Breves Meditações - Parte 2/14
- J. G. Bellett (1795-1864)
- 8 de jul.
- 24 min de leitura
Atualizado: há 2 dias

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ÍNDICE
Breve Meditações
Parte 2
J. G. Bellett
Citações
Passagens do Velho Testamento citadas, como estão, em todas as partes do Novo, com muitos e muitos olhares, ou referências tácitas e não expressas, unem todas as partes do Volume e lhe conferem um caráter de unidade e completude. O próprio conteúdo do Volume faz o mesmo. Também lhe confere unidade e completude, pois é uma série de eventos que se estende do início ao fim, da criação ao reino. E as profecias no Velho Testamento, dos eventos no Novo, são como citações no Novo de passagens do Velho. E assim, na boca de várias testemunhas da mais alta dignidade, temos a unidade e a consistência do Volume divino, do início ao fim, plenamente expostas e estabelecidas.
Isso nos diria que tudo é o sopro de um só e do mesmo Espírito. A própria Escritura anuncia o mesmo. E, novamente, o próprio conteúdo fala também neste caso. “Sua luz e poder que se evidenciam por si mesmos”, as glórias morais nas quais a luz e poder brilham tão intensamente, tão abundantemente e tão variadamente, testemunham que Deus é sua fonte. E assim a origem divina do Livro, bem como sua unidade e consistência, é estabelecida. E nos apegamos a essas verdades diante de todo o insulto que lhes é lançado por homens irracionais e ímpios; as oposições da crítica, falsamente assim chamadas, apenas se esgotam em vão, como ondas furiosas na praia. O próprio Deus estabeleceu os limites; e essas coisas apenas retornam sobre si mesmas, espumando sua vergonha.
No progresso das Escrituras do Novo Testamento, o Senhor e o Espírito Santo, em suas diversas maneiras e épocas, usam as Escrituras do Velho Testamento. Isso é um selamento delas, se é que precisavam. Mas é assim. É Deus colocando Seu selo sobre elas depois que elas surgem, assim como foi Ele Quem as soprou antes que surgissem.
Quanto ao Senhor, descobriremos que Ele usa as Escrituras do Velho Testamento de diversas maneiras diferentes.
Ele as observa obedientemente, ordenando Sua vida, formando Seu caráter, por assim dizer, de acordo com elas.
Ele as usa como Suas armas de guerra, ou escudo de defesa, quando atacado pelo tentador, ou pelo mundo.
Ele as trata como autoridade ao ensinar ou argumentar.
Ele declara e afirma sua origem divina e seu caráter indestrutível, e isso também em cada jota e til delas.
Ele as cumpre, não Se retirando de Seu lugar de serviço e de sofrimento, até que pudesse examiná-las por inteiro (na medida em que esse serviço e sofrimento tivessem relação com elas) como realizadas, verificadas e cumpridas.
De maneiras como essas, e talvez de outras, o Senhor honra as Escrituras. Que visão! Que fato precioso! Quão abençoado é vê-Lo em tais relações com a Palavra de Deus, aquela Palavra que é o fundamento e o testemunho de toda a confiança, liberdade e paz que conhecemos diante de Deus! Lemos o Salmo 119, que traça a relação de um adorador com as Escrituras, e achamos edificante observar as respirações de um santo sob os ensinamentos, as delineações e as inspirações do Espírito Santo. Mas é ainda mais comovente observar e traçar as relações que o Senhor Jesus Se coloca com a mesma Escritura.
Então, quando o ministério do Senhor termina, quando o Filho retorna ao céu e o Espírito desce, Ele aparece (como nos apóstolos que Ele enche para escrever as epístolas), realizando o mesmo serviço por nós. Pois em todas as Epístolas encontramos citações dos escritos do Velho Testamento.
E não há limite para isso. Essas citações são encontradas em todas as partes do Novo Testamento e são tiradas de todas as partes do Velho, de Gênesis a Malaquias – e em grande quantidade. De modo que temos, na estrutura do Volume divino, nada menos do que o entrelaçamento mais estreito, completo e intrincado de todas as suas partes entre si, sendo que o fim retorna ao princípio, e o princípio antecipa o fim. Em certo sentido, estamos em todas as partes do Volume quando estamos em qualquer parte dele, embora a variedade das comunicações, ao revelar as dispensações de Deus, seja infinita.
E certamente dizemos que essas qualidades do Livro Sagrado são, no mais elevado sentido, divinas; pois seu conteúdo ou material contém uma compreensão e exibição de glórias morais em toda excelência imaculada, que, da maneira mais clara, falam de Deus, inequivocamente, ao coração e à consciência.
Mas, além disso, a Escritura se vincula à eternidade.
Se temos predições no Velho Testamento de eventos no Novo, também temos, tanto no Velho quanto no Novo, predições da eternidade que está por vir.
Se temos citações no Novo Testamento de passagens do Velho Testamento, também temos, tanto no Velho quanto no Novo, referências à eternidade passada. A Escritura ultrapassa suas próprias fronteiras, por assim dizer, e está nas cenas e glórias da eternidade vindoura; a Escritura também se retira para além de suas fronteiras e está nos segredos e conselhos da eternidade passada, revelando “o rolo do livro” e revelando predestinações que foram formadas e estabelecidas em Cristo antes que os mundos existissem.
Certamente é maravilhoso! Mas o Espírito d’Aquele que conhece o fim desde o princípio nos explica isso – mas nada menos poderia fazê-lo. E o Livro, como já foi dito, é um milagre maior do que qualquer outro que ele registra.
E é bem-aventurado para nós saber e provar que ele nos prepara para tudo, para tudo o que nos cerca neste momento. Confusão e corrupção podem ser infinitas, mas temos tudo isso antecipado no Livro e pelo Livro, ao qual damos ouvidos como a testemunha de tudo para nós em nome e na verdade de Deus. Não precisamos temer nenhum espanto, visto que o temos. Podemos (se isso for uma ação santa da alma) “zombar”, e não “temer”, da insolente infidelidade do dia; e, se tivermos graça, orar por esses homens ímpios, para que Deus lhes conceda o arrependimento para o conhecimento da verdade.
E eu acrescentaria isto: que estas citações de Seus próprios escritos, feitas pelo próprio Deus, primeiro na Pessoa do Filho e depois na Pessoa do Espírito Santo, são belas neste caráter ao qual antes me referi: assim como Ele enviou estes escritos como procedentes de Si mesmo, no princípio, sendo Ele a Fonte deles, assim também, depois que eles surgiram e foram incorporados em formas humanas e aceitos pelos homens, como em todas as línguas das nações, e assentados no meio da família humana, Ele mesmo vem para autenticá-los ali. Ele os inspirou e os selou – e nós os recebemos assim apresentados a nós por Ele mesmo – e não pedimos mais nada.
E podemos dizer das Escrituras, do princípio ao fim, que uma parte delas não pode ser tocada sem que todas sejam afetadas. Para usar a linguagem inspirada: “se um membro padece, todos os membros padecem com ele”, Deus assim forjou tudo isso junto. E posso ir mais longe na mesma analogia e dizer que as partes menos bonitas receberam honra mais abundante – como, por exemplo, no Livro de Provérbios, encontramos um testemunho tão rico e abençoado do Cristo de Deus em Suas glórias misteriosas quanto encontramos em qualquer outro lugar.
Sim, e eu me atrevo a acrescentar que, se todas as outras partes, como os membros do corpo, se ressentem da transgressão e do dano feito a qualquer parte, assim o Espírito dirá de Deus e das Escrituras, como diz de Deus e dos Seus santos: “aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho”. Tenho certeza disso. Deus fará da contenda contra as Escrituras a Sua própria contenda. “Quem Me rejeitar a Mim, e não receber as Minhas palavras,” diz o Senhor Jesus, “já tem Quem o julgue”.
Comunhão
Podemos contrastar a comunhão à qual João, no primeiro capítulo de sua primeira epístola, introduz a alma, com aquela que Paulo lhe dá no final de Romanos 8 e também com aquela que o mesmo apóstolo lhe dá no final de Romanos 11.
Em Romanos 1-8, o apóstolo está nos instruindo no segredo da paz, que o sangue de Cristo providenciou para a consciência; e no final dessa Escritura, ele prepara um triunfo para a consciência, ou uma comunhão rica e exultante com Deus sobre a obra de Cristo por Seu povo.
Em Romanos 9-11, ele está nos instruindo nos conselhos e na sabedoria dispensacional de Deus; e no final dessa Escritura, ele prepara um triunfo para o entendimento ampliado e regozijado do santo, ou comunhão com Deus sobre as riquezas de Sua sabedoria e conhecimento.
Mas em 1 João 1 não se trata de nenhuma dessas coisas. Não se trata de comunhão por causa da obra toda-suficiente de Cristo pelos pecadores, nem por causa dos caminhos todos gloriosos e maravilhosos de Deus. Trata-se de comunhão com Ele mesmo, comunhão pessoal por causa de um relacionamento bem conhecido entre Ele e nós. Isso é de outro tipo – e um tanto mais elevado.
E podemos destacar isso ainda mais.
Esta última comunhão que João nos apresenta não conduz, como as duas anteriores, a alma ao triunfo e à exultação, mas à calma satisfação do coração, chamada de “plenitude de alegria” (ARA). É, antes, o exercício do coração no sentido de relacionamento pessoal, não o exercício da consciência em sua afirmação de liberdade e vitória por causa do sangue de Cristo, nem o exercício da mente, o entendimento renovado, em admirar, adorar e deleitar-se com os tesouros da sabedoria revelada de Deus.
Convicto, Porém Confiante
Leio esta pequena frase como se fosse o lema comum de todos os santos. Ela nos descreve concisamente, glorificando a Deus e humilhando o pecador. É também a experiência da fé. Gravemo-la em nosso espírito e a proclamemo-la como nossa confissão: “Convictos, porém confiantes”. As grandes casas da Terra têm seus vários brasões e lemas, memoriais de distinção familiar. Este pode ser o lema familiar dos santos, não para distingui-los uns dos outros, mas cada um e todos eles se distinguirem de um mundo que busca manter seu próprio caráter e manter sua própria boa opinião de si mesmo, sem conhecer o segredo da confiança em Jesus.
Essa confiança, a confiança de um pecador em um Salvador, é o que Deus propõe a Si mesmo para a glória do Seu grande Nome, neste mundo revoltado. Tendo nos exposto sob a lei, Ele nos diz (como alguém já disse), como no Evangelho: “Descobri que não posso confiar em você; agora você precisa confiar em mim”.
Deus reivindica nossa confiança, e Ele graciosamente Se intitulou a ela. Ele aceitou a morte de Cristo pelos pecadores. Ele é justo quando perdoa, por causa da obra de Cristo e por causa da glória da Pessoa d’Aquele que realizou essa obra. Não é a misericórdia que perdoa o pecador crente; é a “justiça”. A graça proveu e concedeu o Filho. Isso é verdade – misericórdia insondável, inestimável. Mas é a justiça que aceita o Filho e o que o Filho fez e aperfeiçoou pelos pecadores. Apoiamos nossa alma e nossas esperanças em fatos – não em raios de Sol em nosso espírito, nem em promessas da Palavra, nem na ajuda de Deus. Mera ajuda não bastaria para aqueles que já estão sob condenação – promessas a nós não atenderiam às exigências de Deus sobre nós. É baseada em fatos, em ações aconselhadas, realizadas e aceitas entre Deus e Seu Cristo, e quanto a nós, nós nos apoiamos – uma âncora da alma segura e firme.
“Convictos, porém confiantes”. Sim, é um lema apropriado para a família de pecadores crentes e resgatados.
Precisamos estar convictos, ou não nos conheceríamos; precisamos confiar, ou não conheceríamos a Deus. A confiança pode ser mais firme e perfeita em algumas almas vivificadas do que em outras – e, portanto, a convicção pode ter diferentes medidas de intensidade. A Escritura ilustra essas coisas, e a experiência as comprova todos os dias. Ainda assim, o Deus bendito, no evangelho do sangue de Jesus, intitula-Se à mais plena confiança e a reivindica; e certamente nós, pecadores, temos que nos submeter à convicção; e isso o pecador crente pode tomar, e certamente tomará, como seu lema, como aquilo que adorna sua condição e memoriza seu caráter: “CONVICTO, PORÉM CONFIANTE”.
Adão conheceu essa condição assim que saiu do seu esconderijo e “submeteu” seu corpo nu para ser vestido com a túnica que a própria mão de Deus havia feito para ele. E assim, todos nós sabemos que a mesma condição é nossa, quando, como pecadores, pela fé nos submetemos “à justiça de Deus” (Rm 10:3).
A fé patriarcal, que tomou conhecimento da morte em nós mesmos, mas também tomou conhecimento de Deus como um Vivificador dos mortos, fez o mesmo.
Israel, colocando o sangue na verga da porta, para se proteger, na provisão de Deus, da morte que estava espalhada na terra, fez o mesmo.
Todas as ordenanças da lei, suas lavagens e sacrifícios, repetiam o mesmo continuamente. Demonstravam que tínhamos nos destruído, mas que em Deus e em Suas provisões tínhamos a nossa salvação.
Todos os profetas ensinaram a mesma coisa; mas Isaías, Ezequiel e Daniel passaram pela experiência disso, e Isaías, por assim dizer, passou pela história disso.
E agora, é característico do evangelho publicar este fato e convidar os pecadores, pela fé, a assumirem esta condição, a adotarem este mesmo lema, como o chamei, como seu próprio, a expressão de seu estado, e aquilo que revela o que são: “convictos, porém confiantes”. Isso é ilustrado nas almas vivificadas do Novo Testamento – em Pedro, em Paulo, na samaritana, nos três mil, no carcereiro, em Natanael e em todos os outros. E em cada um de nós, até hoje, e até que o último pecador seja salvo, por assim dizer, passa pela mesma história, em espírito ou na experiência de nossa alma.
Preciosa é esta unidade, esta luz e inteligência comuns, esta unidade na natureza que todos recebemos em Cristo. Somos todos um, como estando nesta condição.
Mas entre todos os casos que ilustram ou apresentam essa condição, nenhum no-la apresenta de forma mais impressionante do que Davi em 2 Samuel 23.
Davi havia envolvido sua consciência além, talvez, do que qualquer santo de Deus jamais havia feito. A cor escarlate e carmesim de seu pecado era realmente profunda. Não precisamos recapitular os detalhes disso. E profundamente, de fato, ele havia sido convencido. Muitos dos Salmos podem nos contar isso, e grande parte da história que encontramos nos capítulos anteriores a esse. E em suas “últimas palavras”, como ele chama sua declaração aqui, podemos ver o mesmo – que ele havia sido completamente convencido. Pois ele confessa que sua casa não estava com Deus como deveria estar – e isso era fruto de seu próprio pecado. Ele mesmo havia trazido uma espada para dentro dela, a qual jamais seria embainhada até que ele entregasse aquela casa a outro. Mas, embora assim convicto, tomando conhecimento dos julgamentos que o haviam atingido, ele ainda assim confia – e expressa sua confiança nestas suas “últimas palavras” – em uma linguagem verdadeiramente abençoada. Ele fala de uma bem-aventurança futura e eterna, perfeita em seu caráter, clara e certa no título que ele possuía dela. Era, como ele diz, “em tudo bem definida (ordenada) e segura” (ARA).
E ele pode falar do juízo dos “filhos de Belial”. Isso é impressionante. No dia do seu pecado, ele havia sido chamado por esse mesmo nome. “Sai, sai, homem de sangue, e homem de Belial”, disse-lhe Simei. E ele não respondeu a Simei. Antes reconheceu que Deus deu a Simei a incumbência de assim acusá-lo. Os filhos de Belial poderiam, portanto, dizer que ele era tão mau quanto eles. Mas, diante de tudo isso, ele não tem medo; nem hesita em pronunciar o juízo contra eles, confiante de que, nas riquezas da graça, por mais que eles o condenassem, Deus o havia separado deles. Assim como Pedro pode enfrentar e desafiar os Judeus como negadores do Senhor, o Santo e o Justo, embora ele próprio tivesse sido, literal e simplesmente, um negador d’Ele. E Paulo pode condenar sua própria nação pelas mesmas coisas que caracterizaram sua própria culpa (1 Ts 2:15).
Esta foi uma declaração maravilhosa de um homem “convicto, porém confiante”. Era uma voz ouvida, vinda das regiões dos restaurados. Davi não era apenas um pecador, olhando das ruínas que ele mesmo havia criado para o Deus da salvação. Ele era um desviado restaurado, olhando, em meio às terríveis ruínas que havia trazido sobre si, e das quais jamais escaparia enquanto vivesse, para Aquele que era seu em laços que o manteriam por toda a eternidade. E isso confere a esta declaração uma peculiaridade notável. É uma voz ouvida vinda das regiões dos restaurados.
Consciência
No Evangelho de João, vemos o Senhor vindo para os pecadores. Ele não é tanto o Curador de Israel, realizando maravilhas de bondade no corpo dos homens, purificando os leprosos ou restaurando a saúde de todo tipo de doença e enfermidade entre o povo; mas é a alma que Ele busca e, portanto, é a consciência com a qual Ele lida. Se a consciência não estiver diante d’Ele, Ele não tem Seu assunto ou Seu material diante d’Ele. Ele não tem nada com que lidar, ou sobre o qual operar, de acordo com o caráter que está preenchendo ou sustentando.
Isso nos permite conhecer o que Ele é, e quais são os Seus propósitos e a Sua ocupação em cada cena. Pode tratar-se de uma consciência feliz, uma consciência despertada e inquieta, uma consciência adormecida, uma consciência ainda não quebrantada, ou uma má consciência. Ele lida com toda essa variedade; mas em tudo isso, vemos a consciência, de uma forma ou de outra, em alguma condição diante d’Ele.
Em André, temos uma imagem simples de uma consciência feliz, ou de um pecador feliz. Ele havia ido a Jesus como pecador, pois havia ido a Ele como “o Cordeiro de Deus”, e, portanto, foi aceito, bem-vindo e acolhido por Jesus; e ele O deixa feliz. Seu coração está livre; e ele pode, portanto, pensar nos outros e se dedicar a unir Jesus e outros pecadores como ele havia sido. Ele prega, como um pecador feliz pregaria. Ele diz ao primeiro companheiro pecador que encontra, e este é seu irmão Simão, que encontrou “o Cristo”, uma linguagem que revela a satisfação de sua alma; e então, em plena e consistente benevolência, convida Simão a vir e compartilhar o Cristo de Deus com ele.
Aqui vemos uma consciência em liberdade, porque o pecador encontrou Jesus. Mas temos outras condições para isso.
Em Natanael, a consciência já havia sido despertada. Sob a figueira, creio eu, ele havia estado se confessando a si mesmo como um pecador, meditando sobre sua condição diante de Deus – pois é o espírito de confissão que, na avaliação divina, nos torna sem “dolo”; e é nesse caráter que o Senhor reconhece Natanael. E as confissões dos lábios são as declarações dos fragmentos do coração. Elas não seriam reais se não fossem assim. Natanael era, portanto, um homem de coração quebrantado. O Senhor, portanto, já estivera em espírito com ele, antes que Filipe o chamasse, pois os anseios de uma alma despertada são sempre preciosos a Ele. Ele lhe diz isso – como havia anunciado anteriormente por Seu profeta. “assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito” (Is 57:15).
E diante de Sua graciosa saudação, e fazendo-o saber que Ele o havia conhecido, a alma de Natanael se maravilha. “Rabi”, diz ele, “Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel”. Isso foi um reavivamento para o seu coração. O Altíssimo e Sublime assim cumpriu mais uma parte daquele mesmo oráculo do profeta: “para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos”.
Ora, este caso nos mostra o bendito tratamento do Senhor com uma consciência desperta, reavivando-a e alegrando-a, ou tornando-a uma consciência aliviada e libertada. Na samaritana, a consciência ainda estava adormecida. Ela precisava ser despertada, trazida à presença de Deus com todo o seu fardo e culpa sobre ela. O Senhor, portanto, a força a se descobrir a si mesma. Todos os segredos culpados de sua alma foram trazidos à luz. Mas ela permanece – embora subjugada, e embora a natureza, por um momento, se proponha a tecer um véu entre ela e seu pecado, ela permanece, como se estivesse na luz que a havia detectado e exposto; e essa é a fonte de sua futura bem-aventurança – pois o Senhor rapidamente preenche esse lugar com os sinais de Sua graça, e não permite mais que seja meramente o testemunho de sua culpa e vergonha.
Há algo neste misterioso Estrangeiro que atua em seu espírito – e ela pronuncia o nome de “Messias” em Seus ouvidos, como Aquele que, em certo sentido, ela procurava. Então, com a consciência já despertada, e agora o vaso aberto, o Salvador Se revela; o Estrangeiro prova ser o Messias que ela havia nomeado, e ela é abençoada e satisfeita.
Aqui vemos o que o Senhor fará com uma consciência que precisa ser despertada, se o pecador, apesar da vergonha e da exposição, ainda permanecer em Sua presença. Pois é, certamente, o caminho da bem-aventurança valorizar a Cristo mais do que o caráter. Podemos dizer, em certo sentido, que tudo depende disso. Ela não se escondeu mais, mas contou aos seus vizinhos que havia sido completamente exposta.
No caso dos fariseus, ou dos acusadores da adúltera, a consciência é má. Um propósito perverso enchia seus corações durante todo o tempo em que estavam na presença de Cristo. O que Ele deveria fazer com tal povo? Sua presença lhes seria intolerável. “Acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos” (ARA).
O que menos poderia ser feito com um material tão chocante? E assim será em breve. Todos os ímpios padecerão eterna perdição, banidos da presença do Senhor. Como fumaça, serão lançados longe. Essa não era a maneira comum de Jesus; pois Ele não veio para julgar, mas para salvar. “A lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. Mas quando esses acusadores da pecadora desejam tê-la no monte que ardia em fogo e lidar com ela em termos de lei, então o Senhor pode voltar o calor daquele lugar contra eles e dar-lhes uma amostra do dia da perdição, quando os ímpios perecerão ante a face do Senhor.
Ao contrário da pobre samaritana, eles valorizavam o caráter deles. Sendo expostos, não suportariam. Preferiam esconder seu pecado a vê-lo publicado e levado embora. Para tais, Cristo morreu em vão. Eles frustram a graça de Deus. Pecam contra suas próprias almas.
Assim, o Senhor Jesus é visto tratando com a consciência em diferentes condições. Com a consciência despertada, Ele trata com toda a graça, dando-lhe, como ao coração contrito, a certeza de que Ele a reaviva e habita com ela nas alturas. Com o pecador que ainda permanece com Ele, embora sob a dor de ser exposto e desnudado para a sua vergonha, Ele tratará até aliviá-lo e satisfazê-lo. Com os ímpios que praticam a sua maldade e, quando expostos, O abandonam, preferindo manter o seu lugar e caráter entre os homens do que alcançar a virtude da Sua presença, Ele mostra que essa presença é intolerável.
Estes são Natanael, a samaritana e os fariseus. Ele habita no lugar alto e santo com os contritos – conduz o pobre condenado que ainda permanecerá com Ele pelo caminho da luz e da vida – e condena ao monte de fogo e à separação de Si mesmo os ímpios que preferem praticar a sua maldade a buscar a Sua presença e valorizam o seu caráter mais do que o interesse em Cristo.
Nessas narrativas simples e despretensiosas, obtemos esses preciosos segredos dos caminhos de Deus em Cristo, assim revelados a nós. Resta, porém, outro que não devo ignorar. Refiro-me ao mendigo cego do capítulo 9.
Nele vemos uma consciência honesta. Não é uma consciência feliz, nem despertada, nem adormecida, nem má. Não vemos nele qualquer inquietação em relação à sua alma. Ele não estivera debaixo de uma figueira como Natanael – nem a flecha da convicção o atingira, através da Palavra de Cristo, como havia penetrado nos segredos mais profundos da samaritana. Não é em tais condições vivificadas que o vemos. Mas ele é honesto. É fiel à luz que possui e se apegará aos fatos que conhece. Ele sofre em vez de dar lugar a sua integridade; e os fariseus o expulsaram. A religiosidade persegue a veracidade – um caso comum.
Poderia Jesus deixar alguém assim sozinho? Poderia ser indiferente a ele? Sabemos que não. Ele ouviu que o haviam expulsado, e podemos concluir que Ele o procurou imediatamente; pois lemos: “Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o”. Ele o tornou Seu objeto – e a cena de Jesus e deste mendigo se encontrando pela segunda vez é repleta de bênção e conforto.
Até então, este pobre homem O conhecia apenas em Seu poder de curá-lo. Não havia ainda exercício de alma como pecador, embora houvesse uma consciência honesta. Mas ao ver Jesus agora pela segunda vez, fora do arraial, sua alma é exercitada. Jesus o chama para este exercício. “Crê tu no Filho de Deus?” E o pobre homem imediatamente se prepara para aceitar qualquer coisa de Jesus. “Quem é Ele, Senhor, para que eu creia n’Ele?” E Jesus Se revela a ele como Aquele que lhe dera a visão quando era cego, e agora o resgata, quando todos o expulsavam. “Tu já o tens visto”, diz o Senhor, “e é Aquele quem fala contigo”. A alma então descobre Jesus. Amor e poder assim combinados, e agindo assim em virtude divina, foram suficientes. “Creio, Senhor”, respondeu ele, e então “O adorou”.
Assim, Ele alcançou sua alma e tratou com ele. E estamos conscientes de que, embora antes fosse apenas um homem honesto, agora é uma alma vivificada. Pois uma consciência honesta não é uma alma salva.
Mas, além de tudo isso, permitam-me observar a maneira como Paulo trata com a consciência em suas Epístolas. Ele não vê nenhuma dessas variedades. Ele vê o pecador exatamente como ele é: um pecador. Ele instrui a consciência sobre como ela deve tratar com Deus e Seu evangelho, em vez de nos mostrar, como no evangelho, como Cristo trata com ela. Ele diz à consciência que ela pode desfrutar de uma condição purificada – não apenas uma condição despertada, convencida ou honesta, mas uma condição purificada.
Este argumento é encontrado em Hebreus 9 e 10. O apóstolo ensina ali que podemos ter uma consciência boa ou purificada, pela fé em Cristo, porque depois de Ele ter feito Sua única oferta, Ele entrou no lugar santíssimo, para nunca mais deixá-lo como os sacerdotes sob a lei o deixaram, Sua oferta sendo eficaz para remover pecados, e isso, por causa da admirabilidade de tal sacrifício como aquele prestado “imaculado” e “pelo Espírito eterno”, e porque este sacrifício encontrou e satisfez a Deus no que diz respeito ao pecado, correspondendo e cumprindo “Sua vontade”. O próprio Espírito Santo, ao revelar a nova aliança, estabeleceu também o fato de que pecados e iniquidades não são mais lembrados.
Assim, sob o ensino do apóstolo, a consciência é ensinada a tratar com Deus, e o pecador é exortado a ser feliz em Seu amor e satisfeito com Suas provisões – entrando assim no reino como uma criança, não raciocinando, mas recebendo.
Em João, vemos casos reais em que o Senhor estava tratando com a consciência; em Hebreus, somos ensinados de que maneira a consciência deve tratar com o Senhor e como ela deve atingir a condição em que a consciência de André, Natanael, a samaritana, a adúltera e o mendigo foram deixadas por Jesus.
Dia da Visitação - Betsaida
A Escritura contempla um dia ou tempo de visitação (Jeremias 8:12; Lucas 19:44; 1 Pedro 2:12).
Tal dia pode chegar para um indivíduo (1 Pedro 2); ou para uma cidade (Lucas 19); ou para uma nação (Jeremias 8).
Ou é em misericórdia (Lucas 19; 1 Pedro 2) ou em julgamento (Jeremias 8).
E novamente; pode ser usado para glorificar a Deus por meio da visitação (1 Pedro 2), ou pode ser para desprezo. (Lucas 19)
A visitação em misericórdia precede a visitação em julgamento – e o intervalo pode ser longo ou curto. Vemos isso na história moral de diferentes nações – como Egito, Israel e o próprio mundo.
Quanto ao Egito, José foi entregue àquela terra por misericórdia, e por meio dele Deus a tornou a cabeça das nações e o celeiro de toda a Terra. Mas José foi esquecido, a misericórdia foi menosprezada, e então Moisés e as pragas foram enviados.
Quanto a Israel, Jesus foi dado, o Messias foi enviado, a cura foi dispensada e as bênçãos da aliança foram trazidas à porta. Mas Jesus foi rejeitado, e agora a desolação e o cativeiro se sucederam.
Quanto ao mundo, a morte de Cristo é agora pregada em sua virtude salvadora, como aquela que satisfez para sempre e plenamente o pecado. Mas, sendo isso menosprezado, a mesma morte de Cristo será visitada em juízo ao mundo que é culpado dela.
Que coerência simples pode ser encontrada nos caminhos de Deus! Que perfeição moral! Que alívio descobri-la em meio a todas as confusões humanas e terrenais!
A visitação em juízo pode não ocorrer, como já observei, até depois de um longo intervalo – como no último caso que eu observei, a história moral do mundo – pois o presente dia da graça perdura muito, de fato, e o juízo está adormecido século após século. Mas, novamente, o intervalo pode ser curto; e vemos isso em duas ocasiões distintas nos tratamentos morais de Deus com Seu povo. O Espírito foi derramado em grande quantidade pouco antes do cativeiro das dez tribos pelos assírios; como sobre os profetas Isaías, Oseias, Miquéias e outros. Ele foi novamente derramado ainda mais amplamente pouco antes do cativeiro de Judá pelos caldeus; como sobre Jeremias, Ezequiel, Habacuque, Sofonias e outros.
Essas coisas são assim. Mas devo acrescentar que tal dia, um dia de visitação, deixa o lugar ou a pessoa, se esse dia for menosprezado, em uma condição pior do que a que os encontrou.
Betsaida, na história do evangelho, creio eu, ilustra isso.
Aquela cidade teve um dia de visitação. Ela havia sido grandemente favorecida. Os prodígios (milagres – ARA) do Senhor haviam sido realizados ali, além da medida comum – e André, Pedro e Filipe, três dos apóstolos do Senhor, pertenciam àquela cidade (veja João 1:44).
Mas tal favor, tal dia de visitação misericordiosa e graciosa, havia sido desprezado. O lugar não se voltara para Aquele que o abençoara. Não se arrependera (Mateus 11:20). Ainda assim, não está totalmente fora do alcance da abundante, embora desprezada, graça de Cristo. O Senhor a visita, depois de tudo isso – e quando a visita, Ele tem Consigo os recursos de Sua graça e poder.
No entanto, a maneira como esses recursos são agora apresentados, depois de terem sido, como vimos, desprezados e não utilizados, é cheia de significado e tem uma grande moral ou lição para nós (Marcos 8:22-26).
Um cego de Betsaida (ou em Betsaida) é levado ao Senhor, e eles rogaram-Lhe que Ele o tocasse.
Certamente um toque ou uma palavra teriam sido suficientes. A cura, obediente ao Senhor da vida, teria ocorrido, e ocorrido imediatamente.
Mas não é assim. Há reserva e demora, um processo mais gradual do que o poder de Cristo (se esse poder se sentisse plenamente livre para agir) teria exigido, ou do que jamais exigiu em qualquer ocasião anterior. Temos que notar isso com cuidado.
Ele toma o cego pela mão e o conduz para fora da aldeia. Isso foi significativo. Betsaida, naquele momento, havia perdido o direito de ver as obras de Cristo. Pois Ele havia chamado, e aquele lugar não havia respondido. Ele já havia realizado Suas obras ali, e eles não haviam se arrependido. Ele agora leva o cego para fora da aldeia; como outrora Moisés havia tirado o tabernáculo do Senhor do arraial (Êxodo 33). Ambos os atos foram judiciais. Eles falavam de uma distância que o Senhor agora, em justiça, havia tomado, fosse do arraial ou da aldeia.
Mas essa reserva ou distância deixou cada israelita em liberdade para buscar o Senhor no tabernáculo fora do arraial – e aqui esse cego de Betsaida pode encontrar o poder curador de Cristo fora da aldeia.
Que consistência nos caminhos de Deus! Como eles brilham intensamente! Como a glória divina está estampada na grande matéria ou substância da Escritura, e como ela brilha no próprio tom ou estilo da Escritura!
Mas, embora este homem de Betsaida encontre a virtude curadora do Senhor, isso deve ser feito de uma maneira que se distinguirá de forma notável.
Ele cuspiu em seus olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe “se via alguma coisa”. Isso era estranho e peculiar. Teria o Senhor, alguma vez antes, questionado Seu poder? Teria já hesitado quanto à perfeição de Seus atos? Não – nem hesita agora, embora Suas palavras possam soar assim. Ele não questionou Seu poder, nem ignorava a condição atual deste pobre homem. Mas Ele deve e dará caráter a esta ocasião. Foi um momento especial, e Ele fará com que o momento se destaque. Ele queria que agora se soubesse que a misericórdia menosprezada é sensível. E assim deveria ser. Também é assim conosco, se nós mesmos formos os juízes. Iríamos repetir nossas gentilezas e serviços àqueles que já os desprezaram e desconsideraram, sem ao menos deixar claro que sentimos algo? Que a bondade seja exercida certamente, mas é moralmente apropriado que algumas expressões a acompanhem. E se é assim conosco, também é com Deus. Todo o curso do Livro dos Juízes nos permite saber disso. Cada libertador sucessivo é levantado em favor de Israel com crescente reserva porque Israel vinha pecando contra as misericórdias anteriores. E assim acontece com o Senhor Jesus em Seus atos com esta aldeia da Galileia.
A cura prossegue lentamente. À pergunta, se ele via alguma coisa, o homem tem que responder: “Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam”.
Isso ainda é estranho! Como tudo sinaliza este caso! Não foi assim com o cego de Jericó, ou com o mendigo cego no capítulo nove de João. Um deles precisa apenas dizer: “Fui, e lavei-me, e vi”. E dos outros está escrito: “Jesus, movido de compaixão, tocou-lhes os olhos, e imediatamente recuperaram a vista, e O seguiram” (AIBB). Mas aqui a cura é adiada e trabalhosa. Jesus ainda precisa agir. Ele impôs as mãos uma segunda vez sobre ele e então o fez olhar para cima. E então, mas só então, só no final desse longo processo, ele foi restaurado. Isto é, ele não foi totalmente submetido à graça e ao poder do Filho de Deus; pois essa é a nossa restauração, tornando-nos nada menos do que aquela graça e poder queriam que fôssemos e nos tornassemos. “E viu cada homem claramente”.
Narrativa valiosa, séria e profunda! Como todos os Seus atos, nos dias de Sua carne aqui entre nós, ilustram algum segredo da graça e sabedoria divinas! Oh, a maravilhosa variedade e plenitude moral que se encontram na Escritura! Betsaida não era um material novo nas mãos de Cristo. Fora infiel a Ele, e ela deve saber que isso é sentido por Ele, embora Sua graça seja abundante.
E quando a misericórdia é aperfeiçoada, e o cego vê cada homem claramente, o Senhor encerra a cena dizendo-lhe: “Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia”. E isso ainda é característico de todo o resto. Como aldeia, os dias de Betsaida já haviam passado. “Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos”. Sua condição estava selada. O juízo por causa da misericórdia desprezada estava diante dela – como o Senhor já havia claramente dito em Mateus 11:22. Por isso, agora é dito: “Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia”.
Assim é, mas em contraste com este caso, posso dizer: Oh, que conforto se encontra muitas vezes em um material novo. O próprio Senhor encontrou assim o conforto; o Espírito ainda o encontra; e nós, os santos de Deus, o encontramos assim – tão certamente quanto muitos exemplos da obra divina nestes dias atuais de reavivamento ou visitação podem nos lembrar.
O próprio Senhor assim o encontrou. E isso aconteceu com Ele em Samaria. Quão livre e feliz Ele estava ali, seja no poço de Jacó, seja na aldeia de Sicar! Ele esteve lá, como que em casa, por dois dias; pois o solo havia sido arado e visitado recentemente. Pecadores estavam aprendendo a salvação, e a fé deles Lhe ofereceu um banquete. Ele tinha comida para comer ali, que não Lhe seria fornecida nem mesmo pela diligência daqueles que estavam constantemente com Ele.
O Espírito ainda encontra isso assim. Ele quer que sempre “como crianças recém-nascidas” (ARA), cheguemos com frescor de paladar e desejo ao leite da Palavra que Ele mesmo preparou e providenciou para nós (1 Pedro 2:2).
E nós mesmos encontramos isso – como já indiquei em nossa experiência deste dia presente, pelo qual estamos passando – na graça de Deus.
O Senhor Jesus Se convidou para a casa e hospitalidade de Zaqueu, que estava então em seu frescor, com a florada da primeira afeição sobre ele, mas “Ele fez como quem ia para mais longe”, quando chegou à casa daqueles que estavam há muito tempo caminhando com Ele, mas que estavam apenas raciocinando com pensamentos que vinham do coração deles.
Certamente posso dizer novamente: Oh, a maravilhosa variedade moral que se encontra no Livro de Deus! E que expressões de segredos divinos, os segredos da graça e da sabedoria, que indicações de simpatias e sensibilidades divinas obtemos no caminho do Espírito do Senhor através das circunstâncias da vida, à medida que Ele passava por elas dia após dia!
J. G. Bellett
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