(Revista bimestral publicada originalmente em Janeiro/Fevereiro 1993)
ÍNDICE
MARCAS DA ASSEMBLÉIA LOCAL
Em Mateus 16:18, Cristo edifica Sua “Igreja”. Em João 11:52, Ele reúne “em UM corpo os filhos de Deus”. Em 1 Coríntios 12:13, “todos…” os crentes são “batizados em UM ESPÍRITO formando UM CORPO”. Em Efésios 4:4, "HÁ UM SÓ CORPO E UM SÓ ESPÍRITO". Tudo isso fala de “UNIDADE” (Ef 4:3). A “Igreja” que Cristo edifica é UMA; “os filhos de Deus” que Ele reúne são UM; o “corpo” é UM. Foi isso que Deus, no poder do Espírito, fez por meio de Cristo.
Encontramos também, nas Escrituras, que a assembléia local em uma cidade ou país era a representação local desse “um corpo”, a “Igreja”. Era a assembléia de Deus* naquele local, e estavam reunidos sobre o princípio de que a assembléia de Deus é uma. O nome do Senhor Jesus era Aquele a Quem os santos estavam reunidos.Eles eram reunidos para o Seu Nome no poder do Espírito, e em obediência à Palavra, e, quando reunidos, Cristo estava no meio deles. (Mt 18:20; 1 Co 12:12-13; Ef 4:3-4).
Assim era a assembléia local conforme estabelecida por Deus no princípio. As marcas são evidentes, e demonstram que em hipótese alguma tratava-se de uma mera assembléia voluntária formada pela vontade do homem. Que isto fique bem entendido. A vontade do homem não tem lugar nela, exceto naquilo que pode ser introduzido por obra da carne e, assim, contrário a vontade do Espírito de Deus.
Uma assembléia formada pela vontade do homem não seria, de forma alguma, uma assembléia de Deus, mesmo que fosse uma imitação perfeita em sua forma exterior e ação. Infelizmente, sabemos muito bem que a carne pode se mostrar de maneira chocante, mesmo na assembléia de Deus! Mas, torno a repetir, uma associação voluntária não é a assembléia de Deus, não importa quão perfeita possa ser a imitação.
Sabemos agora que Deus permitiu que a assembléia fosse provada, e não demorou muito para que se introduzisse a triste ruína. A carne apresentou-se em diversas formas e em cismas que brotaram do estado mundano que havia sido permitido seguir sem julgamento na assembléia.
Essas cismas estavam conectadas com heresias, isto é, escolas de opinião que Deus permitiu que se levantassem entre eles para manifestar o seu estado. "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1 Co 11:19). Mas essas heresias são distintamente declaradas como sendo "obras da carne" (Gl 5:19-21). Essas cismas e heresias, não são, de modo algum, "fruto do Espírito" (Ef 5:9; Gl 5:22), manifestado na assembléia de Deus.
A.H.Rule (1843-1906)
The Christian Shepperd: 1998
(*) O autor usa o termo "assembléia de Deus" no sentido em que é encontrado nas Escrituras, isto é, referindo-se a Igreja, que inclui todos os salvos por Cristo. O autor não está se referindo a uma organização religiosa que arvora para si mesma este nome.
POR CAUSA DOS ANJOS
"3Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.4Todo o homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça.5Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.6Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu.7O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão.8Porque o varão não provém da mulher, mas a mulher do varão.9Porque também o varão não foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causa do varão.10Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos.11Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor.12Porque, como a mulher provém do varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus.13Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?14Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?15Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.16Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as Igrejas de Deus".
Esta porção da Palavra de Deus, que é de grande importância prática, é com frequência mal compreendida. Se Deus fala de qualquer assunto, deve ser porque precisamos conhecê-lo. E quando Deus tiver falado, devemos estar prontos para prestar atenção ao que Ele disse. Além disso, deve-se admitir que Deus é capaz de fazer com que seja claro e simples o que Ele quer dizer, para que não haja nenhuma dúvida. Se, porém, não entendemos, é bem provável que o problema seja conosco. Ou não lemos cuidadosamente, ou estamos com alguma idéia pré-concebida, ou, o que é pior, não vemos porque somos obstinados e não queremos enxergar daquele modo.
A Ordem de Deus para o Homem e a Mulher
No versículo 3 o Espírito de Deus diz, por intermédio do apóstolo, que "Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo". É esta, portanto, a ordem de poder estabelecida por Deus. Deus tem um lugar para cada um (homem e mulher), e certamente não é penoso permanecer nesse lugar. O homem tem o seu lugar como representante de Deus na Terra – "a imagem e glória de Deus" (v.7). A mulher também tem um lugar distinto – não o lugar de proeminência, mas o lugar de sujeição em conformidade com a ordem estabelecida por Deus. Ela pode, no entanto, glorificar a Deus no lugar que lhe é próprio. O homem pode, e infelizmente faz, falhar tristemente em ocupar o seu lugar, mas ainda assim é esse o seu lugar. Ele deve procurar agir diante de Deus em seu devido lugar, e ela deve estar feliz por ocupar seu próprio lugar. Cada um deve julgar um privilégio ocupar o lugar designado por Deus.
Deus estabeleceu uma certa ordem por toda a Sua Criação. Os homens e mulheres Cristãos não devem negligenciar essa ordem, porém devem lembrar-se de que são um espetáculo divinamente designado – sim, um espetáculo até mesmo para os “anjos” (v.10). Os anjos estão conhecendo a sabedoria de Deus; sendo espectadores dos caminhos de Deus. O fato de eles estarem observando os caminhos de Deus aqui é também mencionado em 1 Coríntios 4:9 – “pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens”; e em Efésios 3:10 – “pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”.
Há, então, uma regra muito simples a seguir, que demonstrará o lugar que o homem ocupa. Ele 'não deve orar ou profetizar (comunicar o pensamento de Deus a outros) com uma cobertura na cabeça'. Ter a cabeça coberta estragaria a demonstração, diante de outros, do lugar designado por Deus para o homem. Seria o sinal de abandono do lugar de autoridade do homem, e não deixaria a cabeça visível.
A regra para a mulher é igualmente simples: ela 'não deve orar ou profetizar sem ter uma cobertura sobre sua cabeça'. Se ela ora sem uma cobertura sobre a cabeça, ela desonra sua cabeça. Seria uma desordem, que estaria sendo testemunhada por anjos. A cobertura sobre sua cabeça é o sinal exterior de sua sujeição. O profetizar exercido por uma irmã é, obviamente, restrito por outras passagens. Ela não deve fazê-lo na assembléia – “As mulheres estejam caladas nas Igrejas; porque lhes não é permitido falar” (1 Co 14:34), nem tampouco ela deve ensinar ou usurpar a autoridade sobre o homem – “Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio” (1 Tm 2:12).
O fato de esta simples ordem acerca de cobrir a cabeça ser geralmente menosprezada na cristandade não é desculpa para nenhuma mulher deixar de obedecê-la. Alguns colocam esta passagem de lado por atribuir sua autoria a Paulo; porém foi o Espírito de Deus o divino Autor, e Paulo apenas a escreveu. Ele disse, acerca das coisas que escreveu, que "são mandamentos do Senhor" (1 Co 14:37). Se isto é verdade, então trata-se de algo muito sério resistir a esses mandamentos.
“Ouça” a forte linguagem usada: "Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu" (v.6). – “Pois, se a mulher não for coberta, corte-se também o cabelo. Mas se é vergonhoso para uma mulher cortar o cabelo ou rapar-se, que ela seja coberta” (v.6 – JND).
Qual é a mulher que gostaria de ter sua cabeça rapada! Ela seria publicamente envergonhada e teria que se esconder. Bem, se é assim, diz a Palavra de Deus, 'que ela traga sobre sua cabeça uma cobertura quando estiver orando ou profetizando'.
Não se trata de uma questão de superioridade e inferioridade, mas de posição relativa na Criação. Deus em Sua sabedoria determinou um lugar para cada um conforme Lhe pareceu bem, e bem-aventurados são aqueles que reconhecem isso, e buscam sabedoria e direção de Sua Palavra, para se comportar como convém naquele lugar.
O apóstolo, pelo Espírito, voltou à Criação para estabelecer a ordem de Deus desde o princípio. A ordem e o propósito da Criação são colocados diante de nós como a base para a sujeição da mulher ao homem (vs.8-9). Então, nos versículos 14 e 15, ele chama a atenção para aquilo que aprendemos observando a natureza. Isso mostra como é apropriado que uma mulher tenha sua cabeça coberta quando ora. A natureza ensina que o cabelo longo é a glória para a mulher (quão triste é quando mulheres Cristãs cortam seus cabelos à semelhança do mundo), e significa uma posição mais reservada. Ela não deve se mostrar com a ousadia dos homens. Seu cabelo lhe foi dado "em lugar de véu" (v.15). Ele marcou um lugar reservado e subordinado na Criação de Deus. Isso foi obra de Deus, e tem sua bem-aventurança onde não é colocado de lado pela vontade do homem. Devemos nos lembrar que na "nova Criação" (2 Co 5:17 – JND), não há homem nem mulher, mas todos são um em Cristo Jesus. Este, no entanto, não é o ponto aqui, mas os respectivos lugares de cada um neste mundo diante dos olhos de outros – até mesmo dos anjos.
O Cabelo da Mulher – não é a Cobertura dela
Alguns, ao resistir às Escrituras, têm distorcido isso ao tentar provar que o cabelo da mulher é a cobertura requerida. A tentativa de usar indevidamente a instrução divina é tão simplória que não merece comentário. Mas para alguns que talvez tenham sido enganados por essa estranha distorção, é bom chamarmos a atenção para alguns pontos. Se a cobertura de uma mulher pudesse ser entendida como sendo o seu cabelo, então o cabelo do homem seria a cobertura deste também. Assim, evidentemente não é este o significado no caso do homem. Qual é o homem que iria rapar a cabeça para ficar livre de sua cobertura? A própria natureza indica que ele deve ter “cabelos curtos”. E o homem, que deveria ter “cabelos curtos”, "não deve cobrir a cabeça" quando fala a Deus, ou quando fala por Deus. "O varão pois não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e glória de Deus" (v.7).
Como, "não deve cobrir", poderia significar que ele não deve deixar o cabelo crescer como o de uma mulher quando estiver orando? As palavras deste versículo expressam ação ou falta de ação no momento da oração. Trata-se de algo que ele não deve fazer quando estiver orando. Ele pode cobrir a cabeça em outras ocasiões, mas estas instruções referem-se ao momento em que ele "ora ou profetiza" (v.4). Como alguém poderia pensar diferente? Portanto, vemos que no caso do homem o seu cabelo não é a cobertura a que o texto se refere; ele não deve colocar um chapéu ou outra cobertura sobre sua cabeça nesse momento específico.
Observe novamente o versículo seis. Fazer do cabelo de uma mulher sua cobertura, em vez de um véu, chapéu ou algum outro objeto, seria algo ridículo. Tal raciocínio faria esse versículo dizer que se uma mulher não tivesse nenhum cabelo sobre sua cabeça, então seu cabelo deveria ser cortado – uma impossibilidade óbvia! A insensatez de buscar provar que o cabelo da mulher é sua cobertura, deveria ficar evidente. No versículo 15 lemos "em lugar de véu". Seu cabelo longo simplesmente marca, na natureza, um lugar mais reservado, um lugar de sujeição.
Há alguns, na cristandade, que escrevem num esforço para distorcer as simples instruções, dizendo que "seu cabelo comprido" é a cobertura, e que isto subentende uma proibição de cortar o cabelo curto. Com certeza é triste quando uma mulher Cristã (corta) enrola sua glória, e ao fazer isso, é “conformada com este mundo”. Mas como poderia ela manter seu cabelo (curto) enrolado a maior parte do tempo, para então (deixá-lo comprido) desenrolá-lo quando estivesse orando?
Trata-se de uma questão de ela demonstrar e reconhecer o lugar que lhe foi divinamente designado por Deus quando fala para Deus ou por Deus. Isto deve ser feito colocando uma cobertura sobre sua cabeça nesse momento. Obviamente se ela tem cabelos longos o tempo todo, ainda assim há algo a ser feito ao orar. Assim como vimos no caso do homem, Deus falou de uma ação a não ser executada no momento da oração. A mulher, que já tem o seu lugar reservado na natureza, já tem cabelo comprido que marca a sua posição, e agora deve colocar uma cobertura sobre sua cabeça para demonstrar a sua sujeição nesse lugar. Será que isto não é simples o suficiente?
O fato de estar descoberta seria, para a mulher, um sinal de que estaria tomando um lugar de autoridade, abandonando a posição que lhe é própria. Seria confusão da ordem estabelecida por Deus, testemunhada por anjos. Deus deu explicações detalhadas para mostrar os motivos de tal regra. Por que tanto esforço para mudar isso? Deve-se temer que o simples ato de se recusar a exibir essa marca exterior de subordinação seja meramente a indicação de que o lugar dado pelo próprio Deus está sendo recusado.
Quando a Cobertura da Cabeça é Apropriada?
Há outros que procuram deixar de lado a aplicação genérica desta instrução divina, dizendo que isso somente se aplica para o momento em que todos encontram-se juntos em assembléia. Este é um grande erro, e é facilmente notado pelo fato de que a uma mulher “não é permitido falar” na assembléia (1 Co 14:34); como, então, ela poderia ser instruída de como agir quando estivesse profetizando na assembléia? Um versículo iria contradizer e anular o outro, se o significado fosse que sua cabeça deveria estar coberta somente quando estivesse em uma reunião. A instrução desta passagem é para os homens e para as mulheres, em todo o tempo, e em todo lugar. Seria igualmente errado para um homem orar a Deus, usando chapéu, tanto na privacidade de seu quarto como em público, e da mesma forma seria impróprio para uma mulher orar sem ter sua cabeça coberta mesmo quando estivesse sozinha em casa.
O versículo 16 fortalece as instruções divinas. O que era válido para a assembléia em Corinto valia também para todas as assembléias; não era para ser deixado aberto às opiniões individuais, nem tampouco às decisões locais. E não havia espaço para ninguém contestar – simplesmente não havia permissão para nenhuma outra prática ou costume. O assunto estava encerrado, e não aberto à discussão.
Desde que Adão e Eva, no jardim do Éden, desejaram ser "como Deus" (Gn 3:5), e caíram, a exaltação própria tem sido uma das piores ervas daninhas do coração humano. O primeiro casal não estava satisfeito com a parte recebida e, buscando exaltar-se a si mesmo, caiu em miséria e ruína. Bendito contraste com o segundo homem – o Senhor vindo do céu! Ele humilhou-Se a Si mesmo até o mais profundo, e agora Deus O exaltou sobremaneira (Fp 2). Bendito Salvador; que todos nós possamos aprender mais de Ti!
Uma palavra mais a respeito da cobertura da cabeça – que o Senhor possa exercitar as mulheres Cristãs a selecionar objeto (chapelaria) que seja realmente uma cobertura, quando for usá-lo(a) com este o propósito. Quão necessário é que ponham-se diante do Senhor ao adquirirem uma cobertura, que seja do agrado d'Ele.
P.Wilson (1899-1966)
O ARREBATAMENTO SECRETO
Creio que dispomos de muitos avisos que são suficientes para nos preparar para um evento como este, embora reconheça tratar-se de algo difícil de ser aceito por muitos – refiro-me ao evento aqui descrito como, o arrebatamento secreto dos Santos. Não digo que temos apenas uma figura disso: temos muitas coisas que devem nos preparar para tal evento.
Cavalos e carros enchiam o monte, mas o servo do profeta não podia vê-los até que o Senhor o tornou capaz de enxergar – “O Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2 Rs 6:17). – Nem o próprio profeta presenciaria o vôo de seu mestre, se sua própria alma não tivesse passado por um processo de prova e preparação – “Eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro: e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2 Rs 2:1-12). – A Daniel foi concedido olhar para um ser glorioso e celestial, e ouvir sua voz “como a voz de uma multidão”; mas os homens que estavam atrás de si nada viram – “os homens que estavam comigo não o viram: não obstante, caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se” (Dn 10:5-7). – A glória no monte santo brilhou somente aos olhos de Pedro, Tiago e João, embora houvesse um brilho como do Sol, capaz de ter iluminado toda a Terra – “Jesus… os conduziu… a um alto monte. E transfigurou-se diante deles; e o Seu rosto resplandeceu como o Sol, e os Seus vestidos se tornaram brancos como a Luz” (Mt 17:1-2). – Muitos corpos de santos ressuscitaram, mas somente aqueles a quem foi concedido puderam saber daquela ressurreição; pois os olhos e ouvidos comuns dos homens não puderam participar daquela grande ocasião – “Muitos corpos de Santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressureição d'Ele, entraram na cidade Santa, e apareceram para muitos” (Mt 27:52-53). – O céu se abriu para Estêvão e ele pode ver a Jesus e Sua glória; mas o povo ali reunido nada viu – “Estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: eis que vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (At 7:55-56). – Se Paulo foi ao paraíso no corpo (se no corpo ou fora do corpo não podemos dizer), ninguém viu; – “Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos (se no corpo não sei, se fora do corpo não sei: Deus o sabe) foi arrebatado até o terceiro céu” (2 Co 12:1-4). – Assim como, quando Filipe foi trasladado de Gaza para Azoto, ninguém acompanhou a sua fuga, pois o Espírito o carregou – “O Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco;… E Filipe se achou em Azoto” (At 8:39-40). Na voz e na presença de Jesus, que deteve Saulo em sua jornada a Damasco, não havia palavra para o ouvido de seus companheiros, e nenhuma forma humana houve para seus olhos: para eles tudo não passou de mero clarão e som; mas Saulo viu e ouviu tudo, e durante um tempo conversaram (At 9:7; 22:9; 26:13). Portanto, acaso não foram todas as circunstâncias que acompanham o arrebatamento dos santos assim previstas? No entanto, segredo e silêncio, de uma forma geral, marcaram todas elas.
Muitas foram as visões e audições, ressurreições, vôos e ascensões, a glória aqui na Terra, os céus abertos nas alturas, e, ainda assim, o homem ficou alheio a tudo isso. E isso é simples e fácil de entender; pois todas essas coisas pertencem às regiões e energias do Espírito, ficando além do alcance das faculdades naturais do homem. "O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las" (1 Co 2:14). Se o Espírito não quiser, o olho e o ouvido não estarão sintonizados com as aparências e vozes do Espírito.
E, deixe-me acrescentar que, além de tudo isso, Jesus ressuscitou; e ressuscitou saindo de um túmulo de pedra maciça, e do meio de uma guarda de soldados atentos; mas nenhum olho ou ouvido humano participou do segredo daquele momento. E a ressurreição de Jesus trata-se das primícias. Foi um fato que passou despercebido; um momento que não foi conhecido. Depois, o anjo desceu, acompanhado de um tremor de terra, e rolou a pedra. Sentou-se, então sobre a pedra em triunfo, lançando a sentença de morte sobre os guardas; e animando as mulheres que amavam e buscavam por Jesus – “E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela.… Mas o anjo,… disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado” (Mt 28:2,5). – Será que isso não nos mostra que, após o silencioso e secreto arrebatamento dos Santos, virá a 'hora determinada para expor' o que aconteceu, quando o poder do Senhor ressuscitado será manifestado, em confusão para o inimigo e em gozo para o ansioso Israel? O arrebatamento secreto de Jesus não afetou os guardas da pedra: eles não estavam cientes disso, e não foram afetados por isso. Foram os resultados disso que afetaram os inimigos e os discípulos, lançando juízo sobre uns e gozo sobre outros.
E, depois de haver ressuscitado, embora possa ter andado pela Terra antes, Ele só foi visto por aqueles a quem foi dado a Ele aparecer (At 10:40-41). E Ele podia desaparecer da vista deles quando assim o desejasse, ou aparecer em várias maneiras conforme Lhe aprazia, e ninguém podia rastreá-Lo. Este é o maior exemplo; mas tudo isso são fatos que nos ajudam a compreender como, se o Senhor quiser, o silêncio e o sigilo cercarão a Sua vinda do céu para encontrar Seus santos nos ares.
Trecho extraído do livro: “The Return of the Lord Jesus Christ from Heaven to Meet His Saints in the Air” – J.G.Bellet (1795-1864)
O HOMEM E A MULHER
Deus, na Sua sabedoria, designou um lugar apropriado, porém distinto, tanto ao homem como à mulher. Mas isso de forma alguma impede que a mulher dê um testemunho eficaz. Encontramos na Bíblia mulheres testemunhando eficazmente de Cristo (a avó e a mãe de Timóteo, por exemplo – veja 2 Tm 1:5; 3:15). Há, portanto, uma esfera de ação que é apropriada para as mulheres e foi Deus Quem colocou os limites, os quais devem ser respeitados. Um limite está em 1 Coríntios 14:34, onde encontramos a ordem que deve ser respeitada na Igreja ou assembléia. Seria por demais difícil obedecermos simplesmente aquilo que o apóstolo chama de "mandamentos do Senhor"? (1 Co 14:37; 1 Sm 15:22-23). E se quisermos ser achados numa posição de obediência ainda mais excelente, teremos que nos submeter a 1 Timóteo 2:12, e concordar que a mulher não deve ensinar. Se lemos tais coisas com tanta clareza nas Escrituras e deliberadamente as desprezamos, somos culpados de rebelião contra Deus e Sua Palavra, não importa quais sejam os méritos que tenhamos em outros aspectos da vida Cristã (Lc 12:47).
Em nossos dias a cristandade tem se desviado muito dos padrões estabelecidos por Deus, desprezando o lugar que Deus estabeleceu para o homem e para a mulher. Isto se deve à aceitação, pelos Cristãos, das idéias, costumes e princípios deste mundo. Temos que ter sempre em mente que, à semelhança dos exemplos que encontramos no Antigo Testamento no final de cada dispensação, a época da Igreja na Terra está igualmente chegando ao fim como um testemunho que, confiado aos cuidados dos homens, também termina em ruína. Como se repetissem um período cíclico, todas as dispensações começaram em grande poder e virtude, terminando em ruína e abandono da verdade. Assim ocorre com a Igreja nestes últimos dias de tristes divisões e abandono da sã doutrina ensinada pelos apóstolos.
O papel do homem como cabeça também foi, de certa forma, afetado pelo pecado. Isto é verdade no que diz respeito à qualidade de sua atuação na posição que lhe foi destinada, muito embora isto não justifique, de modo algum, uma inversão dos papéis. Quando os homens estavam medrosos diante do inimigo, Deus permitiu que Débora fosse um instrumento de libertação (Jz 4 e Jz 5). Mas no registro dos heróis da fé apresentado em Hebreus, é Baraque quem tem seu nome registrado (Hb 11:32). Deus demonstra que a responsabilidade pela libertação fora dada ao homem, muito embora ele tenha se escondido atrás de uma mulher.
O Éden é o ponto de partida de toda a ruína que vemos hoje. Embora a mulher tenha sido enganada pela serpente, que é o diabo, a responsabilidade maior cabe ao homem por ser a cabeça. Pode-se perguntar: Onde estava o homem enquanto a mulher estava sendo enganada pela serpente? Ele era para estar junto de Eva, mas tudo indica que naquele momento ele estava longe dela, sozinho (e Deus havia criado a mulher para que o homem não ficasse só – "Não é bom que o homem esteja só" – Gn 2:18). De qualquer forma, o homem não foi enganado, mas somente a mulher o foi (1 Tm 2:14). Ele estava plenamente consciente de estar desobedecendo a Deus ao comer do fruto do conhecimento do bem e do mal, mas tenta culpar a Deus pelo ocorrido ("A mulher que (Tu) me deste…" Gn 3:3-12).
O que vemos hoje na cristandade, no que diz respeito à mulher fora da posição que Deus lhe deu, é uma consequência do homem haver abandonado sua posição. Assim como Adão pode ter ido dar uma volta pelo jardim do Éden, cuidando de seus deveres de administrador mas deixando a mulher à mercê do engodo da serpente, hoje o homem abandona cada vez mais sua posição de cabeça, a pretexto de cuidar de seus interesses ou de trazer o pão para seu lar. O resultado disso é que a mulher ocupa cada vez mais uma posição que era devida ao homem (por negligência deste). Assim, não apenas na sociedade e no lar, mas principalmente na Igreja, tudo acaba ficando fora do lugar que Deus determinou. A responsabilidade cabe ao homem; ele é “a cabeça” (1 Co 11:3). Mas a negligência do homem para com a posição que Deus lhe deu não justifica que a mulher assuma uma posição que não lhe cabe. Nosso Deus é um Deus de ordem. Um soldado jamais poderá ocupar a posição de seu capitão por julgá-lo incapaz ou negligente. Talvez o soldado seja muito mais valente e capaz do que seu capitão, porém deve respeitar a hierarquia. Não se trata de quem é melhor ou pior; trata-se de uma ordem estabelecida. Assim é no relacionamento homem-mulher. "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo" (1 Co 11:3). A mulher não é menos do que o homem por ele ser a cabeça. Trata-se de uma questão de ordem estabelecida por Deus.
Quando se trata da esfera de ação da mulher Cristã, pensamos muito naquilo que, segundo as Escrituras, uma mulher não pode fazer; mas o que dizer daquilo que o homem não é capaz? Sim, pois há limites para o homem também. Um homem não tem tanta aptidão para mostrar o amor de Cristo a um enfermo como o tem uma irmã dedicada. Tenho três filhos e reconheço neles um crescimento espiritual, pelo ministério de minha esposa, numa maneira que eu seria incapaz de cumprir. É extremamente eficaz o trabalho de alguém quando é feito dentro da esfera de ação que Deus determinou. Isto é “ouro, prata e pedras preciosas”. O trabalho feito fora das bases estabelecidas por Deus é “madeira, feno e palha” e não subsistirá (1 Co 3:12).
Como homens, somos limitados em certos aspectos, e temos que reconhecer que há uma esfera de trabalho que é mais apropriada para as irmãs. Por outro lado, as irmãs são mais frágeis (1 Pe 3:7) e mais suscetíveis a sucumbir ante os ataques do inimigo (1 Tm 2:14). Eva foi enganada, porém Adão não foi. Ele sabia exatamente o erro que estava cometendo, mas seguiu sua mulher. Assim, por serem mais suscetíveis ao engano, o Senhor graciosamente poupa as irmãs de problemas – e à Igreja de erros doutrinários – ordenando que elas não ensinem. Se um filho meu tem problemas de saúde, eu, por amor, irei proibi-lo de participar de brincadeiras violentas. Iríamos nós contrariar o amor e cuidado do Senhor, que coloca os limites para nos poupar de muitos problemas? Sempre que dizemos que alguma coisa está nas Escrituras, 'mas…' que temos uma maneira melhor para agir, estamos nos considerando mais sábios que Deus.
Há muitos que alegam que o trabalho de mulheres, pregando e ensinando publicamente, tem dado muitos frutos. "Nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor" (1 Co 4:5). Ao contrário do pensamento humano, nas coisas de Deus os fins não justificam os meios. Em vez de buscarmos grandes resultados, agindo fora do lugar determinado por Deus, é melhor ficarmos dentro dos limites que Ele estabeleceu. Saul tinha bons motivos para agir de forma diferente àquela determinada por Deus. Mas perdeu tudo. "Obraste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te ordenou… agora não subsistirá o teu reino"; "Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" (1 Sm 13:13-14; 15:22).
M.Persona (1955)
A VERDADEIRA IGREJA
Corpo e Noiva de Cristo
O que significa a palavra "Igreja" (At 7:38 – TB)? A palavra grega significa uma "assembléia" (At 7:38; 19:32,39,41 – JND); “ajuntamento” (At 19:32,39,41 – ARC).
Deus tem mais de uma “Igreja”? Não. Ela é chamada "Igreja de Deus, que Ele adquiriu para Si pelo sangue do Seu próprio Filho" (At 20:28 – Versão Bíblia de Jerusalém).
Que tipo de pessoas formam a “Igreja”? Só um tipo – pecadores, sejam eles judeus ou gentios, que, diante de Deus, se arrependeram de suas obras más e, pela graça, creram no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador, tendo sido selados pelo Espírito Santo – “Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:21); “Que também nos selou e nos deu penhor do Espírito em nosso coração” (2 Co 1:22 – ARA); “Em Quem também vós estais, depois que ouvistes a Palavra da Verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo n'Ele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1:13).
Irá algum deles se perder? Impossível! Deus "nos elegeu n'Ele (em Cristo) antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante d'Ele em caridade (amor)" (Ef 1:4); "Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção" (Ef 4:30).
O que formam, em cada localidade, os membros desta única “Igreja”? Juntos, eles formam localmente parte daquela única Igreja. Por exemplo: "À Igreja de Deus que está em Corinto…" (1 Co 1:2).
Quando a “Igreja” foi mencionada pela primeira vez? O Senhor disse: "sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16:18).
Quando a “Igreja” foi realmente formada? “E, cumprindo-se o dia de Pentecostes (50 dias depois de haver o Senhor Jesus ressuscitado de entre os mortos), estavam todos reunidos no mesmo lugar” (At 2:1); quando o Espírito de Deus desceu e batizou os crentes individuais em um corpo, unindo-os, como um organismo vivo, a Cristo, sua cabeça exaltada nos céus (At 2).
Quem foi o primeiro, a receber a revelação do segredo de que a Igreja estava, como algo vivo, conectada a Cristo? Saulo de Tarso: "Saulo, Saulo, por que ME persegues?" (At 9:4). Saulo, ao perseguir os Cristãos, estava, na verdade, perseguindo a Cristo, a cabeça. A doutrina lhe foi revelada mais tarde.
Qual é o relacionamento dos Cristãos com Cristo? Até Deus haver chamado o apóstolo Paulo, nunca “foi manifestado aos filhos dos homens”, a verdade que pecadores, tanto judeus como gentios, que crêem no Senhor Jesus Cristo, “como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas”; que são agora “co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho" (Ef 3:1-6), do qual “Ele é a Cabeça” (Cl 1:18). Trata-se de uma união viva – “O que se ajunta com o Senhor é um mesmo Espírito” (1 Co 6:17). Juntos, esses escolhidos formam a “Igreja” que Cristo amou e pela qual “Se entregou a Si mesmo” (Ef 5:2). Como objeto de Sua afeição, ela é chamada de Sua noiva. Nós, que cremos, somos Seu corpo e Sua noiva.
O que Cristo fez pela “Igreja”? Ele amou-a "e a Si mesmo Se entregou por ela" (Ef 5:25).
O que Ele está fazendo agora pela “Igreja”? Alimentando-a e sustentando-a; “para a santificar e purificando-a com a lavagem da água”, de uma maneira prática, neste mundo, pela aplicação, em nossa alma, da Palavra de Deus (Ef 5:26,29).
O que Ele logo irá fazer pela “Igreja”? Apresentá-la "a Si mesmo Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível", a tão esperada noiva que Ele ama (Ef 5:27).
Qual é o destino da “Igreja”? Ser eternamente amada por Ele, e, na companhia do Senhor Jesus, ser o instrumento para demonstrar a glória do próprio Deus! – “como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21:1-2), “Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro… E tinha a glória de Deus…” (Ap 21:9-11).
J.H.Smith (1903-1978)
"ONDE QUERES QUE A PREPAREMOS?"
Onde devemos celebrar a Ceia do Senhor? Esta pergunta, feita por muitos, traz à tona a tristeza causada pela ruína do testemunho do Corpo de Cristo, que é a “Igreja”. Mas antes mesmo da existência da Igreja – (por ocasião da última ceia, a Igreja ainda não havia sido formada; isto aconteceu somente em “Pentecostes” – At 2), – encontramos esta pergunta sendo feita em Lucas 22, do versículo 7 em diante. Ali encontramos o Senhor ordenando aos Seus discípulos: "Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos" (v.8). E eles fizeram a mesma pergunta: "Onde queres que a preparemos?" (v.9). Esta é a pergunta de uma alma submissa ao Senhor, que deseja fazer a vontade d'Ele acima de tudo. Sabemos que essa seria a última ceia do Senhor com Seus discípulos, antes de morrer numa cruz. E foi nessa ocasião que Ele pediu que fizessem isso em memória de Si; repetindo posteriormente o mesmo pedido a Paulo – “fazei isto em memória de Mim” (1 Co 11:24), já no caráter de uma ordenança àqueles que faziam parte da “Igreja”.
Ao receberem a ordem do Senhor, os discípulos não fizeram o que achavam melhor, e nem se dirigiram ao lugar mais próximo de suas casas, ou aonde se sentissem bem. Tampouco, procuraram qualquer lugar que lhes parecesse digno de tal evento, mas, com a simplicidade de uma criança, perguntaram ao Senhor: "Onde queres que a preparemos?" (v.9). E a resposta do Senhor é muito instrutiva, se a aplicarmos espiritualmente a nós nestes últimos dias.
Primeiramente, o Senhor ordena que entrassem "na cidade" (v.10). O lugar onde devemos lembrar Sua morte enquanto estamos aqui é neste mundo, em meio a toda a confusão criada pelo homem, mas, como veremos adiante, separados dela. Ali eles encontrariam "um homem, levando um cântaro d'água" (v.10), e deveriam “segui-lo”. Não era comum encontrar “um homem, levando um cântaro d'água”, pois esta era uma tarefa típica das mulheres, “Deixou pois a mulher o seu cântaro, e foi à cidade” (Jo 4:28), “…Eis que Rebeca saía com seu cântaro sobre o seu ombro” (Gn 24:45), e em outras passagens do Antigo Testamento. A menos que esse homem fosse um servo, e isso nos fala do Espírito Santo, pois é neste caráter, de Servo, que Ele Se encontra no mundo, na presente dispensação, levando as pessoas a Cristo (Jo 16:7-15). “Um homem, levando um cântaro d'água” – este é um símbolo da Palavra de Deus, conforme encontramos em Efésios 5:26 – “purificando-a com a lavagem da água”.
O homem com o cântaro os levaria a um "grande cenáculo mobilado" (v.12). O cenáculo, que é um apartamento privado interno ou o andar superior de uma casa, nos fala de um lugar que, embora neste mundo, encontra-se acima das coisas da Terra; um lugar elevado. O aposento era um "grande cenáculo" – havia espaço suficiente para todos os convidados, na versão JND o cenáculo é chamado de “câmara do convidado”, podemos traduzir também como “quarto de hóspedes” (Lc 22:11) – e o fato de estar mobilado demonstra que alguém já havia preparado acomodações suficientes para os que ali fossem. Os discípulos, obedecendo às ordens do Senhor, encontram tudo exatamente como lhes foi falado e, "chegada a hora, pôs-Se à mesa, e com Ele os doze apóstolos" (v.14). E, ali, Ele lhes fala da Sua morte – “Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que Padeça” (v.15).
Tudo isso é muito instrutivo para nós. Em primeiro lugar, temos que buscar o Senhor quanto ao que devemos fazer, e onde devemos fazê-lo. Ele nos mostrará com certeza. Então devemos seguir o “homem com o cântaro d'água”; uma figura de acompanharmos o Espírito Santo naquilo que Ele leva, ou seja, a Palavra de Deus. Não encontraremos na Palavra coisas do tipo, vá à esta ou àquela denominação, pois não encontramos, na doutrina que foi dada à Igreja, denominações diferentes para aqueles que fazem parte de “um só Corpo” (Ef 4:4). A única distinção era feita quanto à localização geográfica dos crentes – por exemplo: "da Igreja que está em Éfeso" (Ap 2:1); “da Igreja que está em Pérgamo” (Ap 2:12);…
Também não encontramos coisas do tipo vá aonde desejar; ou, ao lugar onde se sentir melhor, como se os crentes não tivessem qualquer guia seguro e tivessem que seguir sua própria vontade ou sentimentos – “Não fareis conforme a tudo o que hoje fazemos aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos” (Dt 12:8), “Guarda-te, que não ofereças os teus holocaustos em todo o lugar que vires; mas no lugar que o Senhor escolher numa das Tuas tribos ali oferecerás os teus holocaustos, e ali farás tudo o que Te ordeno” (Dt 12:13-14); “Naqueles dias não havia rei em Israel: porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (Jz 21:25).
Também não encontramos o conselho que normalmente é dado, vá à Igreja mais próxima de sua casa, que neste tempo de fim tem lançado muitos nas garras de verdadeiros mercenários da fé – “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2 Pe 2:1-2). O que não encontramos na Palavra de Deus não devemos fazer.
O que encontramos, – “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em (ao – JND) Meu nome, ali estou Eu no meio deles” (Mt 18:20 – ARA), – é a indicação de que onde estiverem dois ou três reunidos ao Nome do Senhor Jesus (e ao Seu Nome somente) Ele estará no meio, o que equivale dizer que Ele Se porá à mesa com os Seus que ali estiverem.
Portanto, é pela Palavra de Deus somente, e não pelos costumes dos homens, ainda que sejam Cristãos, que encontramos o lugar onde Deus quer que celebremos a Ceia. Tal lugar, está acima das coisas deste mundo – (assim como o cenáculo que vimos), – e Deus preparou acomodações para todos os que desejarem se dirigir para ali – (o cenáculo era grande e estava mobilado). Trata-se do lugar onde o Senhor colocou o Seu Nome, e mais nenhum outro; onde Ele é “O Centro” (Mt 18:20 – JND), de todas as atenções e Sua autoridade é reconhecida: “Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o Meu Espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, …Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?” (1 Co 5:4,12).
Autor Desconhecido
O TRIBUNAL DE DEUS E DE CRISTO
Não estou ciente se esta expressão, "o tribunal de Deus" (Rm 14:10 – ARA / JND), ou "o tribunal de Cristo" (2 Co 5:10), seja encontrada em mais alguma passagem além de Romanos 14:10 e 2 Coríntios 5:10; na primeira delas com vistas a prevenir-nos contra julgamentos individuais; na segunda com vistas a nos incitar a prática do bem. Este assunto é, em si mesmo, um dos mais solenes e benditos, e mais ainda quando o compreendemos corretamente.
Creio que cada ato de nossa vida será então manifestado, perante o tribunal, segundo a graça de Deus e Seus caminhos para conosco, em conexão com os nossos próprios atos, que serão conhecidos então. Lemos que: "cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12); e a palavra, nesta passagem, menciona o tribunal em conexão com a exortação aos irmãos para não julgarem uns aos outros por causa dos dias, de comidas, ou qualquer outra dessas coisas.
Estou inclinado a pensar que somente os atos estarão sujeitos à manifestação; porém todos os atos privados de nossa vida dependem tão intimamente de nossos sentimentos interiores, que é, de certa forma, difícil distinguir os atos dos simples pensamentos. Os atos manifestam o poder dos pensamentos ou dos sentimentos.
Acredito que todos os nossos atos serão ali detalhados, perante o tribunal, todavia, não para nós, como se estivéssemos na carne; portanto, não para a nossa condenação, mas para tornar evidente aos nossos próprios olhos a graça que se ocupou conosco – antes ou depois de termos sido regenerados.
Nos conselhos de Deus, sou eleito desde antes da fundação do mundo; portanto, penso que a minha própria história será detalhada diante do tribunal, e, paralelamente, se manifestará a história da graça e da misericórdia de Deus para comigo.
O por quê e como fizemos isto ou aquilo, será então manifestado. Para nós a cena será declaratória, e não judicial. Não estamos na carne perante Deus; aos Seus olhos, e pela Sua graça estamos mortos.
Mas então, se tivermos andado segundo a carne, teremos que ver o quanto perdemos em bênçãos, e em que perda incorremos. Por outro lado, os caminhos de Deus para conosco, todos eles de sabedoria, misericórdia e graça, serão, pela primeira vez, perfeitamente conhecidos e entendidos por nós.
A história de cada um será manifestada em perfeita transparência; será então visto como você fraquejou e como Ele o guardou; como escorregaram seus pés e como Ele ergueu-o novamente; como chegou perto do perigo e da vergonha, e como Ele Se interpôs com Seu próprio braço.
Creio que isto seja a noiva se aprontando, e considero o momento maravilhoso. Não haverá, então, carne para ser condenada, mas a nova natureza entrará no pleno conhecimento do cuidado e do amor que, em verdadeira santidade, justiça, e até mesmo em graça, nos seguiu passo a passo por todo o tempo de nossa carreira.
Algumas partes de nossa vida, até então inteiramente inexplicáveis, serão completamente reveladas e se tornarão completamente claras; algumas tendências de nossa natureza, que talvez não julguemos ser perniciosas e fatais como são, e por cuja mortificação talvez estejamos agora sujeitos à disciplina, a qual talvez não temos interpretado corretamente, serão então perfeitamente explicadas; e, ainda, as próprias quedas que hoje nos lançam em amarga angústia, serão vistas, então, como aquilo que Deus usou para nos preservar de algo mais terrível.
Não creio que, até então, teremos experimentado um conhecimento completo da maldade de nossa carne. Quão bendito é, para nós, saber que então não somente estará tudo terminado quanto à carne, nos conselhos de Deus, mas que também a carne já não estará ligada a nós!
Por outro lado, não tenho dúvida, a manifestação da graça de Deus para conosco individualmente será tão magnífica que, mesmo que o senso da perversidade da carne que tivemos, possivelmente pudesse ali entrar, seria totalmente excluído pela grandiosidade da compreensão da bondade divina.
Por que não negamos e mortificamos a carne quando pensamos naquela hora? Que o Senhor conceda fazermos sempre mais e mais pela glória da Sua graça. O grandioso assunto do “tribunal de Cristo”, traz a alma a um pleno conhecimento de nossa posição individual.
J.N.Darby (1800-1882)
O SÁBADO
A primeira vez que o “sábado” – “shabbat” – é especificamente mencionado na Escritura é em Êxodo 16:23, depois que o maná foi dado do céu; mas o “sábado” – “shabbat” – claramente teve sua origem na santificação e bênção do sétimo dia, após os seis dias na obra de criação. E uma divisão semanal de dias aparentemente existiu até o dilúvio, visto que é distintamente mencionada em conexão com Noé. Também vemos em Marcos 2:27 que: “O sábado foi feito por causa do homem”. Foi uma instituição que expressou a consideração misericordiosa de Deus para com o homem.
As palavras “descanso” e “sábado” na passagem de Êxodo não têm artigo, de modo que a frase pode ser traduzida: “Amanhã é descanso, sábado santo a Jeová” (Êx 16:23 – TB). Portanto, em Êxodo 16:25-26 não há artigo – “porque hoje é sábado para Jeová… mas no sétimo dia é sábado” (Êx 16:25-26 – JND): – porém há em Êxodo 16:29 – “Vede, porque o Senhor vos deu o sábado; por isso no sexto dia vos dá pão para dois dias” (JND). – O “sábado” – “shabbat” – foi logo depois decretado definitivamente nos dez mandamentos – “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar… Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus… ao sétimo dia descansou, portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êx 20:8-11), – e é feita referência a Deus ter descansado no sétimo dia após a obra da criação como a base da instituição.
O “sábado”tinha um lugar peculiar em relação a Israel: assim, em Levítico 23 – “Seis dias obra se fará, mas ao sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhuma obra fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações” (Lv 23:3), – nas festas do Senhor, nas santas convocações, o “sábado” do Senhor é mencionado pela primeira vez como mostrando a grande intenção de Deus. Deus libertou Israel da escravidão do Egito, portanto Deus ordenou que guardassem o “sábado” – “…O Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” (Dt 5:15). – O “sábado” era o sinal da aliança de Deus com eles, e pode ser que o Senhor, ao ofender repetidamente os judeus (na visão deles) quebrando o “sábado” por atos de misericórdia, prefigurasse a dissolução que se aproximava do pacto legal (Êx 31:13, 17; Ez 20:12, 20). O “sábado” prefigurou a introdução deles no descanso de Deus; mas, por causa do pecado daqueles que começaram a ir para lá (que desprezavam a terra prometida), Deus jurou em Sua ira que eles não entrariam no Seu descanso (Sl 95:11). Deus propôs trazer Seu povo ao Seu descanso, para quem resta, portanto, a guarda do “sábado” (Hb 4:9 – “um sabatismo” – JND e TB).
O “sábado” nunca foi dado às nações da mesma forma que a Israel, e em meio a todos os pecados enumerados contra os gentios, não encontramos a quebra do “sábado” jamais mencionada. No entanto, parece ser um princípio do governo de Deus sobre a Terra que o homem e os animais devam ter um dia a cada sete como repouso do trabalho, todos necessitando dele fisicamente.
O “sábado” do Cristão é designado “o dia do Senhor” – [the day of the Lord] do grego: 'Κύριος – kurios' – e é tão distinto em princípio do “sábado” legal judaico quanto a abertura, ou o primeiro dia de uma nova semana é do encerramento de uma anterior. O Senhor permaneceu na morte no “sábado” – “shabbat” – judaico: o Cristão guarda o “primeiro dia da semana”, o dia da ressurreição (Mc 16:9).
“O Dia do Senhor” – [the Lord's day], é uma expressão que ocorre apenas em Apocalipse 1:10: João estava “em Espírito no dia do Senhor”. Era o dia da semana em que o Senhor ressuscitou – o dia da ressurreição. É o “primeiro dia da semana” – domingo, o que sugere o início de uma nova ordem de coisas, totalmente distinta daquela ligada ao “sábado” da lei. Era o dia em que os discípulos comumente se reuniam com o propósito expresso de “partir o pão”, Atos 20:7; e embora nenhuma ordenação expressa seja dada a respeito, é um dia especialmente considerado pelos Cristãos. É literalmente 'dia dominical', do grego: 'Κύριακóς – Kuriakos'; uma palavra que ocorre apenas em referência à “ceia do Senhor” em 1 Coríntios 11:20, e para “o dia do Senhor” – [the Lord's day] (Ap 1:10); o termo não deve ser confundido com “o dia do Senhor” – [the day of the Lord] do grego: 'Κύριος – kurios', no sentido em que aparece em 2 Pedro 3:10, e outras passagens; e como acima descrito.
Dicionário Bíblico Conciso – George Morrish
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Céu
As palavras principais assim traduzidas são: 'shâmayim shâmeh' – 'שמה שָׁמַיִם – השמים'; “as alturas”, e 'οὐρανός' – 'הגבהים' – ouranos. Elas são usadas em uma variedade de sentidos; a Escritura fala do “terceiro céu” como sendo a morada de Deus – “Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos… foi arrebatado até ao terceiro céu” (2 Co 12:2). Como não pode haver nada acima disso, concluímos que existem três céus:
Os Céus Criados – “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1); “E chamou Deus à expansão Céus” (Gn 1:8); “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19:1); etc. São os céus físicos onde as estrelas brilham – “Que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus” (Gn 22:17), e onde os pássaros voam – “…todas as aves do céu tinham fugido” (Jr 4:25). A atmosfera na qual os pássaros voam e os relâmpagos aparecem, e de onde a chuva cai – “e até à ave dos céus” (Gn 7:23); “da chuva dos céus beberá as águas” (Dt 11:11); “cujos ramos habitavam as aves do céu” (Dn 4:21); “o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu” (Lc 17:24). Ele passará: “os céus passarão com grande estrondo” (2 Pe 3:10); “os céus, em fogo se desfarão” (2 Pe 3:12). Alguns vêem o espaço aéreo e o espaço exterior, como sendo dois céus diferentes, mas a Escritura não os distingue. O firmamento ou grande expansão em que são vistos o Sol, a Lua e as estrelas – “E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite;… e sejam para luminares na expansão dos céus, para alumiar a terra. E assim foi” (Gn 1:14-15); “E Deus pôs na expansão dos céus para alumiar a terra” (Gn 1:17); “e voem as aves sobre a face da expansão dos céus” (Gn 1:20).
O reino da atividade espiritual – “…O Qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1:3); “ressuscitando-O dos mortos, e pondo-O à sua direita nos céus” (Ef 1:20); “E nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2:6); “Para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3:10); “…nos lugares celestiais” (Ef 6:12). Os Cristãos estão assentados em Cristo nessa esfera com suas bênçãos espirituais (Ef 1:3, 2:6). Satanás também se move nessa esfera e trabalha para impedir o gozo do crente de suas bênçãos (Ef 2:2), e assim há um conflito espiritual lá, e somos instruídos a “Revestir-nos de toda a armadura de Deus” (Ef 6:11-12).
A morada ou a habitação de Deus: onde está o Seu trono – “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus” (Dt 10:14); “Porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima nos céus e em baixo na terra” (Js 2:11); “Os céus e até os céus dos céus O não podem conter?” (2 Cr 2:6); “Habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus Te não poderiam conter” (1 Rs 8:27). É onde Cristo está – “foi elevado ao céu” (Lc 24:51), e onde a alma e o espírito dos redimidos estão com Cristo – “Em verdade te digo que hoje estarás Comigo no Paraíso” (Lc 23:43); “…Estamos sempre de bom ânimo,… (Porque andamos por fé)… e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor” (2 Co 5:6-8); “…tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1:23); “Aquele que habita nos céus se rirá” (Sl 2:4); “O Senhor está no Seu Santo templo: o trono do Senhor está nos céus” (Sl 11:4); “De maneira nenhuma jureis: Nem pelo céu, porque é o trono de Deus” (Mt 5:34). De onde o Senhor desceu e para onde subiu, e onde foi visto por Estevão – “Ora o Senhor, …foi recebido no céu, e assentou-Se à direita de Deus” (Mc 16:19); “Estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus” (At 7:55); “O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor é do céu” (1 Co 15:47). A morada dos anjos – “serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22:30); “nem os anjos do céu” (Mt 24:36); “um anjo do céu” (Gl 1:8).
É importante ver que, ao formar o atual sistema deste mundo, Deus fez um céu para a Terra, de modo que a Terra fosse governada desde o céu. A bênção da Terra, seja material ou moral, depende de sua conexão com o céu. Essa bênção será completa quando o reino dos céus for estabelecido no Filho do Homem, e Ele virá nas nuvens do céu – “Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor” (Sl 68:32); “Ó Deus, tu és tremendo desde os teus santuários: o Deus de Israel é o que dá fortaleza e poder ao Seu povo. Bendito seja Deus” (Sl 68:35). É o lugar do poder angelical, “os principados,… as potestades… nos lugares celestiais” (Ef 6:12), sendo angelicais, Satanás e seus anjos, embora caídos, ainda estão entre eles – “E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1:6); “veio também Satanás entre eles” (Jó 2:1); (Ap 12:7-9).
Muito pouco é dito sobre os santos indo para o céu, embora sua cidadania esteja lá agora – “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:20); mas eles estão onde Jesus está, e Ele foi para o céu e preparou um lugar para eles. Em Apocalipse, os 24 anciãos são vistos no céu assentados em “tronos” – “E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos” (Ap 4:4). Àquele que está assentado no trono, e ao Cordeiro seja a glória para todo o sempre, Amém. – “E os vinte e quatro anciãos,… prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia” (Ap 19:4). Os crentes aguardam “novos céus e nova Terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13); “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21:1).
Firmamento – A palavra hebraica é 'râqîyia – רָקִיעַ', que significa “expansão”. É usada para a esfera celestial que pode ser vista olhando para cima, e também simplesmente para a atmosfera em que os pássaros voam. Lemos que Deus chamou o firmamento de “Céus”: este é “céu” em um sentido amplo, pois lemos em outro lugar sobre “as estrelas do céus”, mas também “as aves do céus” (Gn 1:6-20). O salmista fala deles como algo distinto: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19:1 – ARA), “Louvai ao Senhor. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do Seu poder” (Sl 150:1). As criaturas vivas em Ezequiel 1 movem-se em meio ao firmamento: “havia uma semelhança de firmamentos, como um aspecto de cristal ('qerach qôrach – קרח' –> gelo) terrível, estendido por cima, sobre a sua cabeça” (Ez 1:22), mostrando serem eles executores do governo judicial de Deus: (Compare Ez 10:1) – “Depois olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança dum trono”.
Livro: “Definições Doutrinais” – Bruce Anstey; e, Dicionário Bíblico Conciso – George Morrish
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