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Palavras de Edificação 14

(Revista bimestral editada entre 1980 e 1997)

 

ÍNDICE


 

OS ESCOLHIDOS


"Pode ser que eu não seja um dos escolhidos".


Esta é uma das dúvidas mais inúteis de todas, exceto no que toca aos desejos de Satanás.


"As coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus" (Dt 29:29), e por muito que se especule ou raciocine, são segredos que não se desvendam. Portanto, é ponto assente que o pecador não tem, absolutamente nada, que intervir nos propósitos de Deus. A eleição tem a ver com os santos, e somente com eles.


Se alguém abriga tal dúvida na sua alma, deve simplesmente perguntar a si mesmo: "Sou um pecador?" Se é esse o seu caso, então pode receber uma resposta positiva e definida, porque os graciosos convites do Evangelho dirigem-se a uma alma nessas condições. O que nos qualifica, tanto a você como a mim, é que nos sentimos pecadores e que o convite para nos refugiarmos em Cristo, o Salvador, se dirige aos tais. "Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei" (Mt 11:28).


 

"CONFIRMADOS NA PRESENTE VERDADE"

(continuação do número anterior)


Propiciação

A propiciação significa o sacrifício que completa as exigências da natureza santa de Deus, a respeito dos pecados.


"Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue" (Rm 3:24-25). Nesta passagem, apresenta-se Cristo, como Aquele, que fez a propiciação perfeita com o Seu próprio sangue. Pela fé obtemos esse beneficio.


"Ao qual Deus propôs", fala do magnífico ato do coração de Deus que, em Sua santa graça, proveu o sacrifício de Seu próprio Filho Amado.


Cristo "é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo" (1 Jo 2:2). Esta passagem diz-nos que a obra de propiciação é para todo o mundo, a fim de que, qualquer ser da raça de Adão, possa vir a Cristo, e ser salvo.


Deus não foi revelado como o "Deus Salvador" para todo o mundo, até que veio Cristo e fez a propiciação pelo pecado. Glorifiquemos a Deus pela Sua misericórdia e cantemos ao Seu Nome! (Rm 15:9,10).


 

A RESSURREIÇÃO DO SENHOR JESUS

TESTEMUNHADA PELOS LENÇÓIS ABANDONADOS


José de Arimatéia e Nicodemos, "tomaram pois o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro" (Jo 19:40)


"Maria Madalenadisse: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram. Então, Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou pois Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura: que era necessário que ressuscitasse dos mortos" (Jo 20:1-9). João (o outro discípulo) "viu, e creu". O que viu? "Os lençóis, e o lençoà parte". Encontravam-se exatamente onde esteve envolto o corpo de Jesus, mas Ele, o grande Vencedor da "morte, porque era impossível ser retido por ela", saiu, sem ter que se desenrolar dos pesados lençóis (com cem arráteis de "mirra e aloés" (Jo 19:39) – aproximadamente 40 kg), que envolviam várias vezes o Seu corpo, como, igualmente, saiu do sepulcro sem ter que tirar a pedra de entrada. João, vendo os lençóis ali colocados (não espalhados ao solo), e, o lenço à parte, onde a cabeça de Jesus repousou, deu-se conta que o Senhor havia ressuscitado: creu pela evidência. Mais tarde, creu na Escritura do Antigo Testamento, que profetizou a ressurreição de Cristo (Sl 16:10; At 2:27,31; At 13:35). Foram os lençóis, na verdade, que deram testemunho verídico, forte e incontroverso da ressurreição de Jesus.

(J.H.Smith)

 

O SENHOR A QUEM PERTENCEMOS


"Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor" (Rm 14:8).

Quando Tomás K. e seus irmãos saíam de casa para se divertir, a sua mãe avisava-os sempre: "Cuidado rapazes: lembrem-se a quem pertencem". Todos eles conheciam o significado dessas palavras: era preciso que a honra da família fosse mantida. Não convinha que, com a sua conduta, envergonhassem seu pai e sua mãe.


Nós somos de Cristo, o Senhor. Lembremo-nos a Quem pertencemos.


 

SOBRE A PRIMEIRA EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS

(continuação do número 08)


Introdução

A Epístola aos Coríntios, apresenta assuntos muito distintos dos que temos considerado na Epistola aos Romanos. Achamos nas cartas a Corinto temas morais especiais, a ordem interna de uma assembléia Cristã, com respeito à qual o Espírito de Deus distribuía Sua sabedoria de um modo direto. Não há menção alguma de anciãos ou de outros cargos na assembléia. Pelo trabalho do apóstolo Paulo, uma numerosa igreja local (pois Deus tinha muito povo nessa cidade), tinha sido formada no meio de uma população corrompida, onde as riquezas e o luxo se uniam a uma desordem moral, convertendo a cidade num adágio. Como noutros lugares, havia falsos mestres, geralmente judeus, que procuravam perverter a influência do apóstolo. O espírito filosófico também exercia a sua atividade prejudicial, ainda que Corinto não fosse, como Atenas, a sua sede principal. O ascendente moral e a autoridade do apóstolo foram comprometidos juntamente, sendo bastante grave tal estado de coisas…


"Os temas considerados nesta Epístola dividem-se facilmente, pela ordem seguinte. Em primeiro lugar, antes de censurar os Cristãos em Corinto, o apóstolo faz menção de todas as graças que Deus já havia repartido e ainda repartiria entre eles (1 Co 1:1-9). Desde o 1 Co 1:10 até 1 Co 4:21, trata do assunto de divisões, escolas de doutrina e sabedoria humana, em contraste com a revelação e a sabedoria divinas. O capítulo 5 trata da corrupção da moral sexual e da disciplina, seja pela autoridade (do Senhor Jesus Cristo), ou pela responsabilidade da assembléia. O capítulo 6 trata de assuntos temporais, de litígios; e volta outra vez ao assunto da fornicação, que era de suma importância para os Cristãos dessa cidade. O capítulo 7, considera-se o casamento. Devem-se casar os Cristãos? Qual era a obrigação dos que já estavam casados? Como proceder no caso de um marido convertido ou de uma esposa convertida, cujo cônjuge não o era? No capítulo 8 seguem-se os problemas de comer ou abster-se das coisas oferecidas aos ídolos. O capítulo 9 refere-se ao apostolado de Paulo. O capítulo 10 trata dos problemas dos Coríntios em geral; o perigo de serem seduzidos, seja pela fornicação ou pela idolatria e festas pagãs; e dos princípios referentes à mesa do Senhor. O capítulo 11, de questões relacionadas com a conduta a se seguir em problemas religiosos isolados, ou (v.17) na assembléia e da Ceia do Senhor. Depois, o capítulo 12 fala acerca do exercício dos dons espirituais, o seu verdadeiro valor, o propósito do seu uso, aumentando o valor comparativo do amor (1 Co 13). O capítulo 14, regula o exercício dos dons na assembléia. O capítulo 15 fala da ressurreição, que foi negada por alguns, e especialmente a dos santos. Por fim, o capítulo 16 trata da coleta dos pobres na Judéia, com algumas saudações, e dos princípios de sujeição aos que Deus consagrou para o Seu serviço, ainda quando não havia anciãos. É de grande importância ter estas, considerações diretamente do Senhor, e independente de qualquer organização humana, a fim de que a consciência individual, e a do um só corpo de Cristo, sejam exercidas".

(J.N.Darby)


"Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus), e o irmão Sóstenes, à Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados Santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (vs.1-3).


Paulo era um apóstolo por chamada direta do Senhor. Associava-se a "Sóstenes" (um irmão responsável da assembléia de Corinto, convertido depois do sucedido, segundo Atos 18:12-17). Considerando a gravidade da carta dirigida aos Corintos, a sabedoria divina guiou Paulo ao escrevê-la, e identificar-se com um crente dessa assembléia.


Ele reconheceu a igreja em Corinto como a assembléia de Deus, apesar de todo o mal que de entre os seus membros tinha brotado. Reconheceu-os como santificados em Cristo Jesus, separados para Deus, apesar de então a sua conduta não ser santa; e como que era um apóstolo por chamada divina, reconheceu-os da mesma maneira como santos por chamada divina. Ele olhava o povo de Deus "do cume das penhas" (Nm 23:9).


Não dirigiu somente a sua epístola à assembléia de Corinto, mas também a "todos os que em todo o lugar invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo", dando-nos a entender que a instrução espiritual dada aos Cristãos em Corinto é a mesma para todas as igrejas Cristãs em todo o mundo e em todo o tempo. É dirigida, leitor Cristão, à sua igreja local. Portanto, deve ser de suma importância exigir uma atenção reverente e que sejam postas em práticas as suas instruções.


Na saudação: "Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (v.3), mostra-nos a atitude benigna e benfeitora de Deus nosso Pai e nosso Senhor Jesus Cristo para os Seus. Nós, os crentes, com tantas falhas e preocupações, necessitamos sempre da graça infinita e da paz inefável que provém do coração de Deus.

(continua, querendo Deus)


 

VICIADO NA DROGA LIBERTA-SE?


"Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo" (Rm 15:13).

O senhor pregou essa mensagem sobre Romanos 15:13, enquanto eu estava ali sentado, você não fazia idéia de que eu era um drogado, preso por cadeias que não podia quebrar, e cada vez mais desesperado. Repetidamente o senhor disse: 'Jesus Cristo pode infundir esperança num coração sem ela'. Abri o meu cração a Cristo. Recebi-O por fé como meu Salvador. Quando saí, lancei as minhas drogas e demais objetos na sarjeta. Sabia que era um novo homem em Cristo.


 

CONTRASTE ENTRE ISRAEL E A IGREJA

(continuação do número anterior)


Os Livros divinamente inspirados

No princípio da história humana, não era necessário transmitir informação por escrito, já que a duração da vida dos patriarcas era medida em séculos e não em anos. Por exemplo, Sem, filho de Noé, e Isaque, filho de Abraão, foram contemporâneos durante cinquenta anos, de modo que Isaque poderia saber dos lábios de Sem, uma testemunha ocular, o que sucedeu quando Deus mandou o dilúvio universal, que afogou o mundo perverso de então. E Sem, foi contemporâneo de Matusalém e Lameque durante um século; e, estes com Adão, durante 240 anos e 50 anos, respectivamente. Adão viveu 930 anos e Sem 600. Assim, é fácil entender como o conhecimento de Deus foi transmitido oralmente, porém, com fidelidade.


Com o desenvolvimento da civilização no Oriente depois do dilúvio, a arte de escrever evoluiu também de vários modos. Chegou o tempo em que o Senhor quis comunicar os Seus propósitos por escrito, e mandou Moisés escrever (Êx 34:27-28) os cinco livros chamados "A lei de Moisés" (Lc 24:44): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.


O livro de Jó, uma história escrita provavelmente por "Eliú, filho de Baraquel o buzita, da família de Rão" (Jó 32:2), é também bastante antigo, talvez mesmo anterior aos livros de Moisés. "Buz" (pai dos buzitas) foi sobrinho de Abraão (Gn 22:21).


A seguir, o restante dos livros históricos do Antigo Testamento, e os escritos dos profetas, foram todos escritos por "homens santos de Deusinspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe 1:21), à medida que o Senhor quis comunicar os Seus propósitos. Esses livros enquadram-se em dois grupos, denominados pelo Senhor Jesus de "nos profetas, e nos salmos" (Lc 24:44). Os "profetas" são os livros compreendidos de Isaías a Malaquias, 16 (dezesseis) volumes. Os "Salmos" incluem todos os volumes poéticos e históricos, incluindo o de Jó, num total de 18 (dezoito) volumes. Malaquias, que encerra o Antigo Testamento foi escrito uns 4 séculos a.C.


Os livros inspirados do Antigo Testamento são 39 (trinta e nove) volumes. Os apócrifos (a palavra significa: "de autoridade duvidosa"), que aparecem em algumas edições da Bíblia, não são inspirados por Deus. Há quatro razões, para que não sejam considerados, como fazendo parte do "cânon", das Sagradas Escrituras:


1 – Os livros não têm este selo de autenticidade: "Assim diz o Senhor", afirmação que está escrita centenas de vezes nos livros canônicos;

2 – Os sacerdotes israelitas, que guardavam as Sagradas Escrituras com um zelo e cuidado ardentes, não os reconheceram como canônicos;

3 – O Senhor Jesus Cristo e Seus apóstolos, que citaram muito do Antigo Testamento, não indicaram um só texto dos apócrifos;

4 – Jerônimo, o tradutor da Vulgata (4° século d.C.), a Bíblia católica, excluiu o apócrifo do cânon. No seu prefácio ao livro de Tobias, afirmou que não se encontrava nas escrituras hebraicas. Atanásio, Orígenes, Eusébio, pais Cristãos dos primeiros séculos, não reconheceram os livros apócrifos como canônicos. Toda a autoridade, judaica e Cristã, os refutou até o Concílio de Trento (1.545 d.C.).


O Antigo Testamento começou com a criação, a obra superior de Deus, mas terminou com uma maldição "para que eu não venha, e fira a Terra com maldição" (Ml 4:6), o resultado do fracasso do homem.


O Novo Testamento começa com o advento ao mundo do seu Criador, feito carne na Pessoa do Senhor Jesus Cristo, e termina com uma bênção: "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém" (Ap 22:21). O contraste entre o conteúdo dos livros do Antigo Testamento, dados especialmente aos israelitas, e o conteúdo dos livros do Novo Testamento dados especialmente aos Cristãos, expressa-se num único versículo: "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1:17).


Os livros do Novo Testamento dividem-se em quatro: os 4 Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as 21 Epístolas e o Apocalipse, num total de 27 livros. Foram escritos exatamente como os livros do Antigo Testamento: "homens santos de Deus" (apóstolos e outros) escreveram, "inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe 1:21). "As coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor" (1 Co 14:37).


Foram todos escritos no curto intervalo entre o Dia de Pentecostes, o da formação da Igreja, e o fim do primeiro século d.C., à medida que o Senhor Jesus, a Cabeça da Igreja, viu a necessidade espiritual do Seu povo redimido; e, quis cumprir a Palavra de Deus, de forma escrita, não faltando nenhum ensinamento ou instrução: "as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2 Tm 3:15-17).


 

“VEM O ESPOSO”


Uma palavra de exortação

Queridos irmãos e irmãs em Cristo:

O dia da apostasia aproxima-se a passos largos, e próximo está também o dia em que o Senhor arrebatará os Seus. O momento presente é de um caráter tão solene que me sinto constrangido a dirigir-lhes esta palavra de exortação. Por toda a parte, homens piedosos examinam os sinais dos tempos, e vêem aproximar-se o momento que porá fim às presentes atividades da graça, de modo que, chegamos a uma época em que é necessário falar clara e decididamente. Como vai a nossa vida Cristã? De que nos ocupamos? Pela graça, fomos separados da idolatria e da maldade que distinguem agora o cristianismo, e que ameaçam o mundo com uma ruína mais terrível que a de Sodoma e Gomorra. Tendo sido os nossos olhos abertos, a questão está em saber se sentimos suficientemente, tanto a bênção, quanto a responsabilidade, da posição que ocupamos.


Creiam-me, nunca houve na história do mundo, um tempo como o presente, e Satanás não se ocupa dos outros, da mesma maneira que se ocupa dos crentes; e sua ocupação é mais temível por causa da sutileza de sua operação. Seu objetivo é desviar os nossos olhos de Cristo, fazendo-nos supor que estamos em terreno seguro, e nada temos a temer. Ele nos destruiria, se possível, com a própria verdade. A posição que ocupamos não está segura senão quando Cristo nos guia em tudo em todos os momentos; doutro modo, seremos arrastados por Satanás. Coloque algo entre sua alma e Cristo, e sua “Filadélfia” (Ap 3:7) tornar-se-á em “Laodicéia” (Ap 3:14); então não estaremos mais firmes que o resto da cristandade; a nossa força sucumbiu.


Alguns de vocês são jovens, recém-convertidos, conduzidos pelos retos caminhos do Senhor, e não conhecem as profundezas de Satanás. Mas você está solenemente advertido do perigo, se o mal vos sobrevier, não podereis alegar ignorância. Digo-vos de novo: Satanás tem os olhos postos especialmente em vós, para que ameis mais o mundo, do que vossa alma e Cristo. Se soubesse, quão pouco é necessário para satisfazer os seus desígnios, ficaria assustado. Não é por aquilo que é grosseiro e vergonhoso; mas, se acha em nós algum mal, irá desenvolvê-lo. Busca arruinar-vos, não com assuntos evidentes, mas com banalidades à primeira vista inofensivas, com as quais aparentemente ninguém se ofende ou escandaliza, mas que constituem o veneno mortal destinado a destruir o vosso testemunho e a afastar-vos de Cristo.

Irmãos e irmãs, estais contaminados com o espírito do mundo? O vosso vestir, os vossos hábitos, a vossa conversa, sua espiritualidade, e tantas coisas que se manifestam nas reuniões indicam tal contágio. Este peso morto, esta sujeição, esta falta de poder são sentidos nas reuniões, simplesmente como se o nosso coração fosse exposto à vista de todos e os nossos pensamentos publicamente conhecidos.

Começa-se a ver entre vós uma aparência de piedade sem poder, tão claramente como na cristandade em geral. Misturando-vos com o mundo, o lugar privilegiado que ocupais expor-vos-á certamente a uma grande condenação, em vez de vos resguardar. Essa é a natureza das coisas. É preciso que seja Cristo ou o mundo; não pode ser – não deveria ser – Cristo e o mundo. A graça de Deus separou-vos quando estáveis numa situação de ignorância, mas Deus não permitirá que prostitua Sua graça, voltando ao mundo depois dessa separação.

Não vos esqueceis que ocupais um lugar e reinvindica o privilégio de alguém cujos olhos foram abertos; e se por um lado isso é indizivelmente abençoado (e é), por outro lado é a posição mais terrível que um ser humano pode ocupar. É como estar na festa de casamento sem o vestido de noiva. É como se dissessem: "Senhor, Senhor", sem cumprir o que Ele ordena; ou como se o vosso raciocínio fosse: "Eu vou Senhor", e não ir.


Amados, ainda que fale assim, estou convencido de que há coisas melhores para vós, e tenho confiança no Senhor que O bendireis por estas palavras fiéis. Nada pode se comparar à gloriosa posição a que haveis sido chamado a ocupar nestes últimos dias. Os santos vigiaram por cerca de dois mil anos, durante dias e noites de fadiga, e vocês só aguardam a trombeta da vitória para entrar e tomar posse da gloriosa herança. Eles trabalharam e vós haveis tomado parte nos seus problemas, e na verdade, sem dúvida diminuís a vossa dignidade ao nível de pobres vasos de barro, que aguardam a vara do grande Vencedor (e a vossa também) reduzir prontamente em pedaços.

Despertai de vossa apatia, arrojai para longe os vossos ídolos e falsos deuses; lavai as vossas roupas e vá para Betel, onde encontrareis Deus, e onde O conhecereis melhor, do que jamais o conheceste. Desfazei-vos da vestimenta mundana; estai atento à vossa conversa, a fim de que se refira a Cristo, e Seus negócios; e não, como você sabe, sobre qualquer coisa, menos Ele. Vossas orações devem misturar-se com as de outros santos que frequentam as reuniões de oração: elas são mais necessárias que nunca

Não negligencie nenhuma oportunidade para receber o ensinamento da Palavra de Deus, a única que pode nos guardar do caminho destruidor, e deixe que sua vida manifeste os tesouros em aproveitamento do ministério da Palavra nas reuniões, como também em segredo com o Senhor. Se desejais uma ocupação que seja gloriosamente recompensada pelo nosso amado Amo, pedi-Lhe para executar algo para Ele. Nunca vos arrependereis, neste mundo e muito menos no futuro, pelo que por Ele haveis feito.


Amados, tenha paciência comigo. Estou zeloso de vós com zelo de Deus. Vós pertenceis a Cristo, e Cristo é vosso: Não despedaceis esta santa união. A noiva não foi infiel ao Esposo! Por que fostes desposados? E que tereis por fim? As alfarrobas e os frutos amargos, enquanto deixastes fugir a medida de bênção que possuíeis. Todas as distinções adquiridas com energia do Espírito aqui, servirão apenas para revelar mais a vossa formosura… e tornar-vos mais agradáveis aos olhos d'Aquele ao qual desposastes.

Ireis negar-Lhe esta felicidade? Ireis privá-Lo do fruto do trabalho da Sua alma, Ele, que foi suspenso no Calvário entre dois malfeitores e que foi feito espetáculo aos homens e anjos? Por quem demonstrou Ele uma devoção, a não ser por vós que O esqueceis?


Ele teria podido apossar-Se do mundo inteiro sem ir à cruz, deixando-vos de fora, mas não o fez. E agora que haveis sido enriquecido pelas Suas agonias e pelo Seu sangue, associaste-vos ao mundo, deixando à parte o Senhor? Não pode ser possível! Tomemos ânimo. Tendo já orado ao Senhor, confessado a falta de amor e devoção, recebamos esta palavra como resposta do Senhor, dele que é fiel, e nos quer estimular quando o nosso estado enfraquece. Ele virá breve, e certamente não quereria que fôsseis cobertos de vergonha na Sua Vinda.

(Tradução e Adaptação do Texto Original:

“The Day of Apostasy” – J.N.Darby)

 

Pensamento:

Não dá prazer ao Cristão que anda desordenadamente que outro Cristão tenha contato com ele; sente-se afligido. Quando o coração não está bem com Deus, a Sua luz incomoda-nos.


 

A OFERTA CRISTÃ


"Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus Se agrada" (Hb 13:15-16).


"Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não façam as coletas quando eu chegar" (1 Co 16:1-2).


Duas coisas se distinguem na oferta dos santos de Deus: a sua capacidade e o seu apreço pelas bênçãos de Deus derramadas sobre eles. Os macedônios reconheceram de tal maneira a bondade divina que deles está escrito: "Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da Sua generosidade. Porque, segundo o seu poder…, e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente" (2 Co 8:2-3).


A mulher, que quebrou o alabastro de unguento, e o derramou sobre a cabeça de Jesus, estava tão maravilhada com a dignidade da Sua pessoa, que nem só por um instante pensou no custo do unguento.


 

A INSTITUIÇÃO DO MATRIMÔNIO

(continuação do número anterior)


O Ambiente do Lar

Isto se refere à influência preponderante num lar do seu ambiente. Quando entramos em qualquer casa, no mesmo instante sentimos se há calor, cordialidade, e amizade; ou somente um formalismo frio. Da mesma maneira, o desfrutar do cristianismo prático, será sentido da parte de todos quantos entrarem nas nossas próprias casas.


Deus interveio na natureza do mundo, e os egípcios tinham densas trevas nos seus lares, enquanto, "os filhos de Israel tinham luz em suas habitações" (Êx 10:21-23). Hoje, num sentido moral e espiritual, ocorre o mesmo. Os Cristãos, andando com o Senhor, têm a luz de Deus; e onde Ele é bem-vindo, ali, os que entram verão luz.

Onde quer que os israelitas obedecessem à palavra de Deus, havia uma influência constante nos seus lares. Foi-lhes ensinado: "E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas" (Dt 6:6-9).


Se alguém entrasse numa casa onde tudo isto fosse posto em prática, teria que dizer: "Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor" (Sl 144:15). Os moradores desse referido lar viviam, e respiravam a atmosfera de temor e honra a Deus; e os filhos criados em tal ambiente seriam, na verdade, benditos.


Com frequência os nossos lares revelam, uma tendência de misturar, as coisas de Deus, com as coisas do mundo. Falamos juntos das coisas do Senhor como aqueles que encontram "grandes despojos"? Os tais são como pessoas que de repente herdam grandes riquezas, e delas falam ao levantar-se, ao andar no caminho, ao sentar-se em casa, e ao deitar-se? O salmista disse: "Folgo com a Tua palavra, como aquele que acha um grande despojo" (Sl 119:162).


Quão prontamente uma baforada de diversões do mundo faz com que se esfume um ambiente de amor! Podemos conversar juntos, alegremente, das coisas do Senhor em lugar de ouvir, no rádio, as coisas mundanas? Se temos nos regozijado nas coisas de Deus, os primeiros sons do mundo de "Caim", terão o mesmo efeito em nós, que teria uma rajada de vento gelado do norte sobre uma planta tropical.


A última obra de grande envergadura do diabo, com a qual ele procura destruir o último vestígio de um ambiente de amor no lar do crente, é o televisor. As paredes e as portas das nossas casas devem excluir o mundo exterior, para que possamos desfrutar tranquilamente o nosso tesouro espiritual; mas Satanás descobriu, um canal para poder penetrar as paredes mais sólidas, e as portas mais espessas, mesmo as que têm ferrolhos; e, introduz o mundo por meio do televisor. Caro leitor Cristão, rogamos-lhe: Não permita que este utensílio invada o seu lar. Paulo exortou a Timóteo: "conserva-te a ti mesmo puro" (1 Tm 5:22). Permita-nos parafrasear esta afirmação e dizer: "conserve puro o seu lar. O televisor contamina-lo-á, sem sombra de dúvidas!"


Outra coisa: mantenhamos o ambiente no nosso lar, de tal forma, que nossos filhos encontrem nele o lugar, onde são sempre bem-vindos e desejados. No exterior, o mundo – com toda a sua atração – continua requerendo o seu coração, suas mãos e seus pés, mas o amor de pais Cristãos, e o calor de um lar Cristão, compensarão grandemente as influências mundanas perniciosas. O lar deve ser tão atrativo, para os filhos, para que não desejem ir em busca doutros lugares. Deve ser o local onde possam apresentar todos os seus problemas, e todas as suas alegrias, encontrando sempre ouvidos atentos. Os pais que estão demasiado ocupados, para desfrutar da companhia dos seus filhos, privam-se a si mesmos de um grande privilégio; e podem, inconscientemente, levar seus filhos para fora do lar, à procura do que deveriam ter encontrado lá: amor e compreensão.


Nestes dias de atividade e de luta, os pais têm a propensão para colocar os filhos em lugar secundário. A luta para ganhar a vida, ou ter a casa em perfeitas condições, talvez supere o interesse e atenção para com eles… O lar deve ser o seu lar, ao qual pertencem e onde devem gostar de estar. Não há nada que compense a perda da confiança filial nos pais, o fato de eles não se sentirem "em casa", no lar. A segurança, que vem do fato de se sentirem amados, e de saberem que se ocupam deles, redundará num afeto recíproco, cujo valor é incalculável. Em seu desenvolvimento as crianças precisam de atenção e ocupações que sejam sãs e instrutivas: as suas energias devem ser canalizadas para caminhos retos. Quando estes interesses forem centralizados no lar e compartilhados com toda a família, criarão um elo de ligação que anulará todo o poder de atração do mundo.


Tratar negativamente dos seus problemas juvenis, de nada serve. Não os ajuda, nem adianta dizer-lhes: "Não faças isto, não faças aquilo", sem dar uma explicação que os instrua no que agrada ao Senhor, ou sem lhes mostrar algo em que se possam ocupar.


Quisemos dar ênfase à necessidade de, por um lado, criar um ambiente no lar, de calor, interesse e amor e por outro lado, do temor de Deus. Mas para levar a cabo tudo isso, os pais terão que depender muito do Senhor. "Antes dá maior graça" (Tg 4:6).

(continua, querendo Deus)

 

Pergunta:

Por que é que foi necessário que a lança fosse cravada no lado de Cristo, visto que Ele já estava morto? Não foi a Sua morte o pagamento a Deus pelo pecado? Por que é que se diz que o sangue (não a morte) que faz a expiação?


Resposta:

A lança cravada no lado (o coração) de Cristo, demonstrou a todos que a Sua morte foi real, e além disso, fez brotar o sangue da expiação, e a água da purificação, sobre os quais descansamos e pelos quais somos lavados. A morte de Cristo, produziu plena expiação pelo pecado, mas o sangue fora do corpo, aparte dele, é uma comprovação da morte; (no corpo, é a sua vida); portanto, o sangue, é a voz uniformemente usada nas Escrituras para expressar o valor expiatório da morte de Cristo; não que o sangue vertido seja algo distinto da morte, mas uma evidência dela. "Consumando a expiação" – como o sangue é uma expressão mais apropriada que por meio da morte, porque significa a vida santa e perfeita entregue à morte. O sangue, que era a vida, derramado já em morte, é um elemento bastante precioso para Deus.


Notar-se-á que quando a Escritura menciona a morte de Cristo, relaciona-se mais em conexão com ressurreição, significando a verdade do resgate do pecado (Rm 6), mais que a expiação do pecado (Rm 3).


(Selecionado de THE YOUNG CHRISTIAN, 1932, volume 22, pág. 82.)


 

SOBRE O EVANGELHO DE MATEUS

(continuação do número anterior)


"E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou à sua cidade. E eis que Lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados. E eis que alguns dos escribas diziam entre si: Ele blasfema. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Por que pensais mal em vosso coração? Pois qual é mais fácil? dizer: Perdoados te são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na Terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa. E, levantando-se, foi para sua casa. E a multidão, vendo isto, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens" (vs.1-8).


Os habitantes da "província dos gergesenos" (capítulo 8:28-34) rogaram a Jesus "que Se retirasse, dos seus termos", porque Ele permitiu que os demônios entrassem na sua manada de dois mil porcos que "se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas". Comer carne de porco não era lícito para os israelitas!


Jesus, então, rejeitado por aquela gente, voltou de barco à cidade de "Capernaum" {“Cafarnaum” ARA} (porque havia sido rejeitado de Nazaré – Mt 4:13). Uns amigos de um paralítico, agindo com fé, trouxeram-no a Jesus, o Messias. Ele disse-lhe: "perdoados te são os teus pecados", declarando a todos os presentes que Ele era Deus. pois só Deus pode perdoar pecados. Mas os escribas, entre si, diziam: "Ele blasfema". Jesus conheceu (sendo Ele Deus, que tudo via, como numa tela) os seus pensamentos, e censurou-os dizendo: "Porque qual mais fácil? dizer; perdoados te são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda?" Logo, para fazer ver aos escribas incrédulos que Ele, o Filho de Deus, encarnado na Terra como o "Filho do Homem", tinha autoridade de perdoar pecados, disse ao paralítico: "Levante-te; toma a tua cama, e vai para tua casa". Em seguida, o homem, recebendo forças, levantou-se, levou a cama em que antes jazia, e foi para casa, para dar testemunho aos seus familiares e vizinhos.


Assim sucede com o homem pecador: O Evangelho, que "é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16), levanta-o do lamaçal do pecado; dá-lhe voz para testificar a outros do seu grande Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

"E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-Me. E, levantando-se, O seguiu" (v.9).

Que poder de atração havia na Pessoa de Cristo e na Sua Palavra! Mateus tinha ouvido falar d'Ele. Talvez O tivesse visto quando fez milagres. Possivelmente havia pensado: "Gostaria de O conhecer, mas sou publicano, chamado homem pecador, e Ele não haveria de querer me conhecer". Quão surpreso ficou quando Jesus lhe ordenou sem palavras prévias – "Segue-Me!" Obedeceu-Lhe: "E, levantando-se, O seguiu".


"E aconteceu que, estando Ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e Seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos Seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com ospublicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Por que Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento" (vs.10-13).

Mateus, – já discípulo do Senhor Jesus – não publicando as suas próprias boas obras, escreveu que Jesus estava "em casa sentado à mesa", mas, modestamente, não mencionou que era a sua própria casa (Lc 5:27-32). Havendo sido publicano, convidou todos os seus colegas de ofício para o "grande banquete" que ofereceu em honra de Jesus. Os fariseus, sempre adversos ao Senhor, queixaram-Se dele, porque comia com os publicanos. Ele replicou-lhes que o médico trata dos seus enfermos e que Ele não tinha vindo para chamar os justos (os fariseus pretendiam sê-lo) ao arrependimento, mas os pecadores.

"Então chegaram ao pé d'Ele os discípulos de João, dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas vezes, e os Teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão" (vs.14-15).


"A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo" (Jo 1:17). O que Jesus trazia era algo completamente novo: "a graça e a verdade", conjuntamente numa só coisa. Portanto, Ele não Se adaptava aos hábitos ou práticas do povo religioso, mas pregava o reino de Deus. Contestando os discípulos de João Batista, Ele falou de Si mesmo como os Seus companheiros de bodas. Quando fosse crucificado e tirado dentre eles, então jejuariam.

"Ninguém deita remendo de pano novo em vestido velho, porque semelhante remendo rompe o vestido, e faz-se maior rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam" (vs.16-17).

Por meio destas simples ilustrações, o Senhor ensinava que as coisas novas que Ele trazia Consigo do céu não tinham enquadramento nos antigos padrões judaicos, nem se adaptavam a eles. Não se podia remendar o "vestido velho" do judaísmo com o cristianismo; o velhos couros do mesmo, não tinham força para conter o vinho de salvação e gozo com que Jesus brindava "os publicanos e pecadores".

(continua, querendo Deus)

 

“É NECESSÁRIO QUE ELE CRESÇA”


João Batista disse: "É necessário que Ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30). Acerca do Espírito Santo, Jesus disse: "Ele Me glorificará, porque há de receber do que é Meu, e vo-lo há de anunciar" (Jo 16:14).


Irmão: toma o propósito de expor os atrativos de Cristo, e de elevar os santos conscientemente à presença do Senhor. Ocupa-te em glorificar a Cristo – e revelá-Lo, por assim dizer, põe-te logo de parte, para que a Sua glória seja contemplada.


 

O CANTO DAS AVES TESTIFICA DE DEUS


A cambaxirra, está no topo, como cantora, são dos mais agradáveis, com seu gorjeio cordial: "cheios de trinados, corridas e notas graciosas, e seu volume surpreende vindo de um pássaro tão pequeno!"

Autores e naturalistas famosos escreveram ensaios sobre o maravilhoso canto do rouxinol. Plínio, da antiga Roma, escreveu: 'Os rouxinóis derramam um jorro incessante de canto… (Pense) no conhecimento consumado da música numa única pássaro! O seu cantar é modulado, sendo ora estendido numa nota longa com respiração contínua, ora variado ao controlar a respiração, ora em staccato, ora combinado ao prolongá-la, ou repentinamente baixo, e por vezes só um sussurro, seja forte, baixo, agudo, trinado, com notas largas… soprano, meio-soprano, barítono; numa palavra, tem na sua pequena garganta todos os dispositivos que a ciência humana incorporou no complicado mecanismo da flauta:'


O melro, é sem dúvida, "o mais talentoso de todos os pássaros cantores". Tem prazer em provocar, e pode imitar os cantos de outras aves e toda a espécie de sons de animais. Ele pode, até mesmo, imitar o guincho de um carrinho de mão velho, ou o latido de um cachorro. Os melros são cantores brilhantes, "possuindo uma técnica maravilhosa…, e alguns observadores dizem…" superam mesmo o rouxinol e o tordo em seus ímpetos emocionados. "Houve um melro que imitou 32 espécies distintas de aves cantoras durante dez minutos de canto ininterrupto". Diz-se que o tordo-eremita emite: “um dos cantos mais etéreos, uma série gradual de cadências crescentes tão semelhantes ao som de um sino, tão espiritual em tom e execução, que parecem, até mesmo, além da habilidade de um pássaro”.


Quem criou a pequena garganta do rouxinol, do tordo, e da cambaxirra fazendo-os muito mais versáteis que qualquer flauta inventada pelo homem, e lhes deu uma habilidade assaz fenomenal, de maneira a poderem produzir melodias tão belas? Quem formou a garganta do melro, de tal modo que pode reproduzir, fielmente, cem sons que com dificuldade podem ser distinguidos dos originais?… De certo que toda ave é um testemunho vivo de Deus, seu Criador. A suposta operação da "evolução" jamais poderia criar a garganta de um rouxinol ou de um melro, ou inspirar dez mil milagres de música noutras espécies de aves.


[Traduzido e impresso com permissão de:

“Why we Believe in Creation, not in Evolution”

("Porque cremos na Criação, e não na Evolução"),

por Fred John Meldau, páginas 180–183]


 



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