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Aves (Dezembro de 2021)

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ÍNDICE


E. Cheney

C. Buchanan

Young Christian

W. Kelly

W. J. Prost

J. N. Darby

W. T. Turpin

W. W. Fereday

E. F. Smith

J. G. Bellett

H. Smith

Christian Friend

C. E. Lunden

C. E. Lunden

K. Harman

Poema


 



Aves


“Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos” (Mt 10:29-31).


Disse o pintarroxo ao pardal, “Eu realmente gostaria de saber Por que esses humanos ansiosos, Tanto correm e se preocupam em seu viver”.


Disse o pardal ao pintarroxo, “Amigo, acho que deve ser Por não terem um Pai celestial Cuidando deles, como de mim e de você.”


E. Cheney (adaptado)


“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fl 4:6-7).


 

Aprendendo com as Aves


Atualmente Israel tem um problema que não é tão proeminente quanto muitos outros e que não é exclusivo desse país. Tal problema é encontrado onde quer que os aviões voem. Por causa de sua posição central peculiar, no coração de três continentes, passam por Israel as rotas migratórias de mais espécies aves do que em qualquer outro país na Terra. Um piloto israelense hoje enfrenta maior perigo de ser atingido por um pelicano em migração do que de ser atingido por tiros de armas humanas. A estimativa de aviões perdidos por causa de aves em anos recentes é maior do que as perdas causadas pelas forças combinadas de seus vizinhos árabes.


A migração das aves


Nos meses do outono, a migração aumenta à medida que as aves se dirigem para climas mais quentes. A cada primavera e outono, cerca de meio bilhão de aves voam por essa rota. Em suas pesquisas, os homens aprenderam que as aves seguem um plano de voo bem específico e em altitudes definidas. Como os homens não podem proibir os voos das aves, eles procuram evitar ou mesmo banir seus próprios aviões dessas rotas migratórias em determinados momentos.


O Senhor procurou alcançar o coração de Jó fazendo perguntas. Em Jó 39:26, o Senhor faz a Jó a pergunta: “Voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas para o sul?” Quando consideramos a migração anual de um número tão vasto de aves, certamente ficamos maravilhados. Ela inclui aves bem pequenas, tais como o beija-flor, bem como de aves bem grandes, tais como a águia. Por que elas migram para o sul no inverno e para o norte no verão? Como sabem quando ir e quando retornar? Como todas estas aves encontram sua rota e chegam ao seu destino com precisão no mesmo tempo ano após ano?


Sabedoria no íntimo


O Senhor pergunta em Jó 38:36: “Quem pôs sabedoria no íntimo?” Tal coisa se aplica ao pequeno beija-flor? Certamente se aplica e explica o que os homens não conseguem. Quanto à pergunta, “Como as aves encontram seu caminho?”, um escritor admite que ninguém pode realmente responder a essa pergunta intrigante.


Como é maravilhoso conhecer o Criador que colocou sabedoria no íntimo! Conhecer o Criador é realmente maravilhoso, mas conhecê-lo como Redentor é maior do que conhecer toda a Sua criação. Se você e eu entendermos o poder e a bondade de nosso Deus Salvador, podemos alegremente fazer o que Pedro exorta em 1 Pedro 4:19: “Portanto, também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-Lhe a sua alma, como ao fiel Criador, fazendo o bem”.


Outra coisa que podemos aprender com as aves é ensinada no Salmo 84:3: “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos Teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu”. Aí vemos que a ave de menor valor, o pardal, e a ave mais inquieta, a andorinha, encontram casa e lugar para os seus filhotes no lugar de adoração do Senhor dos Exércitos. Hoje temos dois refúgios para nós e nossos filhos – o lar Cristão e a assembleia, onde o Senhor está no meio.


C. Buchanan


 

Os Pardais e os Ceitis


Quantas vezes as palavras de nosso Senhor sobre os pardais confortaram o coração de Seu povo! Sim, caro Cristão, “Não se vendem cinco pardais por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus? Mas até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos pardais” (Lc 12:6-7 – KJV).


Há certas coisas na Palavra de Deus que os cientistas declaram não ser verdadeiras, porque não podem compreendê-las. Aqui estão duas dificuldades: nenhum pardal está esquecido diante de Deus, e todos os cabelos da cabeça dos filhos de Deus estão contados! “Dificuldades” muito encantadoras são essas.


Nosso Pai nos ama perfeitamente e segundo a infinitude de Seu próprio ser. Como podem criaturas pequenas como os homens entender Deus? Se pudéssemos entendê-Lo com nossos poderes naturais, seríamos tão grandes quanto Ele! Nosso Pai é infinito em amor e poder, e quão deleitável é saber dos lábios de Seu bendito Filho, Jesus Cristo nosso Senhor, o que é o Seu amor.


Os passarinhos da Palestina são chamados de pardais em algumas versões da Bíblia, e, como os pardais são nossos pássaros mais comuns e os menos considerados e valorizados em nossa terra, é uma tradução muito adequada. Precisamos sentir que as coisas comuns e insignificantes, como dizem, são aquelas sobre as quais é exercitado o cuidado de nosso Pai.


O cuidado do Pai


Muitos de nós somos insignificantes e comuns! Não faríamos falta se morrêssemos – talvez dificilmente façam falta as pedras que lançarmos da praia no mar dentre as multidões que formam aquela costa. Mas o mais humilde e o mais pobre é o objeto do cuidado especial de nosso Pai.


Nosso Senhor nos diz “Não temais” à luz da graciosa sabedoria e cuidado de nosso Deus. Talvez, quando tudo vai bem, não valorizemos suficientemente o Seu Não temais”, mas quando surgem provações, quando a doença está sobre nós, quando, talvez, nos encontramos impotentes, então quão consoladoras são Suas palavras! E com que ternura Ele assegura nosso coração! Temos valor aos olhos de nosso Pai.


Não há nada no mundo tão precioso para Deus quanto Seu povo. Desde os primeiros dias, Seu povo tem sido o objeto dos cuidados de Deus, e por vezes Ele destruiu reinos para cumprir Seus graciosos fins em favor deles. Aquele que faz as grandes coisas também faz as pequenas. Não há prova ou dor com que sofra o menor entre Seus filhos que seja desconhecida ou ignorada por nosso Pai.


É um alívio muito grande descansar na convicção do cuidado do Pai. “E nenhum deles [os pardais] está esquecido diante de Deus” – certamente, nenhum dos filhos de Deus jamais está esquecido diante d’Ele! Oh, não, cada um é, de uma forma pessoal e peculiar, objeto do terno cuidado e amor de seu Pai. Cada um de nós precisa da convicção de que é amado e cuidado individualmente.


Vamos, então, renovar a nossa confiança enquanto observamos os pardais recolhendo suas migalhas. Frequentemente um passarinho tem um dia trabalhoso para obter seu alimento e encontrar o suficiente para sua ninhada, mas o passarinho é cuidado por seu Criador, e não valemos nós mais do que muitos pardais aos olhos de nosso Pai? Quer se trate do pão que perece ou do que permanece para a vida eterna, somos o objeto do cuidado de nosso Pai.


Young Christian, Vol. 18 (adaptado)


 

Alimentos e Aves Impuras


Em Levítico 11:13-19, temos uma descrição das várias aves que os israelitas não tinham permissão para comer. Há lições espirituais para nós, como Cristãos, nessas aves e em seu caráter.


“E, das aves, estas abominareis; não se comerão, serão abominação: a águia, e o quebrantosso, e o xofrango, e o milhano, e o abutre segundo a sua espécie, todo corvo segundo a sua espécie, e o avestruz, e o mocho, e o cuco, e o gavião segundo a sua espécie, e o bufo, e o corvo-marinho, e a coruja e a gralha, e o cisne, e o pelicano, e a cegonha, e a garça segundo a sua espécie, e a poupa, e o morcego” (Lv 11:13-19).


Obviamente, a tradução desses nomes é aproximada, e alguns dos nomes não ocorrem em nenhum outro lugar. Tampouco há qualquer intenção em terminologia científica, mas uma orientação prática para o povo de Jeová, com uma aplicação moral agora para a fé.


Qualidades detestáveis a Deus


Muitas aves do céu são caracterizadas por qualidades detestáveis a Deus para aqueles que Ele leva para relacionamento com Ele; outras são impróprias para servir de alimento para a humanidade. O que pode ser mais contrário ao caráter d’Ele do que a ferocidade das aves de rapina para com os vivos e a avidez insaciável dos abutres para com os mortos?


A utilidade destes últimos como necrófagos, na real condição de um mundo caído, pode ser de grande valor na remoção de carcaças mortas. No entanto, se o israelita estava proibido de fazer de tais aves sua comida, o Cristão não deve ter comunhão com maneiras moralmente semelhantes, mas evitá-las e reprová-las. Se algumas dessas aves buscam ousadamente suas presas durante o dia, outras encontram suas agradáveis perseguições na escuridão da noite. Existem aves tão notáveis pela falta de afeto familiar quanto outras são pelo cuidado amoroso. Mas, no homem, que valor até mesmo isto tem se não há temor de Deus? Algumas aves são de um orgulho elevado, outras, de um repugnante desejo pelo impuro; algumas são conhecidas como de aparência simples, outras, de beleza atraente; algumas têm hábitos calmos e bondade natural, enquanto outras são turbulentas, difíceis ou ofensivas. Mas todas simbolizam traços com os quais devemos evitar qualquer comunhão. Cristo deve ser nosso alimento.


Santificação da impureza


“Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm 12:16-19).


“Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Cor 6:11).


“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda malícia seja tirada de entre vós. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:28-32).


“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas, antes, ações de graças […] Portanto, não sejais seus companheiros” (Ef 5:1-4,7).


Mas para que citar mais, quando a Escritura fala extensivamente linguagem semelhante? Tendo Cristo como nossa vida, somos ensinados a nos alimentar desse pão celestial, pois Sua carne é verdadeira comida e Seu sangue é verdadeira bebida. Essa é a comunhão que sustenta o Cristão. O que é do primeiro homem é comida pobre, totalmente imprópria e prejudicial ao novo homem.


W. Kelly (adaptado)


 

Há Um Caminho


Observou-se na Bíblia que não há nenhum caminho mencionado no Jardim do Éden. Não, pois o homem em sua inocência tinha apenas que permanecer naquele jardim e, enquanto fosse obediente ao único mandamento que lhe fora dado, ele estaria no gozo da bondade de Deus. Da mesma forma, não lemos sobre nenhum caminho no céu, pois lá não haverá necessidade de termos cuidado por onde andarmos. Mas neste mundo existe um caminho para a fé, e, por mais difíceis que sejam os dias em que vivemos, podemos ter certeza de que Deus tem um caminho para nós – um caminho no qual podemos honrá-Lo.


Esta verdade é ilustrada para nós em uma passagem do livro de Jó, que foi escrito há milhares de anos. Jó pode dizer: “Há um caminho que nenhuma ave conhece, e que os olhos do abutre não viram: os filhotes de leões não a pisaram, nem o leão feroz passou por ele” (Jó 28:7-8 – KJV). A imagem é a da mineração, onde o homem cava debaixo da terra e encontra minerais valiosos, como prata, ouro, ferro e cobre, além de pedras preciosas. Nenhum animal desce até lá para encontrar essas coisas, porém esses tesouros são muito apreciados pela humanidade. Mas vamos olhar para a passagem a partir de um ponto de vista espiritual.


Em primeiro lugar, lemos a declaração positiva: “Há um caminho”. Nestes dias difíceis, o caminho para o crente pode parecer difícil de encontrar, e é triste dizer que alguns queridos Cristãos estão dizendo: “As coisas estão ficando tão confusas neste mundo que é impossível saber como seguir o Senhor”. Mas Deus nos garante que “há um caminho”, e certamente Ele nunca nos dará instruções em Sua Palavra sem fazer com que seja possível andarmos nelas.


Aves de rapina


Em seguida, a passagem nos fala sobre como nenhuma ave conhece esse caminho. Ele provavelmente está se referindo a aves de rapina como a águia ou a coruja, que têm uma extraordinária visão. Uma águia voando pode ver um rato no solo a até duas milhas (mais de três quilômetros) de distância e pode ver um coelho a até três milhas (quase cinco quilômetros) de distância. Esse tipo de visão nos fala da sabedoria humana, que pode ser de fato muito eficaz nas coisas naturais. Mas em nada ajuda a encontrar o caminho da fé, pois esse caminho só pode ser encontrado na comunhão com Deus. A sabedoria de Deus é encontrada somente em Cristo, a respeito de quem é dito que Ele “para nós foi feito [...] sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1 Co 1:30). Somente a sabedoria de Deus em Cristo pode nos mostrar o caminho que Deus tem para nós neste mundo.


Abutres


Em seguida, lemos sobre o abutre – uma ave que também tem uma visão muito aguçada. Mas, ao contrário das aves de rapina, o abutre se alimenta de coisas mortas. Ele, também, pode localizar uma carcaça morta a vários quilômetros de distância. Em seguida, voa em direção à carcaça, sobrevoando em círculos à medida que se aproxima dela para atrair outros abutres. Juntos, eles devoram o animal morto e às vezes comem até mesmo os ossos.


O abutre talvez fale do sistema do mundo, no qual vivemos e nos movemos. Enquanto formos vistos pelo mundo como espiritualmente vivos como Cristãos, o mundo provavelmente não será atraído por nós. Mas é fácil para nós, como Cristãos, nos acomodarmos neste mundo e estarmos espiritualmente mortos, alimentando-nos das coisas mortas deste mundo. É esse tipo de Cristão que atrai o mundo, assim como o abutre é atraído pela carcaça de um animal morto. Mas assim como o abutre não viu as riquezas obtidas na mineração, ele também não pode descobrir o caminho que Deus tem para Seus filhos. Estamos protegidos do abutre nesse caminho.


Os leões


Em seguida, lemos sobre os filhotes do leão, ou, em outras palavras, o jovem leão. O leão na Escritura fala de força, mas quando o jovem leão é mencionado na Bíblia, geralmente fala de super força. Mas mesmo o jovem leão não pode trilhar o caminho do minerador; ele nunca esteve em tal lugar. Assim é com o caminho da fé. Não importa o quão fortes sejamos naturalmente, não podemos trilhar o caminho da fé em nossa própria força. Precisamos da força do Senhor para fazer isso e devemos trilhar esse caminho em contínua dependência d’Ele.


Por fim, lemos que o “leão feroz” não passou por esse caminho. O leão é conhecido por ser um dos animais selvagens mais fortes e ferozes, e muito poucos outros animais ousarão lutar com ele. O leão na Escritura muitas vezes fala de Satanás, pois ele é descrito como “o diabo, vosso adversário, [...] bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5:8). No entanto, ele não pode nos atacar no caminho da fé, pois sabe que é um inimigo derrotado. Ele pode passar por muitos outros caminhos, procurando aqueles a quem possa atacar, mas não passou pelo caminho da fé.


Vemos, então, que existe um caminho para a fé neste mundo e que é um caminho que não pode ser descoberto pela sabedoria humana. É um caminho que não atrai o mundo e não pode ser trilhado em nossa própria força. Por fim, é um caminho no qual estamos protegidos dos ataques de Satanás. Se olharmos para Ele, confiarmos n’Ele e O obedecermos, o Senhor sempre nos mostrará esse caminho, não importa quão grande seja a confusão neste mundo.


Nestes últimos dias, as coisas estão ficando mais difíceis em todas as partes do mundo. Contudo, o Senhor é o mesmo, Seu Espírito ainda está aqui para nos conduzir e guiar, e Sua Palavra nos dará sabedoria, por meio de Cristo, para termos “tudo o que diz respeito à vida e piedade” (2 Pe 1:3). Ele nos guiará em segurança até ao lar nesse caminho!


W. J. Prost


 

A Casa de Deus e o Caminho


Ficamos tão acostumados com certas coisas por seu uso constante que o poder de seu significado começa a ser destruído. Pode ser uma palavra ruim ou uma palavra boa, porém palavras que afetariam profundamente outros não conseguem, no entanto, nos comover. Isso vemos que é por demais verdadeiro com respeito à própria verdade da Escritura. Que efeito aquilo que é anunciado em João 3:16 teria sobre nós – se escutado pela primeira vez e o valor de seu significado percebido! Da mesma forma é com esta escritura diante de nós: “Quão amáveis são os Teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos” (Sl 84:1). Não nos deleitaria e surpreenderia tal pensamento de estar no átrio de Deus, como homens habitando em Sua própria casa, se ouvido pela primeira vez e compreendido o seu significado? Que efeito uma verdade como essa teria sobre nós se crida inteiramente! Deus nos fazendo morar com Ele em Sua própria casa!


“Quão amáveis são os Teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos. A minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do SENHOR” (vs. 1-2). O coração que encontrou Deus anseia por uma habitação com Ele. Foi esse desejo que moveu Pedro no Monte da Transfiguração a fazer um pedido de três tabernáculos; eles não podiam suportar a ideia de o Senhor Jesus partir. Ele não pôde ficar, mas deixou a eles e a nós palavras de conforto: [...] virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que, onde Eu estiver, estejais vós também” (Jo 14:3). Seu povo habitará com Ele. “Pai, aqueles que Me deste quero que, onde Eu estiver, também eles estejam Comigo” (Jo 17:24).


O lugar de repouso do pardal


O coração que anseia por Deus encontra descanso no altar de Deus. “Até o pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si e para a sua prole, junto dos Teus altares, SENHOR dos Exércitos, Rei meu e Deus meu” (v. 3). Quão belamente este parêntese nos mostra o terno cuidado que Deus tem por todas as Suas criaturas! Ele não falha em encontrar casa para os pássaros de menor valor e ninho para os mais inquietos. Que confiança isso deveria nos dar! Como deveríamos descansar! Que repouso obtém a alma que se lança sobre o terno e vigilante cuidado d’Aquele que provê tão plenamente às necessidades de todas as Suas criaturas! Sabemos o que a expressão “ninho” transmite, tão bem quanto “uma casa”. É um lugar de segurança – um abrigo da tempestade, um esconderijo para se esconder de todo mal, uma proteção de tudo o que possa machucar, um lugar para descansar.


“Bem-aventurados os que habitam em Tua casa; louvar-Te-ão continuamente” (v. 4). O visitante não conhece tudo o que pertence à casa, mas não se consegue esconder nada de um morador: Ele está em casa e conhece todos os privilégios e bênçãos da casa. No passado, Deus entrou no templo segundo uma ordem judaica, mas o povo estava excluído até mesmo desta glória – o exato oposto de habitar com Deus. Eles não conheciam a constante bênção da casa.


Como é que nos sentimos maravilhosamente mais unidos a um Cristão que conhecemos apenas há meia hora do que a um mero conhecido que talvez conheçamos por toda a vida? Não é a realidade da verdade de que Deus está ali? Oh, que gozo esse conhecimento dá ao coração! Quão completa, quão perfeita é a obra de Deus! Ele nos preparou para esta casa, e temos n’Ele tudo de que precisamos. A comunhão com Deus sempre dá confiança em Seu poder. Esta é a chave do salmo diante de nós. Se meu coração apreendeu o amor que Deus tem por mim e quais são Seus propósitos para comigo, posso confiar que Ele ordenará o caminho. Se meu coração estiver nesta gloriosa habitação, não estarei tão ocupado com a facilidade ou conforto do caminho como estarei em conhecer que é o caminho. A glória da herança será para mim muito mais do que o caráter das coisas que estão ao redor do caminho para ela.


O vale de Baca


“O qual, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte” (v. 6). O vale de Baca é um lugar de tristeza e humilhação, mas de bênção também. Para Paulo, foi o espinho na carne – algo que foi verdadeiramente humilhante e que suscitou dele uma oração repetida três vezes. Mas quando ouviu o Senhor dizer, “Minha graça te basta”, ele não mais suplicou por sua remoção. Não; antes, ele se gloriou em sua fraqueza, para que o poder de Cristo fosse conhecido. Este foi o lugar de bênção para Paulo: Ele encontrou ali uma fonte. O vale de Baca foi transformado em um local de intimidade indizível e proximidade com Deus. Para alguns de nós, esse vale pode ser a perda daquilo que está mais próximo ao nosso coração, ou a vontade sendo frustrada, mas é um lugar de bênção. Obtemos muito mais refrigério com as coisas dolorosas do que com as agradáveis. Essa é a maneira de Deus de nos mostrar o que Ele é, e assim, ao nos fazer passar pelo vale de Baca, Deus faz dele uma fonte.


Portanto, lemos em 1 Tessalonicenses 5:18, “Em tudo dai graças”. Como fazer isso? Deu Paulo graças pelo espinho – justo a coisa que ele supôs que atrapalharia sua utilidade? Não enquanto estava olhando para a coisa em si – foi apenas quando seus olhos foram fixados no coração e na mão que o fez. Devemos ver o amor que o ordenou e a mão que o designou; então podemos dar graças.


“A chuva também enche os tanques” (v. 6). O Senhor pode fazer fontes no deserto para atender às necessidades do Seu povo ou enviar chuva do céu para suprir suas necessidades. Ele não conhece dificuldades nem impossibilidades; apoiar-se n’Ele é segurança inabalável. Ele conduzirá os Seus em segurança em todas as provações, e cada nova vitória deve aumentar a força da confiança deles n’Ele.


Deus nosso escudo


“Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do Teu ungido” (v. 9). Em cada tristeza, Deus é nosso escudo. Mas alguns podem dizer: “Minha tristeza é causada pelo meu pecado”. Triste que seja assim! Mas, mesmo então, podemos dizer: “e contempla o rosto do Teu ungido”. Deus sempre pode olhar para Seu Filho com deleite; Ele sempre se agrada n’Ele, e podemos alegar o que Cristo é. Não há posição em que um santo possa estar em que ele não possa ir a Deus em busca de ajuda. Não; embora sua própria tristeza seja o resultado de seu pecado, não há outra maneira de se livrar dela a não ser indo a Deus e se escondendo atrás de Seu Ungido. Cristo é o nosso único escudo. Ele é um refúgio em toda tempestade, mesmo aquela que o nosso próprio fracasso trouxe sobre nós.


Há apenas uma outra palavra sobre o caminho. Ora, quais são nossos caminhos? Qual é o nosso andar no caminho para o lugar para o qual estamos indo? Nossos caminhos são adequados ao lar para o qual Deus nos preparou? Estamos nos comportando de forma a nos alegrarmos com o pensamento de que este mundo está desmoronando? É a esperança da vinda do Senhor o nosso deleite diário? Será que ela nos influencia nos dez mil detalhes de nossa vida diária? Ou estamos andando tão de mãos dadas com o mundo que o simples pensamento de Sua vinda nos enche de pesar?


“Bendito o varão que confia no SENHOR” (Jr 17:7).


J. N. Darby (adaptado)


 

Convencimento e Confiança


Em Levítico 13, aprendemos como o leproso era convencido de sua condição. Não era através de sentimentos ou de sua própria avaliação de si mesmo. Ao contrário, era o discernimento do sacerdote que o convencia. Então, lemos, “Todos os dias em que a praga estiver nele, será imundo; imundo está, habitará só; a sua habitação será fora do arraial” (Lv 13:46).


Em Levítico 14, encontramos o mesmo princípio. O leproso, estando limpo, era novamente trazido de volta, mas como? [...] então, o sacerdote ordenará que, por aquele que se houver de purificar, se tomem duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo. Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas. E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi degolada sobre as águas vivas. E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então, o declarará limpo e soltará a ave viva sobre a face do campo” (Lv 14:4-7).


Nos versículos acima que descrevem a purificação do leproso, temos uma figura notável do princípio sobre o qual Deus agora justifica o ímpio, a saber, com base na morte de Cristo, pela qual o pecado é tirado e a justiça estabelecida, e na ressurreição de Cristo, que proclama a satisfação de Deus e a nossa justificação.


As duas aves


A ave morta em um vaso de barro, sobre águas vivas, é, em figura, Cristo crucificado, e a ave viva que é solta, Cristo ressuscitado e glorificado. Tudo isso é o resultado daquilo que estava no coração de Deus com respeito a pobres pecadores na Terra, incapazes e sem esperança em sua ruína. Que consolo poder mostrar tudo isso a um pobre pecador como um testemunho de Deus, de que a palavra que, pelo lado do pecador, o silencia, pelo lado de Deus, abre a porta da esperança. Maravilhosa mensagem, e ainda mais maravilhoso mensageiro, Ele que, por nós, veio do céu para fazer tudo ficar bem em Sua morte e ressurreição.


Vimos, eu espero, que é o testemunho de Deus quanto à ruína do homem, não os sentimentos do homem ou seus pensamentos a respeito, e que Deus, da mesma forma, deu testemunho de tudo que estava em Seu coração no dom, morte, ressurreição e glória de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Há um outro ponto de testemunho para o qual gostaria de dirigir a atenção. Como o leproso sabia que estava limpo? Pela mesma autoridade que o convencia da lepra. Como no início ele foi declarado imundo pelo sacerdote, assim, agora estando limpo, ele é “declarado limpo”. Como no início, pela palavra do sacerdote, ele toma seu lugar fora, assim agora, pela palavra do sacerdote, ele toma seu lugar dentro; em ambos os casos, foi pela palavra do sacerdote. Quão importante, quão abençoado isso é! Muitas pessoas ficam perplexas por não confiarem simplesmente na Palavra de Deus, que é a fonte verdadeira e a origem de todo gozo conhecido, como está escrito, “o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer” (Rm 15:13 – ARA). E, por outro lado, muitas pessoas estão cegas e enganadas, julgando seu estado pela própria apreensão que têm dele ou por seus próprios sentimentos, e não se dando conta da completa ruína em que todos estão. Do mesmo modo, elas deixam de perceber a maravilhosa provisão que Deus fez em amor em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, para nos encontrar onde estivermos. Que todos nós possamos nos alegrar no Salvador – o Salvador que morreu na cruz por pecadores, que, por Sua morte, fez expiação, ressuscitou dos mortos e entrou no céu, o autor da salvação eterna para todos os que olham para Ele.


W.T. Turpin (adaptado)


 

Uma Estranha Pomba


Não são apenas os nomes divinos que têm significados; também há significado em nomes humanos, pelo menos na história da Escritura. Às vezes, eles expressavam a fé daqueles que os concediam; Eva, Noé e José são exemplos disso. Às vezes, novos nomes eram dados como marcas de senhorio ou propriedade. Assim Faraó renomeou José (Gn 41:45), Nabucodonosor fez o mesmo com Daniel e seus amigos (Dn 1:7), e o Senhor Jesus deu o sobrenome Cefas a Simão, o pescador (Jo 1:42). E o que devemos dizer do próprio nome do Salvador e seu significado? “Lhe porás o nome de JESUS [Jeová o Salvador], porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados” (Mt 1:21).


Jonas era como seu nome?


Jonas significa “pomba”. O que estava na mente de seus pais quando escolheram seu nome não está registrado, mas somos lembrados de que foi em uma forma corpórea de uma pomba que o Espírito Santo desceu sobre o Homem Jesus Cristo (Lc 3:22). Esse adorável emblema de pureza, gentileza e paz se adequava perfeitamente Àquele sobre quem ela veio. Mas com Jonas, onde descobrimos qualquer coisa semelhante a uma pomba em sua atitude para com o povo de Nínive? Certamente suas garras cruéis são sugestivas de uma ave muito diferente!


Não podemos deixar de comparar nosso profeta com José, o levita de Atos 4:36-37. Tão bondosos eram seus atos e tão gracioso era o seu ministério que os apóstolos lhe deram o sobrenome de Barnabé, que, traduzido, significa “filho da consolação” ou “filho do encorajamento”. Barnabé mereceu seu nome antes de recebê-lo; Jonas recebeu um nome docemente sugestivo que ele parece nunca ter merecido!


Nínive se arrependeu


Nínive se arrependeu; seu rei, seus nobres e todo o povo caíram juntos aos pés de seu Criador que estava indignado de modo justo. O céu assim se encheu de alegria, como o Senhor nos ensina em Lucas 15. Mas, enquanto o céu regozijava, “isso desagradou extremamente a Jonas, e ele ficou irado” (Jn 4:1 – ACF). Ai, o que é o homem! Que exposição da estreiteza e do egoísmo do coração humano, mesmo em um servo de Jeová divinamente escolhido e especialmente favorecido! Ele teria preferido que toda a população de uma vasta cidade perecesse a que sua própria reputação de profeta sofresse! Ele ficou pasmado de ter saído pelas ruas de Nínive anunciando o juízo dentro de 40 dias, apenas para descobrir que a sentença divina foi retirada! No entanto, por que Deus teria dado um aviso prévio de 40 dias, a menos que desejasse dar tempo para arrependimento? Não nos diz Pedro que Ele é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento? (2 Pe 3:9 – ARA) Não disse Ele, muito antes dos dias de Pedro: “Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor JEOVÁ; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez 18:32)?


O comportamento de Jonas


Tivesse Jeová lidado com a própria nação de Jonas como ele gostaria que fosse com Nínive, nem um israelita de nenhuma tribo seria encontrado hoje na Terra. O comportamento de Jonas nos lembra do rude filho mais velho em Lucas 15:28, que “se indignou e não queria entrar”, porque o pai estava derramando graça sobre um pecador que estava retornando.


O profeta desapontado orou para que pudesse morrer. Se a morte era tão desejável, por que ele pediu para ser libertado da barriga do peixe?! Elias também certa vez pediu para morrer, porque seu testemunho não estava prosperando como ele esperava (1 Rs 19:4). Felizmente, Deus pretendia para ele uma triunfante trasladação, sem passar pela morte de forma alguma. Uma partida semelhante e maravilhosa é a esperança correta de todos os Cristãos hoje.


Embora tão errado quanto poderia estar espiritualmente ao fazer sua oração rabugenta, Jonas não havia perdido todo o senso de seu verdadeiro relacionamento com Deus. Assim, ele se dirigiu a Ele como “Jeová” e disse: “Ah! Jeová, não foi esta a minha palavra, estando eu ainda no meu país? Por isso é que me apressei a fugir para Társis; pois eu sabia que Tu és um Deus clemente e misericordioso, tardio em irar-se e de grande beneficência, e que Te arrependes do mal” (Jn 4:2 – TB). Se ele realmente conhecia todas essas coisas maravilhosas sobre Deus, deveria ter sido sua alegria proclamá-las a pecadores em todos os lugares. Nós agora conhecemos a Deus mais intimamente do que Jonas. A cruz do Calvário revelou graça e misericórdia como Jonas não poderia ter imaginado. É nossa alegria proclamá-la a jovens e idosos? Se quisermos ser um verdadeiro testemunho de Deus, nosso coração deve estar em sintonia com o grande coração compassivo de Deus. Devemos desenvolver um anseio pelos que estão perecendo, e deveria ser nossa oração e trabalho que possamos “por todos os meios, chegar a salvar alguns” (1 Co 9:22).


W. W. Fereday (adaptado)


 

Recordando o Senhor: Uma Lembrança


Lembro-me da primeira vez em que participei de uma reunião, quando foi cantado o hino “Ó Cristo, que fardos curvaram Tua cabeça” (Hinário Little Flock, nº 137). Havia uma mesa no centro na qual estavam um cálice de vinho e um grande pão. Tendo sido um clérigo e graduado no seminário, eu me perguntava como eles se sairiam. Quem iria assumir o comando? Quem conduziria? Um querido irmão mais velho deu aquele hino: “Ó Cristo, que grandes fardos curvaram Tua cabeça”. Eles cantaram com tanto sentimento, e eu senti minha alma profundamente tocada.


Eu me perguntei quem seria o próximo a dizer algo – quem daria o próximo passo. Bem, outro irmão leu o Salmo 102, e depois o Salmo 82, e sentou-se. Depois disso, outro irmão orou. Eu nunca tinha ouvido uma oração como aquela – exaltando a obra de Cristo na cruz do Calvário, como Ele lidou de maneira eficaz e absoluta com a questão dos pecados e suportou todo o juízo que era a mim devido. Ele enfatizou os pecados, não o pecado, porque o Senhor lidou com isso definitivamente, eternamente: “Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas Suas feridas fostes sarados” (1 Pe 2:24).


Eu estava me perguntando o que aconteceria a seguir, quando outra nota de louvor – um hino – foi dada sobre o mesmo tema, o sofrimento de Cristo. Depois disso, um irmão se levantou e partiu o pão, e todos participaram dele, exceto um grupo que estava atrás. Mais tarde, perguntei a outro: “Por que eles não participaram?” A resposta foi, “Eles são do Senhor, mas não pediram seu lugar à Sua mesa”.


O mesmo irmão, então, deu graças pelo cálice, e eles participaram dele. Mais tarde, um cesto foi passado, e eles colocaram conforme o Senhor fez prosperar a cada um. A reunião terminou com uma pequena exortação do Salmo 102, que nunca esqueci.


Como um pelicano no deserto


Diz ali: “Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões. Velo e sou como o pardal solitário no telhado” (Sl 102:6-7). O irmão, então, leu 2 Coríntios 5:21: “Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que, n’Ele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Por que ele trouxe aquilo? “Bem”, disse outro, “essas são aves impuras de acordo com a lei de Moisés, e foi isso que o Senhor Jesus suportou. Ele não tinha pecado, mas nossos pecados foram colocados sobre Ele; seus pecados e os meus foram empilhados sobre aquela bendita Pessoa”. Amados, essas são minhas lembranças da primeira vez em que pude observar uma reunião em memória. Foi preciosa. Estamos ficando descuidados?


Agora um outro pensamento que apreciei: Proximidade com o Senhor Jesus nos guardaria do sectarismo, a erva daninha mais natural do coração humano. O serviço do amor buscará dar conforme a necessidade, e, por causa da necessidade, nunca pensaremos em desprezar os objetos do amor do Salvador. “Nós somos teus, ó Davi! E contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz seja contigo! E paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda” (1 Cr 12:18).


E. F. Smith (extraído de uma pregação)


 

A Parábola do Cedro e as Duas Águias


A disciplina nos preserva para bênção futura, mas ela não nos exalta neste mundo presente. Conectados com esse pensamento, vamos ler esta parábola em Ezequiel 17.


Este cedro é Judá, ou a casa de Davi; as duas águias são o rei da Babilônia e o rei do Egito. Judá, o cedro, havia incorrido na disciplina do Senhor, e o Senhor usou o rei da Babilônia, uma das águias, como a vara de Sua mão, para correção. Sob essa vara, a casa de Davi seria humilhada, mas preservada – pois a correção é para purificação, não para destruição. A disciplina nos planta num “campo frutífero” (KJV) e junto a “grandes águas”, mas nós crescemos ali, por ora, apenas como “um salgueiro”, como “uma videira mui larga, de pouca altura”. Como esta parábola diz, “humilhado”, mas guardado e protegido (Ez 17:5-6,14).


Joaquim, que era desse cedro, descobriu que era assim. Ele se humilhou sob esta águia, o rei da Babilônia, a vara do Senhor para correção, e foi preservado, embora “humilhado” por um período. Por 36 anos, ele ficou escondido na Babilônia, mas então foi exaltado, provando que havia sido plantado num “campo frutífero”, embora, por muito tempo, ele tenha sido apenas “um salgueiro”. (Veja 2 Reis 24-25.)


O rei do Egito


Mas outra águia se aproxima do cedro, e este cedro, a casa de Davi, na pessoa de Zedequias, que sucedeu a Joaquim, a solicita, “lançou para ela as suas raízes e estendeu para ela os seus ramos, desde as auréolas do seu plantio, para que a regasse” (Ez 17:7).


Zedequias busca o rei do Egito, “para que lhe mandassem cavalos e muita gente” (v. 15) e pudesse florescer novamente sob a sombra dele, recusando-se a continuar sendo “um salgueiro”. Mas isso foi rebelião contra a vara do Senhor, e o Senhor vê isso como rebelião contra Si mesmo. Ele pergunta: “Tal cedro prosperará?” E responde: “Não prosperará”. Zedequias teve que conhecer não apenas a disciplina, mas o juízo do Senhor (Ez 17:19-20). Que figura isso é, e que moral se pode ler nela!


A mão de Deus


Feliz é quando a alma se curva às mãos de Deus, aceitando o castigo de nossos pecados. É o lugar de bênção. A bênção de Israel começou ali. Quando eles tiraram seus atavios e buscaram o Senhor fora do arraial, eles estavam no caminho para uma bênção (Êx 33). E, assim, depois de terem falhado no reino como falharam no deserto, sua bênção estava na Babilônia como antes estava fora do acampamento. Eles deviam aceitar o castigo de seus pecados e ir para lá.


É assim conosco individualmente: Devemos ser quebrantados para sermos abençoados. A disciplina nos guardará para futura exaltação, mas nos deixa “humilhados” neste mundo. É um “campo frutífero” para a alma. Mas esses são termos de que particularmente não gostamos. Preferiríamos “lançar nossas raízes” para aquilo que pode nos ajudar no mundo. Mas esse caminho, que é o nosso próprio caminho, terminará, como aconteceu com Zedequias, em vergonha e ruína. (Veja 2 Reis 25.) Aceitar a disciplina de Deus, submeter-se à Sua mão poderosa, terminará, como aconteceu com Joaquim, em bênção e exaltação.


J. G. Bellett (adaptado)


 

Alimentado pelos Corvos


Em 1 Reis 17, o profeta Elias é visto sozinho com Deus no lugar secreto de oração. Todo servo de Deus tem o seu Querite (estar em um remanso) antes de chegar ao Carmelo (estar sob o olhar público). José, na estrada para o domínio universal, precisa ter o seu Querite. Ele precisa passar pelo caminho da cova e da prisão para chegar ao trono. Moisés precisa ter o seu Querite atrás do deserto antes de se tornar o líder do povo de Deus através do deserto. E não esteve o próprio Senhor sozinho no deserto por quarenta dias, tentado por Satanás, e com as feras, antes de sair em ministério público perante os homens? Não certamente, como é conosco, para descobrir nossa fraqueza e sermos despojados de nossa autossuficiência, mas, antes, para revelar Suas infinitas perfeições e nos mostrar Sua perfeita adequação para a obra que ninguém, exceto Ele, poderia realizar. As circunstâncias de prova que foram usadas para revelar as perfeições de Cristo são necessárias, em nosso caso, para trazer à luz nossas imperfeições, a fim de que tudo seja julgado na presença de Deus, e assim possamos nos tornar vasos adequados para o Seu uso.


De fato, esta foi a primeira lição que Elias teve que aprender em Querite – a lição do vaso vazio. “Vai-te daqui”, disse o Senhor, “e esconde-te” (1 Rs 17:3). O homem que vai testemunhar para Deus deve aprender a se manter fora de vista. A fim de ser preservado de fazer algo de si mesmo diante dos homens, ele deve aprender seu próprio nada diante de Deus. Elias precisa passar três anos e meio escondido, recluso com Deus, antes de passar um dia em proeminência diante dos homens.


Eu ordenei aos corvos


Mas Deus tem outras lições para Elias. É para ele exercitar sua fé no Deus vivo diante de Israel? Então, ele precisa primeiro aprender a viver por fé dia após dia em segredo diante de Deus. Deus proveu o ribeiro e os corvos para atender as necessidades de Seu servo, mas a confiança de Elias precisa estar no Deus vivo e invisível, e não em coisas visíveis. “Eu ordenei” (ARA), disse o Senhor, e a fé repousa na palavra do Senhor.


Além disso, para desfrutar da provisão de Deus, o profeta deve estar no lugar designado por Deus. A palavra para Elias é: “Ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem” (ARA). Não foi deixado para Elias escolher seu esconderijo; ele devia se submeter à escolha de Deus. Só ali ele desfrutaria das bênçãos de Deus. No lugar designado por Deus, os corvos agiriam de forma completamente contrária à natureza; eles trariam pão e carne para Elias duas vezes por dia. Deus pode ordenar à sua criação a qualquer hora e em qualquer lugar, mas, aqui, obediência da parte de Elias é importante.


A obediência sem reservas à palavra do Senhor é o único caminho de bênção. E Elias seguiu esse caminho, pois lemos, “foi [...] e fez conforme a Palavra do Senhor”. Ele foi aonde o Senhor lhe disse para ir, ele fez o que o Senhor lhe disse para fazer. Quando o Senhor diz, “Vá e faça”, obediência imediata e sem questionar é o único caminho para a bênção.


O ribeiro secou


Mas o ribeiro Querite tinha uma lição ainda mais difícil e profunda para o profeta – a lição do ribeiro que secou. O Senhor havia dito, “beberás do ribeiro”; em obediência à palavra, ele “bebia do ribeiro”. Então lemos palavras que à primeira vista soam muito estranhas, “o ribeiro secou”. O que isso pode significar? Ele estava fazendo a coisa errada? Longe disso; sem dúvida alguma, ele estava no lugar certo e fazendo a coisa certa. Ele estava no lugar designado por Deus, porém o ribeiro secou.


Quão dolorosa é essa experiência – estar no lugar designado por Deus, e ainda assim, de repente, enfrentar o completo fracasso da provisão que Deus fez para as necessidades diárias. Que prova de fé! Mas se Deus vive, o que importa se o ribeiro secar? Misericórdias podem ser retiradas, mas Deus permanece. O profeta precisa aprender a confiar em Deus, e não nos dons que Ele dá. Que Aquele que dá é maior que Seus dons é a profunda lição do ribeiro que secou.


O lar de Betânia


Não é a história do ribeiro que secou contada em um cenário diferente quando, mais tarde, doença e morte invadiram a tranquila vida do lar em Betânia? Duas irmãs, de luto por seu único irmão, ficaram face a face com o ribeiro que secou. Mas sua provação se tornou para a “glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. Aquilo que traz glória para o Filho traz bênçãos para os santos. Se Lázaro foi levado, Jesus, o Filho de Deus, permaneceu, aproveitando a falha das correntes terrenas para revelar uma fonte de amor que nunca falha, e uma fonte de poder que não tem limite. Assim, também, nos dias do profeta, o ribeiro que secou tornou-se a ocasião para revelar maiores glórias de Jeová e bênçãos mais ricas para Elias. Foi apenas um incidente usado por Deus para levar o profeta em sua jornada de Querite – o lugar do ribeiro que falha – para a casa em Sarepta, para lá descobrir a refeição que nunca faltava, o óleo que não acabava e o Deus que ressuscitava os mortos. Se Deus permite que o ribeiro seque, é porque Ele tem uma porção melhor e mais brilhante para o Seu amado servo.


Não é diferente com o povo de Deus hoje. Todos nós gostamos de ter algum recurso terrenal ao qual recorrer; contudo, quantas vezes, nos caminhos de um Pai que sabe que precisamos dessas coisas, temos que enfrentar o ribeiro que seca. De diferentes formas, ele cruza o nosso caminho: talvez por meio do luto, perda da saúde ou súbita falha de alguma fonte de suprimento. É bom se, em tais momentos, pudermos, pela fé no Deus vivo, aceitar tudo vindo d’Ele. A própria provação que então descobriremos ser o meio que Deus está usando para revelar-nos os vastos recursos do Seu coração de amor e conduzir nossa alma a bênçãos mais ricas e mais profundas do que jamais conhecemos.


Hamilton Smith (adaptado)


 

O Cheiro Suave de Animais e Aves Limpas


Os sacrifícios de animais, instituídos por Deus antes do dilúvio, continuaram depois dele; Noé, ao sair da arca, ofereceu holocaustos na recém-ordenada Terra. Aprendemos que ele ofereceu holocaustos (Gn 8:20), mas apenas de todo animal limpo e de toda ave limpa. Antes do dilúvio, Noé evidentemente conhecia bem animais limpos e impuros (Gn 7:2), embora os meios pelos quais ele aprendeu isso não tenham sido registrados. Com a lei sendo dada, mais ensino em referência ao sacrifício foi revelado, mas antes disso nos deparamos com holocaustos, e com sacrifícios que, em caráter, se assemelhavam um pouco à oferta pacífica do ritual mosaico, e libações. Depois do dilúvio, cada pai de uma nação deve ter levado consigo, desde o berço da raça, o conhecimento de que tais sacrifícios poderiam ser oferecidos a Deus. Por mais importante que fosse esse ensino, não era tudo o que Deus pretendia transmitir. Antes de chamar Israel para fora do Egito e dar-lhes um ritual em que os sacrifícios ocupavam lugar de destaque, o Senhor deu a conhecer o que pensava do holocausto, e algo também do que era, aos Seus olhos, entregar à morte um Filho único. Aprendemos essas lições com as histórias de Noé, Jó e Abraão.


Noé, ao sair da arca, ergueu seu altar e ofereceu seus holocaustos. Pode ter sido um culto silencioso, pois não lemos sobre nada que Deus tivesse ouvido, mas apenas sobre o que Ele cheirou. Um culto silencioso talvez, porém quão cheio de significado para Ele e de instrução para nós; pois o intuito é claramente que nossa atenção esteja fixada nos sacrifícios então oferecidos, nos quais repousavam os olhos do Senhor e que Lhe eram tão agradáveis.


Suavidade ao Senhor


Um cheiro suave! Esta é a primeira vez que encontramos tal expressão. “E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse em Seu coração:” (antes de falar com Noé, Ele falou Consigo mesmo) “Não tornarei mais a amaldiçoar a Terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz. Enquanto a Terra durar, sementeira e ceifa, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8:21-22). O Senhor mudaria Sua maneira de lidar com o homem e instituiria, enquanto a Terra durasse, uma ordem permanente de coisas. Mas por que esses pensamentos e propósitos de Deus? Por causa do cheiro suave do sacrifício. Vendo tudo o que ainda permanecia da raça humana vivo na Terra, Deus declarou que o próprio homem não tinha mudado. Como filhos de Adão, então, não temos nada do que nos gloriar diante de Deus.


A punição, então, seja sofrida ou testemunhada, não muda o homem. O anúncio, portanto, de uma mudança no trato de Deus com o homem não surgiu de nenhuma melhoria nele, seja presente ou futura. Surgiu simples e exclusivamente do cheiro suave que Deus cheirou. Dessa forma, nos é permitido ver o que Deus pode fazer pelo homem em virtude da morte de Seu Filho. Era isso o que estava diante d’Ele quando Ele cheirou um cheiro suave e imediatamente comunicou Consigo mesmo.


Deus abençoa Suas criaturas


Lemos que, além de falar Consigo mesmo, o Senhor abriu Sua boca para permitir que os que estavam ao redor do altar aprendessem Seus caminhos em bondade. Deus abençoou Noé e seus filhos. Isso era algo completamente novo. Ele havia abençoado Adão e Eva quando em inocência. Ele havia abençoado o sétimo dia e o santificado; mas nunca, pelo que lemos, Deus abençoou uma criatura pecadora, até Noé tomar de cada animal limpo e de cada ave limpa e os oferecer como holocaustos ao Senhor. Ele, então, não esperou um só momento. Foi estabelecida, em figura, a base sobre a qual Ele poderia abençoar, e Ele abençoou. Ele abençoou Noé e seus filhos. Antes do dilúvio, Deus falou a Noé, mas nunca dirigiu uma palavra aos filhos dele. Depois que o holocausto subiu a Ele, Ele falou a todos eles e reconheceu a todos como tendo um lugar diante d’Ele. Ele abençoou a todos plenamente no que diz respeito às coisas terrenas, e, como criaturas da Terra, embora fossem pecadores, puderam desfrutar de Sua bênção.


Alimentos fornecidos


Noé, apesar de pai de todos os vivos sobre a Terra, não ocupou esse lugar na criação que Adão tinha preenchido. Mas o que Deus nunca deu a Adão, Ele concedeu a Noé e a seus filhos. A Adão foi dada, para mantimento, toda erva que dá semente e toda árvore em que há fruto de árvore que dê semente (Gn 1:29). Após a queda, Deus permitiu que eles comessem apenas da erva do campo (Gn 3:18). Mas, ao aceitar a oferta queimada de Noé, Deus deu ao homem tudo na Terra para mantimento – tudo o que crescia e tudo o que vivia na Terra, no ar e no mar, com exceção apenas do sangue. E Deus nunca revogou isso. O que Deus então disse se mantém válido até hoje. A concessão é tão livre quanto sempre foi (1 Tm 4:4-5).


Portanto, ao exercermos nossa liberdade quanto aos alimentos e especialmente a carne, estamos participando da concessão que o Senhor então fez com base no cheiro suave do sacrifício. Se a concessão dependesse, para a sua continuidade, da obediência do homem, ela teria sido perdida há muito tempo. Se tivesse sido prometida com base em qualquer melhoria a ser feita na natureza do homem, nunca poderia ter sido desfrutada. Mas dada unicamente, como foi, em cima da aceitabilidade do sacrifício, sua continuação não dependia de condições que o homem tivesse que cumprir. Enquanto esse sacrifício, do qual os holocaustos de Noé eram apenas tipos, permanecer aceito diante de Deus, pelo tempo em que os homens precisarem de tal mantimento, essa concessão pode continuar. Vemos nisso uma ilustração de um princípio de grande importância para nós. Tudo depende, para a bênção do homem, disto: Qual é o sacrifício aos olhos de Deus? Que abençoado fundamento é esse sobre o qual se apoiar! Aqui, Deus pode agir de acordo com os ditames do Seu próprio coração. Aqui, o homem, por mais indigno que seja, pode receber, rica e incondicionalmente, de Deus.


Christian. Friend, Vol. 6 (adaptado)


 

Pomba Minha


“Pomba minha, que andas pelas fendas das penhas, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face, aprazível” (Ct 2:14). Sua pomba sabe onde estão os lugares secretos de segurança nas altas fendas da rocha – o terreno acidentado, os íngremes precipícios. Por orientação do Espírito Santo, ela sabe onde é o lugar de segurança – Seu lado ferido.


Durante os dias de profundas provas, ela se aninha em segurança em Seus braços de amor ao Seu lado ferido. A pomba tímida e esvoaçante descansa com segurança enquanto a tempestade passa. Perderia ela seu apoio em seu lugar de segurança? Não, Ele a segura, ou tudo ao redor estaria perdido. Estes são os braços eternos. Estamos desfrutando deles? Ou estamos fazendo nosso próprio caminho, nos apoiando neste mundo pobre e impotente, quando o Senhor nos pede para confiar n’Ele?


Nenhuma ave de rapina pode afligir Sua pomba. Ela confia n’Ele, então a segurança é certa. Temos aprendido isso? Ela está no lugar de segurança sem medo. Poderiam os braços deste mundo nos fornecer mais segurança do que os braços eternos? Nós O conhecemos apenas na medida em que confiamos n’Ele (1 Jo 2:3).


C. E. Lunden


 

Suas Penas


Em Mateus 23, o Senhor aborda os líderes judeus e mostra a maldade e o caráter farisaicos deles. Em seguida, Ele despeja sobre eles oito ais. Esse capítulo fecha o Seu ministério público com esse solene juízo sobre os líderes da nação. Eles eram como os pastores infiéis mencionados em Ezequiel 34:1-3.


Então Ele abre Seu coração para a nação, desejando que seus filhos possam ver a maravilhosa graça para aquela nação quando Ele vier novamente para converter “o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais” (Ml 4:6).


Ele lamenta: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Porque Eu vos digo que, desde agora, Me não vereis mais, até que digais: Bendito O que vem em nome do Senhor!” (Mt 23:37-39).


Lemos no Salmo 91:4: “Ele te cobrirá com as Suas penas, e debaixo das Suas asas estarás seguro”. Esse versículo atende ao desejo do Senhor, como o verdadeiro Pastor, expresso em Seu lamento sobre Jerusalém.


C. E. Lunden


 

Vivendo Como Uma Águia Ou Uma Galinha?


Embora esta história seja uma fábula, ilustra bem o espírito de como devemos viver com nosso foco nas coisas celestiais.


Certo dia, um fazendeiro encontrou em seu campo um filhote de águia ferido. Capturado pela beleza majestosa da jovem ave, ele a levou para casa e cuidou dela. O fazendeiro tinha galinhas em sua fazenda, e como eram a coisa mais próxima de um parente que a jovem águia possuía, ele colocou a ave ferida com elas.


Em pouco tempo, a jovem águia ficou tão acostumada com a rotina das galinhas da fazenda que parecia se considerar uma galinha! Seguindo-as, ela ciscava, cacarejava, bebia água de um cocho e até bicava a terra procurando comida igual às galinhas.


Um amigo do fazendeiro, ao visitá-lo, ficou angustiado com o comportamento da águia. “Você não foi feito para a terra”, disse ele; “Você foi feito para voar alto nos céus!” Mas a águia não deu atenção e continuou a ciscar e bicar a terra.


Finalmente, muito frustrado com esses hábitos não naturais, ele a pegou, subiu em cima de uma cerca e jogou a ave no ar. Mas a águia simplesmente bateu as asas rumo ao chão e, pousando com um baque desajeitado, saiu correndo à procura de suas amigas galinhas.


Decidido em não desistir, o homem pegou a águia e subiu no telhado do celeiro de seu amigo. Mais uma vez, ele jogou a águia para o alto, e novamente ela apenas batia as asas em vão enquanto caía em uma pilha de palha no chão. Depois de sacudir a cabeça, a águia, mais uma vez confortável num ambiente familiar, começou a bicar os pedaços de palha.


Nascido para o céu


O homem saiu, incapaz de tirar de sua mente a visão daquelas poderosas garras cobertas com lama de galinheiro. No dia seguinte, ele voltou e, levando a águia consigo, foi para o topo de uma montanha próxima onde o céu se desdobrava em uma ilimitada extensão.


Olhando nos olhos da águia, ele bradou: “Você não foi feito para viver como uma galinha! Por que ficar aqui embaixo quando você nasceu para o céu?”


Ele segurou a águia confusa de modo que ela ficasse de frente para a brilhante luz do pôr do sol e, então, com um forte impulso, lançou o pássaro ao céu. Desta vez, a águia, enquanto olhava para o sol, abriu as asas e, pegando uma corrente de ar que subia do vale abaixo, desapareceu no céu.


Muitos santos de Deus parecem facilmente esquecer sua vocação celestial. Por pertencermos ao céu, nossa ocupação deve ser com Cristo, o homem celestial. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da Terra” (Cl 3:1-2).


Embora o Senhor nos tenha chamado para viver nas alturas, muitos de nós gastamos nosso tempo amontoados no celeiro, tentando encontrar nossa satisfação em coisas desta Terra. Ao cuidarmos das necessidades essenciais de nossa família, finanças e carreiras, muitas vezes nos tornamos mais parecidos com o mundo ao nosso redor, esquecendo-nos daquele mundo glorioso ao qual pertencemos.


Que o Senhor nos dê um propósito de coração para voltarmos a fixar nosso olhar no “Filho”, passando nosso tempo nos “lugares celestiais”, onde Ele está sentado “à destra de Deus” (Rm 8:34).


K. Harman (adaptado)


 

Canção do Pardal


Sou apenas um pequeno pardal, Uma ave de classe inferior; Pouco valor tem a minha vida, Mas cuida de mim o amado Senhor.


Revestiu-me Ele de penas – Das mais simples, sei que são; Sem nem um ponto carmesim, Pois não foram feitas pra exibição. Mas no inverno mantêm-me aquecido, Protegem-me no dia chuvoso; Tivessem bordas de ouro e púrpura, Talvez tornassem-me vaidoso. E agora chegando a primavera, Um pequeno ninho irei fazer No local de que mais gosto Com muitos pios de prazer. Não semeio, tampouco colho; Não tenho celeiro onde ajuntar; Deus me dá uma porção de pardal, Nunca uma semente para guardar. Se a comida às vezes é pouca, Bicando-a, “Que doce!”, me contento; Sempre tenho o bastante pra me alimentar – A vida é mais do que o alimento. Eu sei que há muitos pardais – Em todo o mundo eles estão, Mas nosso Pai celestial sabe Quando um de nós cai no chão. Embora pequenos, nunca esquecidos; Embora fracos, não temos temor; Pois a vida de Suas criaturas É guardada pelo amado Senhor. Voo pela mais densa floresta; De ramo em ramo, pousando vou; Nem bússola nem mapa tenho, Perdido, porém, jamais estou. Onde quer que eu esteja, As asas recolho ao anoitecer, Pois o Pai está sempre me olhando, Nenhum mal pode me acontecer. Sou apenas um pequeno pardal, Uma ave de classe inferior aqui, Mas eu sei que o Pai me ama: Conheces tu o amor d’Ele por ti?


“Não se vendem cinco passarinhos por dois ceitis? E nenhum deles está esquecido diante de Deus? Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.” (Lc 12:6-7)


 

“Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos”

(Lc 12:7)


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