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Betel (Janeiro de 2018)

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Revista mensal publicada originalmente em janeiro/2018 pela pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

W. J. Prost

G. V. Wigram (adaptado)

W. J. Lowe

W. Kelly (adaptado)

J. G. Bellett (adaptado)

W. J. Prost

W. W. Fereday (adaptado)

W. J. Prost

J. G. Deck (adaptado de um longo poema)

 

Betel


Em graça, Abrão foi chamado por Deus e com fé ele foi, encontrou-se com Deus em Betel e construiu ali um altar. Depois, quando sua fé estava fraca, ele andou para cá e para lá, mas no final retornou a Betel – a casa de Deus. O lugar onde Deus Se deu a conhecer a Abrão, a Jacó e a sua descendência. Quando ele e Jacó se afastaram, Deus permaneceu, foi fiel ao Seu chamado, cuidando deles em suas andanças, os ensinando lições sobre eles mesmos. Mas Ele nunca mudou o chamado e o seu caráter sublime. Eles, humilhados, foram chamados de volta a Deus, onde Ele Se revelou a eles. Mais tarde, naquele lugar de bênção, Satanás procuraria substituir Deus por ídolos. Por sua vez, embora paciente, o Deus de graça é também o Deus de julgamento e, com o passar do tempo, o que Satanás introduziu em Betel Deus julgou e removeu plenamente. Também nós, por graça, fomos chamados pelo Deus de Betel. Somos chamados a ser Seus filhos, parte de Sua família e a esposa de Seu Filho. Ele revela a Si mesmo, a Seu filho e o Seu chamado para nós. Se andarmos indignos de nosso chamado, Ele permanecerá fiel a nós em nossas andanças, e Ele nos amará, nos humilhará e nos chamará de volta. Se permitirmos que os ídolos do mundo e seus caminhos entrem em nossa vida em Betel, Ele os julgará e trabalhará em nossa vida para nos fazer julgá-los e removê-los de nossa vida.


Tema da edição

 

História de Betel


Betel é mencionada pela primeira vez na Bíblia em conexão com Abrão, logo depois que ele chegou à terra de Canaã. Está registrado que ele “moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente” (Gn 12:8). Não sabemos com certeza se a cidade já existia tendo o nome de Betel naquela época, mas as Escrituras especificamente datam o nome Betel nos tempos de Jacó. Está registrado que “o nome, porém, daquela cidade, dantes, era Luz” (Gn 28:19), então esta pode ser uma ocasião quando o Espírito de Deus usa o nome posterior em referência a este lugar no tempo de Abraão, mesmo embora o nome não fosse dado até o tempo de Jacó, cerca de 150 anos depois.


É difícil identificar os locais exatos, tanto de Betel quanto de Ai, hoje em dia e existem controvérsias em relação às suas localizações. Mas sabemos que Betel estava apenas a uma curta distância ao norte de Jerusalém, talvez perto do local da atual cidade de El-Bireh. Como já mencionamos, o nome foi dado por Jacó quando ele fugiu de Esaú, quando percebeu que Deus sabia tudo sobre ele e se propôs a abençoá-lo, apesar de seus caminhos pecaminosos. Embora Deus tivesse feito promessas maravilhosas para ele ali, Jacó não estava em condições de receber tudo aquilo, e seu comentário na época foi: “Quão terrível é este lugar!” (Gn 28:17). Mais tarde, porém, depois de mais de vinte anos, ele foi instruído a voltar a Betel e a morar ali. Foi nessa época que sua restauração ao Senhor realmente começou, embora a restauração completa não foi concluída até alguns anos depois disso.


A história após a conquista

Após a conquista de Canaã por Israel, a cidade foi conquistada pela casa de José e estava no território da tribo de Efraim. O tabernáculo foi assentado evidentemente perto de Betel, em Siló, e era o lugar para onde o povo de Deus subia para adorar. Siló estava ligeiramente ao norte de Betel. Foi também um dos lugares onde Samuel atuava, quando ele ia de um lugar para outro em sua função como juiz.


Muitos anos mais tarde, sob o reinado de Jeroboão, tornou-se um lugar no reino do norte, onde um dos bezerros de ouro foi estabelecido e a idolatria praticada. Nos dias do rei Acabe, está registrado que Hiel, evidentemente um homem de Betel, ousou desrespeitar a palavra do Senhor e reconstruiu a perversa cidade de Jericó. Foi também o lugar onde Eliseu amaldiçoou aqueles rapazes pequenos que zombavam dele e onde as ursas apareceram e mataram quarenta e dois desses jovens. Este, então, se tornou o caráter do lugar cujo nome significa “a casa de Deus”. Mas Deus teria a última palavra, pois Ele enviou um profeta de Judá para clamar contra o altar pagão de Jeroboão naquele lugar e dizer que um homem com o nome de Josias um dia queimaria os ossos daqueles sacerdotes idólatras sobre aquele altar. Isso foi cumprido mais de 300 anos depois, Josias não apenas desenterrou e queimou os ossos daqueles sacerdotes, mas também derrubou o altar e destruiu todos os vestígios da idolatria que havia durado tanto tempo.


Muito mais tarde, nos tempos de Esdras e Neemias, Betel é mencionada como a morada de alguns que haviam retornado do cativeiro. Há uma série de referências a Betel nos profetas, principalmente se referindo a tempos que já mencionamos e às vezes dando uma advertência sobre o pecado de Jeroboão, que Deus nunca esqueceu.


Lições morais

Aqui a história termina, no que diz respeito à Palavra de Deus. Nós não ouvimos falar de Betel no Novo Testamento, e como mencionamos, hoje é difícil saber o local exato onde ela estava no passado. A Palavra de Deus não está tão preocupada com a história, mas sim com as lições morais. O local pode não ser capaz de ser identificado com precisão hoje, mas as lições de sua história permanecem, pois “tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito” (Rm 15:4).


W. J. Prost

 

O Chamado de Jacó para Betel


As quatro principais biografias de Gênesis ilustram quatro grandes princípios do tratamento de Deus com o Seu povo em graça.


Em Abraão é apresentado o princípio da eleição e da graça de Deus; em Isaque, a filiação e herança; em Jacó, a disciplina e em José, temos o sofrimento e a glória. Outras verdades têm seu lugar em cada uma delas, mas esses são os principais pensamentos. É interessante olhar para Betel em conexão tanto com Abraão, o homem de fé, quanto com Jacó, o homem da experiência. Betel e o Deus de Betel são os mesmos, mas há um aspecto peculiar a cada um. Betel era o ponto de encontro de Abrão com Deus, assim como o de Jacó, e também o lugar de seu altar (Gn 12:7-8), mas Abrão O conheceu antes como o “Deus da glória” em Ur dos Caldeus. Este foi o fundamento do chamado que o homem de fé havia obedecido. A trouxe Abrão como um estrangeiro e um peregrino a Betel; já com Jacó, as circunstancias o levaram até aquele lugar. Consequentemente, depois da decaída de Abrão, como homem de fé, houve uma restauração muito mais rápida a Betel do que foi a de Jacó (Gn 13:3-4). Mas é sobre Jacó que queremos falar.


O Deus de Betel

Em Gênesis 28:10-22 vemos as circunstâncias nas quais Jacó se familiarizou com Betel pela primeira vez. Sua sutileza em procurar obter a bênção que era sua, de acordo com a promessa de Deus, agora o havia tornado um exilado da casa de seu pai. Mas Jacó, com todas as suas objeções e debilidade de caráter, estava ligado a Deus, enquanto Esaú, com todas as características de generosa franqueza, não era senão um homem natural, buscando nada além do que as coisas deste mundo.


Quando Jacó era um peregrino sem lar, e tinha seu cajado como seu companheiro, e uma pedra como seu travesseiro, foi que o Deus de Betel apareceu e entrou em um relacionamento e conexão imutáveis com ele.


Jacó nunca teve uma revelação mais completa de Deus como a do Deus da promessa e da graça que Betel apresentou, e isso também quando todas as circunstâncias externas eram mais contrárias ainda. A graça penetra em seu coração e então faz um voto dizendo: “Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o SENHOR será o meu Deus; esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus” (Gn 28:20-22). Mas esta não é a forte apreensão de fé, mas a débil hesitação de uma alma que deve, por muitas tristezas, aprender sobre sua própria fraqueza, antes de tomar Deus somente para ser a sua força. Mas Deus é o Deus de Betel, e sob o poder desta revelação de Si mesmo para Jacó, chamou a ele para caminhar e agir nas cenas que estariam diante dele.


A história dele que se seguiu, antes de ouvirmos novamente sobre Betel, é marcada por um serviço duro e não recompensado, e parece que a atitude de Jacó sob este rigoroso serviço foi pouco adequada ao caráter de alguém que conheceu as revelações do Deus de Betel. Mas em meio a essa cena de provação, Deus relembra Jacó a respeito de Betel, pois Deus não havia se esquecido da promessa de Sua graça. Agora Ele diz: “Eu Sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde Me tens feito o voto; levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela” (Gn 31:13).


O retorno a Betel

Este novo chamado de Deus rompe o elo da escravidão de Jacó em Padã-Arã, mas em sua jornada de volta sob a mão de Deus, há muitos exercícios de coração entre ele e Betel. Existe a perseguição de Labão por sete dias, mas também o pilar de Deus entre Jacó e Labão, como havia depois entre os israelitas tementes e os exércitos do faraó que os perseguiam. Mas outro julgamento o espera, trazendo à lembrança pecados anteriores, e levando a exercícios mais profundos diante do Deus de Betel. “Livra-me”, diz o homem trêmulo, “da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque o temo, para que porventura não venha e me fira e a mãe com os filhos. E Tu o disseste: Certamente te farei bem (esta era a lembrança de Betel) e farei a tua semente como a areia do mar, que, pela multidão, não se pode contar” (Gn 32:11-12).


Lutando contra Deus

Agora vem o último esforço de sua sabedoria em seus arranjos para enfrentar a hora difícil; ele é deixado sozinho com Deus! Mas não é na calma adoração no altar de Betel, mas sim em uma noite de luta contra Aquele que, porque queria abençoar, precisa resistir aos caminhos e aleijar a energia que não foi subjugada pela presença da graça nem sujeita a Deus pelo poder da fé! “Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um Varão, até que a alva subia. E, vendo que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa; e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, lutando com Ele” (Gn 32:24-25). Ele “lutou com o anjo e prevaleceu”, mas foi com a aflição do lutador – temendo que a bênção escapasse – que “chorou e Lhe suplicou” (Os 12:4). Ele encontrou Deus e obteve a bênção, mas isso não é adoração junto ao pilar ungido com o Deus de Betel. É Deus em Peniel, e quando ele encontra seu irmão Esaú, ele descobre como Deus havia rendido o coração de seu irmão, sem os presentes que foram designados pelo pobre Jacó para subornar seu amor!


Siquém

Ele chega a Siquém e ergue um altar ali, o chamando de El-Elohe-Israel. Ele é agora um adorador de “Deus, o Deus de Israel”, mas Deus em Siquém não é Deus em Betel, como Jacó precisa aprender. Por que ele demora aqui e compra um pedaço de terra, quando Deus tinha chamado ele de volta para Betel e mostrou-lhe seu título de toda a terra como sua herança? Ai! Essa nova tentativa de parar antes de chegar ao lugar para o qual Deus o havia chamado faz com que se aprofundasse ainda mais a sua experiência. Se seu pai tinha comprado uma possessão aqui, por que sua filha Diná não poderia “sair para ver as filhas da terra”? Sua corrupção se segue, seguida pela traição e vingança de Simeão e Levi, que destroem o “ponto verde no deserto” do pobre peregrino. Mas Deus aparece, e disse a Jacó: “Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugiste diante da face de Esaú, teu irmão. Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia e que foi comigo no caminho que tenho andado. Então, deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém” (Gn 35:1-4).


De volta a Betel

Em toda a experiência de Jacó com Labão não houve nova revelação de Deus, mas após esta provação, quando ele contemplou a jornada a Betel segundo o chamado de Deus, então de repente Jacó percebeu que as coisas da idolatria que se ajuntaram ao redor dele em Padã-Arã não devem estar associados a um retorno a Betel. Os falsos deuses, os brincos e as vestes sujas podem permanecer sem repreensão na Síria, sob o árduo serviço de Labão, mas quando o Deus de Betel nos lembra do brilho de Sua graça, então os falsos deuses não podem mais ser mantidos. Neste ponto, Jacó está de volta em abençoada comunhão com Betel e com o Deus de Betel, e como livremente a fonte da graça, amor e fidelidade derrama suas correntes para refrescar seu coração exausto! É o Deus de Betel ainda, apesar de todos os esquecimentos e andanças de Jacó. “E apareceu Deus outra vez a Jacó, vindo de Padã-Arã, e abençoou-o... E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação e deitou sobre ela azeite. E chamou Jacó o nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel” (Gn 35:9, 14-15).


Tal é o efeito da verdade de Deus. Pode ser conhecida e crida como uma revelação, mas quão diferente quando a mesma verdade é mantida em comunhão viva com Deus e em conformidade moral com Ele!


G. V. Wigram (adaptado)

 

O Retorno de Jacó a Betel


Os caminhos de Deus para com o homem, embora possam variar em suas formas nas dispensações subsequentes, permanecem os mesmos em princípio. Como claramente apresentado na história do Velho Testamento, eles se apegam ao nosso coração e demandam nossa atenção, enquanto que as doutrinas que os dão forma são frequentemente pouco apreendidas e, infelizmente, são prontamente colocadas de lado como tendo pouca aplicação à nossa vida diária e em nosso caminhar. Além disso, existe o perigo de a mente estar ocupada com exercícios doutrinários e não com o coração e a consciência. Precisamos preservar o caráter de uma “criança” que a princípio aprende não por meio da doutrina, mas pela observação das pessoas e fatos para os quais sua atenção é atraída. Daí a importância do Velho Testamento, pelo qual descobrimos como a verdade é coordenada e de que maneira ele deve afetar o coração.


Um lugar terrível

Jacó nos oferece um exemplo de como o coração funciona. Ele não era um homem “profano”, como Esaú. À sua maneira ele queria andar de maneira correta e cobiçava fervorosamente a bênção prometida, mas em vez de esperar o tempo de Deus, ele tentou obtê-la para si mesmo, com o resultado de que ele teve que deixar sua casa e fugir para Padã-Arã. Em sua jornada Deus deu a ele um sonho maravilhoso, falando com ele do topo da escada sobre a qual os anjos de Deus estavam subindo e descendo, fornecendo evidência inequívoca de que Deus continuamente ministraria às suas necessidades. De manhã, ao despertar, ele chamou o lugar de “Betel” – a casa de Deus. Ele tomou consciência da presença de Deus, mas isto era mais do que ele podia suportar, e prontamente ele deixou aquele que para ele era um lugar “terrível”, porque era o “portão do céu”, e continuou, assim, sua jornada sozinho (Gn 28). Na sua história, que se segue, é notável como ele evita Betel. Mesmo desejoso de obter as bênçãos prometidas a ele como sendo o herdeiro, ele estava despreparado para se encontrar com Deus e tinha que lidar com Ele de uma forma mais pessoal. Mas a graça de Deus o perseguia. Vinte anos depois que ele teve esta visão, quando ainda estava em Padã-Arã, Deus apareceu para ele, dizendo, “Eu Sou o Deus de Betel... levanta-te agora, sai-te desta terra” (Gn 31:13).


De volta a Betel

Ele partiu em sua jornada para a cena da graciosa intervenção de Deus em seu favor, que ele se lembrava bem, onde jurou condicionalmente que o Senhor deveria ser seu Deus, e que ele daria a Ele o dízimo de sua possessão. No caminho para o sul, ele ficou sabendo que Deus estava cuidando dele – especialmente em Peniel, onde ele teve a maior prova de que Deus estava com ele e era por ele. Ele só tinha que continuar sua jornada na mesma direção para chegar a Betel, mas, em vez de fazer isso, ele deliberadamente se desviou e foi para Siquém (Gênesis 33). Ele ainda estava com medo de Deus. Se recusando a aguardar o tempo de Deus e a aceitar Seu modo de realizar Seus propósitos, ele procurou tomar posse da bênção antes do tempo, e assim perdeu a parte mais doce dela, ou seja, sua recepção direta da mão de Deus como a porção concedida por Ele em Sua rica e livre graça. Ele não conheceu a sujeição tranquila a Deus e também não esperou n’Ele em confiança. Portanto, Betel ainda era para ele aquele lugar “terrível”.


O problema o encontrou em Siquém. Mais uma vez Deus lhe apareceu, dizendo: “Levanta-te, sobe a Betel e habita ali” (Gn 35:1). Mas observe agora o que aconteceu. Jacó sentiu que a vida interior e a condição de sua casa eram inadequadas para a “casa de Deus”, e ele disse: “Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes. E levantemo-nos e subamos a Betel” (v. 2-3). Não é de admirar que ele tenha evitado tão cuidadosamente a “casa de Deus”. Mas ele não podia impedir que Deus tivesse o Seu caminho com ele em graça, de modo a trazer sua consciência à luz.


Nenhum Deus estranho

Quem teria pensado que “deuses estranhos” seriam encontrados na casa de Jacó? Mas foram encontrados, e nós também temos que aprender que nosso coração não é confiável. A menos que estejamos andando com Deus, nosso coração e consciência sendo trazidos para a luz e julgados ali, podemos nos encontrar continuando com todos os tipos de coisas más, enquanto ao mesmo tempo pode haver uma grande dose de serenidade exterior, demonstração de piedade e busca de bênção.


Não devemos confiar em nós mesmos. Nossa única segurança é ter tudo provado pela luz da Palavra de Deus, e andar em proximidade com o Senhor, em humildade e dependência d’Ele, para que possamos aprender Sua mente e saber mais da comunhão com Ele mesmo. Assim, sendo mantido por Ele, podemos escapar tanto dos perigos quanto das influências sedutoras do cenário ao nosso redor. Que o Senhor nos permita levar para nosso coração as lições que vimos exemplificadas em Jacó.


W. J. Lowe

 

Saul e Betel


Quando os filhos de Israel desejaram um rei, a Escritura deixa claro que isso não vinha de Deus, porque o próprio Deus disse a Samuel, a respeito de Israel: “Não te tem rejeitado a ti; antes, a Mim Me tem rejeitado, para Eu não reinar sobre eles” (1 Sm 8:7). Entretanto, Deus foi gracioso, e Se agradou em dar a eles sinais para ajudar a Saul, mesmo que ele não fosse um homem de fé. Se tivesse havido um ouvido para ouvir, se tivesse havido uma medida de percepção espiritual, haveria sinais especiais colocados em seu caminho. Em primeiro lugar, dois homens anunciaram que as jumentas que Saul e seus servos estavam buscando tinham sido recuperadas, e isso próximo ao sepulcro de Raquel (1 Sm 10:2). Este deveria ter sido um ponto de interesse especial para Saul, pois era o lugar onde a fundação de sua família havia sido colocada. Mas Saul não tinha olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, segundo Deus.


O testemunho de Deus

Novamente três homens (1 Sm 10:3-4) foram ao encontro dele na planície de Tabor – homens que estavam a caminho para Deus em Betel. Eles estavam indo para o lugar, não apenas do sepulcro de Raquel, mas de encontro com o Deus de Betel. Um homem estava carregando três filhos e assim por diante; estes o saudaram e lhe deram pães. Não deveria Saul ter percebido uma prova de que Deus estava trabalhando em Israel e que Deus não havia esquecido a famosa cena em que Ele havia prometido a realização de Seu propósito para seu pai Jacó? Um remanescente estava ali, um amplo testemunho, não apenas de dois, mas de três homens. Havia um testemunho mais do que adequado para a realidade de que a fé em Israel ainda existia.


Junto com isso, sem dúvida, o estado de Israel, aterrorizado pelos senhores filisteus, era verdadeiramente deplorável, mas o que era isso se a fé estivesse ali? As circunstâncias nunca devem assustar o crente! A questão então era se Deus era o Deus de Israel e se o Seu povo tinha fé n’Ele. Contudo, aqui encontramos três homens subindo a Deus em Betel, bem conscientes da triste condição – a condição prática – de Israel neste momento. E ainda temos mais: “Então, virás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um rancho de profetas que descem do alto e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e profetizarão” (1 Sm 10:5). Que encorajamento para quem pode ouvir de acordo com Deus! O pior dos tempos para a fé só nos chama mais perto para entoarmos cânticos a Ele. Não faltou o testemunho de gozo e louvor nesses profetas, embora Deus ainda esperasse que Seu povo honestamente reconhecessem as circunstâncias. Não há nada de bom em nos cegarmos à nossa condição atual, seja da Igreja agora ou de Israel naquela época. É sempre correto, sábio e humilde admitir a verdade.


Experiência Cristã

Assim é com nossa alma e em todas as nossas experiências Cristãs. Existem muitos crentes que não querem pensar em tudo o que ele foi antes de ser salvo. Muitas pessoas, quando convertidas a Deus, num primeiro momento tentam olhar apenas para o que é brilhante, alegre e encorajador. Seus olhos rapidamente descobrem todas as passagens reconfortantes da Palavra de Deus. E passa por cima de Quem prova e sonda o coração. É tudo perfeitamente inteligível, mas será que é algo realmente sábio? Este não é o modo em que o Espírito de Deus trabalha para moldar o santo. Não que não haja conforto abundante em toda a Palavra de Deus, do princípio ao fim, mas estejam certos, meus irmãos, que a melhor sabedoria é aquela quando a graça nos fortalece para ver a verdade, e toda a verdade, seja sobre Deus ou sobre o homem, sobre a Igreja ou a nossa própria alma. Por isso é que muitas pessoas descartam a visão completa do que ele é quando levado a Deus, mas depois tem que repetir a lição outro dia sob circunstâncias mais dolorosas. É muito melhor enfrentar exatamente o ponto de partida daquilo que somos, assim como o que Deus é em Sua natureza e conselhos. Caso contrário, quando estivermos seguindo o Senhor depois de alguns anos, talvez precisemos ser quebrantados por alguma infidelidade grave, e isso principalmente devido à insensatez de se recusar a ver a realidade completa do que éramos desde o início.


O caráter de Deus

É evidente que o caráter de Deus, como representado por nós, é muito mais afetado por termos de passar por um processo talvez doloroso e humilhante alguns anos depois de começar nosso curso, do que por sabermos o que somos quando o fluxo total da graça divina confirma nossa alma quando aprendemos do Senhor Jesus. Somente assim podemos nos permitir avaliar corretamente tudo o que somos naturalmente.


Isso também foi expressamente um sinal para Saul. O primeiro sinal era pessoal, conectado como estava ao sepulcro de Raquel – um lugar de morte para a mãe, mas onde Benjamim nasceu, o chefe da própria tribo de Saul e figura do Messias em Suas poderosas vitórias para Seu povo na Terra. Benjamin não era José, aquele filho de Jacó que foi separado de seus irmãos e exaltado em outra esfera; antes, Benjamim era o filho da mão direita de seu pai, que representa o Senhor Jesus quando Ele Se levanta para derrubar todos os adversários em Seu reino. Essa foi a bênção especial que foi dada quando o Espírito de Deus, por Jacó, pronunciou a bênção de Benjamim. O segundo sinal deveria ter mostrado a realidade para a fé de um testemunho mais que suficiente de que, assim como três homens subindo a Betel, Deus não poderia falhar, qualquer que fosse o estado de Israel.


O Espírito de Deus

Mas então seguiu o sinal daquele estado atual de Israel. As promessas ligadas à Betel estavam longe de serem cumpridas. Se Saul ouviu falar do “outeiro de Deus”, ele também ouviu sobre “a guarnição dos filisteus”. Certamente então, quando Israel desejou um rei, a condição real de Israel era tão baixa quanto poderia ser. Se tivesse havido fé para confiar nesses sinais, recebendo-os de Deus, certamente haveria uma oportunidade abençoada para o trabalho e o triunfo de Deus, que nunca deixa de responder à fé viva, mas era exatamente isso que Saul não tinha. Não houve falta de amostras de justiça na carne. Saul parecia a princípio ser o mais amável de todos. Em tudo isso havia a promessa natural mais brilhante para o rei do homem, mas havia mais do que isso. Havia outro privilégio e maior também, pode-se notar: Deus até se aprove em revesti-lo com o poder do Espírito de Deus, embora apenas externamente. “E o Espírito do SENHOR se apoderará de ti, e profetizarás com eles e te mudarás em outro homem” (1 Sm 10:6). Isso não nos mostra que Deus estava dando toda ajuda possível e todas as vantagens concebíveis para o rei do homem entrando nessa nova fase do Seu povo? Esta é a lição inquestionável desses dois capítulos, mas no final descobrimos que Saul foi um fracasso sombrio. Apesar de todas as vantagens possíveis, o homem natural não pode andar por fé. O trono deve esperar por Davi, o homem segundo o próprio coração de Deus, que é uma figura de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de Quem todas as promessas de Deus serão cumpridas.


W. Kelly (adaptado)

 

O Altar em Betel


O comentário inspirado sobre a idolatria que encontramos em Romanos nos mostra que ela teve sua origem na corrupção da mente humana e na altivez do intelecto. De maneira adequada, no início de 1 Reis 12, descobrimos que foi o amor ao mundo que ergueu o altar idólatra em Betel. Jeroboão pensou que era a única maneira pela qual ele poderia garantir o reino. Ele não negou, mas sim corrompeu a religião do povo, fazendo com que ela servisse aos seus próprios fins.


No início do capítulo 13, aprendemos como o Senhor lida com essa corrupção. Ele envia Seu servo desde a terra de Judá ao altar em Betel, com uma nova comunicação de Sua mente e uma nova unção de Seu Espírito, para denunciá-lo e apresentar o julgamento de Deus contra todos os que se ligaram com tal altar, mas retardando a execução desse julgamento até o tempo de Josias, o futuro rei da casa de Davi. Mas Ele também dá uma presente amostra de tal execução, pois o altar foi partido e as cinzas que estavam sobre ele foram derramadas. O julgamento aqui pronunciado foi executado exatamente como descrito (2 Reis 23), sendo Josias profetizado nominalmente.


A amostra – longanimidade – julgamento

Este é o caminho comum de Deus: Ele pronuncia o julgamento, mas atrasa a execução, embora dê no presente uma amostra dele. O intervalo é chamado de Sua longanimidade, e sabemos que é tempo de vivificar e ajuntar (2 Pe 3:15). Enoque pronunciou o julgamento do ímpio, e sabemos de Deus que este julgamento ainda está para ser executado, mas o dilúvio foi uma amostra do cumprimento. O Senhor pronunciou o julgamento de Jerusalém em Mateus 24, e sabemos pelos próprios termos da sentença que ainda está para ser executado, mas a invasão romana foi uma amostra do seu cumprimento.


Jeroboão ficou indignado com o homem de Deus que pronunciou essa sentença contra seu altar e estendeu o braço, ordenando a seus servos que o apanhassem. Mas a mão de Deus segurou Jeroboão e seu braço estendido tornou-se rígido e seco. Então sua mente é transformada, e ele pede para que o homem de Deus ore pela restauração de seu braço. Isso é feito, então ele convida o homem de Deus para ir para casa com ele ao seu palácio para se refrescar e receber recompensa. Mas no espírito de Daniel, ele faz com que o rei saiba que ele pode manter seus presentes para si e dar suas recompensas para outro. Ele deixa a cena da maldição de Deus e se coloca no caminho de volta a Judá, tendo terminado todo o negócio dado a ele pela “Palavra do Senhor” para ser feito. O altar e seus frutos são deixados para o julgamento de Deus em sua devida época.


O velho profeta

Agora, no entanto, a cena muda. Não vemos mais o homem de Deus e o rei juntos, mas veremos o homem de Deus em companhia de um velho profeta que naquela época vivia em Betel. Estaremos expostos a tentações especiais, se vivermos em zonas de fronteira ou em circunstâncias e condições questionáveis. O velho profeta, santo de Deus como era, vivia perto do altar. O diabo o usa, e com uma mentira em sua boca, ele traz o homem de Deus que estava na estrada que o levava a Judá, para comer e beber com ele em sua casa em Betel.


Paulo pronunciaria um anátema até mesmo sobre um anjo se ousasse negar a palavra que ele havia recebido de Deus. Mas o homem de Deus não estava neste vigor de Paulo. Ele renunciou a palavra que ele tinha recebido de Deus pela palavra (como ele julgou ser) de um anjo, e ele voltou para comer e beber no lugar de que o Senhor lhe dissera: “Ali, nem comerás pão, nem beberás água” (1 Rs 13:17).


O começo do julgamento

E aqui outro princípio divino nos dá uma ilustração muito impressionante. Deus está julgando de acordo com a obra de todo homem (1 Pe 1:17), isto é, Ele está disciplinando o Seu povo agora. O julgamento na casa de Deus já começou (1 Pe 4:17) e vemos isso aqui. O julgamento sobre Jeroboão e seus sacerdotes é adiado, o julgamento do homem de Deus será imediato. Ele será agora julgado pelo Senhor para que não seja condenado com o mundo, ou Jeroboão (veja 2 Reis 23:17-18). A palavra cai em juízo sobre ele, enquanto ele se senta à mesa do velho profeta comendo e bebendo, pois ele estava comendo e bebendo juízo para si mesmo. Pouco depois, quando ele retoma sua jornada de volta para Judá, um leão o encontra e o mata.


Quão cheio de significado solene é tudo isto! O julgamento do mundo está adiado, porém a disciplina dos santos continua. Houve uma amostra pessoal do futuro julgamento do mundo, e haverá agora uma amostra presente da futura salvação do santo. O altar foi fendido, como vimos, e as cinzas se derramaram, assim também não é permitido ao leão tocar a carcaça do homem de Deus ou colocar sua pata mortal sobre o jumento que o carregou. Seu corpo é reservado para a honra final, embora sua vida tenha sido confiscada diante da santa disciplina de Deus. Teria sido a natureza do leão matar o jumento, assim como o seu cavaleiro, e devorar o cadáver, mas ele agiu verdadeiramente sob a ordenação divina na morte do homem de Deus, como o próprio homem de Deus havia agido quando ele pronunciou o julgamento sobre o altar. Que ilustrações variadas e instrutivas da verdade todas essas coisas são!


Seu sepultamento

O velho profeta também deve ser visto novamente. Havia nele o que era de Deus, assim como o que era natural e da carne. Mas ele agora estava velho e vivia descuidado como um santo; ele havia feito sua morada em um lugar impuro. Satanás o usa para corromper seu irmão mais novo, um vaso recém-ungido do Espírito. Mas ainda assim ele parece ter sido um “homem justo”, como Ló, apesar de viver em Sodoma. Seu lamento sobre o que aconteceu com o homem de Deus era genuíno, como a de um santo sobre outro – tão genuíno quanto a lamentação de Davi por Jônatas. Foi a tristeza de um santo de Deus, e ele encarrega seus filhos de que quando ele morresse deveria ser enterrado no mesmo sepulcro onde ele estava agora religiosamente colocando os restos mortais daquele a quem ele chama de seu “irmão”, o homem de Deus.


Tudo isso fala da melhor natureza que havia nele. E quando a mão do Senhor executa por Josias o julgamento que ele havia pronunciado agora pelo homem de Deus, quando o poder de Sua mão vem para fazer valer as declarações de Seu Espírito, e o dia do juízo final do mundo chegar – este Jeroboão – o mundo do qual estamos falando – a mão de Deus respeita o velho profeta como ele fez ao homem de Deus. Josias salva o sepulcro desses homens e preserva os ossos de cada um deles da queimação penal comum, sob a qual ele estava colocando todos os outros encontrados naquele lugar impuro ao redor do altar em Betel, como lemos de maneira tão completa e notável em 2 Reis 23.


Tudo isso nos dá uma lição de instrução moral muito variada. Vemos o caminho de Deus no julgamento do mundo e na disciplina de Seu santo; vemos o perigo de morar perto de Sodoma, e aprendemos novamente que devemos nos apegar ainda mais a Palavra de Deus diante de tudo e de todos.


J. G. Bellett (adaptado)

 

As Ursas de Betel


Vemos um notável contraste entre o ministério de Elias e o de Eliseu, embora sem dúvida cada um deles fosse chamado por Deus e cada um fosse fiel a Deus no caráter do serviço que lhes havia sido confiado. O nome de Elias significa “meu Deus é Jeová”, e ele procurou trazer o povo de Israel de volta ao Deus de seus pais e de volta à lei de Deus. Eles se afastaram de Deus para adorar ídolos e, por essa razão, muitos de seus milagres foram milagres de julgamento. Embora ele demonstrasse abertamente o poder de Deus e foi capaz de destruir os profetas de Baal em uma determinada ocasião, não parece que o coração do povo tenha mudado. Mas durante os últimos anos de sua vida, ele recebeu o privilégio de treinar o jovem Eliseu para ser profeta em seu lugar.


Graça recusada

O ministério de Eliseu era diferente e era caracterizado pela graça, não pela lei. A maior parte de seus milagres foram milagres da graça e, por essa razão, seus poucos milagres de julgamento se destacam. Três deles estão registrados na Palavra de Deus – a dilaceração dos rapazes pequenos de Betel pelas ursas (2 Reis 2), a lepra de Geazi (2 Reis 5) e a morte do capitão que recebeu instrução quanto à comida deixada pelos sírios em fuga (2 Reis 7). Todos estão conectados com o desprezo da graça e, portanto, não refletem de maneira negativa o ministério de Eliseu, mas nos mostram o julgamento de Deus sobre aqueles que desprezam e rejeitam Sua graça. Deus ama agir em graça, mas a graça que é recusada traz o julgamento.


À primeira vista, o terrível incidente envolvendo os pequenos rapazes de Betel e as ursas pode parecer incomum em sua gravidade. Deveria um ato de escárnio desses jovens ser punido com sua morte e de maneira tão terrível? No entanto, devemos lembrar que, enquanto Eliseu amaldiçoava os rapazes em nome do Senhor, foi o próprio Deus Quem enviou as ursas. Há uma lição solene a ser aprendida em tudo isso.


A história manchada

Betel, como cidade, tinha uma longa história e seu nome significa “a casa de Deus”. Nos primeiros dias da história de Israel na terra de Canaã as pessoas iam até lá para consultar o Senhor, pois Siló estava muito perto de Betel, e o tabernáculo estava montado lá no início. Mas as coisas haviam se deteriorado a ponto de, no tempo de Eliseu, haver um bezerro de ouro, que foi criado por Jeroboão. Era um dos dois lugares no reino do norte, das dez tribos, designados por Jeroboão para adoração idólatra, e isso ainda acontecia nos dias de Elias e Eliseu. Como outro exemplo do estado manchado da cidade, a Escritura registra que foi um homem chamado Hiel, de Betel, que desafiou a palavra do Senhor e reconstruiu a cidade de Jericó.


Mas Deus não Se deixou sem testemunha. Havia uma escola de profetas ali, onde os jovens eram treinados no caminho do Senhor. Sem dúvida, homens piedosos como Elias e Eliseu foram usados pelo Senhor para ensinar esses jovens, e essa mesma escola foi uma testemunha para o povo de Betel. Mas parece que a idolatria continuou apesar desse testemunho: não havia desejo pelo ministério dos fiéis profetas de Deus.


Os zombadores

Mas então algo mais notável aconteceu. Elias foi arrebatado ao céu em um redemoinho, sem passar pela morte. Não era segredo, embora apenas Eliseu tivesse visto isso, pois os filhos dos profetas em Betel sabiam disso antes de ter acontecido. Esta notícia deveria ter tido um efeito preocupante sobre essas pessoas pecadoras, mas parece que elas estavam muito contentes em se livrar de Elias. Quando seu sucessor aparece, eles querem se livrar dele também. A zombaria usando as palavras “sobe, calvo, sobe, calvo!” era um verdadeiro insulto a Eliseu, pois falavam que ele deveria subir como seu mestre havia subido. É altamente improvável que as crianças tenham concebido esse insulto por si mesmas. Certamente eles ouviram em casa, entre os mais velhos; elas apenas repetiam o que seus pais e outros haviam dito.


O julgamento

O julgamento do Senhor foi terrível, mas é impressionante notar em quem caiu. Não é tão aparente em nossas traduções para o português, mas no hebraico original, a palavra usada para “rapazes” no versículo 23 não é a mesma usada no versículo 24. A palavra usada no versículo 23 para descrever todo o grupo – “subindo ele pelo caminho, uns rapazes pequenos saíram da cidade” – é corretamente traduzida, pois a palavra significa jovens rapazes, da infância até a adolescência. Mas a palavra usada no verso 24 – “então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois daqueles pequenos” – embora possa ser traduzida como “pequenos”, também pode significar “filhos ou homens jovens”. É traduzido “rapazes” várias vezes na Palavra de Deus, como, por exemplo, em 1 Reis 12:8, concernente aos jovens de quem Roboão buscou conselho, ou em Gênesis 4:23, a respeito do jovem morto por Lameque. Assim, parece que o Senhor colocou a mão sobre os mais velhos do grupo – os meninos mais velhos que eram os mais responsáveis. Mais uma vez, que solene resposta do próprio Senhor à rejeição do seu profeta da graça! Sem dúvida, era o que poderia ser chamado de “sinal de julgamento”, pretendido como um aviso, não apenas para o povo de Betel, mas para todo o Israel.


Uma mensagem profética

Há talvez uma indicação de profecia aqui também. Deus está agindo em graça hoje para com a nação culpada de Israel, convidando-os a vir a Cristo e serem salvos. Somos gratos por cada um que responde, mas, infelizmente, a maior parte da nação é como a maioria dos betelitas, que rejeitaram a graça de Deus. Israel hoje não apenas rejeitou a Cristo em Seu caminho terrenal (figurado por Elias), que procurou trazê-los de volta à sua responsabilidade para com Deus, mas eles agora rejeitam a graça de Deus do Cristo Ressurreto (figurada por Eliseu). Em um dia vindouro eles sofrerão grande tribulação sob algo muito pior do que duas ursas. Eles serão expostos à tirania da besta romana e do anticristo. O número daqueles jovens que foram mortos também é significativo, pois o sofrimento dos judeus durante a tribulação continuará por quarenta e dois meses, ou três anos e meio.


Mas a graça terá a vitória. De Betel, Eliseu vai para o Carmelo, que significa “jardim” ou “campo fértil”. Esta será a condição final de Israel após o julgamento, quando as promessas de Deus forem cumpridas. “E o juízo habitará no deserto, e a justiça morará no campo fértil. E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança, para sempre” (Is 32:16-17).


W. J. Prost

 

Josias em Betel


A grande obra de destruição a que Josias se comprometeu por fé, deve ter ocupado um tempo considerável. O jovem rei fervoroso varreu a terra desde o território de Simeão, no sul, até o território de Naftali, ao norte (2 Cr 34:6), destruindo tudo o que sabia ser detestável aos olhos do Santo de Israel. Nada além do livro da lei influenciou seus movimentos.


Pode surpreender alguns que Josias tenha sido capaz de agir tão livremente no norte da Palestina, tendo em vista que foi por cerca de cem anos uma província do reino da Assíria. A explicação é que a Assíria estava em declínio; seu dia estava chegando ao fim. A infidelidade de Israel estava agora fazendo com que Deus entregasse o poder supremo aos gentios, mas não era para a Assíria que Ele pretendia concedê-lo. A Babilônia era a cabeça destinada à grande imagem que simbolizava o imperialismo gentio como um todo, e nos dias de Josias a destruição da Assíria estava próxima.


Na bondade de Deus, nenhuma complicação externa surgiu enquanto Josias estava envolvido em seu bom trabalho. Os movimentos das nações estão sob o controle divino. Eliú disse verdadeiramente: “Se Ele aquietar, quem, então, inquietará?” e acrescentou que isso se aplica tanto às nações como aos homens individuais (Jó 34:29). Não é melhor confiar em Deus do que buscar segurança em tratados e alianças? O trabalho útil, mesmo de caráter social, é prejudicado pelo desperdício e pela turbulência da guerra. Até mesmo os santos de Deus consideram que seu importante serviço é dificultado pelas contendas do mundo, embora, no caso deles, Deus graciosamente supera as circunstâncias para enviar o evangelho aonde, de outro modo, ele poderia não ter chegado. Josias teve trinta e um anos de paz para servir a Deus em Israel. Infelizmente, foi a sua própria loucura que pôs fim à paz!


O significado de Betel

Entre os muitos centros idólatras visitados por Josias, Betel é mencionado de maneira especial, e alguns incidentes notáveis são destacados. Betel tinha um lugar importante nos caminhos de Jeová e tinha associações ternas com o coração dos piedosos em Israel. Ali perto estava o primeiro acampamento de Abrão quando ele entrou na terra. Naquela vizinhança ele armou sua tenda e construiu seu altar (Gn 12:8). Depois de sua jornada equivocada ao Egito, Abrão retornou ao lugar onde ele construiu seu altar (Gn 13:3-4). A comunhão com Deus foi assim restaurada. Foi em Betel, onde Jacó descansou de noite em sua jornada de Berseba a Harã. A visão da escada que ia da Terra para o céu, com os anjos subindo e descendo sobre ela, e Jeová falando ao seu servo pobre e rebelde do topo dela, é familiar a todos nós. De madrugada, Jacó “tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel” (Gn 28:18-19). Betel significa “casa de Deus”. Depois de anos vagando, Jacó voltou para lá e aprendeu lições preciosas sobre o Deus por Quem ele tinha que ser tratado (Gn 35:1-15).


Vários séculos depois, Jeová Se referiu de maneira muito tocante à segunda visita de Jacó a Betel: “Em Betel o achou, e ali falou Conosco; sim, com o SENHOR, o Deus dos Exércitos” (Os 12:4-5). Note como Deus apreciou o fato de que “ali [Jacó] falou Conosco [Deus em trindade]. Mas Betel tornou-se um dos principais lugares de idolatria de Jeroboão, ele fez o máximo para evitar que o povo falasse com seu Deus. De fato, a proximidade de Betel a Jerusalém parece indicar que Jeroboão deliberadamente estabeleceu Betel como um centro religioso a fim de obstruir o caminho do povo ao santuário de Jeová.


O centro de iniquidade

Betel foi um celeiro de iniquidade desde a época de Jeroboão até os dias de Josias. Em Amós 4:4, Jeová diz sarcasticamente ao Seu povo desobediente: “Vinde a Betel e transgredi”. Mas no próximo capítulo do mesmo profeta ouvimos uma voz suplicante: “Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-Me e vivei. Mas não busqueis a Betel... Buscai o SENHOR e vivei, para que não se lance na casa de José como um fogo, e a consuma, e não haja em Betel quem o apague” (Am 5:4-6). Quando foi concedido domínio a Jeroboão sobre as dez tribos por causa da infidelidade de Salomão, Jeová lhe disse que, se ele desse ouvidos aos Seus mandamentos e andasse nos Seus caminhos e fizesse aquilo que é correto à Sua vista, Ele estaria com ele e construiria para ele “uma casa firme” (1 Rs 11:38). Mas assim como Salomão foi infiel, Jeroboão também foi. Quando Jeroboão fugiu para o Egito (uma figura do mundo em sua independência de Deus) para escapar da ira de Salomão, ele viu o povo ali adorando ao deus Apis; isso provavelmente deu a sugestão para ele dos bezerros de ouro que ele montou em Betel e em Dã. Da mesma fonte, Arão e os filhos de Israel tiveram a ideia do bezerro de ouro (Êx 32).


A condição geral dos distritos do norte da Palestina era deplorável quando Josias marchou em sua missão de julgamento. Quando os reis da Assíria removeram um número considerável das dez tribos da terra, substituíram-nas por colonos da Babilônia e outras províncias, que trouxeram com eles seus deuses pagãos. Esta triste mistura é descrita em 2 Reis 17. A partir desse momento houve uma estranha mistura de israelitas e gentios, paganismo e judaísmo, na terra que Jeová amava. Que confusão como resultado da desobediência a Deus!


Idolatria extirpada

Nunca a idolatria foi tão completamente extirpada (completamente destruída) em qualquer lugar como quando foi extirpada por Josias em toda a terra de Israel. Ele matou todos os sacerdotes, queimou seus ossos em seus altares e destruiu os altares, reduzindo-os a pó. Ao olhar ao redor dos sepulcros em Betel, um em particular atraiu a atenção de Josias. “Que é este monumento [lápide – JND] que vejo? E os homens da cidade lhe disseram: É a sepultura do homem de Deus que veio de Judá, e apregoou estas coisas que fizeste contra este altar de Betel. E disse: Deixai-o estar; ninguém mexa nos seus ossos. Assim, deixaram estar os seus ossos com os ossos do profeta que viera de Samaria” (2 Rs 23:17-18). Uma história notável é aqui lembrada. Os homens de Betel estavam falando de uma visita a sua cidade três séculos e meio antes. A lembrança disso permaneceu no distrito, e o povo reconheceu o cumprimento das palavras do homem de Deus nas terríveis ações de Josias.


Testemunho profético

A mente moderna rejeita a ideia de profecia, mas a Escritura está cheia de profecias. Aquilo que já foi cumprido constitui uma grande acumulação de testemunho divino. Concernente ao próprio Cristo, eventos como o Seu nascimento (o fato e o lugar dele), Seu ministério e milagres, Sua rejeição por Israel, Seus sofrimentos nas mãos dos homens e de Deus, Sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão, e Seu atual período assentado como Homem à destra de Deus foi escrito pelo Espírito Santo séculos antes de Ele vir ao mundo. Com relação a Israel e às nações em geral, sua queda e sofrimentos foram previstos enquanto estavam no auge de sua prosperidade e, em alguns casos, muito antes de ascenderem ao poder. Se tanto foi cumprido ao pé da letra, a fé espera confiantemente a plena realização de tudo o que ainda resta.


O homem é incapaz de prever o futuro, mas Deus, pelo contrário, “chama as coisas que não são como se já fossem” (Rm 4:17). Homens que em seu orgulho rejeitam a lâmpada profética devem necessariamente tatear nas trevas, mas a luz de Deus, que anima o espírito e guia os passos, não está longe. Nunca a palavra da profecia foi mais necessária para o povo de Deus do que neste século XXI da era Cristã, com suas múltiplas complicações e perplexidades (2 Pe 1:19).


W. W. Fereday (adaptado)

 

Telescópio Espacial James Webb


Há alguns anos, o conhecido telescópio espacial Hubble vem fornecendo dados sem precedentes do universo. Tendo sido nomeado por causa do famoso astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953), foi lançado no ano de 1990, e paira no espaço cerca de 350 quilômetros acima da Terra. Com seu grande espelho e complexos equipamentos tecnológicos, detectou galáxias no universo que eram até então desconhecidas, bem como coisas mais incomuns, como “buracos negros” e “supernovas”.


Foi Edwin Hubble que, em 1929, usando a teoria da relatividade de Einstein, alegou ter descoberto que o universo, antes considerado estático, está realmente se expandindo. (Há boas evidências de que a ideia de um universo em expansão foi proposta pela primeira vez por um astrônomo belga, George Lemaitre, dois anos antes de Hubble). Entretanto, ainda há controvérsias sobre essa afirmação, embora várias outras pesquisas tenham surgido desde então e terem confirmado que isso realmente é verdade. As Galáxias no universo parecem estar se afastando umas das outras, e quanto mais distantes as galáxias, mais rápido parece ser o movimento delas para longe umas das outras.


Mais recentemente, vários cientistas receberam o prêmio Nobel em 2011 por seu trabalho durante a década de 1990, no qual eles afirmaram que não apenas o universo estava se expandindo, mas que sua taxa de expansão estava se acelerando. Mais uma vez, tem havido um debate sério no mundo científico sobre essa afirmação.


O tamanho do universo

O que é claro, entretanto, é que o universo é imenso – maior do que qualquer homem pensou que fosse antes. Deus declara em sua Palavra que “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos... Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes” (Sl 19:1-3). Algo da imensidão do cosmos pode ser entendida com uma simples olhada a olho nu, mas a tecnologia moderna tem capacitado o homem a ver muito mais. Quanto mais o homem foi capaz de descobrir, mais ele descobre o quão vasto é, e muito mais complicado do que originalmente se pensava.


Mais recentemente, durante os anos 1990, começaram os trabalhos para criação de um telescópio muito maior, que está marcado para ser lançado ao espaço em outubro de 2018. O telescópio James Webb, com um custo aproximado a 9 bilhões de dólares, fará o Hubble parecer pequeno, com um espelho muito maior e um poder para ver muito além no espaço. Destinado a estar estacionado no espaço a cerca de 1 milhão e 600 mil quilômetros de distância, ele aparentemente será mantido no lugar por causa do equilíbrio da gravidade do Sol e da Terra. De costas para o Sol, ele será protegido por um escudo solar com camadas sucessivas, para isolá-lo do calor extremo do Sol.


O ponto de vista científico

Não precisa dizer que o potencial de tal telescópio é imenso, mas, como sempre, o homem natural aborda essa capacidade do ponto de vista errado. Primeiro de tudo, seu orgulho rivaliza com o potencial do telescópio; Eric Smith, diretor do programa do Webb, na NASA, teria dito: “Vamos ver o universo se iluminar depois do Big Bang”. Outro cientista da NASA disse: “A humanidade sempre se perguntou sobre o universo, e agora a nossa tecnologia de telescópio alcançou nossas perguntas”. O comentário mais significativo vem de um colaborador da revista Forbes – “O Hubble nos ensinou como é nosso universo; James Webb nos ensinará como nosso universo se tornou assim”.


Ainda mais significativo é o fato de que a comunidade científica persiste em basear suas observações e cálculos na amplamente aceita, mas ridícula, teoria do ‘Big Bang’, propagada pela primeira vez na década de 1920 pelo já citado Georges Lemaitre. Qualquer estudante honesto de física deve perceber que tal teoria contradiz tanto a primeira como a segunda lei da termodinâmica. Toda a ideia de um ‘Big Bang’ entra em conflito com a Escritura, e é realmente outra das tentativas do homem (como a teoria da evolução) de se afastar de qualquer responsabilidade para com Deus. O homem descobriu muito e se orgulha disso, mas como alguém comentou com mais propriedade: “O homem é um descobridor; nunca um Criador”. Com todas as suas habilidades para moldar coisas como um telescópio multibilionário, ele nunca foi capaz de criar algo a partir do nada. No entanto, seu raciocínio distorcido permitirá um suposto ‘Big Bang’, que supostamente trouxe algo tão complicado quanto o nosso universo à existência, sem Deus. Em vez de ser humilhado pelo que descobriu, o homem se enche de orgulho, enquanto atribui sem hesitação a um ‘Big Bang’ algo que só poderia acontecer pelo poder de Deus.


Pela fé nós entendemos

Mas a Escritura fala alto e em bom tom: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11:3). Uma vez que trazemos Deus, tudo se encaixa; nós não somos obrigados a entrar em imaginações grosseiras ou negar qualquer uma das leis da física, a fim de tornar tudo plausível. No entanto, há uma contradição incomum aqui, e com a qual o homem é incapaz de lidar, a menos que esteja disposto a admitir a revelação divina.


Por um lado, o homem é uma criatura finita, e embora ele possa entender o conceito de eternidade, ele é totalmente incapaz de envolver sua mente em torno desse conceito. Sendo limitado pelo tempo, o homem não pode lidar com algo eterno, exceto de uma maneira conceitual. Por esta razão, ele rejeita a verdade de um Deus infinito, que existiu desde a eternidade, e que é capaz de criar algo a partir do nada. Naturalmente, esta não é a única razão pela qual o homem rejeita o pensamento de Deus. Em última análise, ele quer evitar qualquer pensamento de responsabilidade para com Deus, e, assim, prefere fingir que Ele não existe, ou pelo menos que Ele é um Ser distante que não Se interessa por Sua criatura, o homem. De fato, muitas falsas religiões, assim como o chamado pensamento da ‘Nova Era’, incorporam a noção de que Deus está em tudo, inclusive em nós mesmos, e que Ele é meramente uma força no cosmos que o sustenta.


Eternidade

Por outro lado, o homem não pode se afastar de si mesmo, e uma vez que ele foi criado para a eternidade, não apenas para o tempo, ele busca aquilo que é eterno. Um artigo recente de uma importante revista americana discutiu o potencial do telescópio James Webb, e o autor fez a seguinte observação:


“Diz algo estranho e excepcional sobre a nossa espécie que, embora possamos estar justamente preocupados com o simples negócio de sobreviver no único mundo que temos... nós sempre temos um olho treinado para fora. Não podemos dizer exatamente o que procuramos – libertação, companhia, respostas a perguntas eternas – mas continuamos procurando pelas mesma coisas” (ênfase em itálico minha).


Assim, o homem quer respostas para as questões eternas que inevitavelmente surgem em sua mente, enquanto Ele nega a revelação do Deus que habita na eternidade.


Revelação Divina

Quão reconfortante é afastar-se do homem, “cujo fôlego está no seu nariz” (Is 2:22), e estar sujeito à revelação divina na Palavra de Deus. De acordo com o caráter do eterno Deus, Sua Palavra “viva e que permanece para sempre” (1 Pe 1:23). Uma vez que tenha servido aos propósitos de Deus, o universo que o homem procura explorar acabará por ser queimado, para dar lugar à criação de “novos Céus e nova Terra, em que habita a justiça” (2 Pe 3:13). Apesar dos esforços do homem na pesquisa espacial e do gasto de bilhões de dólares, ele nunca descobrirá realidades eternas. É somente em Cristo, e no entendimento do mistério de Deus, que “todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2:3) são encontrados. Podemos descansar nisto e em um Deus que escolheu revelar-Se em Cristo e que agora conhecemos como Pai. Quanto melhor isso é que mera informação factual sobre o universo!


W. J. Prost

 

O Sonho de Jacó


A noite estava escura, o deserto sombrio,

E o coração de Jacó estava triste de medo.


Ele colocou seu cajado no chão;

Uma pedra que ele encontrou para seu travesseiro;

E cansado, triste, oprimido,

Ele procura descansar seus membros doloridos;

Ele se considera despojado—

Nenhum próximo saiu para protegê-lo ou animá-lo;

Um estranho, sem-teto e abandonado;

Por sua própria culpa tão rudemente rasgado

De tudo que ele amava desde a manhã da infância.


Que lições solenes podemos aprender

Enquanto nós mesmos nele discernimos,

A vida de Esaú e de Jacó,

A luta constante da carne e do espírito:

Como sempre, enquanto a fé dirige a vontade,

O mal ainda está sempre presente;

A necessidade de vigiar, a necessidade de orar,

Enquanto nós trilhamos o caminho para o céu!


Ele finalmente dorme – desamparado, sozinho,

Sua cabeça dolorida sobre a pedra;

Quando em visões da noite

Que glórias celestiais encontram sua visão!

Da fria terra em que ele repousa,

Uma escada alcança os céus.


O caminho ascendente para o céu acima;

A descida do amor encarnado;

E Veja! Acima dela está o Senhor,

Por todas aquelas hostes de anjos adoradas,

Cuja voz graciosa, em acentos claros,

Assim falou ao ouvido arrebatado de Jacó:


Embora agora sozinho, expulso, angustiado,

Mais do que o pó será a tua semente;

Do norte e sul, a leste e oeste

Espalhará tua descendência incontável;

Eis! Estou contigo; manter-te-ei

Como a menina dos meus olhos:

Meu cuidado amoroso nunca dormirá;

Eu suprirei todas as suas necessidades.


Oh, que hora de santa bem-aventurança!

O que o mundo tem comparado a isso?

Que embora sua cama esteja no chão,

E desolação escura ao redor,

O céu se abre para seus olhos maravilhados,

Um caminho da Terra para alcançar os céus:

As hostes angelicais estão reunidas lá

Para guardá-lo, como herdeiro da salvação.


Sabedoria e misericórdia – todos se envolvem

Sua cabeça para proteger, Suas aflições amenizam;

Para confortar, para proteger e abençoar

Suas peregrinações pelo deserto:

Sempre que Ele se apoia na vara do peregrino,

Jacó pode muito bem confiar no Deus de Jacó.


J. G. Deck (adaptado de um longo poema)

 

“Buscai-Me e vivei. Mas não busqueis a Betel”

(Amós 5:4-5)

 

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