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A Lei do Leproso - Parte 2

Foto do escritor: G. C. Willis (1889-1973) G. C. Willis (1889-1973)

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ÍNDICE


 

Parte 2 – O Leproso Limpo


Capítulo 5 – A Maneira de Deus Purificar


Levítico 14:1-3

O próprio Senhor Jesus Cristo nos diz que havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi purificado, exceto Naamã, o siro. Veja Lucas 4:27.


Embora nenhum desses leprosos em Israel, nos dias de Eliseu, tenha sido purificado, durante todo esse tempo houve um longo capítulo no Velho Testamento dando instruções minuciosas sobre exatamente a maneira, e a única maneira, para que a lepra pudesse ser purificada.


Certamente é o mesmo nos nossos dias. Existem centenas de milhões de pecadores em nosso tempo, e qualquer um deles, ou todos eles, poderiam ser purificados, se estivessem dispostos a vir e ser purificados da maneira de Deus.


Deus apresenta a maneira da purificação, com quase as mesmas palavras que Ele usou sobre a maneira para um homem saber que tinha lepra. “Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo” (Lv 14:1). Essas palavras que falam da maneira da purificação são as próprias palavras do Deus vivo e são verdadeiras e fiéis. Vamos ouvi-las de todo o coração.

11 - “Será levado ao sacerdote” Lv 14:2

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“Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote” (Lv 14:2).


Você se lembra do dia em que aquela inchação, pústula ou aquele ponto brilhante apareceu pela primeira vez e você foi levado ao Sacerdote? Você se lembra de como você não estava disposto a ir a Ele? Você se lembra da triste conclusão d’Ele: “Você está imundo?” Você se lembra da primeira vez em que descobriu que era um pecador? Talvez você pensasse como muitos: “Eu não sou tão ruim quanto muitos outros”, mas ainda assim sabia que a praga oculta que terminaria em morte estava lá.


Mas agora as coisas pioraram. A doença se espalhou. Naqueles velhos tempos atrás, você podia cobri-la com suas roupas – mas, mesmo assim, tinha que sair do arraial, suas roupas rasgadas, sua cabeça descoberta e gritar: “Imundo! imundo!” Mas, mesmo assim a doença se espalha. Ela cobre seu rosto e sua cabeça, seu corpo, as pernas e os pés – tudo, tudo está coberto! Tudo ficou branco! Você está num caminho triste, de fato! Não há um lugar onde você possa colocar a ponta de um alfinete sem lepra. Na verdade, você está “cheio de lepra”.


O que acontece agora? Talvez um amigo o encontre fora do arraial, triste, cansado e desanimado, sim, sem esperança. Os olhos do seu amigo olham para você: ele diz: “Venha, eu o levarei ao Sacerdote. Você está todo coberto de lepra. Você pode ficar limpo”. Você responde: “Não, não há esperança para mim; estou pior do que nunca. Não há um leproso fora do arraial tão ruim quanto eu. Veja, estou coberto”. “Sim, entendo”, responde seu amigo, “e essa é a razão pela qual agora você está pronto para ser purificado. Vá até o Sacerdote imediatamente”.


Talvez você tema aquele olhar penetrante que antes, uma vez, encontrou o lugar da sua lepra e o expulsou do arraial. Talvez esse temor o mantivesse longe do Sacerdote, mas seu amigo insiste, e agora ele o leva até Ele. O coração dele está feliz por saber o que está reservado para você. Talvez seu coração esteja cheio de vergonha, medo e pavor, enquanto você percorre esse caminho para encontrar o Sacerdote.


Você, caro leitor Cristão, tem algum amigo ou parente não salvo? Você o levou ao Sacerdote? Você o levou a Ele em oração? Ou você o levou para ouvir o evangelho pregado quando teve oportunidade? Esses são privilégios abençoados dos quais você e eu somos muito vagarosos em aproveitar. Que o Senhor dê, a cada um de nós, sermos mais fiéis para com nossos amigos não salvos, os quais na realidade são apenas pobres, leprosos imundos, distantes, fora do arraial.


Temos um registro adorável em João 1:41-42 de um homem que fez exatamente isso. Ele encontrou o Senhor – ou o Senhor o encontrou – e o que ele faz? “Este achou primeiro a seu irmão Simão”. Eu gosto muito dessa pequena palavra “primeiro”. E já era quase a “hora décima”, o dia estava terminado, mas André não parou para comer, beber ou descansar, ou qualquer outra coisa, mas para buscar “seu próprio irmão”. E ele o encontrou, e o que fez com o irmão? “E levou-o a Jesus”. Nunca ouvimos falar muito de André, mas “seu irmão” era Simão Pedro, e que bênção o irmão de André tem sido para cada um de nós! Que dívida todos nós temos com André pelo trabalho daquela noite!


E embora seja verdade que não ouvimos muito sobre André, o que ouvimos é muito, muito belo. Esta parece ter sido uma linha especial de trabalho de André. A próxima vez que o vemos é em João 6:8, e lá ele está levando “um rapaz” ao Senhor Jesus. Novamente o encontramos na mesma obra em João 12:22, onde ele está levando os gregos a Jesus. Bem-aventurado trabalho! Que o Senhor ensine cada um de nós a levar os outros, um por um, para Ele. Só quando traçamos as figuras do leproso é que percebemos que o amigo que trouxe o leproso ao sacerdote era de tanta importância. Que sejamos mais parecidos com ele, sem nome, quase sem menção, e ainda assim o elo da corrente sem o qual o leproso não poderia ter sido purificado.

12 - “O sacerdote sairá” Lv 14:3

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Vimos o leproso e seu amigo apressando-se ao longo da estrada para procurar o sacerdote. Mas, espere! O pobre leproso não pode entrar no arraial. Ele está contaminado e imundo. Como ele pode encontrar aquele sacerdote? A casa daquele sacerdote é a casa de Deus, exatamente no centro do arraial. Mas o próprio Sacerdote planejou uma maneira, e assim lemos no versículo 3: “o sacerdote sairá fora do arraial”. O Grande Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo, saiu de Sua glória há mais de 1900 anos. Ele desceu para este triste mundo perverso, e mesmo aqui embaixo, “Levando Ele às costas a Sua cruz saiu para um lugar chamado Calvário” (Jo 19:17). Sim, o Sacerdote já saiu, está fora da porta (Hb 13:12). Ele vê você, pobre pecador contaminado, e Ele já foi para onde você está (Lc 10:33). Ele está esperando para purificá-lo. “Queres ficar são?” (Jo 5:6). Essa é a questão. Oh, pobre pecador, responda imediatamente: “Com todo o meu coração, eu quero ser curado”.

13 - “O sacerdote examinará” Lv 14:3

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“E o sacerdote, examinando, eis que, se a praga da lepra do leproso for sarada” (Lv 14:3). Aqueles olhos de chama esquadrinham você mais uma vez. Antes eles examinaram você para descobrir se havia um ponto com lepra, e o sacerdote teve que declará-lo impuro. Agora eles examinam você para ver se há um ponto sem lepra, e se você realmente está “todo coberto”, o sacerdote pode declará-lo limpo. Então ele olhou para ver se você estava totalmente limpo desta terrível praga; agora ele olha para ver se você está totalmente coberto por ela. Da mesma forma, nosso Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo, examina o pecador que vem a Ele. O pecador está realmente vindo como alguém pobre, perdido, arruinado e culpado? Será que ele tem boas palavras para dizer de si mesmo? Ele está cheio de pecado? O sacerdote deve olhar, e se o pecador estiver nessa condição, então ele pode ser purificado. Ele é um “pecador que se arrepende”, e por causa dele há alegria na presença dos anjos de Deus (Lc 15:10).


Mas se ainda houver um pouco de carne sadia sem praga – se o leproso ainda puder se voltar para seus outros amigos leprosos e dizer: “Eu sou melhor do que você! Eu não tenho tanta lepra quanto você!”, se ele ainda tem alguma bondade própria na qual possa se gloriar – então, ele deve ir de volta ao seu antigo lugar fora do arraial. Ele não está pronto para a purificação. O apóstolo Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6:14).

 

Capítulo 6 – Duas Aves, Vivas e Limpas


Levítico 14:4-7

Mas sigamos o leproso que está verdadeiramente coberto de lepra. O sacerdote olha – não para ver se o leproso está purificado, mas para ver se ele está curado. E agora ele não encontra um ponto em qualquer lugar sem a praga. Oh! Que gozo, agora ele pode ser purificado.


Agora, caro leitor, observe particularmente o que o leproso deve fazer para ser purificado. Outra pessoa o levou ao sacerdote. O sacerdote sai do arraial, olha e decide se o leproso está em condições de ser purificado. Agora ouça! O sacerdote fala, “então, o sacerdote ordenará que, duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo” (v. 4). O leproso era pobre e indefeso demais para obter essas aves e outras coisas para si mesmo; nem o sacerdote lhe diz para obtê-las. Não, ele diz a outra pessoa para fornecer essas duas aves vivas e limpas. Ele fala a outra pessoa, não ao leproso, para obter as outras coisas necessárias para sua purificação.


Isso nos lembra da pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro para o holocausto?”. E pensamos na resposta de Abraão: “Deus proverá para Si mesmo o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22:7-8). Deus sempre precisa providenciar a oferta. Nós, pobres pecadores, iremos morrer em nossos pecados, se tivermos que ir em busca de um sacrifício adequado, pois nunca, nunca o encontraremos. Mas a Palavra de Deus diz: “O sacerdote ordenará que, por aquele que se houver de purificar, se tomem”.

14 - “Duas aves vivas e limpas, e pau de cedro, e carmesim, e hissopo” Lv 14:4

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Deus proveu aquelas duas aves vivas e limpas. Juntas, as duas formam uma bela figura de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. “Mandará também o sacerdote que se degole uma ave num vaso de barro sobre águas vivas” (v. 5). Novamente, o pobre leproso fica parado enquanto outro não apenas fornece a oferta, mas a sacrifica. Olhe por um momento para aquela figura. Um vaso de barro; dentro daquele vaso de barro, uma ave pura e imaculada. Os céus são o lar da ave – os céus são seu ambiente natural – mas ela desce e entra em um vaso de barro. Deixa seu ambiente natural, deixa sua casa lá em cima, por esta pobre e triste Terra. E naquele vaso de barro ela é morta. Que figura de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele deixa Sua casa nos céus, Ele deixa Seu trono acima, Ele desce a este mundo triste e toma um corpo terrenal. Pois, verdadeiramente nosso corpo é apenas “vaso de barro”. Você sabe que “Adão” significa “terra” ou “terra vermelha”. Então, nosso Senhor tomou um corpo terrenal. Como gostamos de ver aquele Homem celestial andando neste mundo em Seu corpo terrenal! E nesse mesmo corpo Ele foi morto. Homens ímpios pregaram aquele corpo na cruz, e Seu precioso sangue foi derramado.

15 - Um das aves é morta num vaso de barro” Lv 14:5

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Mas, a ave foi morta em um vaso de barro sobre a água corrente ou viva. A água corrente tem vida e poder. Que poder tremendo existe na água corrente nas Cataratas do Niágara! A água na Bíblia muitas vezes fala da Palavra de Deus (Sl 119:9; Ef 5:26). E a água corrente, ou viva, nos fala da Palavra viva de Deus, aplicada pelo Espírito de Deus ao nosso coração. Essa Palavra é “viva e eficaz” (Hb 4:12). Tal Palavra toma a morte de Cristo, e me diz, no poder vivo do Espírito, que o Senhor Jesus Cristo morreu por mim, que foi por meus pecados que Ele sofreu. Talvez você já tenha ouvido, muitas vezes, a história da morte d’Ele. Muitas vezes você viu aquela ave morta no vaso de barro: mas, caro leitor, você já percebeu que isso era para você? Você já O viu morto sobre a água viva? “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus” (Rm 10:17). É da Palavra viva que você obtém fé viva.


Do lado furado de nosso Salvador fluiu “sangue e água” (Jo 19:34).


“Rocha Eterna! Fendida pelo pecado,

Nela a graça nos escondeu em segurança!

Onde a água e o sangue

Do Teu lado rasgado flui

São a dupla cura do pecado:

Purificação da sua culpa e poder.”


16 – Serão molhados no sangue com a ave viva” Lv 14:6

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“E tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o carmesim, e o hissopo e os molhará com a ave viva no sangue da ave que foi degolada sobre as águas vivas” (v. 6).


Tem sido destacado que as duas aves são uma figura de nosso Senhor Jesus Cristo. Nós O vimos descer do céu e tomar aquele corpo que foi preparado para Ele, e naquele “vaso de barro” Ele morreu na cruz por nós. Ele não ficou na cruz, mas ainda carregando aquelas marcas de morte nas mãos, pés e lado, Ele foi colocado na sepultura – mas no terceiro dia Ele ressuscitou ainda carregando aquelas mesmas marcas de morte. E assim vemos a ave viva descendo para o sangue da ave morta e subindo com suas penas puras, todas marcadas com a morte. Que figura maravilhosa da morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo! Mas, ainda a ave é segurada na mão do sacerdote. Ainda não está livre para ascender ao seu lar natural nos céus.


Mas não só a ave viva foi mergulhada no sangue da ave morta: madeira de cedro, escarlate e hissopo também foram mergulhados naquele sangue. A madeira de cedro nos fala das maiores e mais altas coisas da natureza: o hissopo nos fala das coisas mais vis, mais baixas e mais amargas da natureza. Salomão falou de “árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede” (1 Rs 4:33). Aquilo que é maior por natureza deve passar por aquele precioso sangue. O homem ou mulher mais inteligente, mais brilhante: a pessoa mais gentil e mais humana da Terra, o homem mais honesto e sincero que vive – todos igualmente, só podem obter a salvação por meio do sangue. E ainda, a pessoa mais pobre e miserável, cuja vida é amarga com trabalho duro – ela também deve passar pelo sangue se quiser obter a salvação. Mesmo aqueles que são “símplices” devem ter o sangue como seu único direito (Ez 45:20). O carmesim fala da realeza e nos diz que aqueles que ocupam os lugares mais altos da Terra devem também passar pelo sangue junto com os mais simples.


Mas essas coisas nos dizem algo mais. São coisas que pertencem a este mundo; e quando Cristo foi crucificado, o mundo foi crucificado para mim e eu para o mundo (Gl 6:14.). Este mundo está manchado com o sangue do Filho de Deus, meu Salvador, e o mundo e eu nunca mais poderemos ser amigos novamente. A cruz fica entre ele e eu. Na verdade, a Palavra me diz claramente que “não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (Tg 4:4).


“Somos apenas estranhos aqui, não desejamos Um lar na Terra, que te deu apenas uma sepultura, Tua cruz cortou os laços que nos ligavam aqui, Tu mesmo é nosso tesouro em uma esfera superior”.


17 - “E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá” Lv 14:7

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“E sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então, o declarará limpo e soltará a ave viva sobre a face do campo” (v. 7).


Admirável versículo! Basta contemplar aquela cena maravilhosa. O pobre leproso foi trazido de fora do arraial, o sacerdote foi até ele. Outro proveu aquelas duas aves vivas e limpas. Outro matou uma dessas aves, e agora seu sangue está na bacia; as penas da ave viva, o pau de cedro, o carmesim e o hissopo estão todos manchados com o sangue da ave morta. O pobre leproso contemplou toda essa cena, mas não houve mudança nele ou em sua condição. Mas agora o sacerdote asperge o sangue sete vezes sobre o próprio leproso – uma vez, duas, três vezes... e, seis vezes, e ainda nenhuma mudança, mas agora a sétima vez – e o homem está purificado! O sangue o purificou. Sem o sangue, não havia como purificar o pobre leproso. E sem o derramamento de sangue não há remissão de pecados (Hb 9:22.). Mas esse sangue tinha poder para purificar o leproso de toda contaminação. A ave limpa pode limpar o leproso imundo. Não importava o quão vil e repugnante fosse o pobre leproso, contanto que a ave estivesse limpa. Sete vezes fala da perfeição da purificação. E agora o precioso sangue de Cristo tem poder para purificar o pecador mais vil, mais contaminado e repugnante de todo vestígio de pecado. Por favor, esteja perfeitamente esclarecido sobre isso. Foi o sangue, e apenas o sangue, que purificou o leproso. É o sangue, e somente o sangue, o que purifica qualquer pobre pecador hoje.

18 - “O sacerdote... o declarará limpo” Lv 14:7

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Mas, como o leproso sabia que estava purificado? Sua lepra desapareceu de repente quando o sangue foi aspergido sobre ele pela sétima vez? Não penso assim. Eu não acho que ele se sentiu um pouco diferente, do que ele sentiu antes, depois que o sangue foi aspergido. Eu não acho que ele pareceu um pouco diferente, de como parecia antes, depois que o sangue foi aspergido.


Como, então, ele sabia que estava limpo? No momento em que o sangue é aspergido pela sétima vez, o sacerdote o declarou limpo. Ao ficar de pé e assistir a essa cena maravilhosa, você pode ouvir o sacerdote fazer aquele pronunciamento abençoado: “Sê limpo”. O sangue da ave o purificou, a palavra do sacerdote o faz saber que ele está limpo. Foi a palavra do sacerdote que anteriormente o fez saber que ele estava impuro, e assim, exatamente da mesma maneira, é a palavra do mesmo sacerdote que o faz saber que ele está limpo.

19 - “Soltará a ave viva” Lv 14:7

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Mas isso não é tudo; no momento em que o sacerdote declara que o pobre leproso está limpo, então ele pega aquela ave viva, manchado com o sangue da ave morta, e o solta sobre a face do campo. A obra do sacrifício foi concluída, o leproso é purificado e sabe que está limpo, e agora não há nada para manter aquela ave viva aqui embaixo.


Da mesma forma, o Senhor Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, carregando as marcas da morte sobre Ele, e depois de uma breve estadia entre os homens aqui embaixo, Ele subiu aos céus, ainda carregando essas mesmas marcas – prova de que Sua obra está completa, Sua vitória conquistada, nossos pecados retirados, e Ele mesmo, e nós com Ele, agora somos aceitos no alto. Num dia vindouro, Ele apresentará Sua Igreja a Si mesmo como uma Igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante (Ef 5:27). As feridas e cicatrizes de sua guerra aqui embaixo serão todas levadas para lá, e por toda a eternidade nosso Senhor Jesus Cristo carregará essas marcas da morte em Suas mãos, pés e lado.


Se Sua obra na cruz não tivesse sido completa – se Ele não tivesse verdadeiramente purificado nossos pecados – se um de nossos pecados tivesse permanecido sobre Ele – Ele nunca poderia ter subido do sepulcro e ascendido ao céu. Mas, louvado seja Deus! O trabalho d’Ele está completo. Foi aceito nas alturas, e Ele voltou para Seu lar nos céus, em prova positiva de que tudo está feito.


Suponha, agora, que um velho vizinho encontre o leproso purificado e lhe diga: “O que você está fazendo aqui? Você é um leproso! Saia daqui!”. O leproso responde: “Sim, verdadeiramente eu era um leproso, mas agora, graças a Deus, estou purificado!”. “Purificado!” responde o vizinho. “Você não está limpo! Pelo contrário, você parece pior do que nunca! Você parece estar todo coberto de lepra!”.


- "Isso mesmo, mas o sacerdote aspergiu o sangue da ave sobre mim e me declarou limpo, e eu sei que estou limpo, porque ele disse isso".


“Que absurdo! Você o entendeu mal. Ele provavelmente lhe disse que você não estava limpo! Qualquer um pode ver que você é um leproso!”.

20 - “Sobre a face do campo” Lv 14:7

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"Ah, não! Não há possibilidade de que eu o tenha entendido mal. Primeiro eu tive o sangue aspergido em mim, e então eu mesmo ouvi a própria voz do sacerdote me dizendo que eu estava limpo; mas isso não é tudo – com meus próprios olhos, eu mesmo vi a ave viva – com suas penas cobertas de sangue voar para o céu aberto. Você conhece a lei. Você sabe que a ave viva não pode voar para longe até que o sacerdote me declare limpo".


“Mas”, continua o vizinho, “quer dizer que você sente que está limpo, quando admite que está todo coberto de lepra?”.


“Amigo, essa não é a questão. O sacerdote disse eu estou limpo, e isso resolve o assunto. Como você sabe, ele, e somente ele, tem autoridade para declarar qualquer homem limpo, e ele me declarou limpo, então, agora sei que estou limpo, não importa como me sinta”.


O vizinho é silenciado, e o leproso se enche de gozo, paz e triunfo, ao se lembrar daquela visão da ave viva, voando livre, de volta à sua antiga casa.


Assim mesmo é com você e comigo, querido companheiro pecador, purificado no sangue de Jesus? Ao observarmos, pelos olhos da fé, nosso Senhor e Salvador voltando para Sua casa nos céus, sabemos que Ele é aceito, e sabemos que também somos aceitos n’Ele (Ef 1:6).


Mas aquele Salvador vivo, que voltou para o céu, nos diz mais do que o fato de que Sua obra de purificação está completa. Sua ressurreição e ascensão nos dizem que Ele é Vencedor, Ele é Vitorioso sobre a morte e a sepultura. A batalha mais poderosa do universo foi travada e vencida, e agora Ele pode cantar em triunfo, e nós com Ele: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória?” (1 Co 15:55 – ARA).


“Oh, não me mostres meu Salvador morrendo,

Como na cruz Ele sangrou,

Nem no túmulo, um cativo deitado,

Pois Ele deixou os mortos.

Então não me peça para reconhecer

Aquela forma estendida para o meu Redentor,

Quem, aos mais altos céus subiu,

Em glória enche o trono.


Não choreis por Ele na estação do Calvário!

Chore apenas pelos teus pecados;

Veja com exultação onde Ele estava;

É aí que começa a nossa esperança.

No entanto, não fique aí, tua tristeza alimentando

Em meio às cenas que Ele pisou,

Olhe para cima e veja-O intercedendo

À direita de Deus.


Ainda na vergonhosa cruz eu me glorio,

Onde Seu querido sangue foi derramado;

Pois lá o grande propiciatório

Aboliu toda a minha culpa.

No entanto, no meio do conflito e da tentação,

A força e o socorro darão?

Ele vive, o Príncipe da salvação;

Portanto, Seus servos vivem.


Pela morte, derrotou o sombrio rei da morte,

E venceu a sepultura;

Ressuscitando, o triunfo que Ele completou,

Ele vive, Ele reina para salvar.

As felizes miríades do céu se curvam diante d’Ele:

Ele vem, o Juiz dos homens;

Estes olhos O verão e O adorarão:

Senhor Jesus, venha e reine.”


J. Condor

 

Capítulo 7 – Lavado e Rapado


Levítico 14:8

“E aquele que tem de purificar-se lavará as suas vestes, e rapará todo o seu pelo, e se lavará com água; assim será limpo; e depois entrará no arraial, porém, ficará fora da sua tenda por sete dias” (v. 8).


Agora, aos olhos de Deus, o pobre leproso está limpo e imaculado. O sacerdote o declarou limpo, e esse pronunciamento vem com toda a autoridade e certeza do próprio Deus.


E então? O homem imediatamente procura purificar tudo ao seu redor e trazer tudo em conformidade com aquela posição maravilhosa, na qual agora está diante de Deus – completamente limpo e imaculado.


Você deve se lembrar de que pedimos para você observar particularmente o que o leproso tinha que fazer para ser purificado. Se você seguiu os sete versículos deste capítulo em Levítico que acabamos de considerar, terá notado que o homem não precisa fazer uma coisa sequer.


Tudo foi feito para ele. Sua parte era aceitar o que os outros fizeram por ele, e colocar sua confiança no sangue derramado, e acreditar na palavra falada do sacerdote.


Não havia a menor coisa que ele pudesse fazer, exceto ficar maravilhado, admirado e agradecido pelo maravilhoso plano de Deus de purificação. Mas agora tudo mudou. Agora o leproso começa a trabalhar. Vamos parar e observá-lo.

21 – Lava suas roupas e rapa todo seu pelo Lv 14:8

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Primeiro ele lava as roupas. Antes, talvez, elas fossem tão vis e repugnantes que ninguém as tocaria.


Alguns de nós já vimos leprosos mendigando à beira da estrada, e sabemos como suas roupas são imundas. Eles próprios são irremediavelmente imundos, por que deveriam procurar manter suas roupas limpas? Mas agora tudo mudou. O homem está limpo aos olhos de Deus e, pela fé, está limpo aos seus próprios olhos. Então, ele deve parecer limpo aos olhos dos outros homens.


Ou, pode ser, nos velhos tempos que ele tenha conseguido manter suas roupas mais limpas do que a maioria dos leprosos, de modo que se admiravam de que ele conseguisse manter suas roupas tão bonitas; e ele mesmo provavelmente estava bem satisfeito com a condição de sua roupa. Mas agora, limpo e imaculado aos olhos de Deus, ele descobre que suas roupas estão longe do que deveriam ser. Elas devem ser lavadas.


As roupas nos falam daquilo que nos toca – nossas associações – com as quais temos que tratar, aquilo que o mundo ao nosso redor vê como conectado a nós. Talvez os homens tenham se acostumado a nos ver nos salões de jogos de azar ou em outros lugares malignos. Todas essas associações e formas devem ser “lavadas”. Como lavamos nossos caminhos e associações? Temos essa pergunta respondida para nós em Salmos. 119:9 – “Como purificará o jovem o seu caminho?”. Essa é a questão. Aqui está a própria resposta de Deus: “Observando-o conforme a Tua Palavra”.


Levítico 13:47-59 nos fala da lepra na roupa. Isso fala do pecado no ambiente de uma pessoa, mesmo quando a própria pessoa estava livre da praga. Não basta que nós mesmos estejamos purificados de pecado: não podemos continuar com as coisas ao nosso redor que são pecaminosas, não importa se são negócios, associações religiosas ou quaisquer outros assuntos com os quais estamos conectados.


O que acontece a seguir? Ele deve “rapar todo o pelo”. Era contra a lei para um israelita fazer “calva na sua cabeça” ou rapar “os cantos da sua barba” (Lv 21:5; 19:27). Isso era um sinal de vergonha e opróbrio, “todas as cabeças ficarão calvas, e toda a barba será rapada” (Is 15:2), (veja também Jeremias 41:5; 48:37; 2 Samuel 10:4-5). Mas agora todo esse pelo deve ser tirado. Toda a sua beleza e glória naturais devem desaparecer. Tudo o que possa abrigar qualquer impureza deve ser cortado, a qualquer custo.


Aquele que é purificado pelo sangue descobrirá que é chamado a compartilhar o opróbrio e a vergonha do Senhor, enquanto procura trilhar um caminho que está de acordo com Sua Palavra. Na China, onde estamos acostumados a rapar a cabeça e o rosto, é difícil se perceber a vergonha, a reprovação e o desprezo que esse rapar traria. Lemos sobre aqueles que nos primeiros dias “fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações” (Hb 10:33). A Palavra nos diz que Moisés escolheu “antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito” (Hb 11:25-26). Nós também somos exortados a suportar Seu vitupério (Hb 13:13). O próprio Senhor sabe o que vitupério significa. Foi Ele quem pôde dizer: “Bem conheces a Minha afronta [reprovação – JND], e a Minha vergonha, e a Minha confusão [desonra – JND]; diante de ti estão todos os Meus adversários. Afrontas [reprovações – JND] Me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo [sobrecarregado – JND]; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei” (Sl 69:19-20). Ninguém jamais provou a reprovação e a vergonha tão profundamente quanto Ele; mas você e eu, querido companheiro crente, temos o privilégio de suportar, em certa medida, o Seu opróbrio. Que Ele nos conceda considerar isso como riqueza maior do que este pobre mundo pode oferecer!

22 - “Se lavará com água; assim, será limpo” Lv 14:8

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Mas ainda há mais a fazer. O leproso “se lavará com água”. “Se lavará”. O que isso significa? Acho que isso é algo mais profundo do que lavar suas roupas: algo mais intimamente ligado a si mesmo do que purificar seus caminhos e associações. Isso toca todos os hábitos da minha vida. Limpa até meus pensamentos, e o efeito alcança minhas palavras, meus atos e todos os meus hábitos – “a mim mesmo”. “Porque, como imaginou na sua alma, assim é” (Pv 23:7). Tudo deve ser purificado agora, não com sangue, mas com água.


A ave foi morta apenas uma vez. O sangue foi aspergido apenas uma vez, mas a água deve ser aplicada muitas vezes. À medida que avançamos em nosso capítulo, descobriremos que no sétimo dia ele deve se lavar novamente, não ser purificado novamente no sangue, mas na água. Você se lembrará de que no tabernáculo, a pia com água na qual os sacerdotes lavavam as mãos e os pés, ficava entre o altar e o tabernáculo; e naquela pia os sacerdotes se lavavam continuamente, antes de entrar no tabernáculo para o serviço. Isso mostra a necessidade contínua de purificação das contaminações deste mundo – não pelo sangue – que foi feito uma vez, e apenas uma vez – mas pela água – a água da Palavra.


Essas palavras, falando de lavar em água, não nos lembram muitos versículos do Novo Testamento? Por exemplo, em 2 Coríntios 7:1, depois de nos dar a bela promessa de que o Senhor Todo-Poderoso será um Pai para nós, a Palavra continua: “Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”.


Novamente, Efésios 5:2 nos diz: “e andai em amor, como também Cristo vos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. Então, depois de contemplar aquela maravilhosa oferta que nos purificou de nossos pecados, lemos imediatamente: “Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas, antes, ações de graças” (vs. 3-4).


Isso não corresponde exatamente a lavar nossas roupas, rapar nosso pelo e nos lavar em água?


Descobriremos rapidamente que a recusa em se entregar a conversas e brincadeiras tolas trará muita reprovação e nos tornará uma “pessoa olhada com desprezo”. Que ornamento natural é um raciocínio rápido ou uma resposta inteligente! Mas, por mais inofensivo que possa parecer para nós, há um perigo muito grave de contaminação à espreita nisso. “Na multidão de palavras não falta pecado” (Pv 10:19). E novamente: “As moscas mortas fazem que o unguento do perfumista emita mau cheiro, assim um pouco de estultícia [pequena tolice – JND] pesa mais do que a sabedoria e a honra” (Ec 10:1 – TB).


Portanto, essa característica de aptidão e beleza deve ser removida. A Palavra nos exorta repetidas vezes a sermos sóbrios e sérios. Veja, por exemplo, 1 Tessalonicenses 5:6; 1 Timóteo 2:15, 3:2, 4, 8, 11; Tito 1:8, 2:12.


Há várias passagens no Novo Testamento que enfatizam a necessidade urgente do que corresponde no leproso a essa limpeza de roupas e de si mesmo. Sentimos que essa verdade muito importante não foi enfatizada como deveria ter sido. Temos nos deleitado em ficar parados, observando a graça de Deus que limpou aquele pobre leproso vil, sem sequer mexer um dedo, mas muitas vezes somos muito lentos em nos lavar e rapar. Mas se percebermos o que custou ao nosso Senhor e Mestre nos purificar, como podemos fazer menos do que procurar caminhar para a Sua glória enquanto Ele nos deixa aqui embaixo? Do versículo 1 ao final do versículo 7, como vimos, o leproso não faz nada. Tudo o que ele traz ao sacerdote é sua lepra e impureza, tudo é feito pelo sacerdote. Mas no momento em que o sacerdote o declarou limpo e soltou a ave – a partir desse momento o leproso começa a trabalhar, não para ser purificado diante de Deus – ele já está limpo diante de Deus, mas para trazer sua condição exterior de acordo com sua posição diante de Deus.


Temos esses dois lados destacados de maneira maravilhosa em Tito 3:4, 5, 8. “Mas, quando apareceu a benignidade e caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo... Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras”.


Novamente, por favor, reflita em Colossenses 2:20 e 3:1-14 – “Se, pois, estais mortos com Cristo” e “se já ressuscitastes com Cristo”. Aquela pequena ave limpa não tinha feito nada para merecer a morte. Não tinha impureza nem contaminação, mas morreu em lugar do leproso contaminado e imundo. Aos olhos de Deus, o leproso merecia a morte – na verdade, estava morto enquanto vivia (Nm 12:12). Aos olhos de Deus, o leproso morreu com aquela ave mas aos Seus olhos o leproso ressuscitou com aquela ave viva, que nos fala tão claramente da ressurreição de Cristo. Aos olhos de Deus, o leproso é um novo homem com uma nova vida. Então, Deus nos vê “mortos com Cristo” e “ressuscitados com Cristo”; um novo homem com uma nova vida, e Ele continua em Colossenses 3:3: “já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Quando aquela ave viva morreu, eu, o pobre leproso vil, morri com ele. Quando subiu (em figura), eu me levantei com ele, um novo homem com uma nova vida, e enquanto voava de volta para os céus abertos, tomou minha vida e a escondeu lá em cima com Cristo em Deus.

 

Capítulo 8 – Fora de Sua Tenda


Levítico 14:8

“E, depois, entrará no arraial, porém ficará fora da sua tenda por sete dias” (v. 8).

23 - “Ficará fora da sua tenda por sete dias” Lv 14:8

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Purificado, rapado e lavado, o homem pode agora retornar ao arraial. Que dia feliz para ele! Anteriormente ele estava longe, fora do arraial, mas agora é trazido para perto pelo sangue daquela ave limpa. Isso não nos lembra Efésios 2:13? “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. Agora, nenhum homem pode dizer “não” ao leproso, quando ele entra naquele arraial, do qual toda impureza deve ser eliminada.


Mas ele não pode entrar na sua própria casa. Ele deve ficar do lado de fora por sete dias. O que isso nos ensina? Muitos de nós, quando sabemos que estamos limpos de todos os nossos pecados, iríamos de bom grado para a casa, imediatamente, para estar com Cristo, e escapar de todos os problemas, provações e repreensões que vêm a nós neste mundo. Mas isso não deve ser assim, mesmo que seja uma afeição verdadeira e profunda ao próprio Cristo que nos faria desejar estar com Ele para sempre. Você se lembra de que o homem, de quem o Senhor expulsou a legião de demônios em Marcos 5, rogou a Ele para que pudesse estar com Ele. Mas o que o Senhor disse? “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (v. 19). O Senhor o enviou de volta para ser Sua testemunha, e acho que o leproso purificado, com roupas limpas e cabeça rapada, era uma poderosa testemunha do poder e da bondade de Deus. Durante sete dias ele tem que andar pelas ruas e caminhos do arraial. Ele não tem onde se esconder das censuras e zombarias daqueles que encontra; mas sem sequer falar, ele diz a cada um: “Aqui está um leproso que foi purificado e trazido para perto”. Sete na Bíblia é um número perfeito, e nos fala do período perfeito de tempo que o Senhor escolhe para deixar cada um de nós “no corpo... ausentes do Senhor” (2 Co 5:6). Para o ladrão que morria na cruz, o tempo era de apenas algumas horas, mas que testemunho ele deu! Seu testemunho ecoou ao longo dos séculos, e muitos pobres leprosos contaminados encontraram esperança e purificação por meio desse testemunho claro e sonoro, quando todo o mundo estava contra o Salvador, ou com medo de dar testemunho d’Ele. Para outros, esses sete dias se prolongaram em muitos, muitos anos, cobrindo uma vida longa. Mas para cada um, o tempo é perfeito e é decidido para nós pelo nosso Sacerdote.


Se o leproso tivesse permissão para decidir, com satisfação, ele teria se escondido em sua própria casa, do opróbrio dos homens, até que seu cabelo e barba tivessem crescido novamente. Mas Deus o escolheu como testemunha de Si mesmo e, à medida que o cabelo crescia, ele deveria rapá-lo novamente, como veremos agora. E Deus escolheu você, meu leitor, se você também é um leproso purificado, para dar testemunho d’Ele. É por essa razão que Ele o deixou aqui embaixo. É porque Ele quer que você seja testemunha d’Ele em um mundo que O rejeitou e O expulsou, que Ele ainda o deixa aqui embaixo e não o leva para casa imediatamente. O Senhor Jesus Cristo foi a testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 3:14). Oh, amados amigos, examinemo-nos a nós mesmos e vejamos que tipo de testemunhas somos para Ele.

 

Capítulo 9 – Lavar e Rapar Novamente


Levítico 14:9

“E será que, ao sétimo dia, rapará todo o seu pelo, e a cabeça, e a barba, e as sobrancelhas dos seus olhos; e rapará todo o outro pelo, e lavará as suas vestes, e lavará a sua carne com água, e será limpo” (v. 9).

24 – No sétimo dia se rapará e lavará suas roupas e seu corpo Lv 14:9

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Os dias de testemunho passam, e agora o último desses sete dias se aproxima. O que ele deve fazer? Ele precisa de mais sangue para ficar apto a entrar naquele lar tão desejado? Não, já vimos que o sangue só foi derramado uma vez, e foi oferecido só uma vez, “Porque, com uma só oblação [oferta – ARA], aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 10:14). Mas ele precisa rapar-se e lavar-se novamente. Enquanto estivermos neste mundo, e não em casa com o Senhor, encontraremos a necessidade constante de nos rapar e nos lavar. E você notou que a descrição do rapar é mais minuciosa e cuidadosa do que quando ele se rapou pela primeira vez depois que o sacerdote o declarou limpo? Isso nos diz que, à medida que continuamos em nossa vida como Cristãos e aprendemos a conhecer melhor nosso Senhor, estaremos cada vez mais conformados com Ele e cada vez menos conformados com o mundo.


Talvez o cabelo da cabeça fale de sua inteligência natural; a barba, da experiência; as sobrancelhas, do poder de observação. O intelecto, a experiência e a observação precisam estar em conformidade com Cristo e Sua morte.


Mas ele não apenas se rapa de novo, mas novamente lava as roupas e a própria carne. Isso nos fala da necessidade de purificação constante pela água em pensamento, palavra e ação. Que você e eu, caro leitor, tenhamos mais cuidado com essa lavagem e o rapar necessários, pois estamos em um mundo cheio de influências contaminadoras por todos os lados. Em breve estaremos em casa, então não ouviremos mais sobre a lavagem em água. O “mar” diante do trono em Apocalipse 4:6 era um mar de vidro semelhante ao cristal, nos falando de pureza fixa e estabelecida que nunca pode ser contaminada e não precisa ser usada para purificação.


Mas temos outra lição neste “sétimo dia”. O sétimo dia na Escritura nos fala do Sábado, o dia de descanso. Lemos, “Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás” (Êx 23:12 – ARA). Mas o descanso sabático deste sétimo dia é interrompido pelas contaminações que precisam ser purificadas e, em vez de descanso, encontramos trabalho. Em vez de desfrutar do sábado de descanso prescrito pela lei, encontramos o homem ocupado rapando-se, lavando-se e lavando suas roupas. Isso não diz, aos que têm ouvidos abertos, que onde o pecado e a contaminação entraram, o sétimo dia de descanso passou e uma nova ordem de coisas foi introduzida?


G. C. Willis

 


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