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O Caráter Moral dos Últimos Dias (Julho de 2010)

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Revista mensal publicada originalmente em Julho/2010 pela Bible Truth Publishers

ÍNDICE


          Tema da edição

          Christian Truth, 21:304 (adaptado)

          C. E. Lunden (adaptado)

          P. Wilson

        W. Brockmeier

          W. J. Prost

          G. V. Wigram (adaptado)

          H. Smith

          Autor desconhecido

O Caráter Moral dos Últimos Dias

 

Uma criança pequena tem pouca percepção de mudança, pois não tem experiência para comparar o passado com o presente e tem pouca consciência do futuro. Como adultos, temos a revelação imutável de Deus, pela qual podemos conhecer a mente de Deus e comparar tudo a ela. Nela podemos ver o presente à luz do passado e do futuro. Por meio dela, todas as gerações são instruídas, advertidas, providas, guiadas e incentivadas. Pela Palavra, podemos ver que estamos vivendo nos últimos dias do período frequentemente chamado “o dia da graça”. As trevas morais e o mal que, no começo, estavam  “fora” agora entraram e permearam a grande casa de profissão chamada Cristandade. Somos parte dessa casa e Deus nos deu amplo aviso, provisão e encorajamento para não desistir, mas continuar, guardando a Sua Palavra e não negando o Seu nome. Nos é dito que devemos sinceramente lutar pelos fundamentos da “fé” contra os esforços do inimigo que se infiltrou e agora deseja dominar a casa sem vergonha alguma. A mesma graça de Deus que nos salvou, e na qual estamos firmes, está trabalhando por nós e em nós com a intenção de sermos guardados da maré crescente do mal doutrinário e moral. Irmãos, “Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna” (Judas 21).

  

 Tema da edição

Características dos “Últimos Dias”

 

“Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3:1); isso se refere ao tempo de encerramento da Cristandade. Judas também se refere a este tempo quando fala do “último tempo” (ARC), quando haveria escarnecedores (v. 18). Agora é importante que saibamos quais são as características que o Espírito de Deus descreve como associadas a esses “últimos dias”.

 

Nesta Epístola de Judas, encontramos duas marcas distintas pelas quais o Espírito Santo descreveu a hora final desta dispensação: (1) o espírito da liberdade intelectual, ou o pensamento livre, que rejeita os mistérios de Deus; e (2) a prevalência da frouxidão moral.

 

Em 2 Pedro 3, somos informados de “que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda?” Aqui, “os últimos dias” são marcados por um espírito de escárnio, e o objeto disso é um dos preciosos mistérios de Deus – a segunda vinda do Senhor.

 

Se nos voltarmos para a primeira epístola de João, encontramos a mesma coisa mencionada como o espírito do anticristo, que já estava operando e que despreza os mistérios da verdade. “Filhinhos”, diz ele, “é já a última hora” (1 Jo 2:18), e depois descreve o que caracteriza a última hora – a negação de que Jesus é o Cristo – a negação do Pai e o Filho. Agora, por essas duas testemunhas (Pedro e João), temos um caráter muito definido dos últimos dias. Eles serão marcados por um espírito escarnecedor e infiel que zomba da vinda do Senhor e que nega o grande mistério das Pessoas da Divindade.

 

Frouxidão moral 

Se formos à Epístola de Judas, descobriremos que não são essas características que marcam “os últimos dias” ali, mas um estado terrível de frouxidão moral, como Paulo nos dá em 2 Timóteo 3. É sobre a frouxidão moral de que se fala nessas duas epístolas. De acordo com o testemunho de Paulo, os homens são “amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons. traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”. Esta é uma imagem horrível. E lembre-se, é a Cristandade que é descrita. Eles nos instruem de antemão que os últimos dias da Cristandade devem ser marcados por uma terrível condição moral, ou prática, bem como por um espírito infiel e escarnecedor que rejeita os mistérios da verdade.

 

Agora você pode me perguntar: o que temos a ver com essas coisas? Ah! amados amigos, devemos lidar com eles. Devemos conhecer os inimigos contra os quais temos que lutar – as formas do poder de Satanás contra as quais temos que vigiar, e não adianta escapar de uma das armadilhas e cair na outra. Não será suficiente apenas guardar os mistérios da verdade; devemos vigiar todo o nosso comportamento, para não cairmos na condição prática geral dos “últimos dias”. É muito provável que as duas características descritas não se apliquem à mesma pessoa. O intelectual moderno de pensamento infiel pode ser moral e amável, enquanto o homem de conduta ímpia pode ser alguém que professe um credo ortodoxo. Judas não vê aquilo do que João fala.

 

Santidade prática 

Agora, desejo ser prático – direcionar sua atenção especialmente para um ponto. Quando o Espírito Santo toma Sua direção legítima, Ele fala de Cristo – da salvação comum. Seu trabalho é “tomar as coisas de Cristo e mostrá-las para nós”. Mas Ele está no lugar de serviço na Igreja e, portanto, quando há problemas às portas, Ele Se afasta e exorta “a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. Não é pela ortodoxia[1] que os santos são exortados aqui a lutar, mas pela santidade da fé. Somos exortados a batalhar “pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos” (AIBB), contra os “homens ímpios” descritos como “que convertem em dissolução a graça de Deus”, os “homens ímpios” que negam, não o Pai e o Filho, mas o “Senhor” Jesus Cristo. Note! que negam Jesus Cristo, não como Salvador, mas Jesus Cristo como SENHOR; isto é, aqueles que de forma prática se opõem à Sua autoridade – que “rejeitam a dominação (senhorio – JND) – que rejeitam restrições. Judas não está falando de Jesus como Salvador, mas de Jesus como Senhor. Seu governo aqui é o pensamento na mente do Espírito Santo. Deveríamos recebê-la como uma palavra sólida e salutar. Acaso, não é mau quando um santo não exerce esse julgamento contínuo de seus pensamentos, sua língua, seus feitos? Não devemos dizer que nossos pensamentos, lábios, mãos ou pés são todos eles nossos. Devemos entendê-los como estando debaixo de senhorio. Não devemos desprezar o domínio.

[1] N. do T.: Ortodoxia provém da palavra grega “orthos” que significa “reto” e “doxa” que significa “fé”. É a qualidade daquilo que está em conformidade com a doutrina tida como verdadeira. 


A Epístola de Judas coloca todos nós em uma santa torre de vigia, para vigiar, não contra um espírito que despreza os preciosos mistérios de Deus (as palavras de Pedro e João fazem isso), mas contra as tendências do coração natural de buscar se satisfazer a si mesmo. Se Pedro nos coloca olhando em uma direção – vigiando contra as formas e ações da mente infiel – Judas ergue outra torre de vigia, da qual devemos olhar e nos proteger contra os modos de indulgência própria e contaminantes que enfraqueceriam toda a vigilância moral – uma guarda que protege contra o espírito que contradiz o senhorio de Jesus sobre os pensamentos, os feitos e os caminhos de Seu povo.

 

Lombos cingidos 

Então ele continua e diz: “Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré”. Aqui você observa como o Livro de Deus é maravilhosamente proveitoso na instrução. Nós recebemos instruções da história do céu que o Espírito em Judas nos dá (v. 6). Ele então desce o curso da história divina desde o princípio e reúne esses vários exemplos para pressioná-los sobre nós, advertindo-nos contra um estado de frouxidão moral. E observe como ele descreve esses desprezadores ímpios das dominações. “Estes são manchas em vossas festas de amor... apascentando-se a si mesmos sem temor”. A ausência desse “temor” indica esse estado de frouxidão moral do qual falo.

 

Ó amado! Gostaria que essa palavra na qual estamos meditando nos incite a “cingir os lombos” de nossa mente. Imaginamos que temos o direito de seguir nosso próprio caminho? Não temos direito de fazer isso. Como já foi dito: “No momento em que você faz algo porque é sua própria vontade, você pecou”. Fazer a nossa própria vontade, porque é a nossa própria vontade, é a própria essência da rebelião contra Deus.

 

Ele então volta à profecia de Enoque. Esta profecia é para executar juízo sobre os ímpios, “por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram”. É sobre a impiedade que se prevê que o juízo caia. E se você e eu olharmos a Cristandade em redor, mesmo agora, não veremos uma prevalência de impiedade suficiente para provocar o juízo do Senhor?

 

Mas tomemos esta palavra para nós mesmos. Que o Espírito a aplique à consciência. Se eu tomar minha própria vontade como regra de minhas ações e, assim, desprezar “a dominação”, estou (no princípio da minha mente) à caminho do juízo o qual Enoque profetizou.

 

Ó amado! que possamos ser cuidadosos e vigilantes em nosso comportamento e maneiras morais. Jesus é tanto o nosso Salvador como Senhor. “Amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé”.

 

O amor de Deus 

Novamente, há o mesmo assunto de advertência. Os santos são exortados a edificar-se em sua “santíssima fé”. “Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus”. E qual é o “amor de Deus” nessa passagem? É o amor de Deus em João 15. “Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Seu amor”. É o gozo complacente do amor de Cristo. Isso torna legalista o caminho de um santo? Não; apenas liga o coração a Jesus com um novo cordão como a nova fonte de nossas afeições – o Objeto de todo o nosso desejo.

 

E novamente: “e salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne”. Acaso ele fala aqui do espírito infiel? Não, mas tome cuidado para que a roupa manchada pela carne não se envolva em você.

 

“Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar,” isso é, não significa cairmos da verdade mas sim, cairmos da santidade da verdade, porque é acrescentado “e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”.

 

Comodismo e egoísmo 

Em conclusão, permita-me repetir, que possamos acolher esta palavra de advertência. Gostaria que isso soasse aos ouvidos de todo o povo de Deus. Que eles saibam que estamos vivendo um dia de comodismo e egoísmo. A profissão Cristã está se enchendo de mil favorecimentos. Cada hora está multiplicando os meios e as oportunidades da natureza indulgente. As concupiscências da mente (Efésios 2) são grandemente nutridas. Habilidades e trabalhos de toda a espécie estão sendo requisitados para contribuir para a indulgência deles. “Os desejos da carne” são todos semelhantes a isso. Oh! Que nós, em meio a tudo isso, amemos o senhorio de Jesus! Vamos nos curvar ao Seu cetro. Vamos beijá-lo cada vez mais e, em vez de dizer: “Este é o meu prazer – essa é a minha vontade”, oremos para que Jesus possa reinar em nosso coração.

 

“O Senhor de todos os movimentos ali” 

Mas novamente, deixe-me lembrá-lo, é Jesus que deve ser nosso Senhor – Aquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós – Aquele que salvou Seu povo. E Ele deve ser servido, não no espírito de servidão ou na mera observância de ritos e mandamentos religiosos, mas no espírito de liberdade e amor – um espírito que pode confiar n'Ele em todos os momentos e que pode levar toda a consciência de insuficiência e fracasso a um trono de graça por meio d'Ele, com feliz ousadia. Ó amado! seria apenas uma pobre retribuição por Seu amor e salvação vigiar de alguma maneira como que contra Ele, e não inteiramente por Ele, porque Ele “não nos deu o espírito de temor, mas... de amor”. Que possamos vigiar, portanto, para que Ele seja glorificado em nós pelo serviço livre e feliz agora, enquanto Ele estiver ausente, e que nós possamos ser glorificados n'Ele quando Ele vier para nos levar para Si mesmo (João 14:3).

 

Christian Truth, 21:304 (adaptado)

A Última Noite de Sodoma e da Cristandade

 

O sobrinho de Abraão, Ló, primeiro se interessou por Sodoma, após uma dificuldade que surgiu entre os pastores de Ló e os de Abraão a respeito do pasto para seus rebanhos. A visão da planície bem regada do Jordão e a exuberante grama nas colinas ao redor, juntamente com seu desejo por riqueza material, afastaram o coração de Ló da dependência de Deus. Assim, ele escolheu viver “nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13:12). Ele finalmente viveu em Sodoma, e enquanto ele estava “enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis” (2 Pe 2:7), sua sensibilidade espiritual estava entorpecida e ele não via as coisas como realmente eram. Da mesma forma, os habitantes de Sodoma não permitiriam que o pensamento de responsabilidade para com Deus e Suas reivindicações entrassem na mente deles. Sendo governados por cuidados e prazeres, ocupados apenas com o que passava diante de seus olhos, e estando cheios de ociosidade, eles não estavam cientes do que estava por vir a Sodoma.

 

Estamos continuamente cercados por influências incompreensíveis, revestidas de aparente poder ilimitado, e que usam a mente do homem como um brinquedo, e a parte mais interna do nosso ser pode ser afetada por influências satânicas. A única libertação para o homem de tais criaturas e sua influência é Cristo, o Mestre sobre toda a criação. Toda libertação do homem caído depende da morte de Cristo e de crermos e reconhecê-Lo como Filho de Deus e Salvador (Lc 8:26-33).

 

O julgamento de Sodoma 

“Eis que esta foi a maldade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e abundância de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca esforçou a mão do pobre e do necessitado. E se ensoberbeceram e fizeram abominação diante de Mim” (Ez 16:49‑50). A plenitude de riquezas, juntamente com a ociosidade, estimulam o apetite pelo prazer e a indulgência de paixões libidinosas. As pessoas entregaram sua vida ao chamado de seus sentidos naturais, degradando sua alma e deixando Deus fora de sua vida.

 

“Então o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra” (Gn 19:24‑25). Que aviso para nós que temos tido privilégios mais elevados do que Sodoma! Sodoma, um jardim que o Senhor havia feito, transformou-se num instante em um lugar de chacais e aves de rapina – uma cidade assombrada, para nunca mais ser reconstruída. Assim será a Cristandade. A história de Sodoma é deixada como um exemplo para todos se lembrarem – um aviso para toda a humanidade. A chama explosiva da justiça divina sobre Sodoma enviou um aviso ao longo dos séculos para lembrar ao homem que existe um Deus no céu.

 

O julgamento da Cristandade 

“Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem Se há de manifestar” (Lc 17:28-30).

 

Essas palavras vindas de Deus deveriam imediatamente despertar a mente e o coração, por causa do iminente julgamento que recairá sobre a Cristandade. Nunca antes houve prosperidade nas nações ocidentais como existe hoje. Este aviso clama com voz especial para as nações ocidentais, sob profissão Cristã. Ao olharmos para Sodoma, não é como olhar nossos dias no espelho? Eles foram enriquecidos com bens e deixaram Deus fora de sua vida. Hoje, a letargia espiritual tomou conta da profissão Cristã. O prazer mundano está tomando o lugar da devoção a Deus e Suas reivindicações. A civilização Cristã (Cristandade) caiu sob o poder e o engano de Satanás, que inspirou o mundo a transformar o que era santo e bom em uma fonte perversa de prazer. Os homens, mesmo os crentes, não confiam em Deus, mas depositam sua confiança nas instituições dos homens. O jugo desigual entre crente e incrédulo tornou-se algo comum. A modéstia que uma vez caracterizou as mulheres é transformada em licenciosidade, especialmente no vestuário. O homem não levanta mais mãos santas. O sistema de educação do homem é voltado para ensinar a iniquidade, violando os princípios da verdadeira profissão Cristã, enquanto as igrejas mudaram amplamente de atividades espirituais para a vocação política e humanitária, em vez de ensinar o único remédio para os males do dia.

 

Assim como a verdade que foi dada ao homem neste dia é plena e grande, assim também será o julgamento daqueles que a têm professado com seus lábios, mas a rejeitaram em seu coração. O terrível julgamento sobre a Cristandade será muito pior do que o julgamento sobre Sodoma. Não será apenas fogo e enxofre caindo do céu, mas os exércitos do céu descendo sobre a terra ocidental. Por que eles são julgados? Porque eles não tinham a verdade? Não, mas porque eles não amavam a verdade, evidenciados por eles não andarem nela (2 Ts 2:10).

 

A fidelidade de Deus 

Apesar do fracasso geral em cada dispensação, Deus sempre manteve um testemunho para Si mesmo. Embora haja confusão, Deus permanece fiel, e o Espírito Santo, por meio das Escrituras, guia cada crente em toda a verdade. Precisamos estar dispostos e ser diligentes (Jo 16:13). Houve e ainda há indivíduos com um coração ardendo pela verdade, apegados à luz, mesmo até a morte pela perseguição. Aqueles a quem o Senhor Se dirige em Filadélfia (Ap 3:7‑13) podem ter apenas pouca força, mas o Senhor lhes deu que conhecessem a mente de Deus a respeito de Cristo e a Igreja. Cristo é o verdadeiro “Amém” que sempre foi fiel. Ele conduz à criação de Deus além de todo fracasso – uma criação onde todas as coisas são de Deus.

 

Para aqueles de coração aberto, Ele diz: “Entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, Comigo” (Ap 3:20). O apelo é para o indivíduo, e é necessário afeição pessoal. Não deveria ser assim com a Noiva de Cristo?

 

A vida de Abraão dá ao crente um padrão para andar por fé. Abraão não recebeu ordens ou repreensões quanto à sua caminhada cotidiana por este mundo, pois a comunhão cuidava de tudo. Abraão tinha fé e esperança, e Deus era sua recompensa.

 

C. E. Lunden, adaptado

Sem Temor de Deus

 

Há uma preocupação considerável em muitos setores com o tom relaxado da moralidade nos círculos dos jovens, e isso não se limita apenas aos jovens. Para ser preciso, trata-se de um colapso completo da moral. O surpreendente é que alguém ainda se pergunte sobre a origem do fenômeno atual. Por todo lado, sementes ruins estão sendo semeadas; não há mistério, então, quando brotam repentinamente e produzem uma colheita abundante de ervas daninhas nocivas. A razão simples para a colheita abundante de delinquência moral é que esta nação e a maioria das outras nações abandonaram o “temor do Senhor”. Não há o temor de Deus diante dos olhos dessas pessoas.

 

Por todo lado, existe um esforço conjunto para remover o temor de Deus das consciências do povo da nação. O ateísmo está crescendo rapidamente. Os ateus se aproveitam dos tribunais que tomam decisões que aprovam suas objeções à menção de Deus ou de oração a Ele. Deus é restringido nesta nação – isto é, na medida em que os homens podem restringir o Onipotente. Eles ignoram o fato de que Ele é supremo e será justificado quando falar e puro quando julgar (Sl 51:4). Ele é Aquele “com Quem temos de tratar”, e não há como escapar desse fato estabelecido (Hb 4:13).

 

Educação 

As escolas da nação tem ensinado que Deus não criou o homem, mas que ele apenas evoluiu da lama. Nisso, ele se orgulha de ser um produto tão elevado de um acaso fantasioso. Ele aceitará qualquer teoria de seu começo (não importa quão degradante) em vez de aceitar a Palavra segura de Deus, e por apenas um motivo: Se ele pode se convencer de que Deus não o criou, então ele pode livrar-se da responsabilidade para com Deus. O desejo é pai do pensamento. E então, se ele conseguir se convencer de que, afinal, nada mais é do que um animal inteligente, então, por dedução, ele poderá também viver de maneira bestial e satisfazer todas as tendências corruptas de seu coração maligno. Por causa da queda, o homem se tornou inimigo de Deus; isso não se pode dizer de nenhum mero animal.

 

Religião 

Se nos voltarmos para o mundo religioso para observar as causas ocultas do colapso moral, encontraremos multidões de ministros professos do evangelho que são modernistas e liberais. Eles negam os elementos mais básicos da Palavra de Deus. Hoje em dia é comum encontrar homens que não acreditam e nem afirmam a infalibilidade da Palavra de Deus, sua relevância para os problemas do dia, a divindade de Cristo, o nascimento virginal do Senhor Jesus, Sua morte sacrificial, Sua ressurreição corporal e Sua vinda novamente. Os homens nos púlpitos não hesitam em chamar os próprios fatos da Escritura como nada além de alegorias. Tudo o que acontece para incomodar os membros da Igreja pode ser facilmente explicado. Acaso podemos nos admirar de que, quando essa ousada infidelidade desfila em trajes clericais, os preceitos da Palavra de Deus são tratados como fábulas?

 

Jovens crentes, lembrem-se de que “Toda Palavra de Deus é pura” e não há segurança neste mundo perverso, a não ser prestando atenção a essa Palavra em todos os departamentos do nosso ser. A humanidade caiu até o ponto em que tudo o que governa a moral das pessoas hoje são suas concupiscências e opiniões populares. À medida que a conduta se torna mais e mais baixa, o homem permite mais e mais. O que foi rejeitado há um ano é aceito agora com base no “hoje em dia não se dá mais importância a isso”. E, portanto, não há limite sob o mais baixo estado de moralidade. Enquanto ele afunda, o homem tolera mais. Quando o temor de Deus é removido, não há estabilidade, nada sob seus pés, que seja certo e inalterável. Uma expressão comum hoje é: “Todo mundo está fazendo isso”. Isso não é verdade, mas se fosse verdade, o que é isso para o homem que treme diante da Palavra de Deus? “Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto” (Ec 12:14).

 

Deus é onisciente 

Atualmente, existe um certo tipo de mentira por toda parte que supõe que, se as pessoas não forem pegas em suas ações imorais ou amorais, tudo estará bem, porém está escrito: “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado” (Lc 12:2-3). “Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E O que formou o olho, não verá?” (Sl 94:9) Deus é onisciente, e nada pode ser escondido d'Ele. Tudo o que é dito e feito, e até o que é pensado (Sl 139:2), está aberto diante d'Ele. Que os Cristãos se lembrem de que “Deus me vê”.

 

Há o governo de Deus aqui e agora, pois “Deus não Se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Então, para aqueles que morrem em seus pecados, há o grande trono branco de Seu julgamento, onde os livros serão abertos e eles serão julgados de acordo com suas obras (Ap 20:12). E para aqueles de nós que somos salvos pelo precioso sangue de Cristo, todas as nossas obras virão diante de Cristo no Seu tribunal, quando nossa vida passar em revista diante d'Ele. Essas são realidades solenes.

 

Exemplos do passado 

Romanos 1 dá um relato verdadeiro da condição depravada do mundo pagão. Deus os entregou à sua vida repugnante com todas as suas terríveis consequências porque eles deram as costas a Ele. Isso então levou à dissolução do Império Romano e quase ao colapso de toda a sociedade. Agora, nas chamadas nações Cristãs, essas condições estão voltando, ou já estão aqui, com a adição chocante de que elas são permitidas enquanto professam a forma de piedade. E um julgamento pior está a caminho, pois Deus nos diz que está chegando um momento de angústia pior do que qualquer coisa que o mundo já conheceu.

 

A cada dia ela se aproxima mais. O entretenimento mundial – filmes, televisão, livros de horror e sujeira – quase todos os meios de disseminação de notícias se gloria na vergonha do homem. Livros que foram banidos por incrédulos há alguns anos atrás são vendidos por comerciantes “respeitáveis”, e o pecado parece atraente, e as águas roubadas parecem realmente doces. Provérbios 14:9 diz que “os insensatos zombam do pecado”. Acaso não é isso verdade na maior parte dessas formas de disseminação de pensamento? Até o que eram consideradas revistas sérias e respeitáveis agora faz excursões pela imundície corruptora do homem caído. E por que? Porque existe uma demanda por isso e dinheiro a ser ganho ao promovê-la.

 

Cuidado 

Cristãos, tomem cuidado, para que não andemos segundo o conselho dos ímpios. Se moldamos nossa vida segundo o padrão deste presente mundo mau, estamos propensos a ser enredados nas armadilhas do deus deste mundo. Muitos queridos jovens Cristãos estragaram seu testemunho por Cristo e arruinaram toda sua vida pelo descuido nesse sentido. As rochas, os recifes e os bancos de areia estão repletos de naufrágios históricos de vidas. A Palavra de Deus é um mapa seguro para nos manter seguros. Precisamos clamar: “Sustenta-me, e serei salvo”. Não confie na sua esperteza; você não é páreo para o seu astuto inimigo. Pessoas com mais sagacidade humana do que você foram presas por ele. Afaste-se dos maus companheiros– “Evita-o; não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo” (Pv 4:15).

 

Queridos rapazes e moças que conhecem o Senhor, mesmo quando você está na companhia de outros jovens Cristãos, tenha cuidado como você se comporta. Mantenha suas mãos juntas a você mesmo! E se alguns Cristãos lhes chamarem por nomes desrespeitosos – eles responderão a Deus por você no tribunal de Cristo? Será que eles vão suportar toda a vergonha e censura de um testemunho despedaçado depois que você naufragar? Talvez alguns deles estejam fazendo o que você e eles não deveriam fazer; “escolhei hoje a quem sirvais”. Você não preferiria ter as bênçãos do Senhor do que os prazeres do pecado por um momento – com todos os seus arrependimentos, tristeza e remorso, e depois ter que responder ao Senhor por sua conduta? Não brinque nem mesmo com as fronteiras do pecado.

 

P. Wilson

Espírito de Autoatribuição de Direitos

 

E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence” (Lc 15:12).

 

“Então Hamã disse no seu coração: De quem se agradaria o rei para lhe fazer honra mais do que a mim?” (Et 6:6).

 

“Os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro... amantes do prazer” (2 Tm 3:2, 4 – JND).

 

Os atributos morais que marcam os últimos dias não são diferentes em princípio daqueles que sempre caracterizaram o mundo – amor a si mesmo, amor ao dinheiro e amor ao prazer. No entanto, à medida que o humanismo secular ganha cada vez mais ascensão, o “eu” se torna cada vez mais o grande deus dos nossos dias. O amor a si mesmo é tanto idolatria quanto o amor ao dinheiro, e a Escritura nos lembram “a avareza, que é idolatria” (Cl 3:5).

 

O amor a si próprio permeia nossa sociedade e, infelizmente, infectou o pensamento mesmo daqueles que pertencem a Cristo. Podemos não ter realmente pronunciado as palavras “eu mereço mais do que isso”, mas em nosso coração é fácil esperar certas coisas como direitos autoatribuídos.

 

Temos exemplos disso na Escritura. O filho mais novo em Lucas 15 sentiu que algo era devido a ele, e, pelo relacionamento natural, de fato tinha. Mas não foi conquistado nem merecido; era dele simplesmente por causa da família em que ele nasceu. Um senso de direito presumidos o levou a solicitar sua herança enquanto seu pai ainda estava vivo.

 

Superioridade a outros 

Hamã foi ainda mais longe. Não apenas o “eu” enchia sua visão, mas quando ele não recebeu a honra de Mardoqueu que ele sentia ser devida a si, ficou enfurecido a ponto de querer o extermínio de toda a sua raça. Hamã não conseguia entender que poderia haver alguém que o rei preferisse honrar em vez de a ele mesmo! Nós repudiamos essa presunção, mas não vemos essa conduta em nossos dias? Trazendo isso para mais perto de nós mesmos, já tivemos que julgar tal pensamento em nosso próprio coração? Mais do que isso, parece que muitos nascidos em um lugar favorável traduziram isso em uma atitude de superioridade sobre outros que não foram tão grandemente abençoados. Porém, tais privilégios deveriam nos levar a nos curvarmos em gratidão diante de Deus, pois não merecemos uma provisão tão rica.

 

Assim como Agur poderia dizer: “Há uma geração cujos olhos são altivos” (Pv 30:13), então há uma geração em nossos dias que diz: “O mundo gira em torno de mim!” Essa atitude não caracteriza apenas os jovens; infelizmente, isso se aplica a alguns pais e até avós. É a atitude em que devo esperar, que outros se esforcem por mim e que eu deveria ter o melhor e o máximo. Com essa mentalidade, nos vemos como vítimas quando não conseguimos o que queremos.

 

Servindo a outros 

Essa atitude é ruim o suficiente nas coisas naturais, mas também se espalha no reino espiritual. Não devemos ser desafiados a adotar uma abordagem mais semelhante a Cristo no nosso Cristianismo? Vamos parar de sentir pena de nós mesmos e começar a viver para o Senhor! Fomos deixados neste mundo para fazer a vontade de Deus (Jo 17:18) e para estarmos ocupados com Seus interesses.

 

Às vezes vemos falta de interesse de homens e mulheres mais jovens no serviço ao Senhor, enquanto os mais velhos estão fazendo o que poderia muito bem ser assumido pelos mais jovens? Às vezes, vemos falta de interesse na obra do evangelho, ou até mesmo falta de oração pelas bênçãos do Senhor no evangelho?

 

Sempre parece haver muitos necessitados para visitar, e Deus diz que este é um componente da religião pura: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tg 1:27). Muitos podem dizer por experiência própria que algumas de suas memórias mais ricas resultaram dessas visitas. Tal prática seria uma grande ajuda para nos libertar da ocupação consigo mesmo e da autopiedade.

 

A distribuição de calendários e folhetos pode ser uma atividade saudável para o corpo, bem como para a alma e o espírito. Às vezes dizemos “não há nada a fazer”? Talvez não exista algo à mão que naturalmente me agrade, mas buscar nosso próprio prazer não é o caminho da verdadeira alegria. O egoísmo destrói um espírito de gratidão.

 

Paulo exortou os anciãos efésios a se lembrarem das palavras do Senhor Jesus : “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20:35). Já provamos isso?

 

Talvez de vez em quando tenhamos notado rostos desinteressados em uma reunião Cristã. Por outro lado, às vezes vemos pessoas em um centro de detenção que cumprem pena por seus crimes, mas que se voltaram para o Senhor, e elas têm fome de ouvir a Palavra e fazem perguntas sinceras. Eles querem tudo o que podem absorver, enquanto podemos reclamar da “falta de bom ministério”, sem contribuir com nada para elevar o nível.

 

Estamos com 40 ou 50 anos e ainda esperamos que “os irmãos mais velhos” levem a carga? Que o Senhor graciosamente nos instigue a perguntar seriamente: “Senhor, que farei?” (At 22:10).

 

W. Brockmeier

Absolutos e Relativismo

 

Nas últimas décadas, o pluralismo religioso do Extremo Oriente influenciou cada vez mais as pessoas na Europa Ocidental e na América do Norte. O declínio do Cristianismo coincidiu com uma explosão de interesse no misticismo oriental e nas religiões orientais, e tudo isso resultou em uma perspectiva que diz, na prática, que não importa muito em que acreditamos, desde que sejamos sincero nisso. O pensamento é que, como todos os rios correm para o mesmo oceano, todas as religiões levam à mesma realidade final. Essa visão tem sido comum na Ásia há séculos, mas agora até mesmo os Cristãos professos adotam essa crença pluralista e veem Jesus como apenas um dos muitos deuses.

 

Para o crente, os aspectos destrutivos dessa abordagem não são difíceis de perceber, embora às vezes seja difícil caracterizar e explicar esse pensamento “pós-modernista”, pois há muitas variações dele. Mas, implícita em sua perspectiva, há a desconfiança quanto a toda verdade absoluta e a rejeição da Palavra de Deus como sendo a única divinamente inspirada. Qualquer reivindicação à verdade é relegada simplesmente ao fato de ser relativa, e qualquer base para a verdade é descartada por não ter autoridade final. A consequência prática dessa filosofia é uma verdadeira miscelânea de “verdades”, que permite ao indivíduo escolher o que mais lhe convém. Sem uma maneira absoluta de julgar as “verdades” concorrentes, ficamos com uma ampla diversidade de pontos de vista e uma atmosfera de “tolerância”.

 

Pensamento distorcido 

No final isso leva a um pensamento distorcido nas questões morais do certo e do errado, pois, se não houver absoluto, o certo e o errado podem ser julgados pelo indivíduo. E isso resulta em homicidas e terroristas valerem tanto quanto aqueles que tentam impedi-los. No nível mais pessoal da vida cotidiana, o certo e o errado são definidos pelas consequências e as pessoas agem de acordo com uma “ética situacional”. Recentemente um clérigo na Inglaterra aconselhou publicamente os pobres a roubar, se necessário, para satisfazer sua fome, mas estipulou que eles deveriam roubar apenas de grandes corporações, não de pequenos negócios familiares.

 

Esse modo de ver a vida é muito atraente para o homem natural, pois lhe permite definir sua própria moralidade. Como o homem tem consciência, existe certo senso de certo e errado em todo indivíduo, mas sem revelação divina e verdade absoluta, o seu senso está invariavelmente distorcido. O resultado final é o que encontramos em Israel na época dos juízes – “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”. Alguém pode ser considerado “espiritual” sem ter sua consciência alcançada, e ele pode professar ter uma “experiência religiosa” sem ter que defini-la. O conceito de pecado é raramente mencionado, e algumas coisas (como imoralidade sexual) são consideradas questões particulares deixadas novamente para o indivíduo decidir.

 

A Palavra de Deus 

Como então os crentes devem responder a esse tipo de pensamento? Em primeiro lugar, devemos levar a sério a ordem de Paulo a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (1 Tm 4:16). Antes de tudo, devemos tomar cuidado para que nós mesmos não caiamos nessa maneira de pensar. A Palavra de Deus deve ser nossa única autoridade, e devemos compreender que o Espírito Santo está aqui para interpretá-la para nós. “A Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17). Nossos próprios caminhos como crentes devem ser “inculpáveis”, pois estamos “no meio duma geração corrompida”. Não podemos brilhar como “luzeiros no mundo” (ARA) sem isso, pois o homem natural é rápido em julgar o comportamento do crente, mesmo que arranjando desculpas para o seu. A tolerância e a pluralidade têm um certo apelo ao homem natural e certamente contribuem para um caminho mais fácil também para o Cristão. O mundo não teria condenado o Senhor Jesus, exceto porque Ele expôs o pecado deles. “O mundo não vos pode odiar, mas ele Me odeia a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más” (Jo 7:7). Portanto, o crente que é tolerante com aquilo que é contrário à Palavra de Deus não sofrerá a mesma reprovação. Devemos estar dispostos a sofrer a reprovação e o isolamento que certamente virão se mantivermos as reivindicações de Deus, pois “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3:12).

 

Somente Deus é absoluto 

Em segundo lugar, devemos perceber em nossa própria alma a completa irracionalidade do pluralismo e do relativismo. Como alguém já disse, não pode haver conhecimento absoluto no homem por sua própria razão, mas apenas relativo. Somente Deus é absoluto, e se o homem abandona Deus, seu conhecimento, necessariamente, será apenas relativo. No entanto, quem insiste que não existe verdade universal está realmente dizendo: “A única verdade universal é que não existe verdade universal”. Ele está sendo tão absoluto quanto o crente que afirma que “nenhum outro Nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12). Ele está realmente usando o que considera uma verdade absoluta para ensinar que toda verdade é relativa. Com um pensamento distorcido semelhante, lembro-me de uma mulher que me disse que era tolerante a tudo, exceto com a intolerância! A verdade, por definição, exclui o que não é a verdade e, portanto, não podemos logicamente insistir que todas as verdades religiosas e morais são igualmente válidas, se elas se contradizem umas às outras.

 

Não estar andando com astúcia 

Em terceiro lugar, e mais importante, não devemos estar “andando com astúcia”, mas “nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2 Co 4:2). A arrogância e a condescendência não têm lugar em nosso testemunho; antes, devemos procurar alcançar consciências manifestando a verdade e usando a Palavra de Deus. Como Cristãos, lidamos com pessoas, não com a lógica, e procuramos alcançar o coração e a consciência. Ocasionalmente, há um tempo para “responde ao tolo segundo a sua estultícia” (Pv 26:5), mas mais importante do que vencer a discussão é ganhar a alma para Cristo. Um argumento lógico pode silenciar o oponente, mas apenas uma obra de Deus na alma o mudará. O homem pode argumentar contra a verdade, mas sua consciência está sempre do lado da verdade.

 

Em resumo, “não nos cansemos de fazer o bem” (Gl 6:9), pois o evangelho ainda é “o poder de Deus para a salvação”. Muitos estão cansados do vazio do pluralismo e do pensamento relativista e anseiam por algo sólido. Se crermos e pregarmos a verdade absoluta – “como está a verdade em Jesus” (Ef 4:21) – poderemos ter opositores e sermos ridicularizados, mas a verdade terá a vitória no final. O mundo crucificou o Senhor Jesus, Aquele que é a Verdade, mas Deus vindicou a verdade na ressurreição. Aquele que agora é “o Caminho, a Verdade e a Vida” um dia estará no trono de Sua glória, e a verdade será vindicada publicamente.

 

W. J. Prost

O Antídoto Para os Males Existentes

 

A Epístola de Judas mostra o verdadeiro caráter de tudo o que é do homem, mas não há uma porção da Palavra de Deus mais calculada para nos fazer cantar do que esta epístola. Quanto maior a provação, mais Deus diz: “Estou com você”. Judas começa com “a comum salvação”, mas depois se volta para toda a história anterior e diz: “Há um fracasso do primeiro ao último”. Então, encerrando, ele traz o testemunho de Enoque, como alguém que testemunhou o que o mal seria no final – o abandono e a traição da comum salvação. O efeito em nosso coração deve ser: “Que é o homem, para que dele Te lembres?” (Hb 2:6).

 

Quanto maior o privilégio, pior a corrupção. Desde o início do relacionamento de Deus com o homem até o fim, não há um período em que o depósito seja tão grande quanto o que nos foi dado, nem em que a corrupção tenha sido tão profunda. Mas Judas passa por isso, e ele soa uma segunda nota de misericórdia em conexão com a comum salvação – Deus intervindo e a segurança das pessoas que tinham fé.

 

Capaz de manter 

Quão surpreendentemente ele termina em Judas 24! Ele não apenas toma o lugar daquele que não vê nada ao seu redor para que o faça cantar e, portanto, se volta para Deus. pelo contrário, ele diz que toda essa ruína não acontece sem a permissão de Deus, ou o sinal de Ele estar no meio dela. Essas são as circunstâncias em que a sabedoria de Deus fluirá, pois Deus não perderá Sua Igreja. As mesmas águas que destruíram o mundo fizeram a arca flutuar. A mesma sabedoria de Deus será exibida para nós individualmente. Não devemos ficar desanimados ou abatidos; Deus não nos esquecerá nessas circunstâncias. Ele “é poderoso para vos guardar”, pois é “único Deus sábio, Salvador nosso” (v. 25). Como Judas se regozija em sua experiência de Deus! Olhe para cima e veja que tipo de caráter Deus exercerá em relação a nós nessas circunstâncias! Aconteça o que acontecer, haverá aqueles “chamados, santificados em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo” (JND) e esses têm um certo curso traçado para eles. Temos percebido que Deus nos preservou em Cristo Jesus? Então “misericórdia, e paz e amor” serão “multiplicados” para nós (v. 2).

 

Neste dia de trevas, não há necessidade de tatearmos, embora tudo ao redor esteja em confusão, mas devemos manter firme o que temos. Sabemos que somos chamados e santificados por Deus Pai. Devemos nos apegar às coisas que sabemos que Deus fez por nós. Deus estará conosco, pois em tempos difíceis Ele está sempre próximo. O Espírito de Deus está habitando em nosso coração; deixemos que Ele nos conduza a que estejamos “orando no Espírito Santo”. Sabemos, como filhos de Deus, que podemos contar tudo a Ele, mas quando chegamos para orar em tempos de angústia, pode haver o pensamento: “Para que lado está indo o Senhor?” Isso não é estar orando no Espírito Santo, ou quando desejos são expressos, como acontece com Paulo, que “três vezes” orou “ao Senhor para que” o espinho “se desviasse” dele. Depois ele ora no Espírito Santo, pois Deus tem Seu próprio caminho. Deus pode ver algo em meu coração para me humilhar. Embora o ouvido de Deus esteja perfeitamente aberto, precisamos aprender que não devemos ditar a Ele o que fazer. O caminho mais simples é lançar tudo sobre Deus e orar no Espírito Santo.

 

O amor de Deus 

“Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus” (v. 21). Todo o coração de Deus está radiante sobre nós; Seu amor está sempre sobre nós. “Esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”. Tudo aqui está entrando em confusão, mas no meio de tudo, a nuvem de glória descerá e a Igreja subirá. Ele nos chamou com base na misericórdia, e isso nos dá segurança. Quem chama é responsável por todas as dificuldades. Não podemos dizer como devemos passar por elas, mas Aquele que nos chama nos proverá.

 

Separado para Deus 

Nos versículos 22‑23, temos uma descrição de qual deve ser a conduta dos santos nesses tempos. Não se trata apenas de tolerar o que está ao nosso redor; deve haver um ódio positivo de qualquer ligação, por menor que seja, com a carne. Se o coração de um santo está onde deveria estar, ele está assegurado da presença de Deus e tentará trazer outros a isso, seja por meios fortes ou gentis. Acaso percebemos que a melhor coisa que Deus já deu foi corrompida? Deveríamos estar gastando toda a nossa energia para liderar o povo de Deus para fora do mal, porque devemos ser a expressão do que Deus é. Foi Deus Quem disse: “Este é para Mim, e eu sou capaz de guardá-lo em todas as dificuldades”. Deus está trabalhando em favor daqueles a quem Ele separou, trazendo-os como Aquele que é capaz de guardá-los de tropeçar. Isso traz Deus muito perto. Podemos olhar em volta e dizer: “Como isso é possível? Como podemos passar por isso?” Que o único Deus sábio mostre Sua competência para nos guardar de tropeçar, pois sempre haverá algo para pisarmos no deserto e nos apresentar irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória.

 

O Espírito de Deus não esquece a glória à qual somos predestinados. Nós nos esquecemos disso e, portanto, desanimamos e dizemos: “Eu nunca chegarei lá”. Sim, chegaremos, pois Ele nos apresentará impecáveis, completamente purificados. Não estaremos lá apenas para Seu louvor, como sinal de Sua sabedoria, mas com um coração capaz de participar de tudo.

 

Judas olhou para tudo isso e disse: “É aí que vejo a sabedoria de Deus manifestada”. Às vezes, as pessoas perguntam onde eu me encontro. Eu digo: “Nos últimos quatro ou cinco anos, tive um senso mais profundo da experiência de Paulo nas Igrejas. Não estou desanimado com todas as tristezas; Só posso dizer que Deus quer multiplicar provas de Sua sabedoria. Espero encontrar provas maiores, mas em tudo Deus nos fará saber mais sobre o que Ele é.”

 

G. V. Wigram (adaptado)

O Surto do Mal

 

A concupiscência desenfreada, a iniquidade, a ousadia, a vontade própria e a corrupção dos últimos dias serão mais terríveis do que qualquer manifestação do mal no passado, na medida em que é encontrada na profissão Cristã e existe na plenitude da luz da verdade. Os homens, geralmente, sem vergonha alguma, aguardam a escuridão da noite para executarem suas más ações. Esses homens, sem vergonha, têm prazer em deleites à luz do dia (AIBB). Como se diz: “Eles aprenderam a enfrentar a luz e desafiá-la”. Eles tomam seu lugar com os Cristãos; na realidade, são apenas manchas e máculas no nome Cristão. Sem se envergonharem, zombam do fato de estar enganando a outros.

 

H. Smith

Nova Criação


Eu vi o rebanho de Deus, uma bela multidão

De pessoas felizes espalhadas em paz

Por toda aquela bela terra na luz eterna do amor;

Nem Sol ou candeia eles precisam; não há noite ali,

Mas um dia sem fim – o dia de Deus;

E cada coração derrama um cântico eterno.

 

Nenhum vestígio de tristeza, morte ou maldição

Naquela bela terra será encontrado; nenhuma pedra esculpida,

Símbolo de corações esmagados e partidos; nenhuma lágrima,

Nenhuma decepção, nenhum medo pressagioso;

Nenhuma árvore com fruto proibido solitária,

Nem a serpente jamais poderá entrar ali.

 

A mão de Deus enxugou todas as lágrimas;

Não mais um Visitante, como a inocência

A luz nas entranhas do Éden O acolheu;

Aqui Ele habitará sem véu, sem distância

Entre Ele e Sua criatura, mas de lá

Filhos com o Pai por toda a eternidade.

 

Jesus está lá, bem conhecido em Seu profundo amor,

Para caminhar com Seus redimidos através de campos de luz;

Lá eles, com santa alegria, recordarão

Sua cruz, Seu trabalho doloroso, suas tristezas todas

Por eles suportadas no poder eterno do amor

Para que Ele possa tê-los Consigo no alto.

 

Autor desconhecido

 “Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”

Judas 1:21

 



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