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A Igreja e a Profecia (Agosto de 2006)


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Revista mensal publicada originalmente em agosto/2006 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


          Tema da edição

          Adaptado de Concise Bible Dictionary

          G. V. Wigram, adaptado de The Present Testimony, vol. 1, págs. 197-214

          J. N. Darby, Keys to Prophecy

          W. J. Prost

          J. N. Darby, Keys to Prophecy

         J. N. Darby

          W. J. Prost

          Autor desconhecido

 

A Igreja e a Profecia 


As crianças pequenas vivem para o momento presente: Quando é dada uma promessa para algo futuro, elas esperam receber imediatamente. Muitos adultos no mundo atual vivem para a satisfação imediata de seus desejos, dizendo: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos".

 

Enquanto alguns estão preocupados com o futuro a longo prazo do planeta Terra, a maioria só está preocupada com os eventos atuais como as tempestades e guerras que afetam pessoalmente a si mesmos ou a seus entes queridos. Infelizmente, o que vem depois desta vida muitas vezes é de pouca importância pra eles, e a ideia de que o Filho de Deus pode retornar durante sua vida para executar o julgamento sobre eles não é digna de ser considerada.

 

Ao Cristão é dada, pelo Senhor, uma esperança presente e bendita relativa ao futuro, que nem a morte pode tirar. Ele é ensinado por Deus a viver o presente tendo em vista o futuro. Para advertir, encorajar e dirigir nossa vida no presente, Deus nos contou sobre os eventos futuros. Ele compartilhou conosco Seus planos para a glória de Seu Filho. Ele nos ensinou que deveríamos nos converter “dos ídolos" para "servir ao Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a Seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1:9-10).

 

Tema da edição

 

Os Profetas e a Profecia


O uso bíblico do termo “profecia” não se limita a predizer eventos, nem é esse o seu significado primário. Ela inclui qualquer comunicação que Deus considere adequada para fazer ao Seu próprio povo ou a qualquer uma das nações. Deus disse a Abimeleque a respeito de Abraão: “Porque profeta é e rogará por ti” (Gn 20:7). Arão foi chamado de o profeta de Moisés (Êx 7:1). O poder de Deus às vezes chegava a indivíduos que não eram reconhecidos como profetas, e eles profetizavam, como, por exemplo, Saul em 1 Samuel 10:10-11. A profecia se tornou em Israel o modo de comunicação que Deus utilizava, por misericórdia, para falar ao povo quando o sacerdócio com o Urim e o Tumim havia sido completamente destruído. Ela começou com Samuel. Elias e Eliseu profetizaram no meio do Israel apóstata. Natã e João Batista também eram profetas.

 

Os profetas do Novo Testamento

No Novo Testamento lemos que Filipe teve quatro filhas virgens que “profetizavam”, e que Ágabo predisse que Paulo seria preso em Jerusalém e entregue aos gentios (At 21:9-11). Entretanto no Novo Testamento o profetizar também é usado em um sentido diferente. A palavra significa “falar” (ou, “proferir”), e um profeta pode, portanto, ser descrito como o porta-voz de Deus. Profecias deste tipo são um dom na Igreja para edificação dos santos, trazendo a Palavra de Deus com poder sobre a consciência e o coração dos santos (1 Co 14:15).

 

O Senhor Jesus foi enfaticamente o profeta de Deus. Quando esteve na Terra Ele disse que as obras que Ele fez e as palavras que Ele falou não eram de Si mesmo, mas eram o que Ele tinha visto e ouvido Seu Pai falar. Ele era Aquele que expunha de forma perfeita a mente de Deus para os judeus e o Proclamador da graça de Deus para um mundo culpado.

 

A Escritura profética 

A profecia usualmente implicava um estado de coisas arruinado entre o povo de Deus, exigindo Sua intervenção. Algumas das profecias são apelos, lembrando ao povo o que Deus havia feito por eles e declarando quão disposto e pronto Ele estava para abençoá-los se eles fossem fiéis a Ele, embora entrelaçados com isso, existem predições constantes daquilo que será para a bênção de Israel no futuro, depois de terem sido colocados de lado por um tempo. Outras aludem estritamente a eventos que então eram ou ainda são futuros.

 

Em Romanos 16:26 os escritos do Novo Testamento são mencionados como as “Escrituras dos profetas”, e a assembleia é edificada sobre o fundamento estabelecido pelos apóstolos e profetas do Novo Testamento (Ef 2:20), isto é, a verdade que foi ensinada por eles. Podemos acrescentar as profecias que encontramos nos evangelhos, nas epístolas e no Apocalipse às profecias descritas no Velho Testamento, que iluminam os juízos de Deus sobre a Cristandade apóstata e as nações em geral, a derrota final de Satanás e a bênção universal, terminando com o julgamento dos mortos e uma visão gloriosa do estado eterno.

 

A extensão da profecia 

A extensão de toda a profecia nos leva ao dia do Senhor, durante o qual temos o julgamento das nações e dos iníquos em Israel, o estabelecimento do reino, e a reunião de Israel e Judá sob o Senhor que é sua justiça. As nações são consideradas mais ou menos de acordo com suas relações com as doze tribos. Esse restabelecimento e bênção de Deus de Seu povo terrenal, em seu Messias, pode ser considerada como um fio de ouro percorrendo todos os profetas. Isso sempre esteve diante de Deus e brilha em todos os lugares. Além e acima de tudo, existe o governo universal de Deus, no qual tudo no céu e na Terra será submetido ao Filho do Homem, que reinará com poder e glória.

 

A Igreja 

É da maior importância, tanto para o entendimento correto dessas escrituras quanto para uma verdadeira apreciação do que é o Cristianismo, ver que a Igreja não tem lugar nos profetas. Na Igreja não há Judeu nem gentio, e os profetas reconhecem ambos, enquanto cuidadosamente mantêm a distinção entre eles. A profecia trata da Terra e do governo de Deus e suas questões, enquanto o Cristão pertence ao céu, e ele reinará com Cristo no reino.

 

Adaptado de Concise Bible Dictionary

 

As Dificuldades e os Perigos do Estudo Profético 


Nos últimos 150 anos, houve uma renovação no interesse do estudo da profecia. Se o resultado disso é despertar a Igreja para um senso de sua própria glória, podemos esperar que Seus santos tivessem um maior entendimento de sua esperança. No entanto, existem algumas dificuldades que surgem e alguns perigos que se apresentam no estudo da profecia. É bom estarmos cientes disso, para ficarmos de guarda contra eles e, se possível, evitá-los.

 

A mente trabalhando 

Em primeiro lugar, por causa da curiosidade natural do coração dos homens, a profecia se apresenta como um campo para o exercício da aprendizagem humana. Por estar ligado à antiguidade, história e cronologia, pode se tornar apenas um estudo intelectual. Quando isso acontecer, não haverá um tom profundo de espiritualidade, e não haverá nada para estabelecer ou alimentar as almas dos pobres do rebanho. A mente tende a estar em ação na verdade de Deus, em vez de estar sujeita a ela. Devemos lembrar que é o Espírito Santo Quem “guiará em toda a verdade" e "vos anunciará o que há de vir” (Jo 16:13). Ele sempre faz isso como Aquele que glorifica a Jesus. Ele nunca desvia a alma da Pessoa e da obra do Senhor. Ele apresenta as coisas que acontecerão como realidades vivas, sejam bênçãos ou julgamentos. Mas tudo é dado para alimentar nossa alma e nos permitir interpretar o presente à luz do futuro. Ao considerarmos a profecia, que possamos sempre ter uma sujeição verdadeira a orientação paciente e segura do Espírito Santo, pois isso será nossa salvaguarda contra o hábito especulativo de nossa mente natural.

 

Interpretação particular 

Outro perigo é o da "particular interpretação" (2 Pe 1:20) Quando o valor da profecia é colocado na Escritura ("uma luz que alumia em lugar escuro"), a precaução também é dada: "sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:19-21). Alguns procuram resolver o aspecto atual dos eventos políticos pelo estudo da profecia. No entanto, é o Espírito Santo Quem inspira, e é só Ele Quem pode interpretá-la. Sua interpretação não será um fato isolado, mas aquilo que conecta as coisas com a glória de Cristo. Essas coisas “são conhecidas desde toda a eternidade” (At 15:18). Este é um princípio da mais profunda importância. O homem procura interpretar a profecia à luz dos eventos atuais, mas aquele que é guiado pelo Espírito conecta tudo com os propósitos revelados de Deus. Deus está constantemente seguindo o Seu caminho “de congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra” (Ef 1:10). A interpretação particular é a consideração de qualquer evento marcado na profecia, independentemente de sua conexão com o conselho de Deus. Nesse caso, o evento em si terá mais significado do que o conselho de Deus no evento. Que tenhamos os propósitos de Deus em vista, e então a profecia terá seu efeito apropriado em nós.

 

Os propósitos atuais de Deus 

Existe um terceiro perigo no estudo da profecia, a saber, o incorreto entendimento dos atuais propósitos de Deus concernentes à Igreja. O reconhecimento do atual relacionamento especial do Espírito Santo com a Igreja é uma necessidade preliminar do estudo profético, e a falta desse reconhecimento pode explicar grande parte da dificuldade e do perigo neste estudo. Certamente o Espírito Santo testificou de antemão os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam, mas até que o propósito de Deus quanto à Igreja fosse claramente revelado, Ele não poderia os guiar em toda a verdade. Agora Ele não só é capaz de nos mostrar "as coisas por vir", mas também é capaz de torná-las uma realidade presente para a alma. Se tivermos apenas um entendimento vago do que a Igreja é – seu chamado, seus privilégios, seu destino – nos acharemos incapazes de apreciar o alcance da profecia.

 

A Igreja é o grande assunto do Espírito Santo hoje, mas isso não interfere, anula ou substitui os propósitos anunciados por Deus. Pelo contrário, os confirma. Assim, é de toda a importância olhar para o futuro a partir da perspectiva posicional da Igreja. Devemos entender que enquanto a profecia é para a Igreja, ela não é sobre a Igreja. A profecia trata com os propósitos de Deus para a Terra e sempre diz respeito à Terra. A Igreja é uma companhia celestial, e assim o período durante o qual ela está na Terra não é contado no tempo profético. Isso explica por que a profecia muitas vezes toma eventos que vão ocorrer depois que a Igreja é chamada para o lar e os coloca diretamente após eventos que ocorrem no começo do período da Igreja. A Igreja é para esperar a vinda do Senhor a qualquer momento, e assim seu tempo na Terra não é o assunto da profecia. É como Se Deus tivesse “parado o relógio” do tempo profético quando a Igreja foi formada, e então Ele o reinicia novamente depois que o Senhor a leva para casa. A menos que isso seja claramente entendido, haverá uma grande confusão.

 

Se a verdade mais elevada da Igreja não for entendida, a própria verdade de Deus se tornará desarmoniosa e desconexa e tenderá a desestabilizar a alma em vez de estabelecê-la. Olhar para o futuro pode ser profundamente interessante, mas deve ser feito por aqueles a quem as riquezas da graça de Deus já foram tornadas conhecidas pelo Espírito Santo. Quando o coração tem sido estabelecido com graça, o entendimento da glória não será acompanhado daquele espanto que tende a desestabilizar a alma. Quando a Igreja olha para o futuro a partir de sua própria posição, o perigo e a dificuldade são removidos, e ela pode se conectar desinteressadamente com sua própria Cabeça ressurreta.

 

O espírito correto 

Finalmente, existe o perigo de não termos nossa mente disciplinada, de modo a não entrar no estudo da profecia com o espírito correto – o espírito d’Aquele que chorou sobre Jerusalém. O encerramento desta era atual é retratado de forma assustadora na Escritura, e considerar isso requer preparação de alma. Se concentrar no desenvolvimento final do mal tende à autocomplacência, severidade de julgamento e legalismo. A Escritura nos mostra que o grande corpo professo da Cristandade deve ser cortado, porque eles não permaneceram na bondade de Deus. A salvaguarda dos Cristãos, portanto, é continuar na bondade de Deus. Então eles discernirão que nada se manifesta no final da era que já não estava agindo no começo, quando havia poder apostólico para discernir o mal e prover a salvaguarda.

 

Quando Paulo abre a Timóteo os perigos dos últimos dias, ele solenemente o encarrega de pregar a Palavra (2 Tm 4:2) e fazer a obra de um evangelista (2 Tm 4:5). Quando Pedro encerra sua exposição da terrível iniquidade dos últimos dias, ele dá esta salvaguarda: “Crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Quando Judas testifica do terrível mal que está vindo, ele guarda os santos assim: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai a vós mesmos na caridade de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Jd 20-21). Mesmo no Velho Testamento, muitos dos profetas tiveram que suportar uma disciplina dolorosa para prepará-los para o estudo do futuro de maneira correta. Por meio desse treinamento a consciência é exercitada diante de Deus. Então, por mais terrível que possa ser o mal que é falado, a alma exercitada diante de Deus pode ver em si mesmo raízes que, se não forem restringidas, levarão ao mesmo mal. Isso faz com que a alma se torne mais enraizada na graça e experimentada ainda mais no que um devedor é para a graça. Assim, o protesto mais firme contra o mal se torna ligado à humildade pessoal. Isto, por sua vez, produz julgamento próprio, juntamente com a compaixão e intercessão por aqueles que podem no momento estarem ajudando o mal. O modo de Deus agir nestes últimos dias, para nos preparar para enfrentar este mal crescente, é praticamente o de revelar a nós os recursos mais profundos de Sua graça, pois o estudo do mal por si mesmo é muito prejudicial para a alma. O reconhecimento da fidelidade de Deus nos levará para fora do mal que está ao nosso redor, ao mesmo tempo que seremos um testemunho a isto da graça de Deus. Além disso, deste ponto de vista, seremos encontrados perscrutando cada vez mais as graças e glórias de Cristo.

 

G. V. Wigram, adaptado de The Present Testimony, vol. 1, págs. 197-214

 

A Glória e a Profecia de Cristo 


Se considerarmos a Cristo como Deus O considera, a profecia se torna algo santificador para a alma. Se considerarmos a profecia à parte da glória de Cristo, a mente estará cheia de especulações prejudiciais.

 

J. N. Darby, Keys to Prophecy

 

As Sete Igrejas


s cartas endereçadas às sete igrejas têm um caráter incomum e que está de acordo com o testemunho da Igreja aqui na Terra. Elas se relacionam com a história da Igreja na Terra, não no céu, e têm a ver com sua responsabilidade diante do Senhor como Sua testemunha na Terra. Porque subsiste na Terra como propriedade de Deus, certas coisas relacionadas com ela são preditas. Em Sua sabedoria, Deus seleciona sete igrejas na Ásia que proporcionam o caráter moral dos estados nos quais a Igreja cairia sucessivamente e dá Seu julgamento moral sobre esses estados. Não há menção de seu relacionamento com Deus como Pai e nenhuma menção da graça de Deus em encontrar os santos em sua necessidades e fracassos – tudo isso é deixado para outras Escrituras. Em vez disso, vemos o Senhor como Juiz em relação àqueles que professam levar o Seu nome.

 

Um chamado celestial 

A Igreja tem um chamado celestial e todas as suas esperanças estão centralizadas no céu. Seu lar está lá, e seu caráter neste mundo é o de um peregrino e um estrangeiro. Mais do que isso, suas afeições estão concentradas em Cristo que está no céu e, como Sua noiva, ela aguarda ardentemente por Ele vir para levá-la para Si mesmo. A profecia, por outro lado, lida com os propósitos de Deus para a Terra e sempre diz respeito à Terra. Por estas razões, a Igreja não é o assunto da profecia, e seu tempo neste mundo não é contado no tempo profético. A Igreja não é vista em conexão com a Terra até que ela seja manifestada com Cristo e participe no governo da Terra. Isto não acontecerá até que as bodas do Cordeiro tenha acontecido, o reino milenar seja estabelecido, e a Igreja seja vista como “a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap 21:10).

 

No entanto, devemos lembrar que, embora a Igreja não seja o assunto da profecia, é vital ver a profecia a partir de um entendimento da verdade da Igreja. Paulo disse a Timóteo: “Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo” (2 Tm 2:7). Um entendimento da Igreja e sua posição peculiar nos propósitos de Deus é crucial para um entendimento da profecia e, na verdade, de todos os caminhos de Deus. Assim, o livro do Apocalipse foi escrito para a Igreja, mesmo que não seja, na essência, sobre a Igreja. Embora o livro se refira principalmente “as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1:1), João foi instruído a escrever “as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” (Ap 1:19). Estas são as três partes do livro. As coisas que João viu são encontradas no primeiro capítulo, pois Jesus Cristo já era “a fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos” (Ap 1:5). Ele já “em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados” e “nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai” (Ap 1:5-6). Nos capítulos 2 e 3, temos as “coisas que são” – o juízo do Senhor sobre a Igreja em sua responsabilidade como um testemunho. Então, começando com o capítulo 4, temos “as coisas que depois destas hão de acontecer”.

 

É apropriado que Deus fale à Igreja tanto no começo como no final do livro, pois é para ela que o livro é principalmente direcionado. No início, ela é tratada em responsabilidade, enquanto no final ela é lembrada de seu bendito relacionamento com seu Noivo. No início, o Senhor assume o Seu lugar como Juiz, pois “o julgamento” começa “pela casa de Deus” (1 Pe 4:17), enquanto no final Ele toma o Seu lugar como “Jesus... a resplandecente Estrela da manhã” (Ap 22:16). Quanto às cartas das sete igrejas nos capítulos 2-3, há uma mensagem dupla nelas.

 

Uma mensagem dupla 

Em primeiro lugar, essas eram sete assembleias reais que existiam na Ásia na época em que João escreveu. Certas condições existiam em cada uma das assembleias que o Senhor viu e fez com que João lhes escrevesse para o benefício delas. Condições similares podem existir em qualquer assembleia de crentes, em qualquer tempo. Deus queria que tivéssemos isso em nosso coração, pois o declínio pode facilmente vir ao nosso encontro. A Igreja é deixada na Terra para ser um testemunho para Deus. Aqui nestas observações feitas às sete igrejas, o Senhor está agindo como Juiz e dando Sua estimativa sobre o estado de cada assembleia que professava ser Seu testemunho. Em Laodiceia temos o que é falso, mas ainda assim tem um lugar no testemunho de Deus na Terra, ela é repugnante para o Senhor e é vomitada de Sua boca. Isto não ocorrerá, é claro, até que todos os verdadeiros crentes tenham sido levados na vinda do Senhor. Quando a falsa Igreja for julgada, Deus fará com que Israel volte a ser abençoado novamente e mais uma vez os estabelecerá como Seu testemunho na Terra.

 

Uma visão panorâmica 

No entanto, há outra mensagem para nós no que é dito a essas assembleias. É evidente que as sete igrejas, tomadas na ordem em que são dadas, são uma visão panorâmica das várias épocas da história da Igreja. Não havia intenção de dar a Igreja uma "previsão" de sua história, mas sim de falar ao seu coração e consciência sobre seu estado por toda sua história. A Igreja deve sempre ter uma esperança presente da vinda do Senhor para Seus santos a qualquer momento. Nós, que estamos vivos, podemos e devemos sempre falar de nós mesmos como "os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor". É somente no final desta dispensação que Deus nos permitiu ver todo o significado profético desses discursos. Agora, quando o período da Igreja está quase terminado, Deus nos permitiu ver, como Ele previu, tudo o que aconteceria no testemunho da Igreja durante sua história e deu Sua avaliação sobre isso.

 

A história profética da Igreja 

Éfeso nos dá o estado da Igreja logo após os apóstolos terem sido levados para casa – um cuidado para fazer tudo certo, mas deixando o primeiro amor. O amor é a base do nosso relacionamento com o Senhor no Cristianismo e deve ser mantido. Esse abandono logo no início preparou o caminho para todos os outros males que surgiram mais tarde. Esmirna retrata o período de perseguição selvagem que ocorreu sob o império romano durante os séculos II e III d.C. Houve dez períodos distintos de perseguição, e muitos foram “fiéis até a morte” durante esse período. Mas então Constantino se tornou imperador em 325 d.C. e professou ser Cristão. Ele fez do Cristianismo a religião oficial do império e constrangeu muitos a serem batizados como Cristãos. Este estado de coisas é tipificado em Pérgamo. Embora a perseguição tenha cessado, foi o início de um curso de declínio para a Igreja, pois ela se aliou ao mundo. Essa condição das coisas acabou se degenerando ainda mais no catolicismo romano, com suas hierarquias de autoridades, má doutrina e terrível perseguição de todos os que não se submetiam aos seus ditames. A Igreja não estava apenas sendo parte do mundo, mas na verdade governava o mundo. Esta condição das coisas é descrita na carta endereçada a Tiatira – uma condição que continuou quase incontestada até aproximadamente 1500 d.C. Certamente o Senhor tinha Seus próprios fiéis durante este tempo, muitas vezes referido como a Idade das Trevas, mas pela maior parte Roma dominava a Europa. Quando a condição do testemunho se degenerou a este ponto, não houve esperança de plena recuperação, e assim as várias condições descritas em Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia coexistem até a volta do Senhor.

 

Sardes traz para nós, não a Reforma, mas aquilo que surgiu da Reforma. Sem dúvida, a Reforma foi de Deus, mas o Protestantismo, ou o seu estabelecimento tranquilo no mundo, tem um nome de que vive, mas está morto. A restauração da preciosa verdade do evangelho da Reforma foi sucedida pela frieza e formalismo. Mas no começo do século XIX Deus graciosamente introduziu Filadélfia, um povo consciente do que a Igreja é e o que ela significa para Cristo. Diante do Senhor, eles estão dispostos a guardar a Sua Palavra e a não negar o Seu nome. O Senhor tem uma mensagem especial para eles, e talvez não haja maior palavra de encorajamento em toda a Palavra de Deus do que a encontrada em Apocalipse 3:12.

 

Finalmente, vemos Laodiceia, onde a mornidão é combinada com o mundanismo, orgulho e satisfação própria. A avaliação de Deus é diferente, pois Ele vê apenas pobreza, cegueira, miséria e nudez. O resultado final é que ela é vomitada da boca de Cristo, sem dúvida uma referência ao terrível fim da falsa igreja que busca tomar o lugar daquilo que é verdadeiro.

 

A bendita esperança 

O conhecimento do curso dos eventos pelos quais a Igreja passou e os sucessivos julgamentos do Senhor é útil para entender o fim das coisas na Terra. Mas eles não têm relação com a bendita esperança de sermos chamados para estarmos com Cristo em glória. Cristo amou a Igreja e deu a Si mesmo por ela. Nosso lugar é o de responder em amor. A afeição por Ele é tudo.

 

Em Apocalipse 1:9, João descreve a si mesmo como sendo “vosso irmão e companheiro na aflição, e no Reino, e na paciência de Jesus Cristo”. É esse caráter de caminhada que foi esquecido pela Igreja, como evidenciado em pelo menos seis, se não todas, das sete igrejas. A Igreja foi chamada para compartilhar da glória de Cristo, mas esse chamado nunca está separado do sofrimento aqui embaixo. Devemos estar dispostos a ser participantes do reino e da paciência de Jesus, enquanto esperamos que Ele Se manifeste em glória e nós com Ele. Que possamos levar a sério o que Deus disse e aplicá-lo fielmente em nossa própria vida.

 

W. J. Prost

 

Um Alerta Atual 


A relação da Igreja com Cristo faz com que o Espírito Santo permaneça nela e comunique a luz necessária à sua posição, enquanto ela espera pelo Senhor. Embora não seja o assunto da profecia, mas em um aspecto, enquanto subsistir como propriedade de Deus, certas coisas relacionadas a ela são preditas. Por exemplo, sua decadência e corrupção são descritas como uma advertência moral presente, mas isso passa a ser pura impiedade apóstata, como um objeto distinto de julgamento.

 

J. N. Darby, Keys to Prophecy

 

A Palavra Profética 


“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1:19).

Uma “mui firme, a palavra dos profetas” é literalmente “a palavra da profecia confirmada”, isto é, eles haviam visto Cristo em glória, e isso confirmava a palavra profética. E, ele diz , “à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro”, o que mostra o que está acontecendo ao nosso redor.

A importância de dar ouvidos à palavra profética traz dois caracteres, não apenas quanto às coisas que estão por vir, mas nós também achamos que a estrela da alva está surgindo no coração deles. Ora, Pedro tinha visto a glória, e isso não era resultado de declarações de profecia. A primeira coisa que devemos fazer é olhar para o próprio dia, fixar nossos olhos na própria glória; isso de uma vez por todas alcança toda profecia e a fixa no coração. Pedro tinha contemplado a majestade do Senhor Jesus Cristo em glória, e foi isso que ocupou seu coração. O poder da profecia é expor as coisas que estão ocorrendo de acordo com o curso deste mundo e levá-las a julgamento. Se eu souber que o julgamento está chegando e que o joio será queimado, não terei comunhão alguma com o joio. Encontramos nosso Senhor referindo-Se à visão da glória de Isaías em João 12. Quando Isaías viu a glória, o mal foi revelado e exclamou: “Ai de mim!... porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Is 6:5). E quando se fala da incredulidade e dureza de coração dos Judeus, lemos em João 12:41: “Isaías disse isso quando viu a Sua glória e falou d’Ele". O efeito de contemplar a glória é levar-nos a uma consciência de nossa posição e, portanto, devemos trazer a glória de Cristo para influenciar nossas circunstâncias.

A grande importância moral de dar ouvidos à palavra profética consiste em nos separar do presente século (mundo) mal. A profecia é uma luz que Deus sustenta para os santos, para que eles possam não apenas ver as coisas que são, mas vê-las como Deus as vê. A profecia nos ensina que Deus julgará o mundo em poder, e cabe a nós agora, sabendo disso, julgar moralmente o que Deus julgará judicialmente.

O espírito com o qual devemos abordar a palavra profética, devo dizer, é para ser mais bem ensinado sobre o próprio Senhor, ao invés de falar muito sobre ela. O julgamento não pode ser o assunto no qual minhas afeições repousam.

Mas há uma coisa relacionada com a vinda de Cristo, e este presente século mau, que pode me dar gozo, e essa é a corrente de amor e misericórdia que flui para deter a onda de miséria e desgraça que existe.


J. N. Darby

 

O Judaísmo Messiânico 


O movimento intitulado “Judaísmo Messiânico” existe desde meados do século XIX, embora alguns de seus adeptos afirmem que começou com Judeus crentes no primeiro século d.C. Entre alguns, tem havido crescente interesse no movimento durante os últimos quarenta anos, enquanto outros se perguntam por que existe e o que ele representa.

 

Quando Deus começou a trabalhar entre os crentes no século XIX para restaurar a verdade da Igreja, aumentou o interesse pela profecia. Um exame da profecia deu origem a um interesse em Israel e como seu futuro se encaixaria no quadro. Ficou claro que Deus iria trazer o seu antigo povo de volta à sua Terra novamente em algum momento e abençoá-lo durante o reino glorioso de Cristo, chamado Milênio. Como resultado da pregação do evangelho nessa época, vários Judeus creram no Senhor Jesus. No entanto, embora reconhecessem claramente que Jesus era o verdadeiro Messias, alguns não queriam abandonar sua herança, crenças, costumes e rituais religiosos Judaicos. Assim, formaram-se vários grupos que procuravam aliar a crença em Jesus ao Judaísmo e, finalmente, unir o Judaísmo e o Cristianismo.

 

Suas práticas e crenças 

Hoje há um grande número desses grupos, com uma ampla gama de práticas e crenças. Alguns abraçam praticamente todas as mesmas verdades que os Cristãos evangélicos, enquanto acreditam que Deus quer que o povo Judeu permaneça distinto. Outros enfatizam mais os costumes Judaicos e seguem pelo menos algumas partes da lei Judaica. No entanto, todos esses grupos têm algumas crenças em comum.

 

Todos eles acreditam que Jesus era o verdadeiro Messias e Salvador. No entanto, eles não acreditam que Jesus veio para iniciar “outra religião”, mas simplesmente para cumprir as promessas do Velho Testamento a Israel. Eles acreditam na nova aliança que levará Israel às bênçãos na Terra. Eles creem que Deus agora permite que os gentios confiem n'Ele e que tais gentios possam ser “enxertados a Israel” (veja Rm 11:17) pela mesma nova aliança. Eles até se referem a esses Judeus e gentios salvos como “a Igreja” ou “aqueles chamados para fora”, mas todos dentro da estrutura de um Israel melhor.

 

A maioria dos Judeus messiânicos não usa o rótulo de “Cristão”, mas rotulam-se de uma maneira que reflete sua identidade Judaica. Eles chamam seus lugares de congregações de adoração ou sinagogas, e chamam seus líderes de rabinos. Os serviços de adoração geralmente são realizados no sábado, de acordo com a crença Judaica no sábado. Eles normalmente exibem Menorás e Estrelas de Davi como símbolos, e frequentemente usam os pergaminhos da Torá hebraica em seus cultos. Usam roupas tradicionais Judaicas, recitam orações Judaicas tradicionais e celebram feriados e festas Judaicas como a Páscoa (Alguns celebram a chamada versão “Cristã” da Páscoa, onde Jesus é o foco principal). Muitos continuam a observar as leis da dieta Judaica e praticam a circuncisão de crianças do sexo masculino.

 

Os Judeus ortodoxos 

Como seria de esperar, o movimento Judaico messiânico não é aceito pela comunidade Judaica ortodoxa, que se refere a eles como "ex-Judeus". Os Judeus ortodoxos não reconhecem Jesus como o verdadeiro Messias e continuam a esperar que Ele venha. Além disso, o movimento Judaico messiânico não é geralmente aceito pelos Judeus que se converteram ao Cristianismo. Judeus que se tornaram Cristãos geralmente se referem a si mesmos como Cristãos. Eles estão conectados com lugares Cristãos de culto e são assimilados ao círculo Cristão.

 

Distinguindo o Judaísmo do Cristianismo 

O que a Palavra de Deus diz sobre tal movimento? Antes de comentar sobre isso a partir da Escritura, devemos salientar com tristeza que o fracasso entre os Cristãos gentios tendeu a fomentar o desejo de retornar ao Judaísmo e seus princípios. Em vez de mostrar o caráter apropriado e o chamado celestial da Igreja, muitos crentes hoje se estabeleceram neste mundo. Um grande número de grupos Cristãos adotou práticas de culto e serviço que têm um sabor Judaico, como uma forma ritualística de serviço, belos edifícios, música instrumental e um sacerdócio distinto daquele que engloba todos os crentes. Assim, não é de surpreender que os crentes Judeus percebam isso e levem isso adiante. Ainda mais grave é uma atitude de antissemitismo que continua a existir mesmo entre alguns Cristãos, tornando difícil para os crentes Judeus serem assimilados na comunidade Cristã. Muitos crentes Judeus acham que os crentes gentios entenderam mal e até ignoraram a posição de Israel diante de Deus e que não passaram muito tempo lendo o Velho Testamento. De fato, um Judeu messiânico comentou: “A maioria do nosso povo Judeu apenas lê e aprende com os escritos da Torá. A Igreja passa mais tempo no Brit Hadasha (Nova Aliança). Por meio da correlação desses livros, o Judaísmo messiânico apresenta mais profundidade no entendimento e no conhecimento”.

 

Assim, aqueles que participam do Judaísmo messiânico sentem que Deus está trabalhando por meio deles para trazer Judeus e gentios crentes juntos para terem uma esperança em comum. Essa esperança se baseia, no entanto, na identificação com o povo Judeu e a Terra de Israel.

 

Se olharmos para a Palavra de Deus, vemos que alguns dos pensamentos relacionados com o Judaísmo messiânico são verdadeiros. É verdade que Deus está trabalhando hoje entre Judeus e gentios, pois Ele “de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio" (Ef 2:14). É verdade que grande parte da Igreja tem ignorado as promessas de Deus a Israel e que a Igreja muitas vezes não entende as profecias do Velho Testamento relativas a Israel. Como resultado, as profecias de bênção do Velho Testamento são aplicadas à Igreja quando, de fato, se aplicam a Israel. Portanto, há muito mal-entendido sobre esse assunto, mesmo entre os verdadeiros crentes.

 

No entanto, temos que salientar que não há espaço nos propósitos de Deus, como revelado no Novo Testamento, para um movimento como o Judaísmo messiânico. Esse movimento separa o que foi ensinado por aqueles que, como Pedro e Tiago, nos primeiros dias da Igreja, do que mais tarde foi ensinado por Paulo. Mas sabemos que Paulo recebeu uma revelação especial da verdade da Igreja, e os outros apóstolos reconheceram isso. Paulo poderia dizer de si mesmo: “Eu estou feito ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi concedida para convosco, para cumprir [completar – JND] a Palavra de Deus” (Cl 1:25). Pedro podia falar de “nosso amado irmão Paulo”, mas também menciona que “em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender” (2 Pe 3:15-16). Embora seja verdade que a Igreja começou com os Cristãos Judeus, a nação Judaica em geral rejeitou a pregação do evangelho. Concernente ao Senhor Jesus, eles “mandaram após Ele embaixadores, dizendo: Não queremos que Este reine sobre nós” (Lc 19:14). Esta profecia foi cumprida no apedrejamento de Estevão. Como resultado, Deus voltou Sua atenção principalmente para os gentios. Paulo e Barnabé poderiam dizer aos Judeus: “Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a Palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios” (At 13:46). Paulo continuou pregando aos Judeus assim como aos gentios, mas a principal bênção nesta dispensação tem sido entre os gentios, pois Deus disse: “O endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Rm 11:25).

 

A nova aliança 

Não é correto dizer, como alguns Judeus messiânicos afirmam, que a Nova Aliança não substitui a Velha Aliança. Antes, lemos em Hebreus que “Tira o primeiro [pacto ou aliança], para estabelecer o segundo” (Hb 10:9). Além disso, lemos em Hebreus 8:13: “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar". A Velha aliança se baseava no que o homem poderia fazer para obter o favor de Deus, e não poderia haver nenhuma bênção sob ela, pois todos haviam falhado, quer sejam Judeus ou gentios. Toda bênção, seja no céu ou na Terra, deve estar no terreno da nova aliança – aquilo que Cristo fez.

 

Ao falar do novo pacto [aliança], devemos lembrar que um pacto na Escritura é sempre para a Terra e para um povo terrenal. Assim, a nova aliança é apropriada a Israel, pois eles falharam sob a antiga aliança. Deus vai cumprir Suas promessas a Abraão, mas isso será feito em graça com base no que Cristo fez. No entanto, devemos ter claro que a Igreja não está em relação de aliança com Deus, pois ela é uma companhia celestial. A Igreja entra no bem da nova aliança, pois todas as bênçãos, seja no céu ou na Terra, fluem da obra de Cristo. É por isso que Paulo podia falar de si mesmo “como a um abortivo” (1 Co 15:8). Como judeu, ele naturalmente procuraria futuras bênçãos na Terra, mas como pertencente à Igreja, ele veio para a bênção da nova aliança antes que a nação de Israel a experimentasse. A Igreja é o corpo e a noiva de Cristo e não está em relação de aliança com Deus.

 

O chamado celestial 

O Judaísmo messiânico ignora o chamado celestial da Igreja e coloca pouca ou nenhuma ênfase nas bênçãos celestiais. Suas esperanças são terrenais, pois eles buscam um Israel reformado e regenerado na Terra. A esperança da Igreja, por outro lado, é celestial, pois “a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20). O Judaísmo messiânico dá pouca ou nenhuma importância ao retorno do Senhor para nos levar para casa, mas coloca uma grande ênfase em Seu retorno posterior para estabelecer Seu reino.

 

Está claro na Escritura que Deus não está trabalhando hoje entre qualquer nação, tribo, idioma ou grupo étnico em particular, mas Ele está reunindo pessoas de cada nação para formar Sua Igreja. “Mas que Lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e faz o que é justo” (At 10:35). Tampouco Deus está reunindo Sua Igreja com base nas esperanças Judaicas e sua restauração futura, mas sim Ele está reunindo-a para bênçãos celestiais. Não há dúvida de que uma vez que a Igreja tenha sido levada para casa para estar com Cristo, Deus novamente começará a tomar a causa de Seu povo terrenal, Israel, e os trará de volta à bênção em sua terra. Por fim, Ele congregará “em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra” (Ef 1:10). Por enquanto, Deus reconhece gentios incrédulos e Judeus incrédulos. Contudo, entre os crentes, Ele reconhece apenas a Igreja de Deus. Paulo poderia dizer: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos Judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus" (1 Co 10:32). Se um Judeu crê em Cristo hoje, ele faz parte da Igreja. Como tal, Deus quer que ele desfrute de todas as bênçãos do “chamado celestial” mencionado em Hebreus 3:1 – JND. Deus quer que ele olhe para frente, não para as bênçãos terrenais, mas para a “Jerusalém celestial” (Hb 12:22). Que não permitamos que nada obscureça o bendito relacionamento entre Cristo e a Igreja, e que não voltemos novamente àquelas coisas que eram apenas a “sombra dos bens futuros” (Hb 10:1).

 

W. J. Prost

 

Nossa Esperança


Um alarido!

Uma presença gloriosa no céu azul;

Um suspiro!

Uma sensação de alegria

E nós estaremos com Ele num piscar de olhos!

 

Um relance!

Um olhar para cima!

Arrebatados para estar com Cristo para todo o sempre!

Os mortos revividos!

Os vivos glorificados!

Cumpridas são todas as Suas promessas feitas antes!

 

Sua face!

Seu supremo gozo!

Nossa alma se se acha arrebatada aos Seus pés!

Inculpáveis!

Sem uma mancha!

Entraremos no gozo completo do céu!

 

Sons de harpas!

Oh, ecoa Seu louvor –

Nós O conhecendo como nunca O conhecemos antes!

Amor do Deus!

A incomparável graça de Deus!

A eternidade nos contará enquanto adoramos!


Autor desconhecido

 

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”

Lucas 19:10

 

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