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A Defesa da Família (Dezembro de 2023)


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Revista mensal publicada pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da Edição

W. J. Prost

N. S.

B. Conrad

E. Dennett, Authority in the Home (adaptado)

C. H. Mackintosh (adaptado)

C. H. Mackintosh (adaptado)

Donald Rule

Autor desconhecido

 

A Defesa da Família

Precisar defender significa que existe um inimigo contra quem é necessário se defender. A família tem três inimigos: Satanás, a carne e o mundo. O fracasso na defesa da família começou com Adão, quando ele não exerceu seu lugar de cabeça e deixou de proteger sua esposa do primeiro inimigo – Satanás. Eva falhou ao não se manter dependente de seu cabeça e abrir a mente e o coração ao engano do inimigo. Os pais, por seu pecado, introduziram o segundo inimigo – a carne – no círculo familiar. O resultado foi que Caim, o primogênito, mata a seu irmão Abel. Quando questionado pelo Senhor, Caim nega sua responsabilidade de proteger esse irmão, abandona a provisão de Deus para sua própria proteção, sai do círculo da família e da presença do Senhor, constrói uma cidade e, assim, forma o terceiro inimigo – o mundo. Quando há fracasso, Deus requer que a raiz seja julgada; Ele pede conta daquilo que já passou. Nesta vida, os três inimigos não vão desaparecer. Defender a família contra eles começa com o pai, o pai como cabeça. Qualquer falha ativa nele deve ser julgada. Em seguida, qualquer falha ativa na mãe deve ser julgada. O pai e a mãe podem e devem educar os filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Quando tudo está como deveria dentro do círculo familiar, uma verdadeira muralha defensiva pode então ser construída para defender toda a família contra seus três inimigos.


Tema da edição

 

A Família Sob Ataque


Quando comecei a escrever o título deste artigo, eu ia escrever “A Família Cristã Sob Ataque”, mas então percebi que estamos vendo um problema muito mais profundo hoje. Embora a família Cristã seja, certamente, objeto especial dos ataques de Satanás, ele e suas hostes estão procurando destruir a família em todos os lugares, seja ela Cristã ou não. As ramificações disso são realmente sérias, e, se o progresso dessa destruição continuar sem controle, o resultado será a queda da sociedade como a conhecemos.


Ao dizer isso, queremos desde já salientar que não esperamos ver uma reviravolta nas tendências hoje ao nosso redor, pois Deus nos disse que “os homens perversos e impostores trapaceiros avançarão no mal, desviando e sendo desviados do caminho” (2 Tm 3:13 – JND). Tudo isso atingirá seu apogeu no mundo ocidental – a parte do mundo que conheceu a Palavra de Deus e ouviu o evangelho. Isaías nos diz que é somente “havendo os Teus juízos na Terra” que “os moradores do mundo aprendem a justiça” (Is 26:9). As tentativas dos Cristãos de endireitar este mundo hoje terminarão em fracasso; somente pelo juízo é que tudo será corrigido. No entanto, é importante reconhecer o que está acontecendo hoje, para que possamos nos preparar contra isso e ordenar nossa família e nosso lar de acordo com a Palavra de Deus.


Macho e fêmea

Ataques à família vieram de todos os lados, talvez começando com ideias equivocadas sobre a sexualidade humana e o que esta significa. Na Palavra de Deus, lemos: “macho e fêmea os criou. E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a Terra” (Gn 1:27-28). Embora seja verdade que Deus chamou alguns homens e mulheres para viverem como solteiros, fica claro nesses versículos que a intenção de Deus era que a sexualidade humana fosse desfrutada dentro do casamento e que sua finalidade principal era gerar filhos dentro de um ambiente familiar. Deus ordenou a família desde o princípio, para que os filhos pudessem nascer em um ambiente estável e ser criados de forma a se tornarem homens e mulheres responsáveis.


Redefinição da sexualidade

Mas, a partir da revolução sexual da década de 1960, homens e mulheres começaram a ver sua sexualidade como parte de sua identidade, sem qualquer relação com o casamento ou com a família. Isso, por sua vez, resultou em uma redefinição da nossa sexualidade, como se pudéssemos usá-la da maneira que quisermos. O sexo fora do casamento tornou-se a norma em vez de ser considerado um desvio, e isso, por sua vez, levou a uma frequência crescente de coabitação sem casamento, filhos nascidos de pais solteiros e a uma taxa crescente de divórcio. Junto com isso veio a ascensão da pornografia, que está desenfreada no mundo ocidental. Um Cristão que conheço bem me disse que, em sua interação com homens Cristãos, aproximadamente 80% deles são viciados em pornografia. A porcentagem é possivelmente ainda maior no mundo em geral. É preocupante perceber que a maior parte dessa pornografia se origina nos Estados Unidos.


Como poderíamos ter previsto, esses pecados contra Deus logo levaram a pecados mais repugnantes e desprezíveis. No final da década de 1960, o aborto foi legalizado no Canadá e nos Estados Unidos, e logo foi legalizado em muitos outros países. Esse extermínio em massa de crianças ainda não nascidas atingiu agora o número impressionante de 55 milhões anualmente em todo o mundo. Mas, se estávamos dispostos a acabar com crianças indesejadas, outro passo era de se esperar: a eutanásia de adultos que, por várias razões, querem acabar com a própria vida. Embora a prática desse tipo de eutanásia seja limitada no momento, podemos esperar que ela se torne mais generalizada.


Legalização das práticas homossexuais

Um subproduto posterior de tudo isso foi a legalização das práticas homossexuais, que logo resultou na legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Depois, como se isso não bastasse, essa linha de pensamento maligna passou a envolver os jovens, que agora são encorajados a questionar o seu sexo biológico e a se identificar com qualquer gênero que escolherem. Até mesmo crianças bem pequenas são encorajadas a explorar tudo isso, numa idade em que elas podem estar um pouco confusas às vezes sobre masculinidade e feminilidade. Agora no Canadá é ilegal procurar aconselhar essas crianças em uma direção que possa ser interpretada como uma tentativa de levá-las a aceitar o seu sexo biológico. Parece que não há limite para o abismo em que o homem pode afundar quando abandona Deus, pois agora há crianças que estão até agindo como animais, miando como gatos e pedindo para usar caixas de areia. O mais chocante nisso é que muitos estão vendo tudo como um comportamento normal.


Masculinidade e feminilidade

Porém, agora, é a masculinidade e a feminilidade em si que estão sendo questionadas, com a “masculinidade” normal sendo considerada tóxica e errada. Hoje, o pensamento bíblico de homens como líderes e provedores e de mulheres como “auxiliadoras” submissas, que confiam e afirmam a liderança do marido, é considerado totalmente ultrapassado e uma visão errada da vida. Aqueles que levam uma vida familiar de acordo com a Palavra de Deus são agora considerados “estranhos” e “fora do normal”. A sabedoria de Deus em Sua Palavra e Suas diretrizes para a vida familiar foram descartadas em prol dos pensamentos do homem pecador. Aqueles que falam contra tudo isso podem ser considerados culpados de “discurso de ódio”.


A imensidão do dano

O resultado de tudo isso é impressionante, e a imensidão do dano é incalculável. Essa destruição da família leva ao divórcio, violência, filhos indisciplinados e rebeldes, esposas agredidas (e às vezes maridos), aborto, abuso infantil, abuso sexual e, muitas vezes, alcoolismo e uso de drogas. Fatores como o aumento do suicídio por parte de jovens, idosos sozinhos, pobreza de famílias monoparentais e crianças com distúrbios psicológicos são outras consequências, e a lista poderia continuar. (Os idosos são sozinhos e deixados de fora da “vida familiar”, porque muitas vezes não há vida familiar.)


Em certo sentido, não devemos nos surpreender, pois Satanás é esperto e sabe que a destruição da família afetará todas as áreas da vida – espiritual, cultural, moral e política. Muitos anos atrás, homens como Karl Marx e Friedrich Engels foram os que defenderam a abolição da família. Engels era ateu e, embora Marx, estritamente falando, não fosse, sua visão de mundo certamente era ateísta. Como a maioria de vocês sabe, eles foram coautores do Manifesto Comunista. O fato de homens como estes estarem entre os defensores da destruição da família deveria nos despertar, ao percebermos onde esse pensamento se originou.


A gravidade da situação

Não me dá prazer detalhar todos esses repugnantes resultados da destruição da vida familiar, mas, se vamos nos levantar em defesa da família, então devemos antes de tudo perceber a gravidade do que está acontecendo no mundo hoje bem como os resultados da destruição da vida familiar tal como é retratado na Palavra de Deus. Em outro artigo, consideraremos como nos defender de tudo isso como Cristãos.


W. J. Prost

 

O Pai da Mentira


“O diabo... ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (Jo 8:44 – AIBB). Satanás é homicida como também o pai da mentira. Sua interação com a raça humana começou com uma mentira e levou à morte. “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3:4-5). Essa era uma meia-verdade – o tipo de mentira em que caímos facilmente. Adão e Eva não morreram fisicamente no dia em que eles comeram o fruto proibido e ganharam uma consciência que sabe o bem e o mal. No entanto, o resultado de sua desobediência teve consequências devastadoras – consequências que são sentidas por toda a criação até hoje. Adão e Eva experimentaram a morte em um sentido espiritual. A pergunta de Deus a Adão foi: “Onde estás?” (Gn 3:9). Essa era uma separação de Deus, insolúvel, exceto pelo próprio Deus. Por fim se seguiu a morte física, que é a separação entre o espírito e o corpo (Tg 2:26), assim como aconteceu com os descendentes de Adão e Eva desde então. Nascemos na posição de Adão e com sua natureza caída; a mortalidade é a nossa porção. Deus provou ser verdadeiro e Satanás, mentiroso. “Sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso” (Rm 3:4). Os sussurros de Satanás não mudaram. Ele nos faz duvidar de Deus. “É assim que Deus disse?” (Gn 3:1). Além disso, Satanás sugere que Deus negou à humanidade o que é bom – algo que nos fará felizes e completos.


A chamada revolução sexual

A chamada revolução sexual do século XX tornou “normal” uma ampla gama de atividades que eram vistas como imorais, assim definidas por padrões Cristãos de longa data. Em muitos aspectos, foi um retorno aos costumes pré-Cristãos. A liberdade sexual, no entanto, não resultou na bênção prometida. O movimento Me-Too dos anos 2000 revelou que 80% das mulheres nos Estados Unidos sofreram alguma forma de assédio ou agressão sexual. Os Centros de Controle de Doenças (CCD) dos Estados Unidos nos dizem que estamos no meio de uma epidemia de doenças sexualmente transmissíveis. E, mesmo assim, o caminho em que estamos não é questionado. A agenda agora promovida derruba a própria noção de sexo e gênero – este último, dizem, é distinto do nosso sexo biológico e representa os aspectos sociais, psicológicos, culturais e comportamentais da nossa identidade. A insatisfação com a identidade sexual resulta em quase o dobro da taxa de suicídio entre os adolescentes. A solução proposta é considerar normais condições formalmente reconhecidas como desvios.


Algumas distinções precisam ser feitas. Pessoas intersexo (que representam entre 0,02% e 0,05% da população) têm uma apresentação ambígua de características masculinas e femininas no nascimento ou uma apresentação que difere de seu sexo cromossômico. Alguém pode, por exemplo, ter cromossomos XY, mas possuir características físicas femininas (por exemplo, síndrome de Swyer). Essas pessoas são assim devido a condições médicas preexistentes. Pessoas transgêneros, por outro lado, são aquelas que desejam expressar um gênero que não corresponde ao seu sexo cromossômico. O termo orientação sexual descreve a atração sexual de alguém, seja pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo. Essas breves descrições não abrangem o espectro todo. É preciso distinguir entre condições médicas diagnosticáveis e aquelas de natureza psicológica – não que tais distúrbios devam ser desconsiderados. Há muito tempo se procura uma causa biológica subjacente, especialmente a genética, para explicar vários comportamentos, como a atração homossexual, por exemplo; nenhuma evidência nesse sentido foi encontrada.


Felicidade e contentamento

Será que os resultados da grande convulsão social que estamos vivenciando trarão felicidade e contentamento? O tratamento com hormônios bloqueadores da puberdade, a cirurgia de mudança de gênero e assim por diante resultam em mudanças irreversíveis no corpo. Mulheres jovens que recebem tratamentos hormonais masculinos podem sofrer danos cardíacos irreparáveis. Os efeitos negativos, sejam físicos, psicológicos ou sociais, muitas vezes surgem muito mais tarde. Quando a felicidade prometida não se materializa e há o reconhecimento de que se foi enganado por aqueles em quem antes se confiava, o resultado é invariavelmente muito pior do que a condição original. As mentiras de Satanás promovem resultados positivos e nunca expõem os negativos. Quer aceitemos ou não a Deus e Sua Palavra, não podemos escapar das consequências do nosso próprio comportamento. Quando desconsideramos os princípios morais que Deus estabeleceu para o nosso bem, sempre corremos perigo. Não se trata de um Deus irado impondo castigo aos ímpios (chegará o tempo para isso), mas sim da mais que evidente consequência da obstinação. No início da história humana, a humanidade optou por não manter Deus em seu conhecimento, e Ele os entregou aos seus desejos: “Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si... Pelo que Deus os abandonou às paixões infames... recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (Rm 1:24-27). A luz do Cristianismo foi rejeitada, e o resultado será um retorno a essa mesma condição.


O ensino de Jesus

Existe um argumento de que a Bíblia não condena as coisas das quais estamos falando. Em 2022, um membro da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos compareceu perante o Congresso e disse: “Apenas pensei em repetir para vocês o que Jesus Cristo disse sobre a homossexualidade.” Um silêncio de cerca de 20 segundos se seguiu! A profundidade da afirmação foi amplamente divulgada. Será ela verdade? Na melhor das hipóteses, é uma meia-verdade. Os Evangelhos não usam a palavra homossexual, nem esse comportamento é abordado diretamente. No entanto, Jesus, como Homem, veio a este mundo como Alguém sob a lei (Gl 4:4) – uma lei dada por Deus que era justa e santa e perfeitamente adequada ao Seu povo terrenal. “Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” (Rm 7:12). Jesus não era o transgressor radical da lei como Ele é popularmente retratado. O Sermão da Montanha (Mt 5-7), por exemplo, não substituiu a lei. Jesus pregou que a mera conformidade exterior com a lei, sem um estado interior adequado, não dá a alguém entrada no reino dos céus. Se os mandamentos que abordam a homossexualidade estivessem errados, Jesus teria falado deles – Seu silêncio é digno de nota. Em se tratando de identidade sexual e casamento, Jesus reafirma aquilo que tem sido desde o princípio: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher: e serão dois numa só carne?” (Mt 19:4-5). O homem é um ser tripartido – espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23). O corpo não deve ser tratado com menos seriedade do que a alma ou o espírito. “Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui [comete fornicação – TB] peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6:18).


Satisfação dos nossos desejos

Dizem-nos que devemos ser o nosso “eu autêntico” – que fomos criados de uma determinada forma e devemos ser fiéis a isso. Por esse raciocínio, culpamos a Deus e justificamos o nosso próprio comportamento. No entanto, o que Deus procura de nós – justiça e santidade – não se baseia na natureza. Sob a lei, Deus exigiu de Seu povo essas virtudes, e Israel prontamente aceitou o padrão de Deus (Êx 19:8). É verdade que o homem se demonstrou totalmente incapaz de produzir justiça e santidade, mas isso não o desculpou naquela época e nem o desculpa agora (Rm 3:1-6). Deus nos deu desejos naturais, mas nós não somos livres para satisfazer esses desejos da maneira que escolhermos. A concupiscência procura satisfazer o desejo com algo que não é meu, daí a sua ligação com a cobiça (Rm 7:7). Não podemos apontar para Deus e dizer: Você me fez assim; portanto, é Sua culpa. “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura, a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9:20). Agir fiel ao nosso eu autêntico é uma coisa terrível. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Como Cristãos, reconhecemos que temos uma natureza caída, que age contrária a Deus. Ela se corrompe segundo as enganosas concupiscências. Temos atributos e habilidades que podem ser usados para o benefício mútuo de nós mesmos, da família e da sociedade, mas também há características que são destrutivas. Não posso justificar o uso delas porque estou sendo fiel a mim mesmo.


Protegendo os nossos filhos

Como protegemos os nossos filhos? Não podemos nos isolar do mundo, “pois, neste caso, teríeis de sair do mundo” (1 Co 5:10). Na Escritura, encontramos exemplos de jovens, tanto homens como mulheres, que se encontraram em circunstâncias verdadeiramente horríveis – a jovem serva de Naamã, Daniel, Ester e assim por diante – e Deus os preservou. “Instrui o menino no caminho em que deve andar; e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22:6). É muito importante que estabeleçamos a autoridade da Escritura em nosso lar, não apenas para nossos filhos, mas também para nós mesmos. Eva ouviu os sussurros de Satanás e sucumbiu. O Senhor Jesus Cristo também foi tentado por Satanás, mas Ele respondeu com a Palavra de Deus (Mt 4:1‑11). O povo de Israel foi instruído: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as intimarás (diligentemente – KJV) a teus filhos” (Dt 6:6-7). As crianças precisam de orientação e limites. É importante não satisfazer suas fantasias, especialmente quando estas vão contra os princípios estabelecidos na Palavra de Deus. É uma coisa séria fazer tropeçar uma criança. As crianças têm sido levadas a duvidar de sua sexualidade numa idade em que a confusão não é totalmente incomum. Deus responsabilizará aqueles que assim procedem: “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em Mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar” (Mt 18:6 – ARA). Por outro lado, quando existe uma causa, deve-se demonstrar bondade. As pessoas não querem pena; elas querem empatia. Amor, bondade e compaixão são virtudes Cristãs, porém o amor, no sentido Cristão, nunca aprova aquilo que é injusto ou profano. “Conserva-te a ti mesmo puro” (1 Tm 5:22).


N. S.

 

Primeiro Aquilo que é Natural


Uma irmã mais velha um dia estava doando o seu tempo para uma jovem mãe, ajudando com várias coisas que precisavam ser feitas na casa. A mãe também trabalhava enquanto interagia com seus filhos pequenos, e a irmã mais velha ouviu repetidas referências ao “novo homem” e ao “velho homem”, bem como outros termos do Novo Testamento, à medida que a mãe orientava e corrigia as crianças. Finalmente, a irmã mais velha disse à mais jovem: “Irmã, talvez você devesse simplesmente dizer a eles o que fazer. Primeiro o que é natural, depois o que é espiritual”. A passagem citada parcialmente na exortação da irmã mais velha diz o seguinte: “Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão... espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual” (1 Co 15:45-46 – ARA).


O significado primário (a interpretação) dessa passagem refere-se à ordem (sequência) da colocação de Deus do primeiro homem, Adão, na Terra seguido pelo último Adão (nunca haverá outro), e passa a descrever a diferença do caráter e ação do primeiro (natural e terrenal) versus o último (espiritual e celestial). No relato acima, no entanto, a irmã mais velha estava aplicando a passagem, com sabedoria, de maneira prática. A maioria de nós tem responsabilidade e cuidado com outros em nossa vida, sejam nossos filhos e netos em nossa família, jovens na assembleia ou até mesmo funcionários sob nossos cuidados no local de trabalho. Basicamente, o ponto enfatizado por ela era não ignorar a instrução e o treinamento nas coisas naturais, em nosso zelo pelas coisas espirituais.


Temos claro para nós que o homem natural não compreende (nem pode compreender) as coisas do Espírito de Deus (1 Co 2:14) e que sem fé é impossível agradá-Lo (Hb 11:6). Antes de Deus iniciar uma obra em nossa alma, estávamos ainda fracos, sem esperança e sem Deus no mundo (Rm 5:6, 8; Ef 2:12). Toda e qualquer bênção, para qualquer alma a qualquer momento, é com base no sangue derramado de Cristo na cruz do Calvário: “não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:22-23). A fé em Cristo é o único fundamento da nossa aceitação n’Ele.


Orientando os filhos quanto ao bom comportamento

No entanto, notamos na parábola de Mateus 22 que, depois que o convite do rei para as bodas de seu filho foi recusado por todos os convidados, ele enviou seus servos que, “saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons” (v. 10). Será que o fato de haver “tanto maus como bons” entra em conflito com Romanos 3:22-23, que diz que “não há diferença”? De forma alguma; Romanos 3 aborda a condição universal e caída de todos os homens mediante o pecado, enquanto Mateus 22 observa diferenças comparativas no caráter prático dos homens. Tanto os bons quanto os maus precisavam de “uma veste nupcial” fornecida pelo rei, pois a respectiva bondade de alguns não era adequada para aceitação na presença do rei. Mas, mesmo assim, é melhor ter sido bom do que mau. Por quê? Porque o poder transformador do Espírito Santo que habita e guia o crente opera dentro de nós para produzir “frutos de justiça que são por Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1:11), começando a partir de onde estamos, na prática, em nossa alma. É neste último aspecto que podemos ajudar nossos filhos e os mais jovens a uma fé real em Cristo, na maioria dos casos até mesmo antes da conversão, orientando-os em hábitos práticos e bom caráter. Existem tendências pessoais, familiares ou mesmo nacionais ou étnicas que devem ser superadas em maior ou menor grau, para podermos andar dignos de Deus. “Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos”, Paulo citou isso em sua carta a Tito. Ele deveria repreendê-los severamente, não para que a carne deles melhorasse, mas “para que sejam sãos na fé”, não permitindo que essas tendências do pecado reinassem em sua vida (Tt 1:12-13; Rm 6:11-13).


O progresso da instrução

Novamente, não se trata de melhorar a carne – a natureza interior e caída de um homem, que Deus condenou (Rm 8:3) –, pois “o que é nascido da carne é carne” e “na minha carne, não habita bem algum” (Jo 3:6; Rm 7:18). Somente o Espírito de Deus pode produzir em uma vida aquilo que, do ponto de vista prático, tem a aprovação de Deus. Mas aqueles que se entregaram a uma vida descuidada e indisciplinada, seja antes ou depois da conversão, têm desafios significativos e difíceis de superar para produzir em sua vida prática, pela fé e pelo Espírito de Deus, aquilo que é agradável a Ele. A cova cavada ou o muro quebrado não são reparados automaticamente ao se crer em Cristo, pois “Deus não Se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Ec 10:8; Gl 6:7). Instruir cedo os jovens é vital nesse sentido, como também orientar os jovens adultos. Um muro quebrado não é reparado rapidamente, e uma maior exposição imoral torna difícil para os jovens progredirem em seu crescimento, na santificação prática.


O desejo de experiência sexual

O fracasso em instruir nossos filhos de forma eficaz nas coisas naturais pode ter um efeito cascata na vida deles. Por exemplo, a maneira bíblica de acomodar o desejo de experiência sexual é o casamento: é melhor casar do que abrasar-se. Sinto que muitos rapazes não levam isso muito a sério, até perceberem que estão com um problema e agindo de forma imprópria em sua virgindade e se envolvendo com fornicação ou impureza. Muitas vezes, a causa raiz desse problema está nas primeiras fases da vida; é preciso diligência para agir conforme Provérbios 24:27: “Cuida dos teus negócios lá fora, Põe o teu campo em condições, E depois edifica a tua casa” (TB). Quem poderia prever que nossa diligência como estudantes de seis, dez ou doze anos, ou talvez trabalhando para nossos pais quando meninos, estabeleceria as bases para a ordem e felicidade futuras, para nos regozijarmos com a esposa de nossa mocidade? Deus antecipa isso e estabelece orientação em Sua Palavra “para se dar prudência ao simples, conhecimento e discrição ao mancebo” (Pv 1:4 – TB). A instrução na juventude acerca das coisas naturais, que pode ser apresentada num contexto espiritual tal como na Palavra, pode permitir que os jovens evitem severos desafios após a conversão mais tarde na vida (isto serve também para aqueles que já são salvos).


Depravação moral e a imagem de Deus

Pode haver entre nós uma tendência a enfatizar em excesso a verdade sobre a depravação moral do “velho homem”, a ponto de excluir a apropriada apreciação do homem como sendo “a imagem e a glória de Deus” (1 Co 11:7). O homem é a criação especial de Deus, em quem Ele colocou qualidades que refletem as Suas próprias, com um espírito projetado para interagir com o Seu próprio Espírito, com poderes intelectuais capazes de pensamentos complexos e abstratos, e com sentimentos de uma natureza sensível e elevada relacionados a essas outras habilidades. Quão maravilhoso é saber que os deleites de Deus nos filhos dos homens “antes de existir a Terra” (Pv 8:23 – TB) se realizarão “naquele dia” na nova criação e continuarão mesmo após esta “Terra e tudo o que nela há” deixarem de existir. Os homens redimidos terão a imagem d’Aquele que é celestial, o último Adão, tendo sido restaurados à semelhança de Deus pela obra da cruz do Calvário e pelo poder transformador do Espírito Santo neles. Como Deus ama o homem!


Manifestando o fruto do Espírito

À luz do propósito de Deus de congregar todas as coisas em Cristo para Sua glória eterna, Seu desejo (e o nosso) hoje é que os Seus sejam “em tudo, ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2:10) por meio de uma vida prática que manifeste o fruto do Espírito em correta ordem e na firmeza da fé em Cristo (Cl 2:5). Hoje, os esforços de Satanás no mundo ocidental não são apenas para bloquear a manifestação e o entendimento das coisas espirituais, mas para atacar a ordem da vida natural no homem. A crescente promoção da confusão de gênero, o desprezo dos papéis tradicionais de homem e mulher e jovens e velhos, a aceitação cultural da promiscuidade e impureza sexual, a relutância em casar e ter filhos e a falta de vontade de aprender e “exercer ocupações honestas” (Tt 3:14 – ARA margem), tudo isso serve à desonra de Deus em Sua criação do homem e ao aumento da confusão e sofrimento do homem.


A importância da instrução

Tudo isso aponta para a importância de instruir nossos filhos e jovens nessas coisas naturais, conforme apresentado no livro de Provérbios e nas porções práticas do Novo Testamento – em diligência, integridade, pureza e ordem. A fé pessoal em Cristo é o fundamento da eterna e abençoada posição que temos em Cristo; o fundamento de uma vida prática que honra a Cristo agora neste mundo começa para os mais jovens nas coisas mais simples do lar, continuando ao longo do tempo nos círculos familiar e da assembleia e no local de trabalho. Tomando emprestada uma expressão, que o Senhor não faça uma rotura em nós como resultado de não O buscarmos segundo a ordenança (1 Cr 15:13). “Primeiro... o natural; depois o espiritual” (1 Co 15:46 – ACF).


B. Conrad

 

Defendendo a Família Cristã


Em outro artigo desta edição, expusemos algumas das coisas que têm acontecido neste mundo nos últimos 50 ou 60 anos, especialmente no mundo ocidental, e que ameaçam destruir a família, especialmente a família Cristã. Mostramos como, uma a uma, coisas malignas entraram e afetaram a família de cada um de nós, minando assim toda a estrutura da sociedade. Chega de falar sobre a doença, mas e quanto ao remédio? Há algo que possamos fazer para nos defender desse violento ataque? Eu acredito que sim.


Antes de tudo, lembremo-nos de que somente com a ajuda do Senhor é que podemos esperar nos defender da forte influência de Satanás no mundo ao nosso redor. Davi nos lembra no Salmo 127 que, “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127:1). Não podemos vencer este mundo com a nossa própria força. No entanto, há algumas coisas pelas quais Deus nos coloca como responsáveis e coisas que podemos fazer para fortalecer nossa família contra a destruição que está desenfreada ao nosso redor.


Os mandamentos do Senhor

Na lei de Moisés, Deus lembrou aos israelitas que eles deveriam prestar muita atenção aos mandamentos do Senhor. Lemos estas palavras em Deuteronômio:


“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás [ensinarás diligentemente – KJV] a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6:6-9).


Claramente, a Palavra de Deus (neste caso, a lei de Moisés) deveria ser entretecida em todos os aspectos da vida diária – de manhã, à noite, nos negócios (“em tua mão”) e na mente (“testeiras entre os teus olhos”). A Palavra não deveria ser lida simplesmente como um dever ou como uma coisa vazia e sem vida. Não, ela deveria ser reconhecida como a Palavra de Deus e deveria ser vivida em todas as partes da vida deles.


O mesmo acontece hoje no lar Cristão. A Palavra de Deus deve ser lida em família, e com tempo necessário para explicá-la, na medida em que as crianças da família podem entender em sua própria idade. Mais do que isso, os pais devem ter o cuidado de andar à luz da Palavra de Deus, para que os filhos possam ver que não é simplesmente “religião”, mas uma Palavra viva que guia toda a nossa vida. É um fato que as crianças geralmente querem o que veem os pais desfrutando. Os filhos devem ser educados de modo a perceberem que a Bíblia foi escrita com toda a autoridade de Deus para nós, e que a sabedoria contida nela é a sabedoria de Deus para nós.


Preservar a “boa semente”

Os pais também devem tomar cuidado para não permitir influências no lar que anulem o efeito da Palavra de Deus. Não adianta ler a Palavra de Deus se ela se torna como a semente que caiu à beira do caminho, na parábola do semeador. Como o solo era duro, a semente não pôde crescer, e as aves foram rápidas em vir pegá-la. Essas aves são como Satanás, que é rápido em tirar da mente jovem a boa semente que ali foi semeada. Se permitirmos que coisas como televisão, filmes, videogames, Facebook e outros aplicativos da Internet ocupem um grande espaço em nossa casa, a boa semente da Palavra de Deus pode desaparecer rapidamente da mente de nossos filhos.


Ao dizer isso, não estou sugerindo que essas coisas sejam todas ruins e que nunca devemos usá-las. Mas tenhamos muito cuidado em controlar qualquer coisa que tenha o potencial de trazer o mundo para dentro de nossa casa. Tenhamos muito cuidado em estar vigilantes em relação ao que nossos filhos estão lendo, vendo ou ouvindo. Igualmente importante, vigiemos em relação ao que NÓS mesmos lemos, assistimos ou ouvimos.


Esteja a par das circunstâncias de seus filhos

Outra defesa importante contra a ruína da nossa família é perguntar aos filhos o que aprenderam na escola. Deixe-os se sentirem à vontade para nos dizer o que foi ensinado a eles. Por exemplo, em muitas escolas públicas hoje, a educação sexual começa na tenra idade, quando as crianças se impressionam com facilidade. Elas podem muito bem estar aprendendo coisas que são contrárias à Bíblia. Se isso acontecer, é importante corrigir esse mau ensino, trazendo diante delas a verdade da Palavra de Deus e explicando que “se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8:20 – ACF). A Palavra de Deus deve ser a autoridade final. Alguns pais contornaram esse dilema educando seus filhos em casa, pois é uma opção aqui na maior parte da América do Norte.


Outra defesa importante para a família Cristã é comer juntos pelo menos uma vez por dia. Quando os filhos são pequenos, muitas vezes o pai pode ter que sair cedo de casa pela manhã, antes que os pequenos tenham se levantado. Então só a mãe pode comer com eles e ler com eles a Palavra de Deus. Mas, se for possível, a família deve fazer pelo menos uma refeição com todos juntos, quando poderão conversar livremente uns com os outros, compartilhar os problemas que encontraram durante o dia e aproveitar a companhia uns dos outros.


Centrado em si mesmo

Outra coisa boa para fazer juntos é procurar maneiras de ajudar os outros e compartilhar o evangelho com eles. Muitas pessoas no mundo de hoje são centradas em si mesmas, pois vivemos em um mundo egoísta. Mesmo nós, como Cristãos, podemos ser apanhados nessa perspectiva e gastar todo o nosso tempo para nós mesmos. Como Cristãos, devemos estar centrados em Cristo, zelando pelos Seus interesses e pela bênção dos outros. Se olharmos ao redor da nossa vizinhança, certamente veremos aqueles que precisam de um pouco de ajuda e com quem podemos compartilhar o evangelho. A família que trabalha em conjunto para trazer outros a Cristo não desmoronará facilmente!


Provisão para o natural

Finalmente, lembre-se de que a Palavra de Deus diz: “Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual” (1 Co 15:46 – ACF). Devemos lembrar que nossos filhos precisam do que é natural. Eles precisam de tempo para brincar e de coisas que possam fazer para se divertir – coisas que sejam apropriadas para sua idade. Deus nunca tira algo de nós sem nos dar algo melhor. Como pais Cristãos, temos a responsabilidade de fornecer aquilo que nossos filhos podem desfrutar num sentido natural, porém desfrutar dentro da esfera do que agradaria ao Senhor.


Alguns dias atrás, vi um pequeno grupo de meninos de famílias Cristãs brincando num pequeno lago – nadando, deslizando em um tobogã e remando em caiaques. Um dos meninos tinha apenas cinco anos, mas não havia nenhum pai por perto para observá-los. Por que não? Porque os pais podiam confiar que aqueles meninos usariam coletes salva-vidas quando fossem remar no lago e porque aprenderam a ser obedientes. Todos esses meninos vêm felizes às reuniões, pois há uma boa mistura do natural e do espiritual na vida deles.


O natural e o espiritual

Há cerca de 50 anos, no entanto, vi o oposto de tudo isso. Minha mãe observou uma jovem mãe com dois filhos pequenos numa conferência bíblica. Minha mãe conhecia bem aquela jovem mãe e sabia que ela não tinha muito dinheiro, então ela comprou dois livros infantis na livraria bíblica montada para a conferência, um para cada criança, e os apresentou à mãe. Mas, em vez de ficar contente, a mãe imediatamente foi até a livraria e colocou os livros de volta na prateleira e disse a minha mãe: “Eles têm Bíblias; isso é o suficiente para eles”. Aquela mãe não queria que seus filhos tivessem nada que fosse natural; ela esperava que eles lessem a Bíblia e nada mais. Sem dúvida, ela tinha boas intenções, mas foi um grande erro.


Infelizmente, essas duas crianças não cresceram bem, e uma delas acabou entrando na vida do crime e foi para a cadeia. A maneira como sua mãe o criou certamente não era desculpa para ele infringir a lei, mas nos mostra que precisamos de equilíbrio em nossa vida familiar. Que o Senhor nos dê sabedoria para fazer isso, contando com o Senhor para a Sua bênção na nossa vida familiar!


W. J. Prost

 

Autoridade no Lar


Em todo relacionamento ou posição em que o crente possa ser colocado, o segredo da felicidade está na manutenção da ordem divina. Seja na família, na casa ou na igreja, o fracasso em manter a ordem de Deus resultará em sérias consequências. Se, por uma questão de conveniência e comodidade, houver a substituição dessa ordem por aquilo que é do homem, confusão e discórdia serão o resultado inevitável. Quantos exemplos disso vemos nas Escrituras!


Há uma ordem divina para a família. O valor que o próprio Deus atribui à sujeição à Sua ordem é visto naquela conhecida passagem em que Ele elogia Abraão, ao afirmar que “ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agirem com justiça e juízo” (Gn 18:19). A Escritura registra outros, como Calebe, Arão e Joquebede, e Eunice, mãe de Timóteo, que foram fiéis em suas responsabilidades familiares e domésticas e cujas famílias mostraram o fruto disso. Além disso, nas epístolas de Efésios e Colossenses, que cuidado é tomado para exortar cada membro da família Cristã sobre a importância de cumprir as várias responsabilidades relativas a cada um! Filhos, servos, pais, senhores, maridos e esposas são orientados quanto aos deveres de suas respectivas posições. Por outro lado, que tristes exemplos de desgoverno dos pais e de desobediência dos filhos são preservados na Escritura para nossa admoestação e advertência! A felicidade das famílias de Eli, Samuel, Davi e muitos outros foi destruída porque esses pais não estabeleceram e mantiveram a ordem divina no lar. Não só a felicidade da família foi destruída, mas a desordem também trouxe consigo o governo divino. (Leia, por exemplo, 1 Samuel 3:11-14.)


Mantendo a ordem de Deus

Como, então, a ordem de Deus na família deve ser mantida? A resposta para essa pergunta é encontrada em Efésios e Colossenses (Ef 5:22-33, 6:1-9; Cl 3:18-25, 4:1). O marido é o cabeça e, como tal, deve agir como vice-regente de Deus para governar, não de acordo com sua vontade, mas de acordo com a vontade divina. A autoridade colocada em suas mãos vem do Senhor e, uma vez que ele a recebeu para exercê-la pelo Senhor, ela não pode ser delegada a outro. A esposa está em sujeição ao seu marido, assim como a Igreja está sujeita a Cristo; o marido, por sua vez, deve amar sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. A responsabilidade dos filhos é obedecer aos pais no Senhor. A obediência deles deve ser absoluta, qualificada apenas pela condição: no Senhor. Da mesma forma os servos têm que obedecer a seus senhores, e os pais e senhores têm, por sua vez, suas respectivas obrigações.


Com essas instruções diante de nós, é fácil perceber que, se a esposa governar em vez do marido ou se for permitido que os filhos façam o que querem – para agradarem a si mesmos em vez de viverem em sujeição –, isso resultará em desordem. Se for permitido que os servos governem a casa, isso não produzirá bênção, harmonia ou felicidade. O caminho da bênção é o caminho da obediência nas esferas que somos chamados a ocupar.


Responsabilidade pessoal

Ao ler o que a Escritura diz sobre o assunto, que cada um se lembre primeiro de sua responsabilidade pessoal. Às vezes, ouvimos um marido exortando sua esposa a obedecê-lo, enquanto uma esposa pode se queixar de que o marido não demonstra seu amor o suficiente. Ou um filho pode se queixar de que seu pai o provoca à ira, enquanto os pais talvez se perguntem por que é que seus filhos não os obedecem, pelo menos não num espírito correto. Em tudo isso, cada um deve levar a sério o que a Escritura lhe está dizendo e procurar, com a ajuda do Senhor, colocar em prática. Que cada um leia e obedeça à Escritura por si mesmo e aja de acordo com ela antes de se ocupar com a falha de outra pessoa.


Além disso, há uma diferença entre a sujeição da esposa ao marido e a obediência dos filhos aos pais. Por esta razão, Paulo diz em 1 Timóteo 5:14: “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não deem ocasião ao adversário de maldizer”. Embora a esposa deva estar sujeita ao marido, espera-se que ela governe a casa, principalmente porque é bem possível que o marido esteja ausente uma boa parte do dia no curso normal de ganhar o sustento. Como sua ajudadora, ela deve entrar nos pensamentos e sentimentos dele e governar de acordo com o padrão que ele estabeleceu. Mais do que isso, deve ser reconhecido por ambos que é a vontade do Senhor que deve ter prioridade para eles. Quando não for uma questão relacionada à vontade do Senhor, pode-se facilmente demonstrar graça, e, quando o amor é primordial no relacionamento, não haverá dificuldade.


Amor e obediência

No caso dos filhos, deve-se insistir para que haja obediência, e isso é melhor ensinado na mais tenra idade. Implícita obediência aos pais deve ser mantida, e isso se torna cada vez mais difícil na atmosfera do mundo em que vivemos. Novamente, se o amor é primordial no lar, tal obediência não será um fardo, mas sim o feliz resultado de um relacionamento normal.


Submissão e fracasso

Quando a Escritura aborda questões de obediência e autoridade, quem está em um lugar de submissão é sempre mencionado primeiro. Sem dúvida, isso ocorre porque aquele que deve se submeter e obedecer deve fazê-lo independentemente da maneira como a autoridade é exercida. Às vezes, a autoridade é usada de maneira errada, mas Deus jamais permite que nos rebelemos contra uma autoridade que Ele estabeleceu. Podemos ter que obedecer a Deus como a autoridade suprema em vez do homem, mas mesmo nesse caso devemos estar sujeitos às consequências, assim como os amigos de Daniel se submeteram ao fogo de Nabucodonosor por não se curvarem ao seu ídolo.


Por outro lado, quando há desordem e confusão dentro de uma esfera de autoridade que Deus estabeleceu, Deus olha para o cabeça responsável em busca do motivo. Geralmente, pode-se dizer que, onde há algo doloroso e errado nas relações humanas, normalmente aquele que detém a autoridade é quem falhou primeiro. Deus olha primeiro para aquele que Ele colocou na responsabilidade. Isso é solene e traz diante de nós a seriedade de se agir em uma esfera de autoridade diante de Deus.


Cristianismo em casa

Quando esses princípios da ordem de Deus são seguidos pelos vários membros de uma família, ela se torna um testemunho de Deus numa cena em que todos se afastaram d’Ele – um círculo brilhante de luz no meio das trevas que a cercam. Torna-se uma antecipação da bênção que haverá no Milênio, quando a autoridade do Senhor será reconhecida em todo o mundo.


Uma grande parte de nossa vida é passada em nossa casa, sendo ela, portanto, a principal cena do nosso testemunho. Podemos até parecer muito piedosos em nossa vida de assembleia ou talvez no mundo, mas é no lar que nosso Cristianismo (ou a falta dele!) realmente se manifesta. Talvez seja bom lembrar que uma parte do testemunho adequado deve ser a expressão de Cristo em nosso lar – Cristo em todos os vários relacionamentos da família. “Para mim, o viver é Cristo”. Esse é o testemunho de fato, seja em casa, na igreja ou no mundo.


E. Dennett, Authority in the Home (adaptado)

 

A Necessidade da Palavra de Deus em Nossa Casa


“Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.” (Dt 4:9)


Essas palavras colocam diante de nós duas coisas de importância indescritível: a responsabilidade individual e a responsabilidade familiar. O antigo povo de Deus era responsável por guardar o coração com toda a diligência, para que não deixassem escapar a preciosa Palavra de Deus. E não somente isso, mas também eram solenemente responsáveis por instruir seus filhos e netos. Certamente nós também somos de forma imperativa chamados a nos dedicar à leitura cuidadosa da Palavra de Deus; precisamos fazer da Bíblia nosso estudo supremo e que nos absorve.


É de temer que alguns de nós leiam a Bíblia por uma questão de dever, enquanto encontramos nosso deleite e refrigério no jornal e na literatura leve. (Poderíamos hoje incluir televisão, internet e Facebook?) Será que é de admirar que nosso conhecimento da Escritura seja superficial? Como poderíamos conhecer alguma coisa sobre as profundezas vivas ou as glórias morais de um volume que consideramos meramente uma fria questão de dever, enquanto, ao mesmo tempo, outra coisa é literalmente devorada?


O Senhor disse a Israel: “Ponde, pois, estas Minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras entre os vossos olhos” (Dt 11:18). O “coração”, a “alma”, a “mão” e os “olhos” deveriam estar todos envolvidos em torno da preciosa Palavra de Deus. Era um trabalho real. Não deveria ser uma formalidade vazia, nem uma rotina estéril. O homem, por inteiro, deveria se entregar aos estatutos e juízos de Deus, em santa devoção.


Nosso testemunho

Será que nós, como Cristãos, nos atentamos a palavras como essa? A Palavra de Deus tem esse lugar no nosso coração, no nosso lar e nos nossos hábitos? Aqueles que entram na nossa casa ou entram em contato conosco na vida diária veem que a Palavra de Deus é primordial para nós? Aqueles com quem fazemos negócios veem que somos governados pelos preceitos da Escritura? Nossos filhos percebem claramente que vivemos na própria atmosfera da Escritura e que todo o nosso caráter é formado e nossa conduta governada por ela? É uma ilusão imaginar que a nova vida possa estar em uma condição saudável e próspera onde a Palavra de Deus é habitualmente negligenciada.


Naturalmente, não queremos dizer que nenhum outro livro além da Bíblia deva ser lido, mas nada exige maior vigilância do que a questão da leitura. Todas as coisas devem ser feitas em nome de Jesus e para a glória de Deus, e isso está entre o “todas as coisas”. Não devemos ler nenhum livro que não possamos ler para a glória de Deus e sobre o qual não possamos pedir a bênção de Deus.


A leitura em família

Os chefes de família devem ponderar seriamente sobre este assunto. Estamos plenamente convencidos de que deve haver em cada lar Cristão um reconhecimento diário de Deus e de Sua Palavra. Alguns podem, talvez, olhar para a leitura e oração regulares em família como escravidão, como rotina religiosa. Perguntamos a tais opositores: É escravidão para a família se reunir nas refeições? As reuniões de família ao redor da mesa são consideradas um dever cansativo? Certamente não, se a família for uma família bem ordenada e feliz. Por que, então, deve ser considerado uma coisa pesada para o cabeça de uma família Cristã reunir seus filhos ao seu redor e ler alguns versículos da preciosa Palavra de Deus e elevar algumas palavras de oração diante do trono da graça? Acreditamos que seja um hábito em perfeita conformidade com o ensino do Velho e do Novo Testamento.


O que pensaríamos de um Cristão professo que nunca orou e nunca leu a Palavra de Deus em particular? Poderíamos considerá-lo um Cristão feliz, saudável e verdadeiro? Certamente não. Se é assim com um indivíduo, como podemos considerar que uma família está em um estado correto, onde não há leitura familiar, nem oração familiar, nem reconhecimento familiar de Deus ou de Sua Palavra?


Não é preciso de forma alguma torná-la um serviço longo e cansativo. Geralmente, tanto em nossa casa quanto em nossa assembleia, exercícios curtos, frescos e fervorosos são de longe os mais edificantes.


Alguém pode dizer que existem muitas famílias que parecem muito exigentes com relação à sua leitura e oração matinal e noturna, porém todo o seu histórico doméstico, desde a manhã até a noite, é uma contradição flagrante do seu, assim chamado, serviço religioso. Em circunstâncias tão dolorosas e humilhantes como essa, o que dizer da leitura familiar? Infelizmente será uma formalidade vazia; em vez de ser um sacrifício matinal e noturno, será uma mentira matinal e noturna.


Para a glória de Cristo

Devemos medir tudo em nossa vida privada, em nosso ambiente doméstico, em nosso histórico do dia, em todas as nossas interações com os outros e em todas as nossas transações comerciais com este único padrão: a glória de Cristo. Nossa única grande pergunta deve ser: “Isto é digno do santo nome que é invocado sobre mim?” Se não é, então não toquemos; viremos as costas com firme decisão, e fujamos daquilo com santa energia. Que não ouçamos nem por um momento a desprezível pergunta: Que mal há nisso? Um coração verdadeiramente devotado jamais consideraria tal pergunta. Sempre que você ouvir alguém falando assim, pode concluir imediatamente que Cristo não é o objeto governante do coração.


Todos nós temos muita necessidade de considerar nosso caminho – de olhar bem para o estado real do nosso coração em relação a Cristo, pois aqui está o verdadeiro segredo de toda a questão. Se o coração não é fiel a Ele, nada na vida privada, na família ou na assembleia poderá estar certo – nada em lugar algum. Mas se o coração for fiel a Ele, estará tudo certo. Certamente o amor a Cristo é a grande salvaguarda contra toda forma de erro e mal. Um coração cheio de Cristo não tem espaço para mais nada, mas, se não há amor a Ele, não há segurança contra o erro mais grosseiro ou a pior forma de mal moral.


C. H. Mackintosh (adaptado)

 

Homem e Mulher


Macho e fêmea

No princípio, Deus criou. Nessa obra, Ele criou seres viventes, como os animais, as aves e os peixes, segundo a sua espécie, dando a eles uma alma vivente. Como última obra dessa criação, Ele criou o homem, dizendo: “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a Terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1:26-27).


O homem era especial. Ele deveria estar acima de todo o resto da criação; ele foi criado à imagem de Deus para representá-Lo; ele foi criado à semelhança de Deus; ele foi criado em duas formas distintas: como um macho e como uma fêmea. Sendo criado dessa forma, como um macho e uma fêmea, Deus abençoou o homem, dizendo: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a Terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a Terra” (Gn 1:28).


A parte física da criação de Deus e os seres viventes foram trazidos à existência simplesmente com Deus falando para que eles existissem: “E disse Deus: Haja... Produza... Ajuntem-se... Produzam... E assim foi”. Mas Sua criatura, o homem, foi formado e recebeu vida de uma maneira especial, “Então formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gn 2:7).


Deus e Jeová Deus

Deus cria, pois Ele é Aquele que sempre existiu e que habita a eternidade. Sua primeira obra foi criar o tempo e espaço e depois criar coisas para habitar o tempo e espaço. Ao fazer isso, Ele Se refere a Si mesmo como “Deus”. Quando Ele cria o homem e prepara uma morada para ele, Ele Se apresenta como o “SENHOR Deus” (Jeová Deus). Esse título/nome traz um relacionamento diante de nós – o relacionamento que Ele deve ter com o homem. Ao contrário do animal, o homem é criado como um ser moral em seu relacionamento com Deus, com seu semelhante, e em suas responsabilidades sobre a Terra criada.


A posição moral do homem

Tendo fornecido e colocado o homem no jardim do Éden com provisões para seu alimento, Jeová agora coloca o homem em seu relacionamento moral Consigo. Ele não sugere, não aconselha, não dá livre arbítrio, Ele ordena obediência. “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16-17).


Nenhuma companheira ajudadora semelhante a ele

Sabemos que “há um só Deus”. Também sabemos que Ele Se revelou a nós como Pai, Filho e Espírito Santo. Então, no ato de criar o homem, ele diz: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança”. Tendo colocado o homem no jardim, ordenando-lhe que obedecesse, poderíamos dizer que tudo está bem, mas Jeová Deus não diz isso. Ele disse: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele uma companheira ajudadora semelhante a ele” (Gn 2:18 – JND). Deus traz cada alma vivente a Adão para ele nomear, e ele dá nomes a todas. Foi encontrada no processo alguma alma que fosse adequada para ser sua companheira ajudadora? Não. “Mas quanto a Adão, ele não encontrou nenhuma companheira ajudadora semelhante a ele” (Gn 2:20 – JND).


Homem e mulher

O Pai e o Filho têm sido companheiros por toda a eternidade. O homem deveria ser como eles. Mas até então o homem não era, pois não tinha companhia, nem ajudadora, semelhante a ele. “Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2:21-23 – ACF).


Deus provê o que o homem precisa para ser completo: Ele “formou a mulher e a trouxe ao homem” (AIBB). Adão a chama de “mulher”. Ela não é somente um tipo biologicamente diferente da raça humana. Ela é tirada do homem, ela é osso dos seus ossos e carne da sua carne. Deus agora nos apresenta dois conjuntos de termos, cada um com seu próprio significado e importância. Macho e fêmea são termos dos dois tipos diferentes de ser humano necessários para ser fecundos e perpetuar a raça. Homem e mulher nos dão a natureza de sua relação um com o outro, a sua adequação para serem companheiros de ajuda, para compartilharem uma intimidade especial um com o outro – para serem “uma só carne”.


Marido e esposa

A relação do homem com a mulher agora é levada um passo adiante: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher [esposa – JND], e serão ambos uma carne (Gn 2:24).


Um homem deve deixar a família de seu pai e mãe para estar em um relacionamento com uma mulher como sua esposa. Ele se apegará a ela e eles “se tornarão uma só carne” (JND).


A natureza de ser “uma só carne” nos é dada pela declaração: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher [esposa – JND]; e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão” (Gn 4:1). Caim cresce, deixa seu pai e sua mãe, toma uma esposa e, “conheceu Caim a sua mulher [esposa – JND], e ela concebeu e teve a Enoque” (Gn 4:17).


Gênero

Deus criou macho e fêmea. A vontade do homem não pode alterar esse fato. Como mostram os versículos a seguir, Deus deu uma maneira muito, muito simples de saber quem é macho e quem é fêmea. Sem exceção, o homem produz a “semente” e a mulher fornece o “ventre” (ou “madre”). Se você é um produtor de semente, então você é um macho; se você fornece um ventre (ou madre) para essa semente, então você é uma fêmea.


Homem, o pai

“Para que em vida conservemos semente de nosso pai” (Gn 19:34).


“Também o homem quando sair dele a semente de cópula” (Lv 15:16).


“Ou um homem cuja semente da cópula tenha saído dele” (Lv 22:4 – JND).


“Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o Meu coração, que fará toda a Minha vontade. Da descendência deste [da semente desse homem – JND], conforme a promessa, trouxe Deus a Israel o Salvador, que é Jesus” (At 13:22-23).


O macho, como Deus o criou, recebeu os meios de produzir “semente”. Quando sua semente é concebida no ventre da fêmea e produz o fruto – uma criança –, ele é o pai da criança.


Mulher, a mãe

“Se uma mulher conceber e tiver um varão” (Lv 12:2).


“E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos” (Gn 3:16 – ARA).


“Vendo, pois, o SENHOR que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril” (Gn 29:31).


“Estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?” (Gn 30:2).


“Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas” (Ec 11:5).


A fêmea, como Deus a criou, é provida de um “ventre”. Nesse ventre ela recebe a semente do macho. Conforme Deus escolhe, essa semente é “concebida”. Se a concepção ocorre, a mulher é chamada de “grávida” e uma criança começa a ser formada e a crescer no ventre. Quando a criança, fruto do ventre, nasce, ela é a mãe da criança.


Concepção e uma só carne

“E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim” (Gn 4:1).


“Entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos semente de nosso pai” (Gn 19:34).


“Também o homem quando sair dele a semente da cópula” (Lv 15:16).


“Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne” (1 Co 6:16).


O meio pelo qual a semente do macho entra no ventre da fêmea é descrito nos versículos anteriores. Tal ato, quer seja um ato de casamento ou um ato de pecado, resulta em que “serão... uma só carne”.


Concepção e vida

Embora um homem possa “conhecer” uma mulher e sua semente entrar no ventre dela, é importante reconhecer que somente Deus é Quem dá a vida.


“Assim, tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele entrou a ela, e o SENHOR lhe deu conceição, e ela teve um filho.” (Rt 4:13)


Somente Deus, como Senhor da vida, controla se a concepção ocorrerá ou não. Quando Deus dá a concepção, uma nova vida começa. Dar o direito de abortar uma criança concebida, crescendo no ventre, é dar o direito de matar.


Jacó entendeu. “Vendo, pois, o SENHOR que Léia era aborrecida, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril” (Gn 29:31). “Então, se acendeu a ira de Jacó contra Raquel e disse, estou eu no lugar de Deus, que te impediu o fruto de teu ventre?” (Gn 30:2). “E lembrou-Se Deus de Raquel, e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. E ela concebeu, e teve um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha” (Gn 30:22-23).


Divórcio

Deus decretou que não era bom que o homem estivesse sozinho. Ele proveu a Adão uma ajudadora. E ela se tornou sua esposa e a mãe de seus filhos. Eles eram “uma só carne”. Com o passar do tempo, alguns decidiram “repudiar” a própria esposa e se casar com outra. Quando o Senhor Jesus veio, Ele apresentou ao homem o reino de Deus – um reino de justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Ele veio como o Rei dos Judeus. Eles O rejeitam e então Ele diz a Seus seguidores que, como Filho do Homem, Ele deve sofrer, morrer e ressuscitar. Como parte do Seu sermão no monte, Ele disse: “Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério” (Mt 5:31-32 – ARA).


Mais tarde, os fariseus abordaram o assunto novamente. “Então, chegaram ao pé d’Ele os fariseus, tentando-O e dizendo-Lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19:3). O Senhor responde à pergunta: “Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19:4-6).


Não aceitando a resposta do Senhor e a razão que Ele dá – “no princípio, o Criador os fez macho e fêmea” –, eles apelam para o que Moisés disse: “Replicaram-Lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério” (Mt 19:7-9 – ARA).


Eunucos

Os discípulos do Senhor acham o que Ele diz difícil de aceitar, pois em seus pensamentos se perguntavam, em vista do que Ele disse, se de fato seria uma boa ideia se casar (Mt 19:10). Então Ele lhes responde dizendo, primeiramente: “Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido” (Mt 19:11).


Então, o Senhor explica Sua resposta dizendo: “Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus. Quem pode receber isso, que o receba” (Mt 19:12).


Embora, no princípio, Deus tenha criado o macho e a fêmea e os tenha trazido ao estado de “uma só carne” ao serem unidos como marido e mulher, havia alguns que não podiam e outros que optaram por não entrar nessa santa união. Eles eram chamados de “eunucos”.


Devido ao pecado e seus efeitos sobre o homem, alguns nasceram em uma condição defeituosa e anormal que os impediu de se tornarem “uma só carne”.


Alguns foram colocados nessa condição por atos de homens. Em vários exemplos no Velho Testamento, homens foram feitos eunucos por homens e depois colocados por seus senhores para cuidar de mulheres. Como eunucos, eles não podiam ser tentados a ser “uma só carne” com as mulheres.


Deus criou o homem com o desejo natural de ter uma companheira, semelhante a ele. E ele estabeleceu a maneira adequada para homens e mulheres viverem juntos como marido e mulher. Desde o princípio tem sido assim. No entanto, o Senhor deu a alguns o dom de serem capazes, por causa do reino de Deus, de negar esse desejo natural e se dedicarem totalmente ao Senhor e aos Seus interesses.


Assim, o Senhor conclui dizendo: “Quem pode receber isso, que o receba” (Mt 19:12). Aqueles que eram capazes de assim proceder, poderiam fazê-lo. Mas nem todos eram capazes de viver acima do que é natural de acordo com a natureza e, portanto, deveriam se casar.


Cristianismo

O Cristianismo muda muitas coisas. Agora, pela fé em Deus e em Seu evangelho, o homem é uma nova criação em Cristo Jesus. Ele nasce de novo com uma nova vida e natureza; ele é um filho de Deus, parte da família de Deus; ele é um membro do corpo de Cristo e parte de Sua noiva. Seu destino é viver com Cristo, na casa do Pai, no céu. Lá, o casamento não existirá mais, mas todos serão transformados para terem o corpo fisicamente perfeito e sem pecado.


Nós temos nova vida, um incrédulo não tem. Não devemos entrar num jugo desigual de nos unirmos com um incrédulo por meio do casamento. “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6:14 – AIBB). O incrédulo é caracterizado pela injustiça e pelas trevas, enquanto o crente é caracterizado pela justiça e pela luz.


Quando o Senhor falou sobre o divórcio, os discípulos se perguntaram se de fato convinha casar. Agora, estando na luz do Cristianismo, aprendemos: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido” (1 Co 7:2-4).


Paulo era um eunuco por causa do reino de Deus. De si mesmo e de outros, conforme o que disse o Senhor, “quem pode receber isso, que o receba”, Paulo diz: “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo. Mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu, mas se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se” (1 Co 7:7-9). Ele dá mais detalhes sobre o assunto em 1 Coríntios 7:25-38.


Mas, se já somos casados quando “chamados”, o que fazemos então? O Senhor nos ordena: “Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e a mulher descrente é santificada pelo marido. Doutra sorte, os vossos filhos seriam imundos; mas, agora, são santos. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. Porque, donde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, donde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?” (1 Co 7:10-16).


Andando no estado em que foi chamado

Uma pessoa quando “chamada” em algum momento da vida é trazida ao seu novo e maravilhoso relacionamento com Deus. Somos chamados a ser um povo celestial que continua a viver na Terra até que Cristo venha para nos reivindicar como Sua noiva, antes de trazer juízo sobre a Terra e estabelecer Seu reino.


Então, como esse chamado afeta a nossa condição atual e a nossa relação com os outros? “E, assim, cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um, como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas. É alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado. É alguém chamado, estando incircuncidado? Não se circuncide. A circuncisão é nada, e a incircuncisão nada é, mas, sim, a observância dos mandamentos de Deus. Cada um fique na vocação [no estado – AIBB] em que foi chamado. Foste chamado sendo servo? não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião. Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre, servo é de Cristo. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens. Irmãos, cada um fique diante de Deus no estado em que foi chamado” (1 Co 7:17-24).


A circuncisão foi dada como um sinal da aliança entre Abraão e Jeová. Tem ela alguma coisa a ver se fomos chamados sendo Judeus ou gentios? Não. O importante é a “observância dos mandamentos de Deus”. Somos chamados sendo “servos” (escravos)? Devemos declarar a escravidão injusta? Devemos nos envolver politicamente e tentar mudar as leis que nos governam? Não. Somos “servos de Cristo”.


Graça e governo

“A graça perdoa – sim, perdoa de forma gratuita, plena e eternamente. Porém aquilo que é semeado deve ser colhido. Um homem pode ser enviado por seu mestre para semear um campo com trigo e, por ignorância, frouxidão ou desatenção, semeia algumas ervas daninhas. Seu mestre fica sabendo de seu erro e, no exercício de sua graça, ele o perdoa – o perdoa de forma gratuita e plena. E agora? O perdão gracioso mudará a natureza da colheita? Certamente não, e, portanto, no devido tempo, quando as espigas douradas deveriam cobrir o campo, o servo o verá coberto com as ervas daninhas que semeou. A visão das ervas daninhas o faz duvidar da graça de seu mestre? De maneira nenhuma. Assim como a graça do mestre não alterou a natureza da colheita, a natureza da colheita também não toca, nem por um momento, a graça do mestre, nem interfere em nada no seu perdão. As duas coisas são perfeitamente distintas. Além disso, o princípio ainda seria verdadeiro, mesmo que o mestre, pela aplicação de uma habilidade extraordinária, extraísse da erva um medicamento infinitamente mais valioso do que o próprio trigo. Ainda permaneceria válido que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Esse versículo é uma declaração breve, porém bem abrangente, do grande princípio governamental – um princípio sério e, ao mesmo tempo, prático. “Tudo o que o homem semear”; não importa quem ele é. Assim como é a sua semeadura, assim será a sua colheita. A graça perdoa, mas, se você semear ervas daninhas na primavera, você não colherá trigo na hora da ceifa.”


C. H. Mackintosh (adaptado)

 

A História Moral do Homem e Sua Presente Condição


O Livro de Romanos começa nos dando uma história moral da raça de Adão depois que Deus o criou, providenciou a continuação frutífera da raça, estabeleceu um relacionamento entre Ele e o homem e estabeleceu a maneira como o macho e a fêmea deveriam se relacionar, como homem e mulher e como marido e esposa.


Essa história moral é dada como uma introdução ao evangelho, pois tanto a necessidade do homem como pecador quanto a justa ira de Deus sobre o pecador devem ser apresentadas a ele antes que ele esteja pronto para ouvir e crer no remédio de Deus para essa necessidade e suas consequências.


É-nos dito: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (Rm 1:18).


Por quê? “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder como a Sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis [indesculpáveis – ARA] (Rm 1:19-20).


Por quê? “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1:21).


Como resultado de não glorificar a Deus ou ser grato, aonde a vã imaginação do homem o leva? “E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível” (Rm 1:23). O primeiro resultado tolo é substituir Deus por um ídolo de sua própria criação.


Tendo o homem substituído Deus e o conhecimento do próprio Deus, do homem em relação a Ele e ao seu próximo, o que Deus faz? “Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si” (Rm 1:24). Além disso, “Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza” (Rm 1:26-27).


Tal comportamento tem consequências presentes como também eternas; pois, eles estão “recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (Rm 1:27).


Até onde vai essa queda moral do homem? “E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso [uma mente vazia de discernimento moral], para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores. aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem [têm prazer naqueles que as fazem – KJV] (Rm 1:28-32).


O que Deus diz agora ao homem

“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (Rm 2:1-5).


Deus é longânimo

É justo que todo homem enfrente a ira de Deus. Por que Deus tolera e permite que o mau comportamento de cada pecador continue? Ele é paciente. Ele quer que o homem se arrependa. Ele conduz o homem ao arrependimento por meio de Sua longânima bondade para com todos os homens.


“Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?” (Rm 2:4)


Donald Rule

 

A Confiança da Mãe

Êxodo 12:3, 11, 13


Sob a verga manchada de sangue eu com meus filhos estou; Um mensageiro de juízo está passando pela terra; Não há outro refúgio do rosto do destruidor — Sob a verga manchada de sangue será nosso esconderijo.


O Cordeiro de Deus sofreu; nossos pecados e enfermidades Ele suportou; Pela fé, o sangue é aspergido sobre a porta de nossa habitação; O Senhor, que julga com justiça, deu aquele sagrado sinal: Esta noite, a verga manchada de sangue abrigará a mim e aos meus.


Meu Salvador, pelos meus queridos, clamo Tua verdadeira promessa; O Cordeiro é “para a casa” – o Salvador também das crianças; Na Terra, os pequeninos uma vez sentiram Teu toque divino; Sob a verga manchada de sangue, Tua bênção dá aos meus.


Ó Tu, que os deste, guarda-os – aqueles pezinhos rebeldes; Diante deles o deserto, os males da vida para enfrentar; Meu amor de mãe é incapaz; eu os confio aos Teus cuidados! Sob a verga manchada de sangue – é sempre ali o meu lugar.


Por fé eu descanso em Ti; Tu não decepcionarás; Com sabedoria, Senhor, para instruí-los, unge meu coração encolhido; Com todos os meus filhos, Pai, então verei Teu rosto –

Sob a verga manchada de sangue – o sinal de Tua graça.


Oh, maravilhoso Redentor, que sofreu por nossa causa, Quando sobre as culpadas nações a tormenta do Teu juízo romper, Com gozo naquele abrigo seguro, então encontraremos Teus olhos, Sob a verga manchada de sangue, meus filhos, o Senhor, e eu.


Autor desconhecido

 

“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos”

Deuteronômio 6:6-7

 

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