Batismo (Novembro de 2010)
- Revista O Cristão
- 20 de jun.
- 30 min de leitura
Atualizado: 23 de jun.

Baixe esta revista digital nos formatos:
Revista mensal publicada originalmente em Novembro/2010 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da edição
C. H. Brown, adaptado
Adaptado de várias fontes
Girdle of Truth (adaptado)
D. C. Buchanan
W. J. Prost
D. C. Buchanan
E. Dennett
W. J. Prost
Sra. J. A. Trench
Batismo

O mundo, no governo de Deus, permanece sob a sentença de juízo pela crucificação de Jesus Cristo. Cada um de nós já esteve diante de Deus sob essa sentença. Ao sermos batizados a Jesus Cristo, nós, diante de Deus, o Juiz de todos, fomos batizados na Sua morte e não estamos mais sob essa sentença. Ele morreu, nós morremos com Ele. Deus O ressuscitou dentre os mortos e Lhe deu todo poder no céu e na Terra. Nós, pela fé n’Ele, O confessamos como Senhor e andamos em novidade de vida, redimidos pelo precioso sangue d’Aquele que morreu por nós. No governo de Deus, agora ocupamos um novo lugar na Terra – não mais sob a sentença do julgamento, mas como parte do reino de Deus na Terra e tendo um lugar reservado no reino celestial. Se alguns pelo batismo reivindicam um lugar no reino, mas não são reais em sua fé, no devido tempo serão expostos e expulsos, pois esses tais não “herdarão” o reino.
Mais maravilhoso ainda, Deus ressuscitou e glorificou Seu Filho, que agora está assentado à Sua destra, e Ele está chamando um povo celestial para ser o corpo e a Noiva de Seu Filho. Depois que O glorificou, Deus formou este corpo no dia de Pentecostes pelo batismo do Espírito Santo. Nós, que agora confiamos em nosso Salvador Jesus Cristo, somos habitados com o Espírito Santo da promessa e acrescentados a esse corpo, a Igreja de Deus.
Tema da edição
Batismos na Escritura
Ao examinarmos a Escritura, descobriremos que o batismo, de uma maneira geral, produz uma mudança exterior quanto a um novo local de privilégio, com responsabilidade naquele que é batizado. Aquele que é batizado está conectado com aquilo ao qual ele é batizado, e a identificação ocorre pelo batismo. Existem vários batismos diferentes na Palavra de Deus, embora exista apenas um batismo Cristão (Ef 4:5). Vamos rever esses batismos e considerar o significado de cada um.
O batismo a Moisés
“Todos foram batizados em (a – JND) Moisés, na nuvem e no mar” (1 Co 10:2). Independentemente da idade, sexo ou mesmo se eram verdadeiramente israelitas, todos aqueles que deixaram o Egito pelo caminho do Mar Vermelho compartilharam de todos os privilégios como batizados a Moisés. No entanto, muitos deles pereceram e nunca alcançaram o destino (Canaã). Era uma “mistura de gente”, pois muitos eram incrédulos (Hb 3:19). Paulo chama atenção para eles, a fim de mostrar aos coríntios a tolice de confiar apenas em ordenanças. Estar ligado exteriormente a um líder por ordenanças não é o suficiente, e isto serve como um solene aviso para todos aqueles que foram batizados a Cristo.
O batismo de João
O batismo de João era “para o arrependimento” (Mt 3:11) e “para remissão dos pecados” (Mc 1:4; Lc 3:3). O batismo de João tinha um solene significado para o Judeu culpado. João era o pregoeiro do Messias que havia de vir, e todos os que foram despertados por sua pregação vinham a ele para serem batizados. Isto justifica a Deus, pois reconhecia a sentença de Deus contra Israel (Lc 7:29). Ao serem batizados, eles reconheciam sua culpa e, assim, se separando da nação Judaica impenitente, se prepararam para Aquele que viria, seu Messias.
Ao se submeter ao batismo de João, o Senhor Jesus Se identificou com o remanescente arrependido que foi batizado. João reconheceu claramente que o Senhor Jesus não precisava de arrependimento nem remissão de pecados, mas a graça levou nosso Senhor Jesus aonde o pecado havia trazido outros, embora o pecado nunca estivesse n’Ele. Outros foram batizados enquanto confessavam seus pecados, mas nosso Senhor foi batizado enquanto orava.
Este não era o batismo Cristão, como Atos 19:3‑5 mostra claramente. Os que foram batizados pelo batismo de João precisaram ser batizados em nome do Senhor Jesus, pois somente assim poderiam ser recebidos no terreno da associação com o Senhor Jesus que havia sido morto e ressuscitado.
Cristo Batizando (por representantes)
Em João 3:22, lemos que nosso Senhor batizou, embora tenham sido Seus discípulos que realmente realizavam os batismos. Esse batismo era para Si mesmo, estando conectado com Jesus como o Messias vivo na Terra, e aqueles que eram batizados seriam conhecidos como Seus discípulos. Novamente, este não era o batismo Cristão, que identifica o batizado com Sua morte.
O batismo de Cristo pelo fogo
Nada se compara aos sofrimentos expiatórios de nosso Senhor durante as três horas de trevas, chamadas de “batismo” em Lucas 12:50: “Importa, porém, que seja batizado com um certo batismo; e como Me angustio até que venha a cumprir-se!”.
Batizado com o Espírito Santo
O batismo com o Espírito Santo é mencionado sete vezes na Escritura – Mateus 3:11, Marcos 1:8, Lucas 3:16, João 1:33, Atos 1:5, Atos 10:44‑46, Atos 11:16 e 1 Coríntios 12:13. Isso incorporou os crentes em um corpo e ocorreu de uma vez por todas no dia de Pentecostes em Jerusalém, com uma segunda parcela no capítulo 10, quando os gentios foram incorporados ao corpo de Cristo. Isso é diferente do batismo Cristão nas águas, como mostra Atos 10:47: “Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo?” Ao crer no evangelho, os indivíduos são selados com o mesmo Espírito Santo que os que estavam no Pentecostes receberam e, portanto, se juntam ao corpo formado no Pentecostes.
“Batizará… com fogo”
Essa expressão é encontrada em Mateus 3:11 e Lucas 3:16, e fala do julgamento futuro sobre os inimigos de Deus, como os fariseus. O fogo pode ser aplicado aos tratos de Deus em julgamento e por Cristo como o Cordeiro, executado sobre Seus inimigos. Não está ligado às “línguas repartidas, como que de fogo” mencionadas em Atos 2:3. Isso se refere à ação convincente da Palavra de Deus na consciência, os lembrando da santidade de Deus e os levando ao arrependimento.
Batismo de todas as nações
Os discípulos receberam ordem: “fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Parte integrante dessa comissão é a promessa de Cristo aos Seus onze discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20 – ARA). Isso se refere ao tempo, ainda futuro, durante o qual o resultado final da oposição à verdade amadureceu e o julgamento é realizado. Durante esse período, Deus levantará mestres que “a muitos ensinam a justiça” (Dn 12:3), e sua mensagem será o evangelho do reino. O legítimo Rei está chegando e aqueles que pregam esse evangelho ensinam os princípios do reino e o caráter daqueles que são adequados a ele. O sermão da montanha (Mateus 5‑7) terá aplicação especial nessa pregação.
Esta comissão terá aplicação especial ao remanescente Judeu piedoso após o arrebatamento da Igreja. Existe, no entanto, uma aplicação em conexão com o reino dos céus em sua atual forma de mistério, um reino que é agora a esfera do discipulado. Assim, a fórmula para o batismo hoje é a que é dada aqui, reconhecendo o conhecimento do Pai, Filho e Espírito Santo.
O batismo Cristão
Em Efésios 4:5, lemos sobre “um só Senhor, uma só fé, um só batismo”. Essas expressões se referem ao círculo de privilégios em que Cristo é professamente reconhecido como Senhor, onde a fé Cristã é confessada. A pessoa é inserida nesse círculo é pelo batismo, e é importante ver que aqueles que entram nesta esfera de privilégio Cristão são responsáveis por viver de acordo com esses privilégios.
Esse círculo de profissão inclui crentes falsos e verdadeiros, mas todos são responsabilizados por sua conduta. “Qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (2 Tm 2:19). O batismo nos leva a essa esfera de privilégio e responsabilidade.
O batismo após a era da Igreja
O batismo continuará depois que os Cristãos forem chamados para casa na vinda de Cristo, porque outros serão batizados então, de acordo com a comissão de Mateus 28. O batismo é uma ordenança do reino, sempre conectada a uma esfera na Terra. Assim, o discipulado continuará, tendo em vista o reino milenar.
C. H. Brown, adaptado
O Que é o Batismo?
O batismo é um ato que coloca uma pessoa em uma nova posição diante de Deus na Terra. Ele a separa da posição anterior e a introduz em uma nova. Porque é feito pelo homem para o homem – não se pode batizar a si mesmo – não é uma obra vital diante de Deus. Ele se relaciona ao governo de Deus da Terra e nunca ao destino eterno da alma. Deus nunca entregou o destino de uma alma nas mãos do que um homem poderia fazer por outro. Obviamente, o Filho do Homem é uma exceção, que como Homem é o único Salvador dos homens.
Os filhos de Israel eram escravos no Egito sob Faraó, uma figura do homem como escravo no mundo sob Satanás. Deus os libertou dessa posição, os batizando a Moisés quando eles passaram com ele pelo Mar Vermelho. Os Judeus, quando Jesus veio, não estavam em condições de recebê-Lo como rei. João foi enviado adiante para chamar o povo a se arrepender e batizar aqueles que então estariam em uma nova posição diante de Deus em separação daqueles que não se arrependeriam. Depois que Jesus foi crucificado, a nação de Israel ficou diante de Deus como culpada de Seu homicídio. Pedro pregou a eles e os acusou de sua culpa. Aqueles que aceitaram a mensagem e foram convencidos de sua culpa perguntaram: O que devemos fazer? Pedro lhes disse: Arrependam-se e sejam batizados. Por meio do batismo, eles foram separados diante de Deus da nação culpada e seus pecados foram remidos (perdoados) (At 2:38).
Deus fez o Senhor Jesus, a Quem eles crucificaram, “Senhor e Cristo”. Isso imediatamente abriu uma nova posição em relação a Deus e a Jesus Cristo como Senhor. Era a única maneira de os Judeus se salvarem dessa “geração perversa” (At 2:40).
Os gentios
No caso de Cornélio e os que estavam em sua companhia em Atos 10, encontramos o batismo usado com o mesmo pensamento e com o mesmo objetivo, a saber, receber em terreno novo aqueles que estavam fora dele. Os gentios estavam diante de Deus sem esperança e sem qualquer relacionamento com Ele. Além disso, o gentio, como o Judeu, permanecia culpado diante de Deus pela morte de Seu Filho. Assim como o Judeu, ele também precisava ser separado dessa posição de culpado. Cornélio e seus amigos, pela fé em Deus, receberam o Espírito Santo e é porque Pedro viu isso que ele diz: “Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados... ?” (At 10:47). Claramente, o batismo estava conectado com privilégios na mente de Pedro, e ele reconheceu que, uma vez que Deus reconhecia aqueles crentes gentios, dando-lhes o Espírito Santo, eles também deveriam ser trazidos ao terreno correto diante de Deus pelo batismo.
À Sua morte
O batismo é “à (ou para a) Sua morte” (Rm 6:3 – JND). Não em sua morte, mas à sua morte. É a um Cristo que morreu que somos batizados, pois é somente por Sua morte que podemos ter o que é apresentado e desfrutado no Cristianismo. Portanto, o apóstolo continua em Romanos 6 e diz: “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo à (ou para a) morte” (v. 4 – JND). Assim, o batismo é o sepultamento à morte, e não uma figura de que eu fui sepultado, mas “sepultados... pelo batismo”. Colossenses diz o mesmo e, porque aqui o crente é visto como ressuscitado com Cristo, acrescenta: “no qual (batismo) vós também ressuscitastes com Ele por fé na operação de Deus o Qual O ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2:12 – JND). Fomos sepultados com Ele pelo batismo, e também somos vistos pela fé n’Ele como ressuscitados com Ele.
O Cristo a Quem somos batizados é um Cristo que morreu – morreu para o pecado, para o mundo, para a lei – e nosso batismo declara que morremos com Ele. Estamos mortos com Ele e sepultados com Ele, pois a morte é o objetivo ou a finalidade do nosso batismo. Como batizados, nos consideramos como mortos quanto à vida do velho homem, o homem que éramos na carne. Esse homem é colocado na morte, para que não andemos como vivos na carne, mas em “novidade de vida”. Agora estamos em uma posição em que não mais dependemos de nossos antigos e vazios recursos da carne, mas de um Cristo ressuscitado. Isso é novidade da vida.
Revestindo de Cristo
O batismo também é o se revestir de Cristo (Gl 3:27). Não é pela fé, mas pelo batismo que Cristo é vestido. O versículo anterior coloca a fé em sua conexão apropriada: “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3:26). Esses dois versículos não podem ser confundidos, pois eles não transmitem a mesma ideia. A fé tem a ver com o estado da alma diante de Deus, enquanto o batismo está conectado com um lugar exterior na Terra. Os gálatas estavam voltando à lei, o que os levava à escravidão. O Espírito Santo, portanto, exorta a eles que são filhos, não servos. Ele então segue para o batismo deles e diz, por assim dizer: “Você se vestiu de Cristo por seu batismo, e para que você quer se vestir de Moisés?” Eles foram identificados com Cristo pelo batismo – se vestiram d’Ele. Eles não podiam voltar atrás e ser identificados com uma dispensação da lei.
Perdão dos pecados
De acordo com Atos 22:16, o batismo também está relacionado ao perdão dos pecados. Não é perdão absoluto ou judicial, como por meio do sangue de Cristo, mas a fase exterior ou governamental do mesmo. Os que foram batizados foram exteriormente afastados da cena em que o juízo de Deus repousa e, portanto, são libertados governamentalmente dos pecados que pertencem a ele. Saulo de Tarso havia sido um amargo inimigo e oponente de Cristo, mas Deus havia operado arrependimento nele. Ananias foi enviado para que ele recebesse sua visão de volta e o Espírito Santo, mas não como Judeu. Ele deve ser tirado daquele terreno e levado para o terreno onde o perdão era conhecido. Ele deve se limpar da culpa que ele tinha como Judeu e perseguidor de Cristo. Ele precisa ser trazido para um novo terreno, e isso acontece pelo batismo.
Até ser batizado, ele ainda estava conectado com seu passado pecaminoso e, nesse sentido, ele ainda estava sujo e imperdoável. Portanto, o batismo é o que lava de maneira governamental. O Judaísmo e o mundo estão ambos sob julgamento, e Paulo, ao ser batizado, foi colocado em uma posição fora de ambos.
Salvação
Existe um pensamento semelhante em 1 Pedro 3:21, apenas que, em Pedro, trata-se do pensamento geral da salvação, em vez de perdão. Estes, no entanto, não podem ser separados. As águas do dilúvio nos dias de Noé foram uma figura do que salva. O batismo é uma “verdadeira figura”. Pelas águas do dilúvio, oito pessoas passaram do velho mundo para um novo mundo. Na arca, por meio das águas, eles foram salvos do mundo antigo que pereceu e foram levados a um mundo novo. É uma figura do juízo de Deus na cruz. A cruz deixa o homem na carne, a velha criação, debaixo do juízo, mas é a salvação do crente, que passou pelo julgamento em Cristo, a verdadeira Arca. O batismo nos conecta, quanto à nossa posição Cristã exterior, a Cristo, que por Sua morte nos fez passar pela morte e pelo juízo e nos levou a um novo mundo, uma nova criação, por Sua “ressurreição dentre os mortos”.
Circuncisão
Podemos acrescentar que o batismo é, de certa forma, semelhante à circuncisão. A circuncisão conectava, os que se submetiam a ela, ao nome de Jeová, o nome da aliança pela qual Deus Se relacionava com Israel. O batismo nos conecta com o nome do Senhor Jesus, ou mais definitivamente, com o nome do Pai, Filho e Espírito Santo – o nome trino pelo qual Ele Se fez conhecido por Jesus – o nome pelo qual Ele é conhecido no Cristianismo. Um Judeu circuncidado era colocado sob o governo de Jeová e gozava dos privilégios relacionados a essa posição. Assim também uma pessoa batizada está conectada com o nome do Senhor Jesus e desfruta dos privilégios relacionados ao Seu governo.
O governo de Deus
O batismo se refere à nossa posição na Terra sob o governo de Deus. Pedro, ao falar desse governo, diz àqueles a quem escreveu: “o batismo, agora vos salva... pela ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pe 3:21 – TB). Na mesma conexão, o batismo é a lavagem dos pecados na Terra, pois seja qual for a posição de alguém pela fé em Cristo e de acordo com o propósito de Deus em graça, ainda assim, quanto ao governo de Deus na Terra, ele não está lavado nem salvo até ser batizado. Quanto ao seu lugar na Terra, ele não está, de modo algum, em uma posição correta diante de Deus ou de Cristo. Existem dois reinos, ou esferas de governo, aqui na Terra – um conectado com Satanás e o outro conectado com o Senhor Jesus. O batismo nos separa exteriormente do reino em que Satanás governa e nos conecta com o governo de Cristo.
Adaptado de várias fontes
Batismo: Um Ato de Separação
O batismo é apresentado pela primeira vez a nós por João Batista e é apresentado em conexão com seu ministério, como se todos entendessem o que isso significava. Não era uma novidade que precisava ser explicada, mas uma prática tão comum que, quando adotada por João em seu ministério, era entendida por todos quanto à sua importância. O batismo estava simplesmente usando a água como um símbolo para declarar a dissociação da posição em que estava, a fim de entrar em outra ordem de coisas. João apela a Israel para se arrepender e, pelo batismo, declarar separação de tudo o que era contrário ao seu terreno apropriado. Consequentemente, quando aqueles que foram batizados por João ouviram falar de Cristo, eles justificaram Deus (Lucas 7:29-30).
Os dois lados
Existem, no entanto, dois lados no batismo: Nos separa de algo e nos identifica com outro. Nesse sentido, o batismo necessariamente apresenta a posição da qual aquele que o recebe deve ser libertado. Ele é primeiro libertado pelo batismo e depois as responsabilidades começam. Aqueles que foram batizados por João se separaram de seu fracasso atual, de modo que, quando ouviram Jesus, glorificaram a Deus, alcançando aquilo para o qual haviam se preparado.
Se um gentio, por exemplo, fosse batizado para se tornar Judeu, ele sabia que o rito determinava seu passado e seu futuro, e, portanto, tinha para ele um significado mais profundo do que se ele apenas se lavasse depois de chegar do mercado para comer. O rito era o mesmo em ambos os casos, mas o sujeito do rito dava ao rito um significado e peso diferentes em cada caso. O rito do batismo é a dissociação da posição atual, mas é o novo terreno em que entro que determina a extensão de minha responsabilidade por causa disso. Pelo batismo, eu me liberto para entrar nesse novo terreno, mas o caráter da nova posição precisa necessariamente definir a extensão na qual eu me distancio da minha posição anterior.
Uma nova coisa
Embora o batismo fosse um ritual bem conhecido, o batismo de João era algo novo entre o povo de Deus. Até então, eles haviam sido convocados a se reformar em sua posição atual; agora eles são chamados a renunciar ao seu fracasso. Assim também, depois que o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos e recebeu todo o poder no céu e na Terra, Ele autoriza os apóstolos a irem e fazerem discípulos de todas as nações (sendo a comissão a eles tão ilimitada quanto Seu domínio é universal), batizando-os ao nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em uma palavra, o homem foi chamado a se render Àquele que agora tinha plena reivindicação sobre ele. Cristo morreu por todos e, portanto, todos foram provados como estando mortos, e agora ressuscitado, Ele tinha total reivindicação sobre os mortos e era o Senhor de todos. Portanto, por Seus apóstolos, Ele chama a todos os homens a reconhecerem Sua reivindicação e serem batizados em nome de Deus, agora revelado em Trindade.
À Sua morte
Quando se entende que foi a morte de Cristo que Lhe deu essa reivindicação, deve-se observar que todo aquele que foi batizado a Cristo foi batizado à Sua morte. O terreno que o batismo de Cristo me impôs foi a morte, porque Sua morte provou que todos estavam mortos; portanto, quando eu reconheci isso no batismo, me coloquei a mim mesmo em Sua morte. Se eu assumir o Seu nome, devo me colocar em Sua morte e renunciar àquilo que interferiria na profissão que estou assumindo. Todo o meu “eu”, como filho de Adão, precisa ser renunciado e, para fazer isso, eu me coloco em Sua morte. Se eu tenho fé eu me levanto dela em novidade de vida, para andar em nome do Senhor, mas tenha eu fé ou não, esse é o fundamento sobre o qual eu me coloco. Estou apenas dizendo aqui no que o batismo de Cristo implica; Não digo que toda pessoa batizada o compreenda dessa maneira completa.
Quando chego a Romanos 6:3, obtenho o verdadeiro significado do batismo, visto do lado da ressurreição. Paulo explica isso de acordo com o evangelho que lhe foi confiado, dando seu verdadeiro significado à Igreja. Paulo diz: “Todos quantos foram batizados a Cristo Jesus, foram batizados à Sua morte” (Rm 6:3 – JND). Observe que não é dito “à Sua ressurreição”, mas simplesmente à Sua morte. Ao ser batizado em Cristo, eu me declaro não mais conectado àquilo que Sua morte colocou sob julgamento – meu velho homem. Como eu poderia ser batizado em Cristo e continuar conectado com aquilo que foi julgado na morte de Cristo? Como eu pude tomar o Seu nome e ainda admitir a existência daquilo pelo qual Ele morreu? Pelo batismo, sou declarado separado disso, mas isso não implica ressurreição. A fé do batizado conecta sua alma com Jesus ressuscitado e faz valer a profissão assumida no batismo, mas isso vai além do batismo, pois não é à Sua ressurreição que somos batizados, mas à Sua morte. Pode-se dizer que a passagem em Colossenses 2:12 conecta a ideia de ressurreição com o batismo, mas penso que se as palavras forem cuidadosamente ponderadas, se chegará a uma conclusão diferente. O Apóstolo havia dito que eles foram circuncidados na circuncisão de Cristo, e se circuncidados com Ele, eu também sou ressuscitado com Ele, pois o batismo expressou o fato de que eu fui sepultado com Ele. É n’Ele, e não no batismo, que eu tenho a ressurreição.
Eu confio que o Senhor conduzirá Seu povo a estudar o assunto, a fim de que possa colocá-lo no devido lugar e conhecer em sua alma todo o seu peso moral para o louvor de Sua graça, que “nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pe 1:3). Amém!
Girdle of Truth (adaptado)
Batismo – Onde Ele Coloca Você?
A primeira coisa necessária para um entendimento claro do batismo é perceber o local onde o batismo coloca a pessoa batizada. A comissão de batizar dada pelo Senhor Jesus em Mateus 28:19-20 é significativa quanto ao seu tempo e lugar. A comissão ocorre entre o momento em que o Senhor ressuscitou dentre os mortos e aquele em que Ele subiu ao céu. O batismo, da mesma maneira, tem seu significado para nós durante o tempo em que estamos na Terra. Não tem relação com nossos privilégios celestiais. O Senhor Jesus, tendo todo o poder aqui na Terra e no céu, deu a comissão para identificar pessoas Consigo mesmo, ensinando-as e batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Esse ato as introduziu em uma nova esfera de identificação aqui na Terra – uma posição, até então, inexistente. O ato do batismo identifica aqueles batizados, de maneira exterior, com o Senhor que morreu e ressuscitou dentre os mortos. O ato de batizar é realizado em nome das três Pessoas da Divindade, pois nosso conhecimento e relacionamento com a Trindade é característico do Cristianismo. Esta é a fórmula correta para o batismo.
Batismo no dia de Pentecostes
Em Atos 2:37‑41, temos a primeira ocasião em que os apóstolos ensinaram e praticaram o batismo após a formação da Igreja. Aqueles que ouviram a pregação de Pedro foram convencidos de sua culpa de crucificar o Senhor Jesus, e então Pedro os ensinou como se dissociarem da nação culpada sendo batizados “em nome de Jesus Cristo”. O julgamento de Deus estava pendente sobre eles e poderia cair a qualquer momento. O batismo era a maneira de ser salvo desse julgamento. Assim, Pedro testemunhou e os exortou, dizendo: “Salvai-vos desta geração perversa” (v. 40). Essa salvação se refere à salvação atual na Terra, a partir do julgamento governamental de Deus. Na pregação do evangelho, esses versículos são frequentemente aplicados à salvação da alma e não nos opomos a essa aplicação, mas essa não era a intenção das palavras de Pedro.
Juntamente com a salvação do julgamento governamental de Deus, Pedro prega: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (v. 38). Esta expressão também se refere ao perdão governamental do julgamento pendente sobre a nação culpada de Israel. A maneira de escapar desse julgamento era se identificar com o Senhor Jesus pelo batismo. Era muito importante para eles não estarem associados à nação culpada. O batismo foi uma mudança exterior de posição. Essa mudança exterior de posição não entra em conflito nem altera a necessidade da obra interior de fé em Cristo e em Seu sangue derramado. Pedro segue com a promessa: “e recebereis o dom do Espírito Santo”, que é uma prova da conclusão da salvação da alma. Essas duas verdades caminham juntas quando há uma verdadeira obra de Deus na alma. Somente Deus vê esse trabalho na alma, que é o único caminho de perdão diante d’Ele judicialmente. O ensino dessa verdade aparece mais tarde em Atos e nas epístolas (At 2:38; Hb 10:14).
A posição exterior é importante
A seguinte história verdadeira ilustra a importância de nossa posição exterior. Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto as forças do Eixo lideradas pela Alemanha ocupavam grande parte da Europa, os Judeus foram reunidos em guetos, juntamente com ciganos e outros cidadãos indesejados. Enquanto isso acontecia, uma mãe Judia percebeu que não seria capaz de salvar sua família da terrível destruição, desde que estivesse conectada ao seu povo. Em sua situação, ela escolheu o filho que menos se parecia com um Judeu e o levou à porta de um orfanato. Ela lhe disse que ele não deveria revelar sua identidade como Judeu e o deixou lá, cortando todo o contato com ele. O pobre jovem Henry entrou no orfanato e nunca mais viu sua família. Durante a guerra, ele manteve sua identidade em segredo. Custou-lhe muito sofrimento não ter documentação. Deus honrou a fé daquela mãe e o preservou até o fim da guerra. Depois ele imigrou para Israel e se tornou um Cristão devoto.
A história ilustra o significado da posição exterior. Henry teve que se dissociar de sua identidade como Judeu. Ao se associar ao orfanato, ele foi salvo da morte iminente. Para os primeiros Cristãos Judeus, essa mudança exterior de posição era necessária por causa da rejeição nacional do Messias. Cristo, justamente Aquele que eles crucificaram, foi apresentado a eles como meio de salvação. Sua salvação do julgamento iminente veio por meio do batismo. A posição exterior era muito importante. Nós que vivemos em países chamados “Cristãos” não vemos a aparente necessidade da mudança de posição exterior pelo batismo, como aqueles que vivem em Terras não-Cristãs. O batismo é um passo significativo em países não-Cristãos. Para os gentios, a aparente necessidade de batismo não era tão importante, mas o privilégio de ser identificado exteriormente com o Senhor Jesus é igualmente importante. E que não nos esqueçamos que existe um julgamento iminente pairando sobre o mundo, e que o batismo tem seu lugar nas Terras evangelizadas.
Fé, salvação e batismo
Na comissão do Senhor aos Seus discípulos no evangelho de Marcos, encontramos as seguintes palavras: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16:15-16). Muitos tiveram dificuldade com este último versículo e pensaram que significava dizer: “Aquele que crê e é salvo deve ser batizado”. Porém, quando entendemos que o batismo é uma mudança exterior de posição, não uma confirmação judicial da salvação da alma diante de Deus, podemos aceitar o versículo como está escrito. A salvação, como é apresentada neste versículo, segue a fé e o batismo. Quando vemos que a salvação nesses versículos se refere à posição atual e exterior, esse versículo é facilmente entendido. Se isso não for entendido, o versículo parece ensinar a regeneração batismal (novo nascimento por meio do batismo), que é algo totalmente estranho à Escritura. Devemos lembrar que a salvação eterna da alma, com o objetivo de habitar com Cristo na glória, não poderia ser anunciada até que o próprio Cristo tivesse ido para lá. Para aqueles de nós que vivem hoje, o conhecimento da salvação eterna de nossa alma e a esperança da eternidade com Cristo em glória podem nos levar a ignorar a visão da salvação, pois está relacionada ao batismo.
O nome de Cristo
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo” (Gl 3:26‑27). Esses dois versículos falam da salvação interior da alma (vida em Cristo) e da aparência exterior de Cristo (revestida de Cristo). Pela fé em Cristo Jesus, nascemos de novo e nos tornamos filhos de Deus, e por meio do batismo somos identificados neste mundo com Cristo – nos revestimos de Cristo. O pensamento de vestir Cristo é ser revestido de Sua identidade. Em algumas traduções, essa é a palavra usada. Para um exemplo de “estar vestido”, considere como estamos acostumados a reconhecer um policial pelo seu uniforme. Suas roupas o tornam conhecido. O batismo nos torna conhecidos como “Cristãos”; ele coloca o nome de Cristo sobre nós. É importante que um policial seja facilmente reconhecível, assim como o Cristão. Mas meras roupas não são a única coisa necessária para tornar uma pessoa um policial. Portanto, a fé em Cristo é necessária para pertencer à família de Deus. Tanto a fé interna quanto a mudança exterior de identidade pelo batismo têm seu lugar de importância em seus modos distintos.
O nome do Senhor foi colocado sobre os filhos de Israel de maneira semelhante em Números 6:27. “Assim, porão o Meu nome sobre os filhos de Israel, e Eu os abençoarei”. Houve uma grande bênção em colocar o nome de Jeová sobre eles. Da mesma forma, o batismo coloca o nome do Senhor sobre os que são sujeitos a Ele, o que é um grande privilégio que traz sua correspondente responsabilidade.
A Sua morte e sepultamento
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em [a ou para – JND] Jesus Cristo fomos batizados na [à ou para a – JND] sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na [à ou para a – JND] morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6:3-4). O batismo é uma figura de nossa identificação com a morte e o sepultamento de Cristo. A pessoa batizada é identificada com Ele nas águas da morte. Este é o ato do batizador, mas deve lembrar a pessoa batizada a andar em novidade de vida, reconhecendo-se morta e sepultada com Ele. Esse ensinamento, como todos os que lidam com o batismo, tem sua aplicação para nós, enquanto aqui na Terra, quanto à nossa posição exterior e é o único caminho de libertação do pecado em nossa caminhada prática. É a nossa maneira atual de libertação do pecado na carne – salvação do poder do pecado neste mundo.
Muito mais poderia ser escrito sobre quem deveria ser batizado, mas, propositadamente, não estamos tentando cobrir todo o assunto. Nosso desejo é abordar o assunto de maneira concisa para preencher uma falta de ministério resultante de irmãos que não desejam ser controversos. Acreditamos que a adoção dessa maneira não provocará polêmica. “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem... Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados... Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as Igrejas dos santos” (1 Co 14:29-33).
D. C. Buchanan
“Um Só Senhor, Uma Só Fé, Um Só Batismo”
A Igreja, como batizada em um corpo pelo Espírito Santo, realmente não tem comissão para batizar, como foi dado aos onze discípulos em Mateus 28. Embora ainda seja algo de boa ordem seguir a comissão, não é a parte predominante do nosso ministério. Em vez disso, o ministério da assembleia é buscar trazer os crentes à consciência de sua posição como membros de Cristo ascendido e glorificado. Paulo recebeu a responsabilidade de testemunhar a união de Cristo e Sua Igreja. Este também era Seu corpo e a casa de Deus – a habitação de Deus pelo Espírito. Paulo, assim como aqueles a quem Pedro pregou em Atos 2:38, foi batizado, mas não foi enviado para batizar. A comissão de Paulo não colocou de lado o batismo, tanto que ele batizou ocasionalmente, quando necessário. Ele não fez do batismo mais do que era necessário, mas reconhecia sua importância no lugar que Deus havia dado a isso. Ele não fazia parte de Sua comissão, e é nesse espírito que devemos ver o batismo agora.
Duas visões
Uma das principais dificuldades relacionadas ao batismo tem sido a questão do batismo na confissão de fé e no batismo Cristão de casas. Alguns sustentam que, como não há um mandamento direto na Escritura para batizar crianças pequenas em casas Cristãs, os crentes devem abster-se de fazê-lo e devem esperar até que seus filhos fiquem mais velhos e claramente confessem Cristo como seu Senhor e Salvador. Outros acham que, embora não exista um mandamento direto, a Escritura incentiva os pais Cristãos a exercitar a fé ao batizar seus filhos pequenos e, assim, colocá-los sob o senhorio de Cristo, o terreno de “um só Senhor, uma só fé”.
Não é nosso objetivo aqui abordar as várias Escrituras e considerações que apoiam essas duas posições. Não apenas o espaço não permitiria isso, mas também não desejamos introduzir controvérsia ou procurar persuadir alguém de uma visão específica. Antes, gostaríamos de salientar a verdade do que lemos em Efésios 4:5: Há “um só Senhor, uma só fé, um só batismo”. Percebemos que o versículo anterior fala sobre a verdade que Paulo recebeu, a saber, “um só corpo e um só Espírito”. Esta é a verdade da assembleia – a verdade devidamente confiada a Paulo para ser transmitida. Sem dúvida, foi essa verdade relacionada à assembleia a qual Paulo se referiu quando disse: “porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20:27). Porém, um segundo e mais amplo círculo de bênçãos é mencionado no versículo 5. Isso inclui todos os que confessam o nome de Cristo, que professam publicamente e reconhecem a Cristo como Senhor, mesmo que apenas como professos. É nessa posição que o batismo nos traz.
Um só batismo
Em vista disso, a expressão “um só Senhor, uma só fé, um só batismo” assume importância para nós. Podemos entrar nesta esfera de profissão em momentos diferentes, e mesmo de maneiras diferentes, mas permanece o fato de que há apenas um só Senhor, uma só fé e um só batismo. Existe apenas uma casa de Deus, mesmo que agora ela tenha se tornado uma “grande casa” com vasos tanto para honra como para desonra nela (2 Tm 2:20). “Todo aquele que profere o nome do Senhor” (2 Tm 2:19 – AIBB) é, por profissão, parte desta casa. É ali que o senhorio de Cristo é reconhecido, e é ali que a fé Cristã é honrada, mesmo que haja muita coisa contrária à Palavra de Deus e muitos que não são genuínos. Se fomos batizados em nome do Senhor Jesus Cristo e Seu nome foi colocado sobre nós, estamos nessa posição. Não existem duas posições assim.
Não vamos, então, fazer do batismo um assunto de controvérsia, nem forçar sua importância além do que a Escritura lhe dá. Vamos reconhecer os diferentes exercícios que existem quanto ao batismo Cristão de casas e quanto ao batismo mediante confissão de fé e prossigamos juntos. É um privilégio professar o nome de Cristo neste mundo e sofrer reprovação por causa d’Ele.
W. J. Prost
Batizando em Nome do Senhor
O batismo identifica aquele que foi batizado com uma nova pessoa ou posição. Por esse motivo, quase todas as referências da Escritura ao batismo usam a palavra “a” para mostrar com quem ou com o que elas são identificadas. Uma exceção a isso é Atos 10:46‑48. A confusão sobre esse versículo resultou em ensinamentos errôneos, que afirmam que os apóstolos batizaram em (ao ou para o) nome do Senhor, em vez de “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Não acreditamos que isso esteja de acordo com o ensino da Palavra. Os versículos dizem: “Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor”. Esta última expressão “em nome do Senhor” foi usada para substituir a comissão do Senhor em Mateus, porém ela, na verdade, confirma o uso da fórmula da Trindade. Ela enfatiza o mandamento do Senhor de batizar, em vez de indicar em nome de quem eles batizaram. Refere-se à comissão que o Senhor deu para batizar. A palavra “em” usada neste versículo é diferente de “a” ou “ao”, que é usada em quase todos os casos em relação ao batismo. Onde as Escrituras se referem à nova posição (ou pessoa), a palavra “a” é usada, mas quando Pedro falou, ele estava estendendo o mandamento de batizar como o Senhor o havia dado. Então ele diz: “Em nome do Senhor”.
D. C. Buchanan
Batizados Pelos Mortos
“Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?” (1 Co 15:29).
Deve-se observar com atenção que este versículo está relacionado ao versículo 19, pois os versículos 20-28 são um parêntese. “Se esperamos em Cristo só nesta vida”, diz o apóstolo, “somos os mais miseráveis de todos os homens”, isto é, se não houver ressurreição dos mortos. Então ele continua dizendo: “Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam?” Seria tolice tomar a posição de perigo e responsabilidade e exposição à morte por causa da perseguição (veja vs. 30‑32), se não houvesse perspectiva de ressurreição. É isso que dá a chave para a expressão difícil “batizam pelos mortos”. Por causa dos perigos resultantes da confissão de Cristo naqueles primeiros dias, o martírio era algo frequente. As fileiras de Cristãos eram assim continuamente diminuídas, mas pela graça de Deus outros convertidos eram constantemente adicionados, e nesses versículos eles são vistos como preenchendo os lugares vazios daqueles que partiram para estar com Cristo e, assim, quando foram batizados a Cristo, como sendo batizado pelo ou “sobre” os mortos (veja nota na tradução JND[1]).
[1] N. do T.: A nota na versão de J. N. Darby em 1 Coríntios 15:29 diz: “Ou ‘no lugar de’, ‘em vista de’. Literalmente ‘sobre’”.
E. Dennett
Incompreensões Comuns Sobre o Batismo
A Escritura é clara sobre o assunto do batismo, e gostaríamos de abordar alguns conceitos errôneos comuns sobre o batismo, apontando o que a Escritura tem a nos dizer. Busquemos a mente de Deus como revelada em Sua Palavra.
O batismo é a obediência a um mandamento?
O batismo não é a obediência do Cristão a um mandamento, pois não existe tal mandamento na Palavra de Deus. Em todos os casos, o mandamento é dirigido ao batizador, e não para aquele que está sendo batizado. Se referir ao batismo como um mandamento traz a ideia de ordenanças ao Cristianismo como um meio de bênção, o que é totalmente contrário ao espírito do Cristianismo. Certamente, aquele que deve ser batizado, necessariamente, se submeter a ele, já que isso nunca foi imposto a ninguém, mas a responsabilidade é sempre colocada no batizador, não no que está sendo batizado. O batismo é visto como um privilégio para a pessoa batizada, e há uma responsabilidade correspondente a esse privilégio. Veja Atos 8:36. Isso é muito diferente da obediência a um mandamento.
O batismo é um sinal ou confissão pública de que já estamos mortos com Cristo?
A ideia de que o batismo é uma confissão ou testemunho de um estado em que o batizado já se encontra nunca é encontrado na Escritura (É claro que esse estado pode já estar presente o tempo todo, por meio de fé genuína). Em vez disso, ele feito em vista da salvação – a salvação, neste mundo, do poder do pecado. Nosso Senhor disse em Marcos 16:16: “Quem crer e for batizado será salvo”, enquanto lemos em Atos 2:38, “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”. O batismo tem em vista a bênção, não por já estar presente, embora possa estar presente. Muitas outras Escrituras atestam a mesma verdade.
O batismo está relacionado à assembleia e ao corpo de Cristo?
Não, o batismo não está diretamente conectado nem à assembleia nem ao corpo de Cristo. O batismo está limitado à esfera da profissão na Terra, enquanto a Igreja ou assembleia é um corpo celestial. O batismo é uma ordenança do reino, restrita a esta Terra, e a verdade a respeito dele não faz parte da verdade da Igreja.
A Escritura nunca contempla um crente que prossiga como membro do corpo de Cristo, participando do memorial do Senhor e desfrutando dos privilégios da assembleia sem ser batizado. Até que ele seja batizado, ele não pode ser visto como parte da profissão Cristã aqui na Terra. Contudo, misturar a verdade do reino com a verdade da assembleia é confundir coisas que diferem.
O batismo é uma responsabilidade coletiva?
Não, a Escritura apresenta o batismo como uma responsabilidade individual, não coletiva. Em todos os casos da Palavra de Deus, o batizador apresentava aos não batizados o privilégio e a responsabilidade de ser batizado, e o indivíduo se submetia ao batismo. Em nenhum momento foi feito como uma responsabilidade coletiva.
O batismo é feito corretamente em um local público, onde outras pessoas possam ver?
A Escritura nunca diz nada sobre ser um ato público ou se outros devem testemunhar. Isso pode ser feito dessa maneira e outros crentes presentes podem se alegrar, enquanto os incrédulos podem ser convencidos por ele, mas não precisa ser um evento público. O significado do batismo repousa sobre o nome colocado sobre nós, não se outros o testemunharam.
Deveria haver um “período de espera” antes de um novo crente ser batizado, para ter certeza de que sua fé é real?
Quando as pessoas confessavam a Cristo nos primeiros dias da Igreja, em todos os casos elas eram informadas sobre os privilégios e responsabilidades do batismo e eram batizadas imediatamente. Certamente, seria possível que alguém cuja fé não fosse real acabasse sendo batizado, e isso aconteceu com Simão, o mágico (Atos 8:13-23), que depois se provou ser falso e não realmente salvo. No entanto, quando alguém confessa Jesus Cristo como Senhor, deve ser admitido pelo batismo imediatamente no terreno onde o senhorio de Cristo é reconhecido e onde todos os privilégios do Cristianismo são desfrutados.
O batismo Cristão de casas é o mesmo que o batismo infantil?
Não, eles são bem diferentes. O batismo infantil está relacionado com o erro grave que ensina que o batismo confere nova vida e remonta ao século II d.C. Isso confunde perdão administrativo com perdão judicial. Assim, crianças pequenas são batizadas em alguns grupos Cristãos com o pensamento de que isso realmente as salva judicialmente aos olhos de Deus e que por esse rito elas se tornam parte do corpo de Cristo, a Igreja. Novamente, este é um erro sério que não tem base nas Escrituras.
O batismo de casas Cristãs é frequentemente realizado por pais Cristãos que, querendo criar seus filhos na admoestação do Senhor, colocam seus filhos sob o senhorio de Cristo pelo batismo.
O batismo confere nova vida em Cristo?
Não, o batismo nunca está conectado com a salvação da alma. A expressão “nascido da água e do Espírito” (João 3:5) refere-se à ação do Espírito de Deus, usando a Palavra de Deus (a água), para transmitir nova vida a uma alma perdida. Isso é inteiramente uma obra de Deus, e nenhuma ação do homem tem parte nela. O batismo está conectado com a salvação do poder do pecado, não da pena do pecado.
Alguém que não foi batizado por imersão (por exemplo, por aspersão) deve ser batizado novamente?
A importância do batismo repousa no nome que é colocado sobre o indivíduo, não no modo pelo qual é realizado. Embora a Escritura deixe claro que a imersão é o que se pretende, como dando a expressão do verdadeiro significado do ato, mesmo assim um modo defeituoso de batismo não o invalida. A pessoa em questão foi trazida para a casa de Deus e iniciada na esfera do discipulado. Seu batismo não se torna mais válido repetindo o ato da maneira correta.
Essas questões foram levantadas em vários momentos da história da Igreja e, ainda hoje, são frequentemente mal compreendidas. As respostas dadas são breves, mas confiamos que estão de acordo com a Palavra de Deus.
W. J. Prost
Morte e Juízo
Morte e juízo estão atrás de nós;
Graça e glória estão diante;
Todas as vagas passaram sobre Jesus;
Ali esgotaram seu máximo poder.
“Primícias” da ressurreição,
Ele ressuscitou do túmulo;
Agora estamos em nova criação,
Livres, porque além da nossa condenação.
Jesus morreu, e nós morremos com Ele;
“Sepultados” em Seu túmulo jazemos;
Um com Ele em ressurreição,
Agora “n’Ele” no resplandecente dia do céu.
Hinário Little Flock – Hino 235 - Sra. J. A. Trench
(escrito em 1659 à época de seu batismo)
“Fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”
Mateus 28:19
Комментарии