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Palavras de Edificação 22

(Revista bimestral publicada originalmente em Julho/Agosto 1989)

 

ÍNDICE


Eva

 

A MULHER:

Seu Lugar nas Escrituras


Nossos dias são de muita inquietação. O Movimento Sufragista Feminino obteve sua grande vitória – o voto das mulheres – há alguns anos, e desde então as coisas têm avançado a passos gigantescos. Até mesmo, uma instituição tão conservadora quanto a Igreja Oficial (o autor se refere à Igreja Anglicana, na Inglaterra), está se preparando para dar às mulheres um lugar em seu ministério.


Do ponto de vista político, essa questão não deveria preocupar o Cristão. Sua "política" é celestial, pois "a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Fp 3:20). Somos, contudo, naturalmente afetados pelo que nos rodeia. A anarquia no mundo tende a induzir a anarquia na igreja. Sendo assim, parece que o momento é propício para um exame deste assunto tão importante – A mulher: seu lugar nas Escrituras.


Primeiramente, o assunto parece dividir-se em duas partes:

1. A mulher: seu lugar na natureza;


2. A mulher: seu lugar na graça.


Torna-se, contudo, impossível separar inteiramente as duas. O lugar da mulher na natureza é uma figura do seu lugar na graça, ou melhor dizendo, do seu relacionamento de mulher Cristã para com Deus. Isto, se destaca, através da própria maneira pela qual a mulher foi criada; foi uma maneira especial em extremo contraste com qualquer outro ser; e, foi também de uma maneira simbólica e ilustrativa. Adão mergulhou num profundo sono – figura da morte de Cristo. Uma costela foi retirada de seu lado, e dela foi feita uma mulher que lhe foi apresentada como ajudadora. É uma figura da igreja – o resultado da morte de Cristo – que Lhe será apresentada como noiva.


A expressão "Ou não vos ensina a mesma natureza" encontrada em 1 Coríntios 11:14, tem uma aplicação bastante ampla. Deus, em Sua sabedoria, colocou grandes diferenças na constituição física, mental e emocional do homem e da mulher. De uma maneira muito evidente Ele os criou para serem distintos, ainda que se complementando. A estatura, força e capacidade de raciocinar, que no homem são mais destacadas, contrastam de uma maneira afortunada com a graça, gentileza e agilidade mental naturais à mulher.


O fato de que "a mulher provém do varão" (1 Co 11:12), demonstra a sua igualdade. Ela não é inferior, mas igual, ajudadora. Entre homem e mulher há semelhança, identidade; entre o homem e a mulher há igualdade, mas com distinção. E, é por isso, que o fato de que "a mulher provém do varão", também proclama a supremacia que Deus concedeu ao homem, além do privilégio que ela tem que conceder ao homem o lugar que Deus lhe deu.

Homem e mulher são iguais moralmente, mas o homem é a cabeça posicionalmente. As Escrituras declaram explicitamente: "Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher do varão. Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do varãoTodavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor. Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus" (1 Co 11:8-9, 11-12). Que apresentação primorosamente comedida e equilibrada da verdade!


Tudo isto, tem a intenção de ilustrar o relacionamento entre Cristo e a igreja. Em Efésios 5, o relacionamento entre marido e mulher foi desvendado. Deve a mulher se submeter ao marido? Sim, com base na declaração de que "o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja" (Ef 5:23). Da mesma forma, os maridos devem amar suas esposas "como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela" (Ef 5:25). Deve o homem abandonar seu pai e sua mãe para se juntar à sua mulher como uma só carne? Quanto a isto somos lembrados: "Grande é este mistério: digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" (Ef 5:32).


O leitor verá que desde o princípio, o lugar da mulher na natureza, é uma figura do seu lugar na graça; e constatará ainda, conforme avançarmos, que é uma figura do relacionamento da igreja com Cristo. Que coisa maravilhosa!


Eva

Foi-nos dito: "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão, não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:13-14). Temos aqui, a primeira e mais poderosa advertência, contra a mulher assumir a liderança. Um farol poderoso, bem no começo da viagem do homem através do oceano do tempo.

Em vez de repelir o avanço da serpente, buscando a ajuda e a proteção da cabeça que Deus lhe dera, a mulher agiu com independência. Não há necessidade de explorar a seriedade do ato, nem a indizível tristeza dos seus resultados.


Sara

Depois de Eva, a primeira mulher na Bíblia, a receber mais do que apenas uma observação passageira, foi Sara. Evidentemente, ela era uma mulher de personalidade vigorosa; ela não era um mero objeto, sem capacidade de raciocínio ou vontade própria. Pelo contrário, podemos deduzir que ela foi uma mulher hábil e decidida. Mas ela permanece como o exemplo das "santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos", pois lemos "como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós sois filhas, fazendo o bem" (1 Pe 3:5-6). Isto demonstra, claramente, a posição da mulher em relação ao homem, e a prática seguida pelas piedosas mulheres da antiguidade.


Débora

Débora ocupa um lugar de destaque nas Escrituras. Foi uma “profetisa” – também era mulher casada (Lapidote) e “julgava a Israel naquele tempo”. Ela foi uma exceção à regra, mas a exceção comprova a regra. As Escrituras não falam contra o lugar que ela ocupou, mas também não o aprovam. Contudo, é suficiente o que foi dito pela própria Débora para vermos o que ela pensava sobre o assunto – condenou, pelo menos, a negligência dos homens, para não dizermos mais (Jz 4:4-10).


Ela convocou Baraque para que atacasse Sísera. No papel de profetisa, disse-lhe que o Senhor entregaria o inimigo em suas mãos. Mas Baraque, em sua covardia, não quis ir, a não ser que Débora o acompanhasse. Ela prontamente concordou com seu pedido, mas o informou que daquela missão ele não teria nenhuma honra – Sísera seria apanhado pela mão de uma mulher. Certamente, a observação de Débora implicava que, se era motivo de vergonha para Baraque que uma mulher matasse Sísera, não era menos vergonhoso que uma mulher fosse obrigada, pela covardia dos homens, a julgar Israel.


Mulheres do Novo Testamento

Quando nos aproximamos do Novo Testamento, descobrimos a posição das mulheres piedosas, honradas e belas no mais alto grau. A virgem Maria "agraciada; …bendita …entre as mulheres" (Lc 1:28); sua prima Isabel, mãe de João Batista; Ana, idosa viúva de oitenta e quatro anos, dedicada ao serviço de Deus, são as mais belas personagens conectadas ao nascimento de Cristo.


Maria, a irmã de Lázaro, assentava-se aos pés do Senhor para ouvir a Sua palavra. Foi ela que O ungiu para o Seu sepultamento, uma ação que jamais perderá a sua fragrância – "onde quer que este Evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua" (Mt 26:13). Ela recebeu um elogio que não poderia ser mais elevado: "Esta fez o que podia" (Mc 14:8). Maria Madalena, lhe foi concedida, alta honra de transmitir a maravilhosa mensagem da ressurreição de Cristo aos Seus discípulos: "Dize-lhes que eu subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (Jo 20:17). Pensem nas mulheres que serviam o bendito Senhor Jesus (Lc 8:3). Que honra!


E, quando chegamos ao tempo, quando Cristo já havia subido aos céus e o Espírito Santo já havia sido enviado, somos lembrados das "mulheres gregas da classe nobre" (At 17:12) que creram, e do elogio que Paulo fez às mulheres que trabalharam no Senhor (Rm 16). Ou Priscila, que sob a liderança de seu marido, teve o privilégio de instruir o eloquente Apolo, declarando-lhe "mais pontualmente o caminho de Deus" (At 18:26). Que belo e honrado caminho foi esse trilhado pelas mulheres Cristãs!


O Lugar da Mulher no Ministério

Seu lugar enfaticamente não é o do testemunho público; temos sessenta e seis livros na Bíblia, e todos os seus autores foram homens. Não há uma mulher entre os autores; foram diretamente escolhidos por Deus. Houveram doze apóstolos, e foram todos homens; nenhuma mulher foi escolhida para apóstolo. Foram setenta os enviados pelo Senhor, além dos apóstolos; não fomos informados de que houvesse uma mulher entre eles. A suposição de que todos eram homens é tão forte, em associação com os ensinamentos gerais das Escrituras a este respeito, que resulta em prova positiva. Houve "sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria" (At 6:3), escolhidos para "servir às mesas" (At 6:2). Nenhuma mulher foi escolhida.


Houveram muitas testemunhas citadas em 1 Coríntios 15 para provar a ressurreição do Senhor. Homens foram mencionados como testemunhas, mas não se citou nenhuma mulher. Isto se torna extraordinariamente significativo em razão de Maria ter sido a primeira pessoa que viu o Cristo ressuscitado, e recebeu a incumbência de transmitir a maravilhosa mensagem aos discípulos. Sua exclusão da lista das testemunhas, é a prova mais forte possível, de que as Escrituras não concedem à mulher um lugar de testemunho público.

Há bispos escolhidos na igreja primitiva; foram todos homens; nenhuma mulher estava entre eles. Diáconos e anciãos também foram escolhidos na igreja primitiva, conforme descrito em 1 Timóteo e Tito; foram todos homens. Temos duas testemunhas em Apocalipse 11:10; são profetas – não profetisas ou um profeta e uma profetisa, mas profetas – homens.


A Mulher fora do seu Lugar

Quando as mulheres saem do seu lugar, parece que se transformam em presas especiais do diabo. Na parábola foi uma mulher que introduziu o fermento nas três medidas da massa – tipo da introdução de princípios corruptos, que permearam a fé Cristã (Mt 13:33; 16:12). Foi uma mulher – Eva – que "sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:14).


Elas são "mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências" (2 Tm 3:6) que são cativadas por homens perversos nestes perigosos últimos tempos. É uma mulher – Jezabel – que permanece como exemplo histórico no Antigo Testamento, de tudo que é repugnante e perverso; que permanece figurativamente no Apocalipse, como exemplo da corrupção eclesiástica e depravação religiosa da pior espécie (Ap 2:20).


Hoje em dia, a grande maioria dos médiuns espíritas é formada por mulheres; o espiritismo moderno começou com mulheres – as irmãs Fox nos Estados Unidos. Foi uma mulher histérica – a Sra. White – que através de suas blasfemas pretensões tornou-se a líder e principal inventora desse sistema maligno chamado Adventismo do Sétimo Dia. A Ciência Cristã – que não é Cristã nem ciência – deve sua origem a uma mulher, a Sra. Eddy. A teosofia, assim conhecida no hemisfério ocidental, foi popularizada por uma mulher – Madame Blavatsky – e sua obra foi continuada por outra mulher, a Sra. Beasant.

Instruções Bíblicas Decisivas

Lemos: "As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja" (1 Co 14:34-35). Está bem claro que a mulher participar publicamente na igreja é um desafio às Escrituras.


Mas dizem que a palavra "falar" significa "tagarelar". Dizem-nos que os homens sentavam-se de um lado e as mulheres de outro nas assembleias Cristãs como era o costume nas sinagogas judias daquele tempo. Dizem-nos que as mulheres causavam escândalo nos cultos públicos "tagarelando". Mas a palavra "falar" não significa tagarelar – significa mesmo falar, e é a mesma palavra usada na Bíblia quando se faz referência a Deus falando [N.R.: falar = laleo (grego) – ver Jo 4:26].


Outros, insistem que isto só se aplica às mulheres casadas; mas parece absurdo demais, supor que uma mulher poderia falar, um dia antes de seu casamento, para não poder fazê-lo um dia depois. O fato é, as Escrituras consideram as mulheres de forma generalizada como estando casadas, daí terem que interrogar a seus maridos em casa (1 Co 14:35). Naturalmente uma mulher solteira, poderia, apropriadamente, interrogar algum irmão casado e ficar bem dentro do espírito das instruções divinas.


Mais uma vez as Escrituras declaram que "se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Co 14:37). Além disso, a passagem é bastante clara: "Quero pois que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda" (1 Tm 2:8). Aqui a palavra significa exatamente "homens" em contraposição a "mulheres". No versículo seguinte o apóstolo fala de mulheres, em contraposição a homens, exortando-as à modéstia e simplicidade nas roupas e ornamentos. E então o apóstolo acrescenta: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido (ou "sobre o homem" conforme algumas versões), mas que esteja em silêncio" (1 Tm 2:11-12).


Isto leva a questão para além de 1 Coríntios 14, onde o que se tem em vista é a conduta na assembleia; 1 Timóteo 2:11-12 trata da conduta entre homem e mulher, e poderia incluir qualquer testemunho público, onde ambos os sexos estivessem presentes.


Dois motivos são apresentados:


1. "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva" (1 Tm 2:13). Evidentemente é o motivo mais forte, conforme a ordem da criação; a ilustração também se refere a Cristo e à igreja.


2. "E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão" (1 Tm 2:14). Aqui podem ser vistas as consequências governamentais como resultado da primeira mulher não ter se sujeitado à ordem Divina.


O Divino Tipo é Arruinado

Além do que já vimos, quando a mulher saiu do seu lugar, arruinou o tipo do homem e da mulher ilustrando Cristo e a igreja. Lemos: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo" (1 Co 11:3).


Mas o leitor poderá argumentar que as Escrituras falam de mulheres orando e profetizando (1 Co 11:5); que as filhas de Filipe profetizavam (At 21:8-9), (embora, jamais, tenha sido mencionado que profetizassem diante de Paulo, conforme muitos declaram); e, que, as mulheres trabalharam com Paulo no Evangelho; e perguntar se isto não prova seus direitos de ministrar publicamente.


Isso mostra haver lugar para um, serviço muito propício e abençoado. Quão bom seria se houvesse mais desse tipo de serviço! Mas, claramente, não inclui o ministério na assembleia, ou o testemunho público diante de uma audiência mista de homens e mulheres. Se o fizesse, as Escrituras estariam em contradição. Se o Espírito Santo levasse mulheres a praticar tal coisa, Ele as levaria a violar as Escrituras dadas pelo mesmo Espírito Santo, o que seria inimaginável.


Alguém poderá dizer que mulheres evangelistas já foram usadas por Deus. Sim, é verdade, mas não constitui prova de que estivessem certas, e com toda certeza teriam sido ainda mais usadas se o seu serviço fosse mantido dentro dos limites permitidos. "Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" (1 Sm 15:22).


Há um campo amplo para o ministério das mulheres, entre as mulheres e crianças, reuniões de mães, trabalho com crianças na Escola Dominical, etc; além de poderem ajudar os servos do Senhor de modo semelhante ao das mulheres que trabalharam com Paulo. O conforto e o estímulo que uma mulher Cristã ativa e piedosa – movida pelo amor a Cristo e às almas, e ainda assim governada pelas Escrituras – pode prestar é incalculável. Quando encontramos tais mulheres, respeitamo-las profundamente.

Maria ungiu o Senhor para o Seu sepultamento. Marta serviu ao Senhor muito bem. Febe foi uma servidora da igreja, e socorreu a muitos. Lídia hospedou o Apóstolo Paulo em sua casa. Priscila, sujeita à supremacia e liderança do seu marido, ajudou Apolo a entender melhor os planos de Deus. As mulheres trabalharam com Paulo na pregação do Evangelho. Que pudéssemos encontrar as descendentes dessas piedosas mulheres em cada cidade ou vila do mundo! Que serviço apropriado e abençoado! Não há razão para as mulheres se lamentarem das restrições divinas para o seu serviço. Há mais trabalho para elas do que jamais poderiam assumir.


Que as mulheres Cristãs levantem-se de seu estudo das Escrituras determinadas, pela graça de Deus, a cumprir às suas instruções quanto ao seu relacionamento com o homem; para ilustrar por sua conduta a maravilhosa verdade de Cristo e à igreja; ser individualmente testemunho do protesto contra o espírito de anarquia deste século; para se gloriarem no lugar maravilhoso e único que é deles. Então Deus será glorificado. Então sua verdadeira utilidade estará plenamente à disposição. Então os homens Cristãos as respeitarão profundamente, sendo ajudados e influenciados por elas, e descobrirão o que significa verdadeiramente a maravilhosa palavra – AJUDADORA – a qual só pertence às mulheres.


A.J.Pollock (1864-1957)

 

Pensamento:

O espírito de obediência é o grande segredo de toda a devoção. A fonte de todo o mal, desde o princípio, tem sido a vontade independente. Obediência é a única condição adequada à criatura, caso contrário Deus deixaria de ser Supremo – deixaria de ser Deus. Onde quer que haja insubordinação, haverá também o pecado. Se esta regra for lembrada, seremos maravilhosamente ajudados por ela em guiar nossa conduta.


 

CONCERNENTE A MEU IRMÃO


"O amor cobre todas as transgressões" (Pv 10:12). Que maravilhosa declaração é esta! Implica em algo muito prático e ativo, nada teórico, pois é a marca característica pela qual os Cristãos são conhecidos (Jo 13:35). Amor é a diferença entre religião e cristianismo, entre sinceridade e o que é abstrato e superficial. É o único motivo para um serviço aceitável ao Senhor.


Este amor, posto por Deus no coração dos crentes (Rm 5:5), é o poder que nos capacita a agir como devemos. É amor que se regozija quando outros, e não nós, estão sendo louvados e honrados; amor que é grato quando o Senhor usa outros para promoção de Sua glória, sem inveja, ciúmes ou qualquer sentimento indigno que possamos imaginar.


O verdadeiro amor para com o povo do Senhor, sempre nos levará a nos esforçarmos, tendo maior consideração com os outros, do que com nós mesmos. O que mais poderia significar; a expressão "o amor cobre"? Talvez a mais prática demonstração disso é a ausência de fofocas e mexericos, nunca falando de nossos irmãos ou irmãs de uma maneira negativa. Deveríamos nos esquivar de expô-los a boatos. Quando soubermos de algo errado, é melhor que falemos com o Senhor sobre o assunto. Isso revela nossos sentimentos verdadeiros e nosso próprio estado espiritual. Quando espalhamos algo, toda a assembleia é afetada. Mas quando nos dirigimos ao Senhor, o Espírito Santo pode, em resposta às nossas orações, iniciar uma obra sobre o coração e consciência do infrator, para trazê-lo ao arrependimento ou humilhá-lo sob a disciplina do Senhor. Mas o amor para com nosso irmão vai mais além, induzindo-nos a tratar com ele de uma maneira terna e graciosa, com benignidade e mansidão, procurando ajudá-lo em sua dificuldade (Gl 6:1-2).

Há uma bela figura no Antigo Testamento (Êx 25:31-40), em conexão com o castiçal, que é muito instrutiva para nosso relacionamento entre irmãos. Um castiçal era, na verdade, uma pequena lâmpada ou lamparina contendo azeite de oliva e um pavio. O pavio iluminava somente algum tempo e logo se queimava formando uma crosta de carvão que necessitava ser retirada com os espevitadores. O Senhor havia dito a Moisés que fizesse um castiçal de ouro com sete lâmpadas, além de seus acendedores e apagadores de ouro puro.


Quanto mais leio a Bíblia, mais fico impressionado com a importância de cada palavra. O que podemos aprender de espevitadores e apagadores? Bem, se a lâmpada devia se manter acesa era necessário espevitá-la, ou seja, aparar o seu pavio algumas vezes. E se queremos brilhar constantemente por Cristo, haverá ocasiões quando teremos que julgar a nós mesmos na presença do Senhor, ou ficaremos exatamente como um pavio queimado que obscurece a luz. O sacerdote no Antigo Testamento entrava no Tabernáculo, e espevitava a lâmpada, usando um espevitador de ouro. Ouro, nas Escrituras, nos fala daquilo que é divino, e assim, o crente que precisa repreender a seu irmão deve aproximar-se dele em comunhão com o Senhor. Se for neste espírito será capaz de ajudá-lo.


O que o sacerdote fazia com o pavio queimado, quando o levava embora? Será que espalhava suas cinzas ao redor, para que caísse em sua túnica branca e em suas mãos, sujando a si mesmo e às vestes dos demais sacerdotes? Oh, não! Ele tomava aquele pavio negro e sujo e o colocava em um apagador de ouro e o cobria sem sujar ninguém. É isto o que o amor faz! Não divulga as falhas dos irmãos, mas as cobre na presença de Deus.

Quando Satanás não consegue fazer-nos indiferentes para com o pecado, ele tenta levar-nos ao outro extremo, fazendo com que julguemos sem nenhuma misericórdia. Davi parecia saber disso quando falou: "caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu" (2 Sm 24:14). Há uma tendência em nós mesmos de sermos duros e impiedosos uns para com os outros, esquecendo-nos da graça e misericórdia com que Deus nos trata. Temos a recomendação do Espírito, "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4:32). Este é o perdão que inclui graça para perdoar.

Bom é para nós lembrarmo-nos que a igreja ou assembleia é uma congregação de pecadores arrependidos, e o céu é um lar para pecadores arrependidos. Assim como buscamos, por Sua graça, manter a verdade de Deus, possamos buscar também trazer diante de nós um sentimento de graça, misericórdia e paciência, pois tudo isso Ele nos tem demonstrado.

Traduzido de "Christian Truth – nov/80"

 

Pensamento

Esforcemo-nos por ajudar uns aos outros de agora para sempre, e não permitamos que alguma coisa venha a impedir as nossas orações. Nossas dificuldades deveriam ser alimento para a fé – e não material para nossa queda e fracasso. Converta todas as dificuldades em oração.


 

UM DEUS JUSTO E SALVADOR


"Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos: quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há fora de mim" (Is 45:21).


Todas as pessoas têm um certo conhecimento do bem e do mal; certas coisas elas dizem ser boas e outras más. Porém é provável que não existam duas pessoas que possuam exatamente o mesmo padrão do que seja bem e do que seja mal. O que fazem é estabelecer um tal padrão do bem que possa incluir a elas próprias, e um tal padrão de mal que as exclua…, e inclua outras.


Por exemplo, o alcoólatra acha que não há muito mal em beber, mas poderia considerar um grande pecado roubar. O ambicioso, que talvez pratique todos os dias alguma fraude ou algum desfalque no chamado "mundo dos negócios", procura justificar-se com o pensamento de que é necessário e normal agir assim nos negócios – e, para todos os efeitos, – diz ele: não fico bêbado e nem praguejo ou blasfemo como os outros fazem.


Aquele que é imoral se orgulha de ser generoso e ter um bom coração para com os outros, ou, como se costuma dizer – não faz nenhum mal aos outros, exceto a si mesmo. – O homem honesto, moral, amável e cuidadoso para com sua família, satisfaz a si próprio fazendo o que ele chama de seu dever, e olha ao seu redor e se compadece dos pecadores declarados que vê; mas nunca considera quantos pensamentos maus, quantos desejos pecaminosos já produziu seu coração, mesmo que desconhecidos dos outros. Porém Deus julga o coração, apesar do homem enxergar apenas a conduta exterior. Assim, cada um se compraz por não estar fazendo algum tipo de mal, e se compara sempre a alguém que tenha cometido algum pecado que ele acha haver conseguido evitar.


Padrão de Deus

Isso tudo prova que os homens não julgam a si próprios segundo um padrão único do que seja "bem" e do que seja "mal", mas tão somente adotam como sendo "bem" aquilo que mais lhes agrada e condenam os outros. Mas há um padrão, com o qual tudo será comparado, e de acordo com o qual tudo será julgado – um padrão de justiça; e tudo o que não corresponder a ele será condenado eternamente. Este padrão não é nada menos do que “a justiça de Deus” (Rm 10:3).


Quando alguém começa a descobrir, que não é comparando a si próprio com os outros que ele será julgado, mas pela comparação com o próprio Deus, então sua consciência começa a ser despertada para pensar a respeito do pecado “como quem está diante de Deus”. Aí sim, ele se reconhecerá culpado e arruinado; e não tentará justificar a si mesmo apontando para alguém que seja pior, mas ficará ansioso por saber se é possível que Deus, diante de Quem ele sabe estar condenado, poderá desculpá-lo ou perdoá-lo.


Os escribas e fariseus, mencionados no capítulo oito do evangelho de João, eram pessoas muito moralistas e religiosas, e ficaram imensamente chocados quando encontraram uma mulher abertamente em pecado, se indignando muito contra ela. A justiça e a lei de Moisés, pensaram eles, mandava que dela fosse feito um exemplo – não era conveniente que uma tal pecadora continuasse a viver. É um conforto e um alívio para o depravado coração do homem, quando pode encontrar alguém que julgue ser pior do que ele próprio. Ele pensa que o pecado maior de outro desculpa o seu próprio pecado, e enquanto acusa e veementemente censura o outro, ele se esquece do seu próprio mal. Ele assim se regozija na iniquidade.

Mas isso não é tudo. Não apenas os homens procuram se gloriar e exultar na queda e ruína de outro, como não podem aguentar ouvir ou pensar a respeito de Deus exibindo graça. GRAÇA – que significa total e gratuito perdão de todo pecado, de todo mal, sem que Deus exija ou espere algo daquele que é assim perdoado – é um princípio tão oposto a todos os pensamentos e caminhos humanos, tão acima do homem, que ele tem aversão a isto. O seu coração com frequência chama a isto injustiça. Ele próprio não age desta maneira, e não gosta de pensar que Deus o faça.

“Tais mulheres devem ser apedrejadas”

É muito humilhante sermos obrigados a aceitar que somos dependentes inteiramente da graça para a salvação; e que nada que tenhamos feito, ou que possamos fazer no futuro, nos fará indivíduos justos e aptos para a graça, mas que nossa miséria, pecado e ruína são as únicas coisas que dispomos para obter graça. Os escribas e fariseus não podiam entender isto e, não querendo reconhecer que eles próprios eram pecadores, desejaram colocar Jesus numa situação embaraçosa. Assim, se Ele absolvesse a mulher, diriam que Ele era injusto; se a condenasse, iriam dizer que não era misericordioso.Diziam eles: "Tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?" (Jo 8:5). Na verdade, a sentença era justa, a prova da culpa da mulher era inquestionável, e a lei era clara; mas quem iria executar a sentença? O homem pode facilmente condenar, mas quem tem o direito de executar? "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (Jo 8:7). Quem poderia dizer de si mesmo "sem pecado"? E se nenhum deles podia dizer, "Eu estou sem pecado", não havia um deles que não estivesse sob a mesma sentença da mulher, que é a morte, pois "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).


Todos Culpados!

Que estranha situação! A acusada e seus acusadores da mesma forma envolvidos na mesma ruína – todos culpados! Não mais "Tais sejam apedrejadas", mas todos deveriam ser apedrejados. Do mais velho ao mais jovem, todos pecadores convictos!


Você já pensou nisso – que você, assim como todo o mundo é culpado perante Deus? Não interessa a quantidade de pecado que você possui no padrão de medida dos homens; você pode dizer que está “sem pecado” diante de Deus? Se não pode, então “morte” é a sua sentença! "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:20). E nessa triste condição, o que você tem feito? Talvez o mesmo que os escribas e fariseus fizeram, quando foram convencidos por suas próprias consciências – saíram da presença do Único que pode pronunciar o perdão. Adão, no jardim do Éden, havia feito o mesmo antes; ele se escondeu de Deus quando reconheceu que era culpado, e se afastou de seu único Amigo justamente quando ele mais precisava de Sua ajuda (Gn 3:8). E assim ainda é. O homem tem medo do Único que está pronto para perdoar.

Você pode ser capaz de persuadir a si próprio de que não é tão mau assim; você pode encontrar outros abertamente piores do que você; mas não é você, apesar de tudo, um pecador? Qual é a opinião de Deus a seu respeito? Acaso a sua própria consciência não lhe diz que não pode considerar-se completamente sem pecado? Bem, então a “morte” é a sentença para você. Deus não pode mentir. É a sentença que Ele lhe dá. E se tivéssemos ouvido apenas que Deus é Justo, não haveria esperança. Mas Ele é "um Deus Justo e Salvador" (Is 45:21). Ele condenou, e Ele tem também o poder para executar. A única questão que permanece é: Pode Ele perdoar?

O Perdão

"ficou só Jesus e a mulher que estava no meio" (Jo 8:9). Ela estava em pé diante d'Aquele que podia dizer de Si próprio, "sem pecado" e que poderia, portanto, atirar a pedra. Ela estava só com Aquele que ela reconhecia como Senhor; e qual seria a sentença que Ele lhe daria? Que momento de intensa ansiedade deve ter sido para ela! Como as coisas que a cercavam devem ter se tornado insignificantes à sua vista! Ela estava a sós com Aquele que tinha o poder da vida e da morte. Tudo se apoiava na Sua palavra. O que Ele iria dizer? Os homens não ousaram atirar a pedra; agora o que iria Deus fazer? "Nem eu também te condeno: vai-te, e não peques mais" (Jo 8:11).


Esta continua sendo a mensagem graciosa para o pecador arruinado, pronunciada pelo próprio Juiz. Mas é apenas para o pecador arruinado, que permanece conscientemente convicto perante o Juiz, que ela é pronunciada. Os "justos" fariseus não a ouviram. Eles estavam convencidos, mas não quiseram confessar seu pecado, e procuraram se livrar de sua condenação, ocultando sua culpa com algumas boas obras de sua autoria. Além do mais, não iriam querer se colocar na mesma posição de condenação com a miserável mulher, que acabou recebendo essa bendita palavra de paz.

E assim ainda é. Se você deseja ter o completo e gratuito perdão de Deus, deve ocupar primeiramente seu lugar como pecador culpado. Estar a sós com Jesus, conscientemente auto condenado. Não ter mais ninguém em quem confiar, ninguém para comparar consigo mesmo. Não tomar resoluções de correção, não tentar ficar melhor primeiro, antes de vir a Ele; mas ser trazido a Ele por seus próprios pecados, permanecendo exatamente no lugar de condenação, diante da Pessoa que tem o poder para condenar. Fazer de sua culpa a razão de estar a sós com Ele.

Se você deseja ter poder sobre seu pecados…

O Senhor não deu a ela um perdão condicional. Ele não disse, "Nem tampouco te condenarei, se não pecares mais". Não, Ele deu a ela primeiramente o Seu completo e total perdão, pois Ele sabia que iria torná-la capaz de evitar o pecado no futuro. Se você deseja ter poder sobre seus pecados, deve antes saber que estão todos perdoados por Deus por meio de Cristo. Mas se você tentar dominar o seu mal antes de conhecer o perdão de Deus, não obterá nem uma coisa nem outra. Por meio da fé no Senhor Jesus você é justificado gratuitamente de tudo, antes de ser absolvido diante da presença de Deus. Porém, alguns dos que realmente crêem no Senhor Jesus não vêem isto claramente, e estão procurando ter paz por meio de santidade de vida ou dos frutos do Espírito, em vez de antes reconhecerem a si próprios como pecadores arruinados, completa e gratuitamente perdoados, para então deixarem que suas vidas e conduta sejam guiadas pelo conhecimento deste perdão, e pelo amor de Deus que o conhecimento de Sua misericórdia deve necessariamente criar. Tudo começa com o "Nem eu também te condeno".


Deixe que a paz venha da fé no sangue de Sua cruz, pelo qual Ele fez a paz. O conhecimento e estimativa de Deus quanto ao seu pecado é muito mais profundo do que o seu, mas Ele providenciou o sangue de Seu Filho. Ele afirma que aquele sangue limpa todo o pecado. Quanto mais eu vejo e conheço meu próprio pecado, mais irei dar valor àquele sangue precioso que o limpou. E mais ansioso serei em não afligir o coração d'Aquele, que em Seu próprio amor, providenciou tão maravilhoso sacrifício por causa dos meus pecados. Portanto, quanto mais profundamente eu reconhecer a minha própria culpa, mais segura se tornará a minha paz; pois maior será o valor que darei ao sangue, por meio do qual foi feita a paz.


Que você possa conhecer a paz e o gozo de ter todos os seus pecados perdoados por meio da fé no sangue do Senhor Jesus, e a consequente vitória sobre o poder de todos aqueles pecados pelos quais você tem estado cativo.


J.N.Darby

 

REUNIÃO DE ORAÇÃO


Necessitamos orar pela reunião de oração; assisti-la e orar, não como meros espectadores, mas como membros do corpo de Cristo, entrando “ao trono da graça” juntamente com os demais reunidos (Hb 4:16).


Necessitamos resistir a toda fraqueza e cansaço; a presente graça sacerdotal de Cristo pode nos elevar sobre todo espírito mau.


Mas, se você se põe a dormir na reunião, sussurra e ora com os dentes cerrados, com as mãos sobre o rosto a cobrirem sua boca, tal oração é injusta, porque provoca a carne dos demais que ficam se esforçando para conseguir ouvi-lo, o que os cansa e aborrece. Ore brevemente, considerando as crianças, os velhos e enfermos que também estão de joelhos. Seja claro e breve como Moisés: "Ó Deus, rogo-te que a cures" (Nm 12:13).


Também lemos, "Se me abençoares muitíssimo, e meus termos amplificares, e a tua mão for comigo, e fizeres que do mal não seja aflito!" (1 Cr 4:10). Estas orações são, ambas, claras e breves. Considere como é cruel vagar desde Dã até Berseba (regiões de Israel, uma ao norte e outra ao sul) e tornar a voltar, fatigando as pessoas, já cansadas pelo trabalho cotidiano. Certa ocasião um irmão disse a outro: "Sua oração me colocou em uma santa disposição mental, mas… a mesma oração me tirou dela".

A oração mais longa no Novo Testamento se encontra no capítulo 17 do evangelho de João, onde o Filho Se dirige ao Pai; e provavelmente tomou somente cinco minutos.


Evite a crítica; se eu me sinto com espírito crítico enquanto outros oram, é porque meu próprio espírito não está em contato com a mente de Deus. Guarde-se de toda oração "teológica" (em que se fica expondo doutrinas, princípios, etc.). O irmão J.N.Darby disse certa vez: "…esse tipo de oração é uma iniquidade". Se pretendemos orar para mostrar nosso conhecimento, não estamos orando a Deus.

Mantenha seus olhos fechados, mas não durma. Dormir em qualquer das reuniões é grande desonra ao Senhor, e os que fazem tal coisa devem ser admoestados, por sua maneira indecente e sem reverência. Descanse no Senhor e pacientemente espere n'Ele; o Senhor organizará todas as coisas em seu devido tempo.

Orar para que as pessoas ouçam é algo perverso, porque fazemos que estamos orando a Deus, enquanto estamos pregando aos homens.


"Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 Co 14:40).

 

Pensamento:

Nós temos uma quádrupla energia, ou seja, oEspírito Santo, a Palavra de Deus, o Trono de Deus e um par de joelhos. Use-os!


 

ÚTIL


Por que afinal o Cristão é deixado no mundo? Se um homem constrói um relógio, ele o faz para um propósito. Ele o faz com ponteiros para mostrar o tempo; e assim, os Cristãos são como membros vivos de Cristo aqui no mundo – feitos para serem usados, para servir a Cristo. Por que você não se converteu um pouco antes de morrer? Deus teria poupado muitos problemas, e muita desonra, se Ele tivesse nos convertido um pouco antes de morrermos. Mas Deus quis ser honrado por nós neste mundo. Como o relógio é feito para mostrar o tempo, assim o povo de Deus, para dar-Lhe as Suas glórias. Um relógio se torna inútil se não estiver funcionando corretamente; e você nunca encontrará um corpo em perfeita saúde, se não estiver em atividade. Nas coisas espirituais, você nunca encontrará um Cristão em saudável condição, que não faça do seu “corpo em sacrifício vivo,a Deus” (Rm 12:1). Um Cristão tem que estar cheio de gozo e do Espírito Santo.


G.V.Wigram

 

Pensamento:

Deus deseja que os Seus sejam um povo separado.

Quanto mais nos ocuparmos com Sua maravilhosa graça, mais seremos preservados de nos embaraçarmos com os caminhos deste mundo iníquo.


 

O LEITOR ESCREVE


Texto extraído da carta de uma jovem de quinze anos


"Meu pai bebia muito – era um alcoólatra – e isso começou logo após o seu casamento. Mamãe sofria muito com isso e com os maus tratos que recebia dele. Ela sempre precisou trabalhar para sustentar a casa, pois todo o dinheiro que ele ganhava era gasto com bebidas. Durante 29 anos mamãe o suportou, rogando sempre a Cristo que o pudesse salvar. Em casa ele sempre ouvia o evangelho pois, além de mamãe, eu e mais um irmão e uma irmã somos crentes no Senhor Jesus Cristo. Ele não gostava de ouvir o evangelho ou os hinos que cantávamos em casa.


Sua saúde foi arruinada pela bebida e ele precisou ser hospitalizado. Por várias semanas mamãe cuidou dele, e foi visitado por alguns irmãos em Cristo, que o aconselhavam a crer no Senhor Jesus; ele sempre recusava.


Um dia, ao chegar da escola, minha mãe me avisou que papai estava no Unidade de Terapia Intensiva, e que seu estado era muito grave. Naquele dia, meu irmão me trouxe a notícia do seu falecimento; morrera de câncer no fígado.

Ele nunca nos demonstrava carinho, mas como eu o amava! Fiquei muito triste ao pensar que sua alma havia se perdido para sempre, mas logo iria receber notícias que iriam tirar este peso de meu coração.


Minha mãe, que estava ao seu lado na U.T.I., ao perceber que papai se encontrava em seu último fôlego de vida, perguntou se ele queria aceitar a Cristo. Então ele levantou sua mão já roxa e com o rosto pálido fez que sim; ele sabia que era o fim.


Ele partiu, mas eu sei que em breve irei vê-lo na glória, e sei que onde ele está é muito melhor do que aqui. Foi o mesmo que aconteceu com um dos ladrões, crucificado ao lado do Senhor Jesus Cristo: ele sabia que era o seu fim e encontrou vida no Senhor Jesus.


Quando me lembro de meu pai, percebo que era minha mãe quem devia ganhar aquela alma para Cristo. Pois naquela hora não havia mais ninguém ali; somente Cristo, papai, mamãe e sua coragem de falar!


Ao findar o labor desta vida,

Quando a morte ao teu lado chegar,

Que destino há de ter a tua alma?

Qual será no futuro teu lar?


Meu amigo, hoje tens tu a escolha:

Vida ou morte, qual vais aceitar?

Amanhã pode ser muito tarde;

Hoje Cristo te quer libertar.


 

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