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Maternidade (Janeiro de 2010)


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Revista mensal publicada originalmente em janeiro/2010 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


          Tema da edição

          D. C. Buchanan

          G. H. Hayhoe

          P. Wilson

         D. C. Buchanan

          W. Brockmeier

          W. J. Prost

          G. C. Willis

          J. G. Bellett

          Autor desconhecido

 

Maternidade

 

Um dos maiores privilégios e responsabilidades que Deus deu a um ser humano é a posição que Ele deu à mulher como mãe. Nesta posição, ela é a mãe de todos os viventes, pois foi por meio dela que o Salvador de Deus veio a este mundo. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, está associada com o caráter que as crianças terão quando se tornarem adultas. Paulo declara de maneira simples e clara a vontade de Deus: “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não deem ocasião ao adversário de maldizer”.

 

Por causa do pecado, os dias do homem são marcados pelo suor para obter pão pelo árduo trabalho em um solo amaldiçoado. Por causa do pecado, o trabalho de parto e a dor da mulher são grandemente aumentados ao gerar filhos. Infelizmente, o homem, pelos resultados de seu pecado, deve agora sair de casa para trabalhar com a terra para fornecer alimento, enquanto sua esposa tem a grande e dolorosa responsabilidade de gerar os filhos. No entanto, ele pode ajudá-la em seu grande trabalho, pois “salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, na caridade e na santificação”.

 

Em toda a Palavra somos ensinados: “Honra a tua... mãe”. Nosso Senhor nos dá o exemplo perfeito de como dar essa honra. “Ora, Jesus, vendo ali Sua mãe e que o discípulo a quem Ele amava estava presente, disse à Sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”. “Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada” (Pv 31:28). Que cada um de nós honre sua mãe!

 

Tema da edição

 

Maternidade

 

Não há nada mais doce do que uma jovem mãe segurando seu bebê recém-nascido em seus braços. No entanto, essa nobre ocupação da maternidade é menosprezada por muitos em nossa sociedade como algo inferior. O que aconteceu conosco? Sem mães, nos faltariam o cuidado e nutrição necessários do lar e nossa raça logo se extinguiria! Adão percebeu isso depois que a maldição da morte caiu sobre ele quando chamou o nome de sua esposa, Eva, “porquanto ela era a mãe de todos os viventes” (Gn 3:20). A compreensão de como a vida poderia continuar quando ele estava sob a sentença de morte foi uma bênção maior para ele do que a que teve quando viu sua esposa pela primeira vez e disse: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2:23). Há algo ainda melhor para as jovens ansiarem após o dia do casamento; é o dia em que elas segurarão um recém-nascido em seus braços.

 

Deus instituiu a ordem natural da família. Fazemos bem em aderir de perto ao Seu modelo. Será nosso prejuízo se nos afastarmos dele. Nossa sociedade enfatiza tanto o trabalho quanto o prazer a ponto de a importância de se ter um lar em ordem é considerado algo servil e indigno daqueles com as assim chamadas “melhores virtudes”. A taxa de natalidade em muitos países está caindo. Isso cria inúmeras outras consequências prejudiciais, como uma força de trabalho reduzida e uma alta concentração de idosos. Essas coisas são apenas resultados secundários, sobre os quais não é nosso propósito discorrer.

 

Ao escrever sobre esse assunto, poderíamos falar como aqueles que acham censurável que as mulheres estejam tomando o lugar dos homens. Certamente isso está errado, mas eu gostaria de abordar o assunto do ponto de vista de que o maior erro para as mulheres é que elas não cumpram seu próprio papel de serem mães que cuidam de sua casa.

 

O ataque às mulheres 

Quando Adão e Eva caíram em pecado e se tornaram servos de Satanás, Deus sondou as causas de seus pecados e julgou cada um deles. Naquele momento, entre outras coisas, Ele disse à serpente (Satanás): “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a Sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar”. Para as mulheres, Ele disse: “Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3:15-16). Essas duas declarações do Senhor estão no cerne da questão da “maternidade”. A inimizade não foi posta no coração da mulher, mas em Satanás. A promessa de uma Semente que feriria a cabeça de Satanás foi dada às mulheres. O nascimento do Senhor Jesus foi o cumprimento dessa promessa. Satanás procurou destruí-Lo desde o nascimento. Na cruz, quando Jesus morreu, Ele feriu a cabeça de Satanás, vencendo o poder da morte como Homem. Ele subiu ao céu e Satanás não pode mais alcançá-Lo. Mas Ele voltou ao céu sem ter descendência (Is 53:8 – JND). Um de Seus últimos atos enquanto estava na cruz foi o de providenciar cuidados para Sua mãe.

 

A esperança das mulheres nos tempos do Velho Testamento era ser a mãe da Semente prometida. A virgem Maria cumpriu esse papel. No entanto, a inimizade de Satanás contra as mulheres continua. O foco do ataque agora é impedir que as mulheres multipliquem uma semente para Cristo. Nesse conflito inabalável, uma porta de oportunidade está aberta para as mães. É especialmente dada a elas a responsabilidade de multiplicar uma semente para Cristo. Embora a tristeza e as dores do parto não tenham sido removidas na vinda de Cristo, o Novo Testamento dá uma promessa especial às mães. “A mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Mas ela será preservada ao dar a luz a filhos, se continuar em fé, amor e santidade com discrição” (1 Tm 2:14-15 – JND). O Senhor preservará a mulher piedosa que se submete ao seu papel de gerar filhos, e os filhos que nascerem e forem trazidos ao Senhor viverão em bênção com Cristo, muito tempo depois de Satanás ser amarrado. As mães serão as vencedoras neste conflito.

 

Primeiro o natural, depois o espiritual 

O Senhor Jesus foi o Primogênito de Sua mãe Maria. Ele na ressurreição tornou-Se o princípio de uma nova criação. Isso responde ao que Adão procurou quando nomeou Eva. “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o Último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal [natural – ARA]; depois, o espiritual” (1 Co 15:45-46). É por meio da pregação do evangelho a respeito de como Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou dentre os mortos que participamos de Sua vida espiritual. Mas é impossível ter essa vida espiritual sem antes ter a natural. É aqui que a porta da oportunidade está aberta para as mães: primeiro, ter filhos e depois levar os filhos ao Senhor como Salvador. Os filhos que são levados a conhecer o Senhor dessa maneira não apenas viverão alguns anos sob a maldição do pecado e morrerão, mas eles devem fazer parte da família de Deus. “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim nunca morrerá” (Jo 11:25-26).

 

A esse respeito, lembramos àquelas que não podem ter seus próprios filhos que ainda há a oportunidade de levar almas a conhecer o Senhor. Essa melhor parte dos dois papéis ainda é sua para cumprir. O Senhor diz em Isaías 54:1: “Canta alegremente, ó estéril que não deste à luz! Exulta de prazer com alegre canto e exclama, tu que não tiveste dores de parto! Porque mais são os filhos da solitária do que os filhos da casada, diz o SENHOR”.

 

Filhos 

No Novo Testamento, depois que nosso Salvador Jesus Cristo anulou a morte e trouxe vida e imortalidade à luz por meio do evangelho, temos as instruções dadas a Timóteo: “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não deem ocasião ao adversário de maldizer” (1 Tm 5:14). As mulheres que cumprem fielmente esse papel são uma grande bênção para suas famílias e também para a Igreja. São usadas para preservar as assembleias locais ao longo dos anos até a vinda do Senhor. Isso não quer dizer que todos devam ter uma família numerosa. Isso é uma falha em ver o verdadeiro objetivo. Os pais devem ter o número de filhos que podem criar adequadamente para o Senhor, e “bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava”. Por essa razão, é dito aos maridos “coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações” (1 Pe 3:7). Criar uma família para o Senhor é obra do casal. Isso só pode ser feito por meio de diligência e em oração, seguindo as instruções da Palavra.

 

Alguns casais jovens gostam de adiar ter filhos para aproveitar a vida sem a responsabilidade dos filhos. Embora admitamos que possa haver casos especiais, é melhor ter filhos quando você é jovem. Outros podem procurar não ter filhos por causa de toda a impiedade do mundo. É verdade que o Senhor disse a respeito de Judas que teria sido melhor se ele nunca tivesse nascido. Mas o Senhor é capaz de nos impedir de cair (Judas 24). Não é um ato de fé evitar ter filhos por causa das más circunstâncias do mundo. Que o Senhor nos conceda ver Seu deleite em termos filhos (Pv 8:31), bem como as bênçãos que isso traz ao nosso lar. “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão. Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos à porta” (Sl 127:3-5).

 

Para as mulheres mais velhas 

A maior parte do papel das mães começa após o nascimento dos filhos. O trabalho das mães é cuidar das pessoas em casa com o objetivo de nutrir e ensinar as crianças a entrar na idade adulta, bem preparadas para o momento em que seguirão o Senhor por conta própria. O Salmo 131 fala de uma criança desmamada que não apenas tem um relacionamento pessoal com o Senhor, medido pelo autocontrole, mas também tem em vista o bem do povo de Deus. Às mulheres mais velhas é dado o papel de ajudar e ensinar as mães mais novas. Paulo escreveu a Tito que as mulheres mais velhas deveriam ser “para que admoestem as mulheres jovens a serem apegadas a seus maridos, apegadas a seus filhos, discretas, castas, diligentes no trabalho doméstico, boas, sujeitas a seus próprios maridos, para que a Palavra de Deus não seja mal falada” (Tt 2:4-5 – JND). Queremos encorajar as anciãs a cumprir esse papel tão necessário.

 

D. C. Buchanan

 

Uma Palavra às Mães

 

“A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas”.  “Toda mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola derriba-a com as suas mãos” (Pv 9:1; 14:1).

 

Sei que você, mãe Cristã, está profundamente preocupada com aqueles queridos filhos que Deus lhe deu. Você está interessada no padrão de Deus para a vida doméstica, pois o lar é sua esfera particular. Você é a guia nele (1 Tm 5:14). Se fosse uma nova casa sendo construída para a família, com que cuidado você e seu marido estudariam os planos juntos, pensando em como você a apreciaria com seus filhos. E quão mais importante é o plano que Deus nos deu, não para uma bela casa de madeira, tijolo ou pedra, que pode ser estragada pelos corações partidos atrás de suas grandes paredes, mas para um lar de luz e amor. Em uma palavra, é o caráter da casa que a torna o que ela realmente é, seja humilde ou grandiosa na aparência.

 

Construindo ou destruindo 

Percebemos os sete pilares do lar que a sabedoria nos lavrou e lemos nos versículos que se seguem sobre o maravilhoso banquete realizado ali. Isso é o que todos nós desejamos. Todo pai e mãe Cristãos querem um lar feliz com sua alegria e paz – mas oh, é preciso bem pouco para destruí-lo!

 

E você, querida mãe Cristã, pode ser a verdadeira companheira de ajuda de seu marido na construção deste lar de luz e amor, ou você pode destruí-lo. Você pode encorajá-lo e apoiá-lo em seu amor e correção dos filhos, ou pode se opor a ele e o impedir. Isto é muito importante. Você exerce uma tremenda influência no lar, de muitas maneiras muito maiores que a do seu marido. Você está com as crianças mais do que ele, e elas olham para você. Você pode fazer mais do que ele para construir ou destruir a casa. Lembre-se de como Eva arruinou o primeiro lar do mundo quando agiu independentemente de Deus e de seu marido. Ela não se voltou para ele, mas, ao invés disso, assumiu a liderança e ouviu a voz de Satanás. Deus a fez para ser uma companheira de ajuda para Adão, mas ela o prejudicou, trazendo grande tristeza sobre si mesma também. O padrão de Deus é sempre o melhor, e só podemos esperar Suas bênçãos a medida que buscarmos graça para seguir Sua Palavra.

 

Duas coisas exteriores 

Há também duas coisas exteriores que Deus deu para marcar o lugar da mulher: seus longos cabelos e suas roupas. Creio que devemos mencionar isso aqui, pois elas são importantes o suficiente para Deus mencioná-las em Sua Palavra de uma maneira muito definida. Cabelos longos são um sinal de submissão (1 Co 11:3-15) e estão de acordo com um lar piedoso. Além disso, são mencionadas roupas modestas, e também as roupas masculinas, pois essas seriam impróprias para uma mulher que está em seu lugar concedido por Deus (1 Tm 2:9; Dt 22:5). Nestes dias em que as modas são totalmente contrárias, é preciso haver um olhar simples para agradar ao Senhor, e não a outros, nesses assuntos, especialmente diante de nossos filhos.

 

Conselho do mundo 

Querida mãe Cristã, “Cessa... ouvindo a instrução, de te desviares das palavras do conhecimento” (Pv 19:27). Não dê ouvidos aos conselhos do mundo, nem aos de alguns Cristãos que rejeitam “o conselho de Deus contra si mesmos” (Lc 7:30), porque ele os condena. É sua sabedoria buscar graça para preencher a posição de companheira de ajuda (não de cabeça) que Deus deu a você na casa. É um lugar maravilhoso. Mesmo que seu marido falhe em cumprir sua posição como cabeça, peça ao Senhor graça para cumprir o seu. O fracasso dele não muda seu lugar ou responsabilidade, nem o dele. Ele precisa de sua ajuda e orações. Infelizmente, todos fracassamos como maridos, mas encontrar falhas e culpar um ao outro não solucionará o problema nem ajudará a edificar a casa, mas certamente ajudará a “destruí-la”. Quanto precisamos de graça e força que vêm do alto, especialmente quando surgem dificuldades no lar, mas não nos afastemos do padrão divino.

 

Pode haver quem leia estas linhas que tenha marido incrédulo e sei que o Senhor lhe dará graça nessas coisas, se você olhar para Ele, que, como Pedro diz: “Se algum não obedece à Palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra” (1 Pe 3:1).

 

O padrão divino 

Quão agradecidos podemos ser por toda essa preciosa instrução na Palavra de Deus e por Deus não ter nos deixado aos nossos próprios pensamentos nesses assuntos. Ele marcou o padrão, não para nos roubar a felicidade, mas para o nosso bem como pais e mães – para que nosso gozo seja pleno. Vamos cada um tomar as Escrituras e buscar por isso. Veja o que a Palavra de Deus diz e peça a Ele graça para cumpri-la.

 

Eu falo essas palavras humildemente, e confio que em amor, sabendo que Deus planejou que nossos dias no lar fossem “como os dias dos céus sobre a Terra” (Dt 11:21). Se seguirmos a Sua sabedoria, eles serão! Pondere bem sobre essas coisas, querida mãe Cristã, e que Deus abençoe você e seus queridos filhos. Ao agir de acordo com a Palavra de Deus, você pode provar a bem-aventurança de andar em Seus caminhos, e seu marido e filhos dirão de você o que é dito da esposa e mãe descrita em Provérbios 31:28-29: “Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada; como também seu marido, que a louva, dizendo: Muitas filhas agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior”.

 

Que isto seja dito de você, não apenas enquanto as crianças são pequenas, mas principalmente quando crescerem, pois quanto mais elas amarem o Senhor, mais elas amarão você! Seu trabalho então será recompensado, mesmo aqui, e os últimos anos de vida serão felizes para você e seu marido, se o Senhor nos deixar aqui um pouco mais. Não há maior gozo do que quando nossos filhos andam na verdade, e às vezes acho que não há maior tristeza do que quando não andam!

 

“Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa” (2 Cr 15:7).

 

 G. H. Hayhoe

 

Uma Herança do Senhor

 

Deus nos trouxe a um lugar de relacionamento onde temos a vida e a natureza capazes de apreciá-Lo. Ele age como um Pai em relação a nós e nos corrige e nos disciplina como Seus filhos com o fim de que possamos ser participantes de Sua santidade (Hb 12:7-11; 1 Pe 1:17). Ele também sente por nós como pai: “como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR Se compadece daqueles que O temem” (Sl 103:13). E Ele conforta como uma mãe faria: “como a alguém que sua mãe consola, assim Eu vos consolarei” (Is 66:13).

 

Vínculo 

É nesse relacionamento humano que aprendemos, de maneira débil, algo do amor de nosso Pai por nós e da satisfação que obtemos do correspondente amor de nossos filhos. Que momento é quando o jovem pai e mãe veem, pela primeira vez, seu próprio filho precioso! Que emocionante experiência é quando eles, pela primeira vez, seguram em seus braços aquele pequeno feixe de vida – sua própria carne e sangue! Ondas de afeição, até agora não percebidas, crescem em seus corações. Bem o salmista disse: “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o Seu galardão” (Sl 127:3).

 

O jovem pai e mãe agora têm um objeto comum para suas afeições. Não há nada como o nascimento de seu primogênito para unir seus corações. Certamente eles amarão cada um e todos os seus filhos posteriores com o mesmo amor de pai e mãe, mas a chegada do primogênito é o que os leva a esse relacionamento e desperta as fontes das afeições paternas até então dormentes e dá uma sensação de responsabilidade aos pais. Quando a mãe segura nos braços aquele querido bebê, sua própria carne e sangue, pela primeira vez, ela aprende quais são as afeições de uma mãe; do mesmo modo, o pai entra nos sentimentos de um pai quando ele carinhosamente segura seu próprio filho ou filha. Essas abençoadas afeições são de Deus; foi Ele Quem as colocou no seio humano. Ser desprovido delas seria realmente uma falta triste e mostraria o quanto havíamos absorvido o espírito dos “últimos dias”, quando os homens estão “sem afeição natural”.

 

Evitando a paternidade 

É repreensível quando um marido e uma esposa Cristãos procuram fugir ou evitar as responsabilidades da paternidade. Seria melhor permanecer solteiro do que tentar frustrar um objetivo principal do casamento. Tais maneiras podem ser consideradas no mundo, mas o filho de Deus não deve procurar sabedoria ou orientação no mundo.

 

Deus, em Sua sabedoria, pode não dar filhos a alguns casais, mas isso deve ser recebido como uma de Suas dispensações de amor e sabedoria, e não ser tratado com rebelião. Também podem surgir problemas físicos que limitariam o tamanho da família, mas isso não é de nossa competência discutir. A Palavra de Deus diz que as mulheres devem se casar e que “gerem filhos, governem a casa” (1 Tm 5:14).

 

Lutas 

Conhecemos alguns pais que tiveram lutas longas e difíceis financeiramente enquanto criavam a família, mas Deus era suficiente para tudo isso e, finalmente, chegou o dia em que as circunstâncias difíceis foram aliviadas. Então eles tiveram o gozo e o conforto das crianças que haviam chegado à sua fase adulta. Quanto um pai ou mãe teria faltado na velhice em termos de conforto e provisão, se não fosse pelos filhos que Deus lhes deu na sua juventude.

 

Destacamos especialmente o privilégio e a bênção de sermos pais. Tem seus problemas, dificuldades e provações, mas quem pode ter o coração de pai se não é um? Muitas e variadas são as lições que nosso Pai nos ensina na educação dos filhos. É frequentemente um dos cursos mais instrutivos na educação do filho de Deus no deserto.

 

P. Wilson

 

“Por Este Menino Orava Eu”

 

Muitas mães oraram por uma criança com palavras semelhantes, mas poucas devolveram seus filhos ao Senhor com essas palavras. A realidade e o propósito do coração dessa querida mulher, Ana, são admiráveis. Ela entendeu e quis cumprir seu papel como mãe, mas o Senhor havia fechado o seu ventre. As dificuldades e os exercícios pelos quais Ana passou para obter um filho podem muito bem incentivar todas as mães. Lidou com a rivalidade de sua rival Penina e com o aborrecimento que isso produzia em sua própria alma e, embora seu marido a amasse, ele não entendia sua necessidade; então Eli, o sacerdote, foi duro com ela. Nenhuma dessas adversidades a impediu de persistir. Ela foi ao Senhor em oração. Sua petição foi concedida quando ela deixou de querer ter um filho para satisfazer seus próprios desejos e prometeu entregar o filho ao Senhor. Vemos mais tarde como o Senhor precisava daquele filho para testemunhar e substituir os sacerdotes falhos da família de Eli.

 

O marido, a rival e o sacerdote 

A família de Elcana era uma família piedosa que subia a Siló todos os anos. Mas o desejo de Ana por um filho era tão intenso que ela não conseguia ser feliz. Esse desejo de ter filhos estava certo. Para quem ela poderia ir com esse problema? Elcana, seu marido, teve filhos de sua outra esposa. Não nos é dito como ele teve duas esposas, mas seu comentário sobre ele ser melhor para ela do que dez filhos era muito egocêntrico. Ele também não estava agindo como “coerdeiros da graça da vida” com Ana. Sim, ele a amava e lhe dava uma porção digna, mas não conseguia entendê-la ou ajudá-la em sua tristeza de alma.

 

Para piorar a situação, Penina, a outra esposa que teve filhos, a provocou e tornou a sua vida miserável. Isso fez com que subir à casa do Senhor fosse algo difícil para Ana, pois ela não tinha filhos para agradecer ao Senhor por eles, como Penina tinha. O melhor que Ana pôde fazer nessa situação foi orar somente ao Senhor.

 

É triste ver Eli, o sacerdote, assentado em uma cadeira junto a um pilar do templo. Ele deveria estar de pé e ministrando às necessidades do povo, em vez de se regalar. Ele não tinha bom discernimento em relação à Ana e sua família era uma desonra ao Senhor. Todo Israel pôde ver essas falhas, mas nenhuma dessas circunstâncias impediu Ana de ir à casa do Senhor para orar. O Senhor ainda estava lá e podia responder à oração. Quando Eli percebeu que ela era uma alma piedosa orando ao Senhor, ele prometeu a ela que o Senhor lhe daria a petição que ela havia feito. Ela creu na palavra e não era mais triste. Sua resposta humilde é bela: “Ache a tua serva graça em teus olhos”. Ela tratou a resposta como um ato da graça de Deus. “Porque bom é que o coração se fortifique com graça”. Este é um terreno seguro de bênção. Muitas vezes tratamos as respostas de nossas orações como algo merecido.

 

Dedicação 

O nome Ana significa “graça”. Ela fez jus ao seu nome. Quando o Senhor lhe deu um filho, ela não reivindicou o filho como sendo seu, mas o dedicou ao Senhor. Não houve qualquer tipo de barganha com o Senhor por causa do que Ele faria ou teria feito, mas um ato voluntário de entregá-lo ao Senhor para Seu serviço. Nós, pais, podemos considerar este exemplo em relação aos nossos filhos. Nós os criamos de acordo com nossos próprios desejos? Ou para o Senhor?

 

Depois que Samuel foi desmamado, chegou o dia de apresentá-lo ao Senhor. Lemos: “E, havendo-o desmamado, o levou consigo, com três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho, e o trouxe à casa do SENHOR, a Siló. E era o menino ainda muito criança. E degolaram um bezerro e assim trouxeram o menino a Eli” (vs. 24-25). Esses sacrifícios que acompanharam a apresentação do menino ao sacerdote têm uma lição para nós. Eles mostram que a propiciação que Cristo fez por Deus é o meio pelo qual a criança poderia ser apresentada a Deus de uma maneira aceitável. Os sacrifícios apresentados com o menino o tornaram digno de ser apresentado ao Senhor. Essa é a única base correta sobre a qual os pais podem dedicar seus filhos a Deus. Podemos pensar que o ato de dedicar nossos filhos ao Senhor é digno o suficiente em si para que sejam aceitos. E quanto mais um pai piedoso investe no treinamento e na orientação de seus filhos sem uma percepção consciente da obra de Cristo para esses filhos, mais ele será enredado ao considerar seus filhos como aceitáveis a Deus, à parte de Sua graça. Precisamos ver que tudo é graça. Os sacrifícios que Elcana e Ana ofereceram ao dedicar o filho ao Senhor provam que os pais adotaram o princípio da graça.

 

Deixe-me repetir essas coisas de outro ponto de vista. Quando nós, com tristeza, como pais, vemos que nossos filhos não continuam nos caminhos do Senhor, não vamos culpar o Senhor por isso.  Em essência, isso seria tratar tudo o que fizemos como algo que deveria ter sido aceitável a Deus. É cair da graça como o fundamento de toda bênção. Sim, somos responsáveis por fazer tudo o que pudermos para criar nossos filhos para o Senhor, mas mesmo o melhor que podemos fazer ao dedicar nossos filhos ao Senhor não é suficiente para torná-los aceitáveis a Deus. Perceber essas coisas manterá cada um de nós humildes e, ao mesmo tempo, nos fará diligentes em relação a nossas famílias.

 

Humildade 

Há uma diferença entre humildade e condenação própria. Quando falhamos com nossos filhos, devemos examinar nossos caminhos e reconhecer nossas falhas diante do Senhor. Mas o arrependimento é mais do que admitir que falhamos em certas áreas, é reconhecer que tudo em nós, na carne, é mau. Condenar a nós mesmos pelo que fizemos é permanecer focado no objeto errado. Será que acreditamos que, se houver uma segunda chance, faremos melhor? Vamos recorrer à graça de Deus para fazer o que não podemos fazer e, com humildade, aceitar as consequências de nossas falhas, contando com Deus para trazer bênçãos.

 

Há também o lado soberano de Deus a considerar na questão. Ele tem um plano soberano de bênção para todos aqueles a quem Ele chamou, e nada impedirá Sua bênção. Ele é capaz até de tirar o bem do mal. O rei Davi falou disso quando percebeu que não mantinha sua casa de maneira justa e ordenada. Ele disse: “Na verdade não é tal a minha casa para com Deus; Contudo estabeleceu comigo uma aliança eterna, Em tudo bem regulada e segura; Pois é Ele toda a minha salvação e todo o meu desejo, Ainda que Ele não a faz brotar agora” (2 Sm 23:5 – TB). Davi reconheceu seu fracasso, mas, como Ana, ele cumpriu, com fé, as promessas de Deus de abençoar sua casa; ao mesmo tempo, ele foi submisso ao esperar até a hora de Deus para fazê-la brotar. Que o Senhor nos dê essa paciência de fé n'Ele.

 

Adoração e louvor 

Ana passou a dizer: “Ah! Meu senhor, viva a tua alma, meu senhor; eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, para orar ao SENHOR. Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu Lhe tinha pedido. Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou ali ao SENHOR” (1 Sm 1:26-28). O coração da verdadeira mãe fica satisfeito quando a adoração ao Senhor é apresentada por seu filho, e ela é mantida em segundo plano. A adoração e o serviço de seu filho ao Senhor são o resultado de seus anos de diligência em cuidar do filho por causa do Senhor.

 

É belo ver que, depois que Ana entregou seu filho para servir ao Senhor, ela não voltou à sua tristeza anterior. Quando ela entregou seu filho ao Senhor, Ele encheu seu coração de comunhão com Ele. Ela ainda tinha tudo pelo qual havia trabalhado. Seu coração não estava centrado apenas no filho, mas no Senhor com seu filho. Seu coração estava cheio de louvor ao Senhor e ela proclamou isso. Sua oração que se seguiu é realmente um cântico de louvor. É assim que as mães chegam ao ponto de apresentar seus filhos ao Senhor como filhos espirituais para Ele, como neste exemplo instrutivo de Ana.

 

D. C. Buchanan

 

Mães em Israel

 

A expressão “mãe em Israel” ocorre duas vezes na Palavra de Deus. Acredito que vemos algumas verdades muito instrutivas relacionadas a essa expressão e aos incidentes em torno de seu uso.

 

Débora, a profetisa 

“E cantou Débora e Baraque... Cessaram as aldeias em Israel, cessaram, até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei” (Jz 5:1, 7).

 

No Livro dos Juízes, vemos o povo de Deus abandonando e cedendo. Contrasta com o Livro de Josué, onde vemos Israel vencendo seus inimigos e possuindo sua herança. Com o fracasso do povo de Deus como pano de fundo, o cântico de Débora (ela é mencionada primeiro) e Baraque é um raio de Sol em um dia escuro, pois é um cântico de vitória. Embora seja um dueto longo e cheio de instruções, minha intenção é notar apenas alguns pensamentos no cântico, no que se refere à Debora se identificar a si mesma como “uma mãe em Israel”.

 

Em Provérbios, lemos: “Encontre-se com o homem a ursa à qual roubaram os filhos, mas não o louco na sua estultícia” (Pv 17:12). Por que uma ursa? Elas têm ciúmes de seus filhotes e são um exemplo vívido de cuidados de proteção. Vemos esse caráter exemplificado em Débora. Três coisas negativas marcaram o dia de Debora. Não se percorriam as estradas e as aldeias estavam desocupadas (vs. 6-7), isto é, havia uma comunhão limitada entre o povo de Deus. A guerra estava às portas (v. 8) – figuras de conflito em questões administrativas. Além disso, não havia escudo ou lança em Israel (v. 8) – não havia capacidade de resistir ou derrotar o inimigo exterior.

 

E por que essas coisas eram assim? O começo do versículo 8 parece sugerir que foi porque “escolheram novos deuses” (TB). Cada geração tem seus deuses. Poderíamos citar alguns deuses exclusivos de nossos dias – novos “deuses” que foram escolhidos nos últimos vinte anos. Às vezes, podemos nos perguntar por que não podemos chegar a um acordo coletivo em questões. Não é porque, em muitos casos, nosso coração não foi fiel ao Senhor? A consequência moral é contenda na assembleia.

 

Nesta condição lamentável de coisas, Débora se apresenta para incentivar um homem que não se moveria sem sua companhia. Nela, vemos uma mulher que habitava debaixo de uma palmeira (Jz 4:5) – o lugar de doçura, como em cachos de tâmaras, e marcado por um crescimento florescente (Sl 92:12). Débora instigou “um irmão” a exercer seu lugar, enquanto permanecia no dela (como Priscila – Atos 18:26), e foi ela quem se alegrou na bênção do povo de Deus.

 

Podemos nos perguntar por que Baraque é mencionado em Hebreus 11, quando na verdade foi Débora que demonstrou maior fé, mas como alguém observou: “Como verdadeira mãe em Israel, ela iria querer dessa forma”.

 

A mulher sábia de Abel-Bete-Maaca 

“Eu sou uma das pacíficas e das fiéis em Israel; e tu procuras matar uma cidade que é mãe em Israel; por que, pois, devorarias a herança do SENHOR?” (2 Sm 20:19).

 

Joabe decidiu destruir Abel-Bete-Maaca porque estava abrigando Seba, um rebelde no reino de Davi. Evidentemente, esta cidade já foi conhecida por conselhos sábios (v. 18), mas agora havia uma pessoa má que se refugiava dentro de seus muros. Embora possamos entender o vigor do ataque de Joabe, especialmente em vista da recente rebelião de Absalão, sabemos de outras Escrituras que Joabe era um homem egocêntrico; seu serviço ao rei foi em grande parte para seu próprio benefício. Ele sabia que não poderia ser o primeiro no reino, pois aquele lugar era reservado ao rei, mas ele queria ter certeza de ser o segundo depois de Davi. Ele tratava brutalmente a qualquer rival para manter este lugar – seja de potenciais substitutos diretos como Abner ou Amasa, ou uma ameaça indireta como Absalão, que, se a derrubada de Davi fosse bem-sucedida, provavelmente teria colocado outra pessoa na posição de Joabe. Por fim, essa tática alcançou Joabe quando ele acreditava que Adonias deveria ter o reino em vez de Salomão, na época da morte de Davi. Consequentemente, ele se alinhou com o homem errado.

 

Vemos em Joabe uma forma exterior de justiça ao tratar com o mal, mas sem levar em consideração o coração de Davi (compare 2 Sm 18: 5,14), ou a importância dessa cidade em particular em Israel. Figurativamente, a assembleia local reunida em nome do Senhor Jesus é uma dessas cidade. Há sabedoria lá; é de fato “uma mãe em Israel” – um lugar onde os santos podem ser preservados. Joabe estava disposto a destruir esta cidade para realizar seus objetivos pessoais sob o pretexto de “lidar com o mal”. Foi uma mulher sábia naquela cidade (que conhecia sua história e caráter) que a salvou, assim como um pobre homem sábio uma vez salvou uma cidade, embora tenha sido posteriormente esquecido (Ec 9:14-16). Esta mulher sábia bem sabia o que aquela cidade significava e não a desprezava, embora talvez não tivesse a beleza exterior que outrora possuía. Ela era uma mulher pacífica, mas fiel (v. 19). Do mesmo modo, “a sabedoria que vem do alto é” pacífica, mas “primeiro pura” (Tg 3:17).

 

Ao reconhecer a cidade como “mãe em Israel”, essa sábia mulher testemunhou que ela era da mesma qualidade moral. Ela era pacífica por preservar a cidade da destruição, mas era fiel em que, pela sua sabedoria, o povo tratou com Seba e lançou sua cabeça para fora da cidade – uma completa rejeição de sua independência e rebelião.

 

Devemos seguir “a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2 Tm 2:22). Ou seja, Deus procura um testemunho coletivo marcado pela busca da glória de Cristo – sem outros interesses. Justiça é a principal prioridade; o desejo por paz deve realmente estar presente, mas reconhecendo que é o resultado da justiça, não um objetivo a ser perseguido à custa da justiça.

 

É comovente ouvir casos em que as assembleias foram preservadas, não por causa da fidelidade dos irmãos (às vezes não havia quem fosse fiel), mas por causa da caminhada tranquila e piedosa das irmãs.

 

Como observação final, notemos que Débora significa “abelha” e que a mulher sábia de Abel falou da “herança do Senhor”. Essa herança é uma terra que flui com “leite e mel” (Êx 3:8). Tal figura fala da comunhão dos santos e da doçura da natureza. Não desprezemos essas provisões necessárias.

 

Confiamos que cada um de nós será encorajado naquelas coisas que correspondem ao caráter moral dessas duas “mães em Israel”, além de aprender com seu esplêndido exemplo de fidelidade e amor a Deus e ao Seu povo.

 

W. Brockmeier

 

Uma Mulher Virtuosa

 

Na última parte de Provérbios 31, o Espírito de Deus descreve para nós a mulher virtuosa, cujo preço “excede o de rubins” (v. 10). Ao longo da história da raça humana, os homens têm sido caracteristicamente impressionados com a beleza física das mulheres, mas a ênfase aqui está em seu caráter, e especialmente em seu temor do Senhor. Quando consideramos o abandono da ordem de Deus no mundo de hoje em relação ao lugar relativo de homens e mulheres, há vários pontos a serem observados nesta descrição.

 

Seus talentos dados por Deus 

Antes de tudo, essa mulher era tanto inteligente quanto ativa. Sem dúvida, ela reconheceu a liderança do marido e se submeteu a ele, mas isso não a impediu de usar ao máximo seus talentos dados por Deus. Ela exemplificou a verdade de 1 Timóteo 5:14 “Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa e não deem ocasião ao adversário de maldizer”. Na administração de uma casa movimentada, ela encontrou amplo espaço para o uso de sua mente. Ela estava envolvida na direção do trabalho da família, na venda de artigos feitos em sua casa e até na compra de propriedades. Ela dirigia os assuntos da casa tão bem que o marido não precisava se preocupar com eles, pois ele podia confiar nela.

 

Seu lar 

Segundo, todas as suas atividades estavam centradas na casa. Enquanto ela era mais diligente, até ao ponto de comprar e vender, ela não saiu e procurou trabalhar aos olhos do público. Seu marido assume esse papel, pois conheciam “seu marido nas portas” e sentado “com os anciãos da terra” (Pv 31:23). Embora ela tenha usado bem suas habilidades, ela as usou na esfera que lhe foi dada por Deus.

 

Seu trabalho 

Terceiro, ela não tinha medo de entrar no trabalho sozinha. É verdade que ela dirigiu e providenciou o trabalho de outras pessoas, mas está registrado que ela “trabalha... com as suas mãos” (Pv 31:13), que também se levantou “ainda de noite” (v. 15), que ela “cinge os lombos de força” (v. 17) e que “a sua lâmpada não se apaga de noite” (v. 18). Ela não apenas dirigiu sua casa, mas liderou pelo exemplo.

 

Seus filhos 

Finalmente, ela criou seus filhos de uma maneira que “levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada” (v. 28). Ela foi caracterizada por “força e glória” (v. 25), mas “abre a boca com sabedoria” e “a lei da beneficência está na sua língua” (v. 26).

 

Creio que vemos neste relato a sabedoria de Deus trazida diante de nós. Hoje, às vezes, os cuidados com a família e a educação dos filhos são desprezados, como se fosse um trabalho que seria melhor ser deixado para aquelas que não pudessem “se sair bem” no mundo exterior. Aqui vemos como Deus preparou a mulher para “governar” a casa e usar seus dons para dirigir o lar da maneira correta. A combinação das virtudes de força, honra, sabedoria e bondade ajustou essa mulher de maneira única ao seu papel, e acredito que Deus está nos mostrando que essas coisas podem caracterizar qualquer mulher de Deus. Por esse motivo, nunca enfatizaremos o suficiente a importância de uma esposa e mãe em casa, e particularmente em seu caráter como mãe. Quando os filhos são jovens e impressionáveis, é a mãe que está mais capacitada a moldar o caráter e a vontade deles no dia-a-dia. Sem dúvida, o pai também deve compartilhar dessa responsabilidade, mas como ele fica ausente do lar em parte do tempo por causa de seu trabalho, os filhos ficam mais sob os cuidados da mãe. Sua atenção cuidadosa à criação e admoestação do Senhor durante seus anos de formação é uma responsabilidade muito importante e negligenciada apenas em detrimento das crianças.

 

Algumas exceções 

Ao dizer isso, reconhecemos que circunstâncias do mundo moderno às vezes fazem isso ser mais difícil. Quando famílias vivem em áreas onde o custo de vida é alto, às vezes a esposa sente que deve trabalhar fora de casa para conseguir pagar as contas. Outras circunstâncias adversas, como a impossibilidade do marido ou do pai conseguir um trabalho fora, ou até mesmo de não estar presente de forma alguma, pode tornar isso ainda mais difícil para uma mãe cumprir sua posição como a Escritura pretende. Como muitas vezes foi observado, a Escritura não é escrita como um livro jurídico, para cobrir todos os detalhes possíveis da vida, mas é um livro de princípios que devem ser aplicados em várias circunstâncias em comunhão com o Senhor e com a orientação de Seu Espírito. Se nosso coração for correto diante d'Ele e houver um desejo sincero de andar à luz de Sua Palavra, acredito que descobriremos que Ele é capaz de abrir caminho para nós.

 

A sabedoria deste mundo, especialmente nos países ocidentais, é cada vez mais contra esse papel das mulheres, e o homem não vê que a maré crescente do mal, a crescente delinquência das crianças e a desobediência e desordem nas escolas públicas podem pelo menos em parte, ser uma consequência da falta da presença de uma mãe em casa. É fácil para as mulheres Cristãs caírem nesse tipo de pensamento, pois são bombardeadas por todos os lados. Mas devemos lembrar, como um servo do Senhor costumava nos lembrar, que nunca somos mais sábios do que a Escritura. A sabedoria de Deus, como revelada em Sua Palavra, não apenas honra a Deus, mas também traz felicidade ao homem.

 

W. J. Prost

 

Deixai Vir a Mim os Pequeninos

 

Não posso esquecer as mães que trouxeram seus “filhinhos” ao nosso Senhor para que Ele lhes impusesse as mãos e orasse. Encontramos a história contada três vezes – Mateus 19:13-15, Marcos 10:13-16 e Lucas 18:15-17. Lucas, o médico, nos diz que eles eram “pequeninos”. Marcos, que tantas vezes registra detalhes minuciosos da aparência, do tom ou do ato de nosso Senhor, nos diz que “E, tomando-as nos Seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou” (Mc 10:16). Aqui, o Espírito de Deus usa uma palavra muito forte para abençoar, reservada para essas crianças pequenas e não usada em nenhum outro lugar do Novo Testamento. Pode ser traduzida, Ele “os abençoou fervorosamente”. E quando os discípulos repreenderam essas mães, Marcos também nos diz que o Senhor “indignou-Se”. Novamente, o Espírito usa uma palavra muito forte que tem o significado de estar “entristecido, irado”. Você se lembrará de como Ele disse: “Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a Mim”. Lemos no Novo Testamento seis vezes que outras pessoas ficaram muito descontentes, entristecidas, indignadas ou iradas – os próprios discípulos em mais de uma ocasião, os fariseus e o principal da sinagoga, mas apenas uma vez encontramos essa palavra usada quanto ao nosso Senhor, e isso foi para com Seus próprios discípulos quando eles tentaram impedir que as mães levassem seus filhos pequenos a Ele. Há uma lição muito séria para nós nesta palavra. É triste dizer que hoje existem muitos que seguem os passos dos discípulos e procuram impedir que os pais Cristãos tragam seus filhos pequenos ao Senhor. Essas pessoas pensam que estão prestando serviço a Deus, mas eu temo que o Senhor esteja entristecido, indignado e irado. “Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus” (3 Jo 11).

 

G. C. Willis

 

A Viúva de Naim

 

O Espírito apresenta, em poucas palavras, a profunda solidão da condição da viúva de Naim. O jovem morto era “filho único de sua mãe, que era viúva”. O coração de Jesus foi tocado, e então Ele tocou o esquife do jovem morto. Suas compaixões sempre foram adiante de Suas misericórdias. É comum dizer que o coração move a mão. Você não valoriza uma bênção que chega até você dessa maneira? A salvação jorrou do coração de Cristo. Dizer que a cruz de Cristo é a fonte de nossa bem-aventurança estaria difamando o coração de Deus. Deus amou o mundo e enviou Seu Filho; O coração de Cristo foi adiante de Sua mão. Uma bênção de Cristo é dada, como Jeremias diz, com todo o seu coração e toda a sua alma. “E, chegando-Se, tocou o esquife”. Ele era imaculável, caso contrário Ele precisaria ir ao sacerdote para Se purificar depois de tocá-lo. Cristo já precisou das lavagens do santuário? Ele poderia ter restaurado o jovem sem tocá-lo, mas Ele tem a mesma relação que Deus tem com a iniquidade. Ele não apenas Se manteve apartado da realidade do pecado, mas também da possibilidade dele. “E entregou-o à sua mãe”. Deixe-me ser ousado e dizer: O Senhor não salva você para que possa servi-Lo. Sugerir o pensamento seria desqualificar a beleza da graça. Ele não disse: Eu te dou a vida para que você possa gastá-la em Meu favor. Deixe que Seu amor constranja você a gastar e ser gasto por Ele, mas Ele nunca Se coloca diante do seu coração e diz: Agora vou perdoá-lo se você Me servir. Certamente, Ele o havia comprado, mas o devolveu à mãe. No entanto, você e eu voltamos ao mundo e procuramos nos tornar felizes e importantes nele. Ah, amarre as cordas do amor ao redor do seu coração e mantenha-as apertadas por Jesus! Amém!

 

J. G. Bellett

 

A Confiança da Mãe


Sob a verga manchada de sangue eu com meus filhos estou;

Um mensageiro de juízo está passando pela terra;

Não há outro refúgio da face do destruidor

Sob a verga manchada de sangue estará nosso esconderijo.

 

O Cordeiro de Deus sofreu; Ele carregou nossos pecados e dor;

Pela fé o sangue é aspergido acima da porta da nossa morada;

O Senhor, que julga com justiça, deu aquele santo sinal:

Esta noite a verga manchada de sangue abrigará a mim e aos meus.

 

Meu Salvador, para meus queridos eu reivindico Tua verdadeira promessa;

O Cordeiro é "para a casa" – o Salvador das crianças também;

Na Terra, os pequenos uma vez sentiram Teu toque divino;

Sob a verga manchada de sangue, Tua bênção dá aos meus.

 

Ó Tu que os deste, guarda aqueles pezinhos errantes;

O deserto diante deles, os males da vida para enfrentar;

Meu amor materno é impotente; Eu os confio aos Teus cuidados!

Sob a verga manchada de sangue – meu lugar é sempre lá.


Autor desconhecido

 

 

“Levantam-se seus filhos, e chamam-na bem-aventurada”

Provérbios 31:28

 

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