de uma colheita vindoura.
Gêneros masculino e feminino
Outro aspecto único da criação do homem por Deus é a declaração de que haveria homem e mulher, cada um diferente do outro e complementares um do outro para que fossem, em certo sentido, um. “Macho e fêmea os criou, e os abençoou, e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados” (Gn 5:2). Embora saibamos, a partir de Gênesis 6:19 e da observação, que os animais também foram criados com esses dois gêneros complementares, é somente com o anúncio da criação do homem que essa distinção é imediatamente evidenciada: uma vez, após a declaração de que o homem foi feito à imagem de Deus (Gn 1:27) e depois, novamente após a declaração de que o homem foi feito à semelhança de Deus (Gn 5:1). Parece que Deus escolheu exibir as glórias naturais de Seus seres criados, e da humanidade em particular, com esta polaridade de homem e mulher. Como o apóstolo Paulo lembrou aos coríntios, o homem é “a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão” (1 Co 11:7). Deus poderia ter criado a humanidade com um único gênero e perpetuado a raça dos homens de acordo com tal sistema; Ele poderia ter criado a humanidade com vários gêneros. Ele não fez nada disso; Ele nos criou homem e mulher. É a glória do homem reconhecer e receber luz de Alguém superior a ele e ordenar adequadamente seus pensamentos e caminhos. Isso é excelência no homem. A vida do crente em Cristo é “ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2:10), pois ele aprende alegremente a se comportar na casa de Deus e a andar de maneira correta neste mundo, de acordo com a Palavra de Deus “E disse Deus”.
Confusão de gênero
Deus não é Autor de confusão; é Seu deleite ver a ordem moral e a felicidade que ela proporciona ao homem, como o apóstolo Paulo disse aos colossenses, “regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo” (Cl 2:5). Por causa da importância de tal revelação, há oposição satânica até mesmo à ordem natural do homem e da mulher. A própria Igreja tem sido submetida a “espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1), que procuram introduzir aquilo que desonra a Deus e cria confusão e infelicidade no homem. O mundo ocidental, antes imerso na luz e nas bênçãos da revelação de Deus em Cristo, parece estar na vanguarda agora da, assim chamada, confusão de gênero e depravação moral, obscurecendo a mente dos homens para a integridade natural e a luz espiritual. É neste mundo que vivemos e criamos nossos filhos e, portanto, é mais importante do que nunca que apresentemos a eles o caminho da fé e da sabedoria de concordar com todas as coisas conforme são apresentadas na Palavra de Deus. O contraste exterior que se observa entre o caminho dos filhos da luz e os das trevas está se tornando maior no mundo ocidental, com o mal chamado bem e o bem mal, e trevas como luz e luz como trevas (Is 5:20). “Seja Deus verdadeiro e todo homem mentiroso” (Rm 3: 4).
Escolha de gênero
Está na moda hoje em dia pensar que alguém pode simplesmente escolher mudar de gênero como alguém poderia mudar de residência ou ocupação, como se Deus estivesse errado no caso desse alguém. Oferecer escolha aos jovens quando não há escolha, com o apoio institucional dessa loucura, agora protegida por decreto do governo, perpetua a confusão com consequências devastadoras para os jovens assim induzidos. Os homens caídos continuam a professar-se sábios e, assim, mostram que se tornaram loucos (Rm 1:22) com o coração obscurecido. “Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe” (Ef 5:12), só que agora a grande mudança na opinião pública, que influencia as ações dos homens deste mundo, tirou essas coisas do sigilo para a luz do dia.
Degradação moral
Foi declarado que os caminhos morais de Deus não mudam com as dispensações, desde os dias sob a lei até os dias atuais da graça. Como um jovem lendo os livros de Moisés, pode-se perguntar: “Quem faria uma coisa dessas que é proibido aqui?” No entanto, infelizmente, à medida que avançamos na vida, vemos ou ouvimos que essas coisas são feitas. Quando o homem escolhe desistir de Deus, para que Ele não esteja em todos os seus pensamentos, Deus, em Seus caminhos governamentais, entrega o homem à degradação moral. Em nossa mente, é benéfico chamar as coisas como Deus as chama, em vez das referências “liberalistas” usadas hoje. Aqueles que se envolvem em relações íntimas com outras pessoas do mesmo sexo, são chamados de “violadores de si mesmos com a espécie humana”, na Bíblia em inglês, uma tradução “educada” de palavras gregas, que são bastante diretas. Esse comportamento moralmente condenado é colocado em uma lista junto com várias outras atividades iníquas que são contrárias ao reino de Deus e à sã doutrina (1 Co 6:9; 1 Tm 1:10). Este assunto não é irrelevante, nem um mero “tom de cinza”, mas é uma base moral que justifica o reforço da Palavra de Deus em nossa casa e na assembleia. Frequentemente, há a objeção de que alguns são “programados dessa forma” ou predispostos a tal comportamento. A carne em nós pode se apresentar de certa maneira em um, diferente do que em outro, mas “o que é nascido da carne é carne”, e é nosso dever e disciplina julgar a nós mesmos para que “não sejamos condenados com o mundo”. Deus não é o Autor de nenhuma confusão moral, e não podemos dizer que Deus tenta qualquer homem com o mal (Tg 1:13). É “de dentro, do coração dos homens” que essas coisas procedem (Mc 7:21), mas “Ele dá mais graça”, e a maravilhosa liberdade do evangelho é que a graça capacita o crente a andar em santidade, não mais ser mantido sob o domínio do pecado (Rm 6:14). Sermos compreensivos uns com os outros, pois cada um de nós lida com a batalha da carne contra o Espírito de uma forma ou de outra (Gl 5:17).
Distinção cultural
Outro desafio sentido pelos crentes no mundo ocidental hoje é a tentativa deliberada na cultura que nos cerca de eliminar quase toda forma de distinção entre homens e mulheres. Na verdade, falar sobre as características da feminilidade e da masculinidade é, muitas vezes, incorrer em desprezo e censura. Lemos em Deuteronômio 22:5 “A mulher não usará roupa de homem, nem o homem, veste peculiar à mulher” (ARA). Independentemente de a conduta ser direcionada ao israelita, podemos aplicar essa passagem, figurativamente, ao caráter, e como uma exortação para encorajar o caráter feminino em nossas meninas e moças e o caráter masculino em nossos meninos e rapazes. Paulo tinha o mesmo pensamento em mente quando exortou os coríntios a “portai-vos varonilmente e fortalecei-vos” (1 Co 16:13).
A Palavra de Deus é certa
É em face desse vento cultural contrário que nós e nossos filhos devemos recorrer constantemente à clareza e refrigério da Palavra de Deus. O Deus que, “abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (1 Tm 6:17) ordenou graciosamente a vida do homem para sua bênção, pois Ele é bom e deseja, mesmo em um sentido natural, encher nosso coração “de mantimento e alegria” (At 14:17). A cultura ocidental, que antes se alinhava amplamente com a ordem natural e adequada mostrada na Palavra de Deus, cada vez mais despreza essa ordem. No entanto, a Palavra de Deus é certa, estabelecida para sempre no céu, transcende e durará mais do que todas as normas culturais dos homens.
O destino dos homens e mulheres redimidos é ser “como os anjos de Deus no céu”, sem se casar nem se dar em casamento. Mas Deus tornou nobre o relacionamento do homem e da mulher, como uma figura para o relacionamento mais elevado e doce de todos, o de Cristo com a Igreja como Sua noiva celestial. Enquanto isso, neste mundo, como filhos da luz e filhos do dia, é claramente nosso privilégio honrar o Senhor, ocupando adequadamente os lugares que nos são designados como homem ou mulher.
É característico de quem possui vida em Cristo ter confiança implícita na sabedoria e bondade de Deus. “A sabedoria é justificada por todos os seus filhos” (Lc 7:35), e “Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz” (Pv 3:17). Aqueles que têm a noção do que Deus é por eles, e, que o caminho da sabedoria, de acordo com a luz da Sua Palavra, é o caminho melhor e feliz, caminharão pela fé em Seus preceitos.
B. Conrad
Uma Ocupação Adequada
Um grande perigo para o sistema educacional atual é sua política de ensinar nossos filhos a serem grandes no mundo. Em todos os aspectos, isso se opõe à vocação celestial e ao caráter do Cristão. As crianças são ensinadas a escalar e se destacar socialmente, economicamente e em todos os campos de atuação. O que nós, como Cristãos, devemos almejar é atravessar o mundo com a menor contaminação possível, olhando para Jesus como Aquele que correu toda a corrida da fé e “assentou-Se à destra do trono de Deus” (Hb 12:2). Devemos ter uma certa quantidade de educação do mundo, e algumas ocupações podem exigir treinamento especializado além da demanda legal, mas para o Cristão, sua educação, em qualquer quantidade necessária, deve ser subordinada ao seu viver para glorificar a Deus durante o trânsito por um mundo ímpio. Ela nunca deve ser usada como um trampolim para nos tornarmos grandes neste mundo onde nosso Senhor foi expulso. É quase traição a Ele buscar ser grande na casa de Seus inimigos. É salutar lembrar que quanto mais alto chegamos neste mundo, mais perto chegamos de sua cabeça, o deus e príncipe dele. É mais fácil prosseguir com Deus de maneira modesta, tranquila e despretensiosa do que em um lugar importante neste mundo. Quando o Senhor foi expulso do mundo, Sua partida não causou nenhuma agitação em seu curso. Que os Cristãos possam andar como Ele.
Conselho e ajuda
Quando consideramos a necessidade de proteger nossos filhos contra a filosofia mundana que os ensinaria a ser grandes no mundo que odeia nosso Senhor, pode ser bom adicionar algumas palavras sobre a necessidade de aconselhamento e ajuda a eles na escolha de uma ocupação adequada para vida. Isso não deve ser feito sem muita oração por sabedoria e orientação divinas. Os pais devem ser capazes, por experiência e observação, a ajudar a apontar o caminho certo para eles. Existem algumas ocupações que não poderiam ser assumidas por um Cristão sem séria perda espiritual; um filho ou filha deve ser avisado(a) sobre isso. Depois, há outros que podem ser aceitáveis em si mesmos, mas que não se adéquam ao seu temperamento ou capacidade. Seria tolice tentar fazer um jovem ser um contador se ele não tem aptidão para lidar com números, ou fazer de um filho um homem de negócios que simplesmente não tenha habilidade nessa área. Provérbios 22:6 (JND) nos diz: “Instrua a criança de acordo com o teor [estilo] do seu caminho”. Isso inclui o reconhecimento das habilidades naturais de cada criança para encorajá-la nesse caminho. Os pais não devem tentar “forçar um pino quadrado em um buraco redondo”.
Algumas pessoas podem trabalhar bem com as mãos, e que não conseguem trabalhar em nada mais. Não há desonra ligada ao trabalho manual honesto. Algumas pessoas têm enfrentado duras lutas ao longo da vida, tentando fazer algo para o qual não estão preparadas. É bom quando alguém pode ter um meio de ganhar o seu sustento de modo que possa “nele permanecer com Deus” (1 Co 7:24 – JND). E seja o que for – negócio, profissão ou trabalho manual – deve ser apenas um meio de ganhar a vida enquanto passamos pelo mundo; nossa principal preocupação deve ser fazer tudo para a glória de Deus.
Ambições
Há um princípio traiçoeiro que frequentemente atua no coração dos pais Cristãos, ou seja, buscar grandes coisas para seus filhos. Muitas vezes se contentam em passar pelo mundo com pouco para si próprios, mas se esforçam para ajudar seus filhos a alcançar maiores alturas. Às vezes os pais podem mesmo tentar realizar suas próprias ambições frustradas em suas crianças. O profeta Jeremias foi instruído a falar assim com Baruque: “Procuras tu grandezas? Não as busques” (Jr 45:5). Não podemos perguntar com o mesmo espírito: “Procuras grandes coisas para seus filhos? não as busque”, mas sim, que eles possam passar por este mundo com piedade e contentamento, honrando a Deus e glorificando a Cristo. Um querido pai Cristão que ajudou seus filhos a alcançar lugares altos, mais tarde viu, para sua tristeza, que isso foi feito para grande perda e dano espiritual deles, e foi ouvido a lamentar por seu filho: “Eu preferiria que ele estivesse varrendo as ruas da cidade”.
Influência mundana
Ló pode ter desejado para seus filhos as vantagens que Sodoma oferecia, mas foi para a ruína deles. Quantos pais levaram seus filhos ao mundo e então, quando perceberam o que havia acontecido (pois tais passos costumam ser quase imperceptíveis no início), procuraram tirá-los, mas descobriram que era impossível. Ló levou sua família para Sodoma e perdeu alguns de seus filhos lá, e aqueles que foram “salvos [...] como pelo fogo” foram uma vergonha e uma desonra para ele. Oh, que os pais Cristãos percebam o perigo do mundo para seus filhos, e usem todo cuidado para mantê-los longe dele e instruí-los sobre como devem viver nele!
Nos dias de Josué, os israelitas corriam o perigo de servir aos ídolos dos pagãos, assim como hoje os Cristãos são tentados a servir ao mundo e a seus objetivos, mas Josué resumiu o assunto em poucas palavras e colocou-o claramente diante deles. Ele colocou Jeová, o Deus de Israel, de um lado e todos os ídolos do outro, e disse-lhes: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24:15). Eles iriam servir a um ou a outro. Nosso Senhor mesmo disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores [...] Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lc 16:13). Que haja mais pais como Josué, que possam falar por si e por suas famílias: “porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24:15). Que o Senhor nos conceda todo esse propósito de coração, por um lado, e um grande senso de nossa própria fraqueza, por outro, para que possamos lançar a nós mesmos e nossas famílias n’Ele por Sua ajuda para “andar e agradar a Deus” (1Ts 4:1).
P. Wilson (adaptado de A Instituição do Matrimônio)
Educação
Educação e natureza do homem
A educação não muda a natureza moral do homem. “A carne para nada aproveita” (Jo 6:63). Cristo é a sabedoria de Deus (1 Co 1:24, 30). Para a fé, Sua morte é o completo fim do primeiro homem, e Sua vida é o padrão do novo homem para sua caminhada neste mundo para a glória de Deus. Que possamos ler a preciosa revelação de Deus, a Bíblia, acreditar nela, e nela meditar e buscar Sua graça para andar na luz e sabedoria dela.
Sabedoria de Deus e sabedoria do homem
A sabedoria de Deus é perfeita por causa de Seu conhecimento perfeito de todas as coisas. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi Seu conselheiro?” (Rm 11:33, 34). O homem “nunca pode descobrir as coisas que pertencem à revelação”. Este é simplesmente o tema do livro de Eclesiastes. Mostra-nos a extensão da sabedoria do homem “debaixo do Sol”, à parte da revelação de Deus. “Criação e ressurreição são duas coisas que pertencem à revelação”. A sabedoria do homem nunca poderia descobrir uma ou outra, como vemos em Atos 17:23-32.
Então, a sabedoria de Deus não é uma extensão da sabedoria do homem, nem é um aprimoramento dela. É sempre o oposto da sabedoria do homem. A menos que aceite a revelação da verdade encontrada na Palavra de Deus, o homem faz do mundo em que vive o horizonte de todos os seus pensamentos, esforços e ações. Toda a sua vida é governada por esses motivos mundanos. Mas, a voz da sabedoria, conforme encontrada na Palavra, nos ensina a sentar aos pés de Jesus, como Maria fez, e ouvir a palavra de Sua boca, para que possamos aprender a sabedoria de Deus.
H. E. Hayhoe
Poema:
Ó mulher… seja feito para ti, como tu queres.
Ó mulher, está teu coração de mãe Cheio,
muitas vezes dolorido, angustiado,
Olhando ao peito o teu pequeno
bem Mas ao futuro teus olhos são lançados?
Queridos como são, e adoráveis também,
São como as primeiras flores da primavera,
Tu sabes que sob tanta formosura, porém,
Há os germes mortais que o pecado gera.
Queres tu proteger teus bebês do mal,
Para eles, tua vida renuncia;
Mas, oh, tua fraqueza sabes, é tal,
Que em teu braço tu jamais confia!
“Que futuro meus filhos queridos terão?”
O pensamento vaga em tua mente;
Irão quebrar de dor teu coração,
Ou coroar tua cabeça alegremente?
Mãe, tu tens um refúgio bem perto,
Da virgem o Filho, Jesus, o Senhor;
Aquele que pisou aqui o deserto,
Mas imaculado e santo Se mostrou.
Também Ele sobre o seio de uma mãe,
O nome dela balbuciou um dia.
Infância, juventude, idade adulta abençoadas,
Tornou-se o Homem, e a tudo isso viu Maria.
Mãe, olha o rosto do teu Salvador,
Também Suas mãos, pés e o Seu lado;
Como não ver a pura graça e amor
Se por seus queridos morreu e foi na cruz abandonado?
Oh, coloque então teus tenros cordeiros
No peito d’Aquele pastor amável;
O futuro deles entregue ao Seu cuidado,
E descanse em Sua sabedoria estável
Mãe, quão multiplicada será tua alegria,
Para teus medos, que grande consolo, então;
Pois ao criá-los agora, em doce harmonia,
Teus filhos serão os servos que n’Ele descansarão;
Ainda olhe para Ele, e confie,
e ore Pois Aquele que segue ouvindo teu pleito;
"Será como tu queres," e ainda
O ouço dizer, "Mulher, assim será feito."
J.G. Deck
“Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”
(1 Jo 1:4)
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