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O Espírito Cristão (Janeiro de 2005)


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Revista mensal publicada originalmente em janeiro/2005 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

H. Smith (Christian Experience)

H. Smith (Christian Experience)

J. N. Darby (Collected Writings, Vol. 1, p. 147)

J. A. Trench (Truth for Believers, Vol. 1)

A. Miller (adaptado de Meditations on Christian Devotedness)

J. N. Darby (Collected Writings, Vol. 5, p. 348)

W. J. Prost

Doug Buchanan e Don Rule

F. W. Lavington (1934)

 

O Espírito Cristão


“Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos” (Is 57:15).


“Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve. Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve” (Mt 11:25-30).

Tema da edição

 

Cristo Nosso Padrão


Filipenses 2:3-5

No segundo capítulo de Filipenses, Cristo é visto, não como subindo para a glória, mas como descendo à cruz, e vemos a mente humilde que O caracterizou em cada passo que O levou à cruz. Assim Cristo, em toda a graça humilde de Seu caminho da glória para a cruz, é apresentado como nosso Padrão perfeito para produzir em nós uma vida de graça humilde.


A carne em nós é orgulhosa, e o esforço para exaltar o ego frequentemente leva a desprezar os outros. Essa vaidade sempre leva a conflitos. Então lemos sobre os discípulos: “E houve... entre eles contenda”, porque cada um queria ser considerado o maior (Lc 22:24). E quantas vezes, desde aquele dia, a raiz do conflito entre o povo de Deus tem sido a de alguém querendo ser o maior. Mas, o apóstolo diz: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo”. Podemos achar isso difícil às vezes, pois, como alguém disse, “podemos ver grande vaidade ou orgulho em outras pessoas, e alguém pode estar tendo uma caminhada realmente melhor do que esta ou aquela pessoa”, podemos até estar caminhando comparativamente bem, mas se estivermos próximo a Cristo, deveríamos sentir em Sua presença nossa própria nulidade e ver em nosso irmão em Cristo tudo o que é de Cristo nele, ao invés de suas falhas. Então, não será difícil para cada um considerar os outros maiores do que a si mesmo.


O apóstolo, então, quer que estejamos “pensando a mesma coisa” (v. 2 – AIBB). O único pensamento que ele deseja que tenhamos é a humildade (v. 3), e a mente humilde foi perfeitamente apresentada em Cristo (v. 5 – JND). A mente de Cristo nos libertaria da busca pela importância pessoal da carne e levaria cada um a considerar a si mesmo como o menor de todos.


Precisamos da mente de Cristo, se quisermos expor a graça humilde de Cristo. É possível fingir uma maneira humilde e usar palavras humildes diante dos homens, mas se a graça de Cristo deve ser vista em nós, precisaremos da mente humilde que estava em Cristo. Assim, o apóstolo volta nossos olhos para Cristo. Os santos devotos podem nos ajudar com suas vidas, seu ministério e seus modos, mas somente Cristo pode ser o Padrão perfeito para a caminhada do Cristão.


Em todo Seu caminho perfeito Ele era o contraste exato com tudo o que a carne é. Ele Se fez de nenhuma reputação, já a carne em nós procuraria formar uma reputação para si mesma, se não no mundo, e então no círculo religioso. Ele tomou a forma de um servo, mas a carne em nós gosta de ser servida. Ele Se humilhou, já a carne em nós gosta de se exaltar. Ele foi obediente à vontade de Outro, já nós gostamos de fazer nossas próprias vontades.


Em Cristo, vemos o amor perfeito que Se fez nada de Si mesmo para servir aos outros. O amor se deleita em servir, já o ego gosta de ser servido e pensa em como ser exaltado quando os outros estão esperando por isso. Se estivéssemos andando no espírito de Cristo, a vanglória desapareceria e a humilde graça de Cristo seria expressa.


Conquiste humildade de coração e, tendo conquistado, tenha cuidado,

E para que você não se torne orgulhoso da humildade, tenha cautela.


H. Smith (Christian Experience)

 

Cristo Nosso Objeto


Filipenses 3:13-14

O segundo capítulo de Filipenses traz Cristo diante de nós em Seu caminho humilde, como o Padrão para nossa caminhada, o terceiro capítulo apresenta Cristo em glória como Aquele a Quem estamos avançando. Deus põe diante de nós Cristo em glória como o Objeto perfeito para nossa alma e nos diz que somos chamados às alturas para estarmos com Ele e sermos como Ele. Com esse brilhante prospecto diante de nós, podemos esquecer das coisas que ficaram para traz, nos levantar acima das tristezas do presente, e avançar para aquelas coisas que estão diante de nós.


À luz da glória eterna que está diante de nós, as coisas presentes perdem seu valor, e as tristezas do caminho são vistas apenas por um momento. Comparado com a glória vindoura, as coisas que são ganho para a carne são consideradas pelo apóstolo não apenas como sem valor, mas como refugo. Tendo visto sua inutilidade, ele não apenas as deixa para trás, mas as esquece. Ele fala, por assim dizer: “Elas não são dignas de serem mencionadas, nem mesmo para serem condenadas: Eu as esqueço” (Veja Fp 3:13).


Cristo havia tomado Paulo com o propósito expresso de fazer com que o apóstolo fosse semelhante a Ele e estivesse com Ele em glória, e Paulo diz: “A única coisa que desejo alcançar é Cristo em glória – o prêmio que me espera no final da jornada”.


É abençoado para todos os crentes, jovens e idosos, saber que, se ainda não alcançamos Cristo na glória, Cristo já nos alcançou, e Aquele que começou a boa obra vai finalizá-la. Não importa quão difícil seja a estrada, quantas sejam as provas, quão profundas as tristezas, quão poderoso o inimigo, Cristo não nos deixará. Ele é capaz “de sujeitar também a Si todas as coisas”, assim finalmente nos terá como Ele e com Ele na glória.


E é assim! Eu serei como o Teu filho:

É esta a graça que Ele ganhou para mim?

Pai da glória, pensamento maior do que qualquer outro,

Em glória, trazido à Sua própria bendita semelhança.


H. Smith (Christian Experience)

 

Obediência, Não Imitação


Neemias era fiel a Deus nas circunstâncias em que ele se encontrava, sem querer fazer de novo o que Moisés tinha feito e que Israel tinha destruído. Se ele tivesse feito isso, teria sido um ato de presunção humana e não de obediência. Obediência, e não a imitação dos apóstolos, é nosso dever em tais circunstâncias. É muito mais humilhante, mas pelo menos é mais humilde e seguro, e é tudo o que peço ou desejo – que a Igreja seja mais humilde.


J. N. Darby (Collected Writings, Vol. 1, p. 147)

 

Seu Descanso e o Nosso Descanso


Sofonias 3:17; Mateus 11:16-30

É uma coisa maravilhosa que possamos falar sobre descanso no nosso caminho atravessando este mundo. Mas há algo mais maravilhoso ainda na primeira passagem diante de nós: “Descansará no Seu amor” (Sf 3:17 – TB), que Deus fale de encontrar descanso para Si mesmo nos pensamentos e caminhos de Seu amor para conosco. Assim ainda é! Não é meramente que Deus tem procurado descanso para nós na revelação que Ele nos deu de Si mesmo no evangelho. Ele estava satisfazendo a Si mesmo. Ele salva, mas é para “Se deleitar em Ti [Si mesmo] com alegria”. E este é o pensamento primário daquela parábola de Seu coração em Lucas 15. Ele estava reservado, sentimos, na casa do fariseu (Lc 14), mas agora, na companhia de pecadores, ele joga fora toda a reserva e revela que é o gozo perfeito e bendito de Deus, não apenas para receber e comer com tais, como o fariseu disse, mas, deliberadamente, procurar que Ele possa recebê-los e comer com eles. Nem Ele descansará até que o pobre e condenado filho pródigo, agora beijado, abraçado e vestido com a melhor roupa, esteja sentado à Sua mesa – “E começaram a alegrar-se”, e “ele Se deleitará em ti com alegria”. Ele descansa em Seu amor que O Satisfaz a Si mesmo ou, como a bela palavra do original exprime, “calar-Se-á por Seu amor” (ARC) – calado porque não há mais nada a fazer, nada mais para revelar o que Ele tem feito e do lugar em que Ele nos trouxe diante d’Ele. Ele nos expõe diante de Seu olhar na perfeição de Cristo e está satisfeito. Que benção maravilhosa para nós! Mas as primícias desse descanso é para Ele. E isso nos dá a fonte de todo o descanso para nós, nos encontrarmos no descanso que há para Deus, nos pensamentos de Seu amor e em Sua realização. Primeiramente, a passagem pertence ao futuro de Israel, mas muito mais completamente para nós.


Seu descanso em Seu amor

Mas se Ele repousa em Seu amor (em Mateus 11), Ele nos traz para descansar nele. Mas observe como é introduzido, pois é isso que lhe dá o caráter completo (Leia Mateus 11:16-24). O Senhor Jesus havia passado por este mundo e não encontrou ninguém – nem uma coisa – para descansar. Ele havia provado isso completamente. Ele sentiu Sua rejeição pelas cidades onde a maioria de Suas obras poderosas foram feitas? Ele sentiu isso intensamente, como nenhum outro coração poderia. Não havia nada além de tristeza e provação em Suas circunstâncias, mas Ele tinha um segredo de descanso: “Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos”. Ele conhecia o Pai. Esses eram os caminhos do Pai para com Ele. A provação que O pressionou foi a ordem da infinita sabedoria e do amor do Pai. Ele tomou isso como vindo da mão do Pai. Ele respondeu à rejeição das cidades dizendo: “Graças Te dou, ó Pai... assim é, ó Pai, porque assim Te aprouve”. Assim Ele foi testado e perfeitamente provado em confiança e obediência. Ele vê claramente, como com um olho sempre simples, para discernir o lugar que Lhe foi dado pelo Pai. A mais profunda glória de Sua Pessoa vem diante d’Ele e a obra que Ele veio fazer em conexão com ela: “Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar”. Rejeitado quando apresentado como Messias a Israel, Ele revela o Pai a quem Ele quiser.


Nosso descanso de consciência e relacionamento

Mas agora vem a pergunta: A quem Ele deseja revelá-Lo? “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei”. Há corações perturbados que não encontraram nada para satisfazê-los, nenhuma fonte de descanso neste pobre mundo? Ele nos pede que venhamos a Ele para nos revelar o Pai e assim nos levar ao segredo de Seu próprio descanso perfeito, de modo que, onde Ele reclinou a cabeça, que não tinha onde reclinar neste mundo, possamos reclinar agora a nossa, no seio do amor de um Pai.


A conexão imediata dos versículos deve ser mantida, pois isso dá ambos os aspectos de descanso. Ele fala de seu caráter pleno e preciosidade. Este primeiro descanso não é o descanso de consciência meramente obtido com o perdão dos pecados, como é normalmente aceito, por não observar as conexões mais profundas dos pensamentos na passagem, apesar de estar em primeiro lugar e dever ser incluído nelas. Mas é nada menos que a revelação do Pai para nossa alma.


O perdão dos pecados não nos levará tão longe para descansarmos ao passar por tal mundo. O coração quer um relacionamento, nada além de um relacionamento divino irá satisfazê-lo, e é nisso a que Ele nos traz. É uma coisa totalmente distinta e encontrada pelas almas de maneira prática. Não é tudo de uma vez, quando nascemos de Deus, com a maioria de nós, que entramos no conhecimento do Pai, e ainda assim em 1 João 2 o apóstolo se dirige aos filhinhos na família de Deus por que eles conhecem o Pai. Assim, é o privilégio de todos. Quando chegamos a Jesus, Ele nos faz saber que é para o Pai que viemos: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (Jo 14:9). Que descanso abençoado é esse! Bendito Senhor, fizeste boa a Tua palavra para nós. Nós trabalhamos e estávamos sobrecarregados, e nos atraístes para Ti e nos revelaste o Pai, e isso é descanso. Nosso coração se deleita em possuí-lo.


Isso nos leva à origem de toda a provação que vem, seja qual for o caráter dela. O amor de um Pai nos colocou nela, o que quer que pareça, direta ou indiretamente, ter sido o que a trouxe. Quão distante a provação em Seu caso pode ter parecido dos tratamentos do Pai com Ele, mas é o título da fé não aceitar nada menor do que o conhecido amor do Pai. Então haverá algo mais presente e real para o coração que as circunstâncias das provações, a saber, Aquele que nos põe nelas e a certeza da Sua sabedoria e amor em fazer isso. “Graças Te dou, ó Pai... assim é, ó Pai, porque assim Te aprouve”.


O descanso da submissão e da obediência

Mas isso nos conduz simples e naturalmente ao próximo caráter de descanso, e isso também foi ilustrado no caminho do Senhor Jesus. “Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma”. Este é o descanso que entramos pela submissão e obediência a vontade do Pai. Pois qual era o julgo de Jesus que Ele nos ordena que tomemos sobre nós? Era aquele que acabamos de ver n’Ele – aquela perfeita obediência que se submetia em tudo à vontade do Pai. Isto é maravilhosamente trazido diante de nós nas palavras de Isaías 50:4-6: Aquele que era Jeová (v. 4) tomou em graça o caminho de um aprendiz. “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5:8). “Todas as manhãs, desperta-Me o ouvido para que ouça como aqueles que aprendem”. Assim, Ele pôde dizer: “O Senhor JEOVÁ Me deu uma língua erudita, para que Eu saiba dizer, a seu tempo, uma boa palavra ao que está cansado”. Que palavra a seu tempo era para cada um de nós, amados irmãos, quando Ele nos chamou para revelar a nós o Pai! Quão profundamente aumenta a sua preciosidade que Ele falou da experiência que adquiriu em Seu próprio caminho no mundo, pelo qual temos que passar. Agora Ele nos chama para aprender com Ele, para tomar Seu jugo sobre nós. Ele, sempre manso e humilde, inclinou-Se à vontade do Pai em tudo o que veio sobre Ele. Esta é a única condição necessária para desfrutarmos do descanso continuado em nossa alma. Seu descanso foi perfeito em Seu caminho através de circunstâncias de inigualável provação, porque Sua submissão foi perfeita, e Ele deseja que conheçamos o mesmo descanso perfeito em tudo o que possamos ter que passar, fazendo prova de que Seu jugo é suave e Seu fardo é leve.


Não ter vontade própria é a única liberdade perfeita. É o agir da vontade na provação que dá a ela a amargura; Deus tem que Se colocar contra qualquer ação em nós, para esmagá-la, para nossa benção. Nossa teimosia aumentou a provação, mas finalmente a vontade é quebrada e nos entregamos a Deus. No instante em que tomamos a parte de Deus contra nós mesmos, nos submetendo absolutamente a Ele, a dor é retirada do julgamento. Somos trazidos para o caminho de Cristo, e há todo o conforto da empatia d’Aquele que não conhecia nenhuma vontade além da do Pai. Nós não poderíamos ter ou esperar ter Sua empatia na nossa obstinação. Fomos santificados para a obediência de Cristo. Muitas vezes é um processo longo e doloroso em nós nos reduzir a isso, mas quando somos levados a nos submeter ao Seu jugo, a sensação de esmagamento e amargura desaparece. Foi o conhecimento do Pai que Ele nos trouxe em primeiro lugar, e o título que temos para tomar tudo como vindo de Seu coração, é o que torna agora possível e fácil nos submetermos sob a Sua mão: “Sim, ó Pai, porque assim Te aprouve”.


O descanso de Deus que permanece para nós

Ainda resta mais um caráter do descanso. E ele nos é apresentado em Hebreus 4. Os vários caráteres de descanso que temos visto são presentes. Este é futuro: “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (v. 9). Estamos a caminho dele. Os crentes entram nele (v. 3), mas o que dá a ele este caráter é que ele é o “Seu descanso”. É o descanso de Deus, e ele é assim desenvolvido. “Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das Suas” (v. 10). Não é o descanso que a alma entra agora por crer no evangelho. Ele permanece para o povo de Deus. Este é o descanso do fim do caminho, quando a obra da fé, o trabalho do amor e a paciência da esperança estarão acabadas. As obras das quais Deus descansou não eram obras más. Ele disse que eram “muito boas”. Ele descansou quando Sua obra estava finalizada, e no Seu descanso o povo de Deus irá entrar quando suas obras estiverem finalizadas. Elas não são obras vãs de tentar estabelecer nossa própria justiça, mas a obra, trabalho e energia da fé que agora é necessária para cada passo no caminho do chamado celestial. Existe uma esfera de descanso que pertence a Deus; É o Seu próprio descanso, onde estas coisas não terão mais lugar.


Eles sabiam pouco sobre o coração de Deus que buscava impedir o Senhor Jesus de descansar em uma cena onde um homem estava aflito por causa de uma doença por trinta e oito anos (Jo 5). Quando tudo ainda estava tão bom como Ele fez, “descansou no sétimo dia de toda a Sua obra, que tinha feito”, mas quando o pecado entrou com o toda sua carga de miséria e morte, tudo isso foi quebrado. “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” até que esse maravilhoso trabalho foi realizado, sobre o qual podemos ser introduzidos para fora de todos os desassossegos aqui e ao descanso de Deus. O descanso de Deus é uma cena adequada ao coração de Deus para a bênção dos Seus, onde nenhum traço de pecado ou de suas consequências podem ser encontrados, onde nenhuma lágrima ou sopro de provação jamais virá. O perigo é que algum de nós pareça estar aquém disso, isto é, pensando em encontrar descanso em qualquer lugar aquém dos conselhos de Deus para nós – o descanso de Deus que permanece para nós.


O caminho da fé agora tem que ser trilhado de maneira correta, passo a passo, com diligência de coração, através de uma cena em que princípios se levantam para nos opor. Quando chegamos ao descanso de Deus, podemos relaxar a diligência e deixar o coração ir de encontro a tudo. Tudo será apenas o reflexo da Sua glória e beleza. Para que no descanso de Deus, “eles... descansem dos seus trabalhos”, mas agora temos que trabalhar (ou “usar diligência”) para entrar nesse descanso. E nós temos a Palavra de Deus para ser nossa guarda mais poderosa e necessária para detectar para nós, como um quem discerne os pensamentos e intenções do coração, tudo o que diminuiria o nosso ritmo pressionando por tudo aqui para alcançar a cena abençoada que se abre diante de nosso coração – a brilhante vista de um descanso eterno, o descanso de Deus, onde Deus permanecerá, por assim dizer, no limiar de um novo céu e uma nova Terra, para enxugar todas as lágrimas e todos os vestígios de tristeza que entrou pelo pecado na velha criação. Mas foi neste mundo arruinado e pela própria ruína que fomos levados a conhecer Aquele que nos revelou o Pai, e onde as provações e exercícios do nosso caminho são feitos para produzir frutos tão ricos em bênção para nossa alma. Aprendendo, então, do Manso e Humilde, Aquele que trilhou o caminho diante de nós, colocando nossa cabeça no seio do amor do Pai. Que nos submetamos absolutamente a Ele, até que a cena de Seus caminhos conosco se encerre para nós no Seu descanso e glória para sempre.


J. A. Trench (Truth for Believers, Vol. 1)

 

Humildade e Dependência


Romanos 12:3


“Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”.


A caminhada do Cristão, de acordo com Romanos 12:12, deve ser caracterizada por devoção e obediência, e de acordo com o versículo diante de nós por humildade e dependência.


Estas quatro graças, mantidas vigilantes na presença de Deus, certamente produziriam um Cristão muito completo, muito semelhante ao seu Senhor e Mestre, que, embora inteiramente dedicado à glória de Deus, era manso e humilde de coração. Devemos naturalmente supor que, quando existe tal devoção a Deus, tanto no corpo como na alma, também haveria grande sobriedade de julgamento e humildade em seus pensamentos. Mas nem sempre acontece isto. Um está longe de ser uma consequência do outro. Pelo contrário, há sempre um perigo de a carne entrar em cena e se aproveitar do poder que tal devoção dá, seja para assumir um tom de superioridade e altivez, ou para fingir uma falsa humildade e falar com desprezo de si mesmo. Isso é manifesto de todos os lados no presente momento, e está escrito em todas as páginas da história da Igreja. Dessa tendência, o apóstolo estava plenamente consciente e adverte contra isso, à medida que aprendemos com o tom peculiar e a energia de seu estilo nesse versículo.


De acordo com a graça dada

As palavras: “pela graça que me é dada”, têm mais o tom de autoridade apostólica do que a de petições afetuosas de um irmão, como no primeiro versículo: “Rogo-vos, pois, irmãos”. Mas não devemos supor que o estilo deste versículo seja menos perfeito, menos consistente ou menos afetuoso que o outro, mas que o caráter da exortação, na sabedoria de Deus, requeria um tom e estilo diferentes! Firmeza é perfeitamente consistente com a humildade e fidelidade com o mais forte afeto.


O apóstolo se coloca, por assim dizer, no centro do Cristianismo prático. Ele vê seus comportamentos por todos os lados. Sua mente está cheia dos princípios mais elevados de inteira devoção à vontade de Deus, e também aos dons mais humildes, que deveriam encontrar sua expressão nos ministérios graciosos de amor entre os santos. Ele escreve com decisão e energia para assegurar ambos. O primeiro ele havia ordenado fielmente nos dois primeiros versículos, e agora ele está prestes a entrar em grandes detalhes sobre o último. O terceiro é seu ponto de vista. Ele claramente vê e sente, como alguém que permanece à luz de Deus, que a mente exaltada seria ruim para o primeiro e um impedimento efetivo para o segundo. Sendo a vontade de Deus o objeto do serviço Cristão, seja na esfera mais alta ou na mais humilde, a verdadeira devoção deve consistir na negação de si mesmo e em humildemente esperar em Deus para conhecer Sua boa e perfeita vontade em todas as coisas. A vontade humana deve ser posta de lado, se quisermos entrar no significado, importância e aplicação desse tesouro condensado de Cristianismo prático.


Auto-avaliação e falsa humildade

Vemos agora uma razão divina para a alteração do estilo do grande apóstolo, e também vemos que ele é mais pessoal em sua aplicação dessa pesada verdade. Ele não se dirige apenas à Igreja como um corpo, mas apela a todos os santos de Roma – tanto o menor quanto o maior. Isso mostrará como todos tendem a supervalorizar a si mesmos, mesmo na Igreja de Deus e em seu serviço aos Seus santos. Oh, que corações enganosos nós temos! Que necessidade de vigilância – por constante comunhão com o verdadeiramente humilde e abençoado Senhor, que “amou e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”.


Mas há um erro contraditório no qual muitos caem e que deve ser muito cuidadosamente evitado pelo Cristão. Este é uma simulação de humildade, ou seja, falar de si mesmo de maneira depreciativa. Quando um homem fala de “sua pequena medida, de ser a pessoa mais inadequada para o importante trabalho que tem em mãos”, sentimos que ele está sendo imprudente e não sincero. Deus nunca requer o exercício de um dom que Ele não tenha concedido. Essa espécie de falsa humildade deve ser observada por todos os que desejam andar com Deus em integridade de coração. Deus é real e Ele deve encontrar realidade em nós. Ele é verdadeiro e precisa ter verdade em nosso interior. No entanto, há aqueles que honestamente, mas indevidamente, depreciam seu dom e deixam de agir por Deus e por Seu povo. Isto é uma falsa modéstia e também um mal grave, e que o Senhor deve julgar mais cedo ou mais tarde. Mas agora observe a sabedoria da Escritura. Só isso, pela graça de Deus, pode dar uma mente equilibrada e bem ajustada.


Conforme a medida da fé

“Saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. A primeira coisa é encontrar o seu verdadeiro lugar na presença de Deus, de acordo com a sua fé em Cristo, e depois o seu próprio lugar entre os seus companheiros de serviço. A medida de fé com a qual cada crente é abençoado, na soberana graça de Deus, torna-se o limite apropriado, dentro do qual ele deve ocupar-se de acordo com a vontade de Deus. Certamente o homem que tem a maior fé, que é um pai em Cristo, e que conhece a maior parte da Palavra de Deus, subirá ao seu próprio nível entre os seus companheiros Cristãos, onde o Espírito Santo governa. O Senhor nos dá a conhecer a medida e o caráter de nosso dom, para o que Ele nos preparou, para que possamos ser preservados de todos os extremos. Nisto, como em todas as coisas, o caminho do Cristão é estreito e requer discernimento espiritual. Nada menos do que comunhão constante com Aquele que encerrou Sua vida de perfeita obediência na cruz nos manterá no lugar da verdadeira humildade, obediência e dependência. Que o Senhor conduza Seus servos em Seu próprio caminho, preservando-os da indolência que adormece, da energia da natureza que iria depressa demais, de uma falsa modéstia que se recusa a obedecer a Sua vontade, e da falta de modéstia que cede ao impulso da vontade natural. Que nunca nos esqueçamos de que “a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo” (Ef 4:7).


A. Miller (adaptado de Meditations on Christian Devotedness)

 

Nossa Posição com Cristo


Apocalipse 3:8

O que quer que vincule nossa posição a Cristo, como exemplo e padrão, é na verdade uma bênção para nós, pois nunca houve alguém que passou por todos com tão infalível e humilde fidelidade a Deus como Ele passou! Note o contraste do Seu caminho humilde com o de Elias, e o que vemos? Elias continuava ministrando com grande poder exterior, trazendo fogo do céu para destruir os profetas de Baal e julgando ser o único que restava que era fiel a Deus, ao passo que Deus tinha sete mil que não haviam dobrado o joelho a Baal, a quem Elias não havia descoberto. Cristo estava contente em não ser nada em um mundo onde o homem era tudo e Deus foi excluído. Em virtude de Sua própria humilhação, Ele coloca aqueles que agora têm nada além desta “pouca força” no mesmo lugar que Ele mesmo tomou, e então, como o porteiro fez por Ele, Ele abre a porta para eles, que ninguém pode fechar.


J. N. Darby (Collected Writings, Vol. 5, p. 348)

 

A Morte de Yasser Arafat


Ezequiel 21:27

A recente morte de Yasser Arafat em um hospital de Paris, aos 75 anos, causou mais incertezas no Oriente Médio e acrescenta mais uma dimensão à atmosfera de tensão e ódio que prevaleceu ali por muitos anos. Nascido no Cairo, Egito, ele começou sua carreira como jovem contrabandeando armas para uso contra tropas e judeus britânicos logo após a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, ele e alguns outros formaram a organização secreta Fatah em 1958 e usaram a margem leste do rio Jordão como base para ataques de guerrilha contra Israel. Nos próximos quarenta e tantos anos, sua presença na área seria notícia mundial. Seu crescente reconhecimento no mundo árabe resultou em se tornar o presidente da Organização de Libertação da Palestina em 1969. Nos anos seguintes, ele liderou os palestinos em um curso marcado por violência e terrorismo, incluindo sequestros de aviões e até mesmo o brutal assassinato de atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique, na Alemanha. No entanto, com base em concessões feitas em relação a Israel e um reconhecimento declarado do direito do estado de Israel a existir, ele recebeu o prêmio Nobel da Paz de 1994, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin, ambos de Israel.


Para o povo palestino, ele era um herói, alguém que representava seu desejo de uma pátria permanente. No entanto, quando apresentado com o que parecia uma oferta generosa do primeiro-ministro israelense Ehud Barak em julho de 2000, sob a orientação de Bill Clinton, ex-presidente dos EUA, ele a rejeitou e foi embora. O ponto crítico era obviamente a disputa sobre Jerusalém. Barak insistiu que ela permanecesse em mãos israelenses, enquanto Arafat disse a Clinton que temia ser assassinado se desse as costas para a cidade que eles também consideram sagrada. Os palestinos querem que sua capital esteja em Jerusalém também.


Os últimos anos de Arafat foram passados sob constante vigilância israelense, preso em alguns cômodos simples e com sua saúde se deteriorando. É verdade que ele permaneceu um herói popular para o povo palestino, mas a maioria dos líderes mundiais o rejeitou, e até mesmo alguns de seus associados começaram a se perguntar sobre seu julgamento. Acima de tudo, seu objetivo de um estado palestino independente parecia tão distante quanto antes.


A causa palestina

Sua morte e subsequente sepultamento em Ramala foram marcados por manifestações de lealdade por parte dos palestinos, que prometeram continuar a luta contra Israel. Sua história de violência e terrorismo provavelmente continuará afetando os assuntos no Oriente Médio por um longo tempo, e a paz que os líderes mundiais anseiam permanece indefinida. Embora Arafat tenha se comprometido em 1993 a reconhecer o direito de existência de Israel, é altamente questionável se ele realmente se afastou de seu objetivo anterior de destruí-los. De fato, este tem sido e continua sendo o objetivo de muitos ativistas árabes, que tem Israel e seus aliados ocidentais como seus principais inimigos. As vitórias israelenses em 1967 e 1973, juntamente com sua força militar continuada e seu apoio dos EUA e outras nações ocidentais, forçaram os palestinos a modificar sua paixão, pelo menos publicamente. No entanto, eles nunca hesitaram em insistir em reivindicar a Palestina como sua terra, e seu objetivo de ter Jerusalém como a capital de um Estado palestino independente continua tão forte como sempre. De fato, é sua grande esperança de recolocar Arafat no Monte do Templo, se eles pudessem controlá-lo. Israel é igualmente inflexível quanto à necessidade de Jerusalém permanecer em suas mãos e ser indivisível.


O que acontecerá a seguir?

Os líderes mundiais podem se perguntar o que acontecerá a seguir. A morte de Arafat deixa um vácuo na liderança do mundo palestino. Para Israel e talvez alguns líderes ocidentais, sem dúvida, seu sentimento é que, com Arafat fora do caminho, uma nova rodada de negociações pacíficas pode começar. Para os palestinos, será difícil encontrar um líder com o carisma de Arafat e sua capacidade de sobreviver em meio a muitas situações difíceis e conflitantes. Um novo líder terá que lidar, por um lado, com palestinos e bombardeiros suicidas que estão determinados a alcançar seus objetivos a todo custo, e, por outro lado, com a realidade de Israel e seu poder econômico e militar superior. Certamente qualquer novo líder acabará sendo pego “entre uma rocha e um lugar difícil”.


Como sempre, a única visão correta de toda a questão deve ser tirada da Palavra de Deus. Segundo a Escritura, o ódio entre Israel e as nações árabes vem de muito tempo atrás. O Senhor predisse que Ismael seria um “homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele” (Gn 16:12). Outras nações, como os moabitas e os amonitas, eram inimigos contínuos de Israel, embora relacionados a eles. O livro de Obadias anuncia toda a destruição dos descendentes de Esaú por causa de seu ódio implacável contra Israel. Outras nações árabes são, sem dúvida, descendentes dos cananeus que Israel originalmente expulsou da terra prometida, mas que continuaram a ser um espinho no seu lado. Por outro lado, foi por causa da infidelidade de Israel que Deus permitiu que eles fossem desapossados de suas terras, e o Senhor Jesus os lembrou disso quando Ele estava neste mundo. Quando os judeus lhe perguntaram: “É-nos lícito dar tributo a César ou não?” (Lc 20:22), Sua resposta foi: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Lc 20:25). Assim, Ele os lembrou que, por não terem prestado a Deus o que era devido a Ele, eles foram obrigados a pagar tributo a um poder estrangeiro. O Senhor Jesus depois também profetizou: “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24). Embora Israel tenha controle militar de toda a cidade de Jerusalém, eles não ousam destruir a mesquita de Omar e reconstruir o templo em seu local original. Até que “até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Rm 11:25) na batalha do Armagedom, Israel não poderá assumir o controle total de Jerusalém nem tomar posse de sua terra em sua totalidade.


“Eu o transtornarei, transtornarei, transtornarei”

Somos lembrados de que a Escritura diz sobre a condição caótica deste mundo: “Eu o transtornarei, transtornarei, transtornarei; também o que é não continuará, até que venha Aquele a Quem pertence o direito; e lho darei a Ele” (Ez 21:27 – TB). Embora esta Escritura se refira ao mundo inteiro, ela é particularmente aplicável ao Oriente Médio, o epicentro da profecia e o lugar onde tudo acabará por chegar ao auge. Deus propôs “para a administração da plenitude dos tempos; encabeçar todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas na Terra” (Ef 1:10 – JND). Deus tem em Seus propósitos trazer Israel de volta à sua terra e estabelecê-los como Seu povo novamente, mas não pode estar em qualquer outra base que não seja a da graça. Hoje eles estão tentando recuperar o que eles acreditam que Deus lhes deu pela promessa a Abraão, mas eles estão fazendo isso sem referência ao seu verdadeiro Messias, Aquele que eles rejeitaram há muito tempo. Eles podem parecer bem sucedidos por um tempo, mas um dia está chegando quando eles terão passados pela “grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24:21). Isto, é claro, não acontecerá até depois da vinda do Senhor para a Sua Igreja, e então Deus novamente começará a assumir a causa de Seu povo terrenal. O resultado desta terrível tribulação (aflição) será curvar seus corações diante d’Ele e fazê-los perceber que eles não podem tomar seu legítimo lugar em suas terras até que seu Messias rejeitado tenha o legítimo lugar em seus corações. Só então “no monte Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades” (Ob 17). É verdade que, naquele dia, o Senhor procurará “destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém” (Zc 12:9), mas será para o fim que Ele deseja, “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para Mim, a Quem traspassaram; e O prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por Ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Em sua aflição, eles reconhecerão que Aquele que vem para libertá-los é de fato Aquele que eles uma vez rejeitaram e crucificaram. O resultado disso será o estabelecimento do reino milenar, no qual o Senhor Jesus terá o lugar que é Seu por direito, e desse tempo o Senhor diz: “Folgarei em Jerusalém e exultarei no Meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor” (Is 65:19).


A Aparição do nosso Senhor

Certamente, aqueles de nós que têm uma esperança celestial podem se regozijar com essa perspectiva, pois aqueles que “amam a sua Aparição” (2 Tm 4:8 – JND) procuram ver nosso bendito Senhor vindicado neste mundo. Quão gratos devemos ser por não passarmos por aquele tempo terrível de tribulação que precede esse tempo de bênção, mas sim seremos retirados desse mundo antes que o julgamento caia! É uma coisa triste contemplar tal tempo de tribulação, mas podemos descansar em saber que “havendo os Teus juízos na Terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Is 26:9). Somente com o julgamento de Deus e a Aparição do Senhor Jesus haverá um fim para o conflito e a carnificina que está ocorrendo. Nesse dia milenar haverá paz em vez de violência e derramamento de sangue, e “não farão mal nem dano algum em todo o Meu santo monte, diz o SENHOR” (Is 65:25).


Nos últimos cinquenta anos, os olhos do mundo foram continuamente direcionados ao Oriente Médio e, como vimos, o conflito não mostra sinais de diminuir. A morte de Arafat mais uma vez direciona nossa atenção para aquela área, como o lugar onde Deus em breve realizará Seus propósitos. Podemos ter a confiança de que todas as atividades do homem somente cumprirão os propósitos de Deus, e certamente todas essas atividades apenas enfatizam para nós que “a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5:8). “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22:20).


W. J. Prost

 

Cristo Jesus: Nosso Senhor, Nossa Vida, Nosso Objeto, Nosso Tudo


Nosso propósito

Esta revista é para os crentes – os filhos de Deus e membros do corpo de Cristo. As necessidades dos perdidos podem ocasionalmente ser abordadas. Os seguintes versículos de Colossenses 1:9-14 expressam nossa oração e desejo por vós (e por nós mesmos) por meio desta revista.


“Por esta razão, nós também... não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual; para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-Lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da Sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo, dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz. Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do Seu amor, em Quem temos a redenção pelo Seu sangue, a saber, a remissão dos pecados” (Cl 1:9-14).


Nosso foco

Queremos que Deus, nosso Pai, e o Senhor Jesus Cristo tenham o primeiro e supremo lugar em nossos pensamentos quando a verdade de Deus é aplicada a nós e às nossas necessidades. É triste dizer que vivemos em um dia quando “eu e minhas necessidades” ou “nós e nosso lugar” tão frequentemente tomam o lugar central do palco. O foco de Deus é o Filho do Seu Amor “para que em tudo tenha a preeminência”.


Nosso método

Pretendemos dedicar cada edição desta revista a um tema específico, identificado pelos versículos do tema que temos diante de nós ao selecionar e escrever os artigos para a edição. Além dos artigos relacionados ao tema, também desejamos incluir, se assim o Senhor quiser, de tempos em tempos, artigos a respeito da Família Cristã e também artigos aplicando a luz da Palavra de Deus a eventos atuais.


De seus irmãos e cooperadores do nosso Senhor Jesus Cristo,


Doug Buchanan e Don Rule

 

“Uma Fortaleza no Dia da Angústia”


Este poema foi escrito para a família Stevens em St. Ives em 1934 por F. W. Lavington, por ocasião de uma forte tempestade que atingiu os irmãos Stevens quando estavam pescando, resultando na perda da vida de um dos irmãos. "O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam n’Ele" (Na 1:7).


O Senhor é bom. Sim! Ninguém é bom como Ele,

Quem nos chamou das nossas trevas para a Sua luz,

Deu-nos conhecer Seu Filho e sempre ser

Conforme Sua imagem aos Seus olhos.


Ele é a nossa fortaleza na hora mais sombria da Terra,

Quando os mares estão agitados e as tempestades agitam a alma:

Seu caminho é perfeito e não há poder adverso

Pode desviar Seu propósito da meta eterna.


“Ele sabe”, sim, Ele sabe todo o caminho

Que nós tomamos; cada provação pesada é para moldar.

Nossa vontade é à d’Ele, para que possamos dizer verdadeiramente,

“Quando Ele me provar, sairei como ouro.”


“Ele conhece os que nele confiam”, e Seu amor

É digno de toda a nossa confiança;

Seu fim aparecerá naquelas esferas brilhantes acima

A plena realização de todo desejo.


Sim! Tu és bom, nosso Pai, e nossas linhas

Estão caídas em locais agradáveis. Dê-nos graça

Saber que para Tua glória tudo combina

E para o nosso bem, até vermos Sua face.


F. W. Lavington (1934)

 

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”

Romanos 6:23

 

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