O Dia do Senhor (Março de 2011)
- Verdades Vivas
- 25 de jul.
- 30 min de leitura
Atualizado: há 6 dias

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Revista mensal publicada originalmente em março/2011 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da edição
W. J. Prost
P. Wilson
P. Wilson
Bible Treasury, 3:58
W. Trotter (adaptado)
W. J. Prost
Hinário Little Flock – Hino 170
O Dia do Senhor

Além do uso comum da palavra “dia” para significar um período de 24 horas, a palavra também é usada na Escritura para identificar um período no tempo. Por exemplo, lemos sobre “aquele dia” e “o grande dia” e falamos do dia da graça, do dia (ou dispensação) da lei e do dia milenar.
Deus faz tudo de maneira ordenada, de acordo com o Seu próprio cronograma. Seus tratamentos com o homem foram todos programados de acordo com Seus propósitos desde a eternidade passada e continuarão com seus perfeitos resultados eternos. Assim como os ciclos de dia, mês e ano, Ele organizou Seus tratamentos em períodos de atividade e maneiras pelas quais Sua Palavra se refere como “dias” e às vezes como “dispensações”.
Nesta edição focaremos no “dia do Senhor” e outros dois dias relacionados a ele, o dia do homem e o dia de Deus. Agora Deus está permitindo que o homem tenha seu dia – um dia de confusão, desordem e injustiça. Logo Deus dirá ao Senhor que está na hora de Ele levar toda a criação por Seu poder a um estado de ordem e retidão e então reinar. No final daquele dia, todo pecado e todos os resultados do pecado serão removidos, e então o Filho entregará os resultados de Sua obra a Deus para que Seu dia eterno habite com o homem e descanse em Seu amor.
Tema da edição
Os Dias da Escritura
A palavra “dia” é usada na Palavra de Deus com diferentes significados que devem ser deduzidos do contexto da passagem. Às vezes, a palavra significa um período literal de 24 horas, às vezes simboliza um ano e outras, uma época ou tempo. Neste artigo, gostaríamos de examinar alguns dos diferentes períodos de tempo na Escritura que são mencionados como “dias”. É importante notar que, quando a Escritura menciona um dia específico nesse contexto, geralmente estão relacionadas à responsabilidade.
O dia do homem
Esta expressão é encontrada em 1 Coríntios 4:3: “Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano [do dia do homem – JND]”. Embora este dia não seja mencionado em nenhum outro lugar da Palavra de Deus, a verdade relacionada a ele é encontrada em toda a Escritura. Quando Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança e o colocou neste mundo, era com a expectativa que o homem andaria em obediência e dependência d’Ele. Quando o homem exerceu sua própria vontade em desobedecer a Deus, ele começou o período de tempo mencionado como “dia do homem”. Talvez isso tenha se tornado mais pronunciado desde que Cristo foi rejeitado e Satanás foi chamado de deus e príncipe deste mundo.
É o período em que é permitido ao homem, mais ou menos, seguir seu próprio caminho neste mundo, embora Deus venha intervindo de tempos em tempos e cumprindo Seus propósitos, apesar dos planos do homem. É a manifestação do mundo de Caim – o mundo que começou quando Caim saiu da presença do Senhor, construiu uma cidade para si e então se cercou de tudo calculado para fazê-lo o mais feliz possível em um mundo arruinado pelo pecado, mas deixando Deus de fora. O impulso deste mundo está aumentando hoje, mas acabará chegando ao fim.
O dia de Cristo
O dia de Cristo é mencionado primeiro em Filipenses 1:10, embora seja chamado de “dia de Jesus Cristo” no versículo 6. É mencionado novamente em Filipenses 2:16, e o mesmo período também é conhecido como “o dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1:8) e “o dia do Senhor Jesus” (1 Co 5:5; 2 Co 1:14). Paulo também se refere a ele simplesmente como “naquele dia” várias vezes. Da mesma forma, o Senhor Jesus poderia dizer em João 8:56: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o Meu dia”. Quanto Abraão entendeu das implicações de tudo isso, não sabemos, mas evidentemente esperava a vinda do Messias e “a cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice e Construtor é Deus” (Hb 11:10).
O dia de Cristo está conectado com a obra de Deus em Seu povo, com objetivo de exibi-los com Cristo no dia de Seu poder; está, portanto, conectado à responsabilidade. Todas as várias circunstâncias em nossa vida e todas as nossas experiências na escola de Deus estão formando em nós aquilo que será manifestado para a glória de Cristo naquele dia. Naquele dia, cada um será o fruto de Sua obra, tanto Sua obra na cruz por nós como Sua obra em nós durante nossa vida Cristã. Tendo “começado a boa obra” em nós, Ele realmente “a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp 1:6). Tudo isso terá como objetivo o tempo em que Cristo “vier para ser glorificado nos Seus santos, e para Se fazer admirável naquele dia em todos os que creem” (2 Ts 1:10).
O dia de Cristo é o dia de Sua glória na esfera celestial, assim como o dia do Senhor é o dia de Sua glória na esfera terrenal. No dia de Cristo, Seu povo é visto com Ele. Não apenas haverá a manifestação do que Deus operou em nós por Sua soberania, mas também haverá a manifestação dos galardões – o que foi o resultado do exercício de nossa responsabilidade aqui em baixo neste mundo. Mesmo nisso, sabemos que tudo é de Deus, pois “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fp 2:13). Será nosso gozo naquele dia lançar nossas coroas aos Seus pés e proclamar por toda a eternidade: “Tu és digno”!
O dia do Senhor
Assim como o dia de Cristo é o lado celestial das coisas, o dia do Senhor nos apresenta o lado terrenal. Este dia é um dia de julgamento, e está conectado com o Senhor Jesus, tomando Seu lugar de direito neste mundo e reinando em justiça. É mencionado pela primeira vez em Isaías 2:12: “Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo”, e é mencionado muitas vezes na Escritura, principalmente nas profecias do Velho Testamento. Ele está primariamente ligado ao julgamento, pois julgamentos terríveis precederão o estabelecimento daquele glorioso reino milenar. Por esse motivo, uma linguagem forte é frequentemente usada para descrevê-lo, tal como: “porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?” (Joel 2:11). É referido como o dia do “Filho do Homem” em Lucas 17:24 e virá sobre este mundo como “um ladrão de noite” – inesperado e indesejado.
Mais do que isso, o dia do Senhor incluirá não apenas os julgamentos preparatórios para o estabelecimento do reino de Cristo, mas abrange toda a era do Milênio e também os julgamentos do final do Milênio – o julgamento daqueles que se levantam em rebelião quando Satanás é solto por um pouco de tempo e o julgamento dos iníquos mortos, no grande trono branco. Se o homem corrompeu a criação de Deus e rejeitou Seu Filho, Deus o fará com que Ele seja honrado e glorificado neste mundo – o próprio lugar em que a rejeição ocorreu. “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de Seus pés” (1 Co 15:25).
Devemos lembrar, é claro, que, embora o dia do Senhor seja caracterizado por julgamento, é julgamento apenas sobre aqueles que se opõem ao legítimo Rei de Deus. Deus declarou: “Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o Meu santo monte Sião” (Sl 2:6), e todos os que resistirem a isso serão julgados. Para aqueles que O aguardam e O recebem, o dia do Senhor introduzirá uma bênção sem precedentes e um tempo de paz para este mundo como nunca havia conhecido desde a queda do homem. Realmente será um tempo em que “o Senhor DEUS fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações” (Is 61:11).
O dia de Deus
O dia de Deus é mencionado apenas uma vez na Escritura: “Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus” (2 Pe 3:12). (A expressão “naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso” em Apocalipse 16:14 é claramente uma referência a Deus em Seu poder e descreve o dia do Senhor). O dia de Deus traz diante de nós o que às vezes é chamado “o estado eterno”, pois é um estado de coisas que permanece por toda a eternidade, muito depois de o reino milenar ter chegado ao fim. Também é referido em 1 Coríntios 15:28: “Então também o mesmo Filho Se sujeitará Àquele que todas as coisas Lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos”. Quando Cristo “houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força” (1 Co 15:24), Ele entregará o reino a Deus, o Pai. Neste momento (no fim do dia do Senhor), Deus destruirá a presente Terra e os céus – “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2 Pe 3:10). Então chega o dia de Deus, “em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” (2 Pe 3:12). Por meio dos julgamentos durante o dia do Senhor e a subsequente destruição da Terra e dos céus pelo fogo, o pecado será removido para sempre, inaugurando o dia de Deus.
O dia de Deus (e é Deus em Trindade que está em manifestação aqui) será um tempo de paz, onde o pecado nunca mais levantará a cabeça. Se o dia do Senhor é necessário para a reivindicação pública do caráter santo de Deus, o dia de Deus é para a eterna satisfação de Seu coração. Temos uma descrição desse dia em Apocalipse 21:1‑8, onde há “um novo céu e uma nova Terra” – a nova criação resultante da remoção do pecado para sempre, pela obra de Cristo. Nesse dia será o cumprimento final e visível de João 1:29: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Deus habitará para sempre com os homens, e todas as lágrimas serão para sempre enxugadas.
Não precisam de Sol ou vela;
Nenhuma noite há,
Mas o dia sem fim – o dia de Deus;
E todo coração derrama um eterno cântico.
W. J. Prost
O Dia do Senhor
A palavra “dia” é frequentemente usada nas Escrituras para indicar um certo período de tempo. O “dia do Senhor” se refere ao tempo em que o Senhor Jesus voltará à Terra, ajustará tudo e depois reinará. O mundo está muito doente e não há indicação de nenhuma melhoria próxima. Conflitos, ganância, fome e problemas de todas as naturezas assolam o mundo inteiro. Os próprios fundamentos parecem estar cambaleando. Este é o “dia do homem” (1 Co 4:3 – JND), e ele fez uma grande desordem em tudo. A vinda do Senhor para buscar os Seus pode acontecer a qualquer momento. Que momento feliz será para todos os que são salvos e que momento terrível para os incrédulos que serão deixados para trás. Então, as coisas que estão perturbando o mundo se tornarão repentinamente piores e apenas deixarão de piorar quando o Senhor Jesus voltar para subjugar Seus inimigos e estabelecer Seu governo justo na Terra – o começo do “dia do Senhor”.
O dia do Senhor seguirá os dias da “apostasia” e da “grande tribulação”. As dificuldades da grande tribulação serão terríveis e terminarão com a vinda pessoal do Senhor para executar o julgamento. Ele virá para limpar este mundo, vingando-se daqueles que não conhecem a Deus, uma preparação para estabelecer Seu reino na Terra. Alguns confundem o dia do Senhor com Sua vinda para os santos, mas isso não deve ser confundido. Quando Ele vier para inaugurar o dia do Senhor, Seus santos virão com Ele. Quando Ele aparece em glória, eles aparecerão com Ele (Jd 14-15; Cl 3:4). Antes disso (isto é, antes da apostasia e da grande tribulação), Ele terá vindo e chamado Seus remidos da Terra e da sepultura, de acordo com 1 Tessalonicenses 4.
Uma época de julgamento
Tanto o Velho quanto o Novo Testamento falam do dia do Senhor como um tempo de julgamento e trevas para a Terra. Notemos alguns dos versículos do Velho Testamento: “o dia do SENHOR vem, já está perto; Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas... porque o dia do SENHOR é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?” (Joel 2:1, 11).
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo... Eis que Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR” (Ml 4:1, 5).
“O grande dia do SENHOR... aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e de desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido” (Sf 1:14, 16).
“Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido... Então os homens entrarão nas cavernas das rochas, e nas covas da terra, do terror do SENHOR, e da glória da sua majestade, quando ele se levantar para assombrar a Terra” (Is 2:12, 19).
Muitos outros versículos do Velho Testamento também falam de tempo em que o próprio Senhor virá para julgar a Terra. Naquele tempo, Seus inimigos, assim chamados em Atos 2, serão postos como escabelo de Seus pés. Que coisa séria é ser um inimigo de Cristo! Desde a morte do Senhor Jesus pelas mãos do homem, não pode haver neutralidade em relação a Ele; alguém está do lado do Senhor – por Cristo – ou contra Ele. Leitor, você é um amigo ou um inimigo?
No Novo Testamento, o próprio Senhor predisse Sua vinda em julgamento. As palavras de Mateus 24:27‑30 são claras: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem... Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
O arrebatamento revelado
Na primeira epístola aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo teve que instruir esses jovens Cristãos na verdade da vinda do Senhor para tirar Seus santos da Terra antes do julgamento. Esses recém-salvos ficaram angustiados porque parte do número deles havia morrido antes da vinda do Senhor, então o Espírito de Deus lhes enviou esta palavra, explicando como os mortos em Cristo serão ressuscitados e os crentes vivos arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. Isso não será no dia do Senhor, mas ocorrerá antes que Ele apareça em glória. Então, no quinto capítulo desta epístola, eles são informados do dia do Senhor que será subsequente à vinda do Senhor para os Seus. “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão”.
Neste versículo, aprendemos que, mesmo no meio de todas as dificuldades da grande tribulação, os homens estarão trabalhando em planos para a melhoria do mundo e para assegurar a paz para um mundo devastado. Eles se tornarão bastante confiantes no sucesso de seus planos e profetizarão “Paz e segurança”, apenas para terem suas esperanças frustradas pela vinda do Filho do Homem para julgar Seus inimigos. Deus será deixado de fora de seus planos, e sua destruição será rápida e repentina.
Que contraste o “dia do Senhor” será com o dia do homem no presente! Mesmo agora, a vontade do homem é primordial e Deus é deixado de fora. Naquele dia, com todos os Cristãos fora do mundo, ele se tornará totalmente sem Deus e apóstata. Mas chegará o dia em que Cristo, uma vez rejeitado aqui, retornará com Seus santos para executar o julgamento. Ele é desprezado e rejeitado agora, mas chegará o dia em que todos reconhecerão Seu direito de governar.
Problemas atuais
Depois que Paulo escreveu sua primeira carta a esses jovens Cristãos em Tessalônica, eles ficaram ainda mais perturbados. Dessa vez, o problema deles foi referente ao dia do Senhor. Eles estavam passando por problemas como resultado de seu testemunho de Cristo. Eles estavam sofrendo perseguições e foram tentados a acreditar que o motivo pelo qual estavam tendo tantos problemas era o fato de estarem passando pelo dia do Senhor. Isso não era verdade, e Paulo escreveu sua segunda carta para corrigir o erro. No segundo capítulo, ele diz: “Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele, rogamos-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto [é presente – JND]” (2 Ts 2:1‑2 – AIBB).
Ele rogou que eles não se preocupassem com esse relato falso, e chama à lembrança deles “à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele”. Isto acontecerá antes do “dia do Senhor”. Eles foram instruídos na primeira carta de Paulo sobre como o Senhor virá nas nuvens e chamará os santos para encontrá-Lo nos ares. Essa esperança deve ser seu conforto e encorajamento. O relato fictício dizia que o “grande e terrível dia do SENHOR” havia realmente chegado. Isso os levou a profundo abatimento (lembre-se de que o relato tinha falsamente o nome do apóstolo para credenciá-lo), pois eles entenderam que o dia do Senhor seria um tempo terrível. Eles, sem dúvida, conheciam algumas das profecias do Velho Testamento que acabamos de observar, para que possamos entender bem seu estado conturbado ao ouvir esse relato.
O julgamento da apostasia
Depois de lembrá-los da vinda do Senhor como sua própria esperança, o apóstolo Paulo continua explicando que o dia do Senhor não pode chegar até que outras coisas aconteçam. A apostasia e a revelação do “homem do pecado” devem preceder a vinda do Senhor para executar o julgamento. Certamente Ele virá em labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho. Sua vinda em julgamento, trazendo o dia do Senhor, é uma certeza, mas nenhum Cristão deve se incomodar com isso, pois antes disso ele sairá de cena para estar com Cristo e voltará com Cristo naquele dia.
A segunda epístola de Pedro também fala da vinda do dia do Senhor como ladrão. Um ladrão vem sem aviso e nunca para o bem; assim, o dia do Senhor chegará inesperadamente ao mundo sem Deus para julgamento.
Pedro, falando pelo Espírito de Deus, vai além e conta os eventos que ocorrerão mesmo após o reinado pacífico de mil anos de Cristo. Ele fala da dissolução da Terra e dos céus presentes no final do dia do Senhor. Assim, vemos que o dia do Senhor dará início ao reino de Cristo na Terra e continuará por todo e até além dele, até a chegada do “dia de Deus” – o estado eterno, com novos céus e nova Terra.
P. Wilson
O Dia de Cristo
“O dia de Cristo” é encontrado em Filipenses 1:6, 10 e 2:16. Ele nos leva em pensamento mais à cena celestial do que uma terrenal. O apóstolo Paulo aguardava ansiosamente o dia de Cristo. Ele tinha gozo nos santos filipenses ao ver o que a graça já havia produzido neles, e então esperava ansiosamente pelo momento em que eles estariam com Cristo, e tudo seria completado neles.
“Fazendo sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas... Tendo por certo isto mesmo, que Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp 1:4, 6).
Depois disso, ele escreve sobre seu desejo de que o amor deles crescesse mais e mais em conhecimento e inteligência, a fim de aprovarem as coisas que são excelentes até o fim, para que pudessem caminhar sem um passo errado até aquele dia glorioso – o dia de Cristo. Esse deveria ser o nosso desejo também. É triste dizer que falhamos e damos passos errados, mas se estivéssemos andando perto do Senhor, não seria assim.
Deus fez provisão para nós se falharmos. “Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1 Jo 2:1). Mas a Palavra de Deus não supõe que devemos falhar. Pense em todas as provisões que temos para caminhar de modo agradável a Ele: Fomos salvos e levados a Deus em perfeita paz; nós temos a Palavra de Deus como um guia perfeito; nós temos o Espírito de Deus habitando em nós em poder; temos o Senhor Jesus Cristo como nosso Grande Sumo Sacerdote para nos socorrer quando estamos fracos. Quão pouco utilizamos os recursos que temos em Cristo para agradar a Ele! Não que devêssemos esperar perfeição na carne: Tais ideias estão erradas e só tendem a exaltação do “eu” – e a dar confiança na carne. Não devemos ter confiança na carne, mas podemos dizer que, quando falhamos, a culpa foi nossa e nossa própria falta de vigilância. Esse dia abençoado – o dia de Cristo – está chegando em breve. Então tudo será perfeito e o trabalho iniciado em nós será completo, mas vamos procurar agradar a Ele tendo em vista aquele dia.
O apóstolo havia arduamente trabalhado no evangelho e sofrido por ele em Filipos (Atos 16), e esses queridos santos foram fruto de seus labores. Depois de salvos, eles se interessaram ativamente pelo evangelho; eles haviam mostrado sua comunhão desde o primeiro dia em que foram salvos. Eles estavam dispostos a compartilhar suas provações e conflitos. Depois, ele escreve para incentivá-los a caminhar de modo irrepreensível diante dos incrédulos e mostrar-lhes o caminho da salvação: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão” (Fp 2:14-16).
Paulo aguardava ansiosamente o momento em que ele e todos os santos estariam com Cristo – quando veria o fruto de seu trabalho. O amado apóstolo apresentou isso como um motivo para que eles continuassem em fiel testemunho. Esse será o momento em que os resultados e frutos de todos os nossos trabalhos árduos serão manifestos. Podemos então com alegria antecipar o dia de Cristo. Nosso trabalho para o Senhor não pode ser corretamente avaliado agora, mas naquele dia de glória vindouro será visto à Sua luz. Certamente o dia de Cristo apresenta um pensamento diferente do “dia do Senhor”, que fala da subjugação de todos na Terra ao Seu governo justo.
P. Wilson
A Vinda e o Dia do Senhor
Em 2 Pedro 3, pode parecer estranho que o Espírito de Deus, em vez de entrar no assunto da vinda do Senhor [para os crentes], deva imediatamente se afastar dele para falar do Seu dia [o dia do Senhor]. Muitos leitores desta e de outras partes do Novo Testamento, por pressa, foram levados a confundir as duas coisas, por causa dessa mesma circunstância. Mas Pedro está escrevendo para aqueles que eram Judeus anteriormente, e eles estariam, portanto, um pouco familiarizados com o pensamento do “dia do Senhor”, pois muito é dito no Velho Testamento sobre o tremendo dia do tratamento divino com todo o mundo. Não é apenas o momento em que os homens serão ressuscitados dos mortos para serem julgados diante do grande trono branco. O dia do Senhor é que Deus tratando com o mundo como ele é – parando todas as suas rodas, prendendo homens no meio de todas as cenas agitadas da vida, e chamando-os a prestar contas. O Velho Testamento, ao lidar com o homem na Terra, naturalmente dá grande importância “aquele dia”. O grande julgamento do trono branco está completamente fora do mundo. O céu e a Terra terão então desaparecido; será um julgamento não relacionado ao tempo, mas que dará início à eternidade.
Os escarnecedores
Observe a sabedoria de Deus aqui. Os homens não zombam do dia do Senhor; mesmo um Judeu não convertido, com as Escrituras do Velho Testamento em suas mãos, teria medo de fazer pouco caso dele. Em vez disso, eles dizem: “Onde está a promessa da Sua vinda?” Vocês Cristãos estão esperando a vinda de Cristo para serem felizes. Vocês são as pessoas mais miseráveis do mundo; vocês não desfrutam de nada. Vocês se separam de todos os nossos interesses e prazeres. Vocês encontram falhas em tudo, não apenas em nossos maus caminhos, mas em nossos melhores esforços e, no final, Ele não vem. “Onde está a promessa da sua vinda?” Este é exatamente o lugar em que a vinda de Cristo coloca o Cristão. O que diz o Espírito de Deus para aqueles que zombam da esperança dos santos? Creio que Sua resposta, com efeito, equivale a isso: “Não falarei com você sobre a esperança do Cristão, um tema que você traz a tona. Mas Eu lembrarei você de uma cena terrível que você esqueceu. Existe algo como ‘o dia do Senhor’ chegando”. Ou seja, ele deixa de lado o assunto da esperança da Igreja e do Cristão, a vinda do Senhor para nos receber para Si mesmo, o que nos tirará de toda essa cena, nos levará ao céu e nos colocará em paz e bênção diante do Pai. O Espírito Santo em 2 Pedro não entra nisso.
Em Judas, ele apenas nos dá um pequeno vislumbre da bem-aventurança dos santos diante de Deus. “Ora, Àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória”. Lá você tem um olhar para a profunda alegria interior dos santos de Deus, sobre a qual o mundo nada saberá. Ele nunca pode ver o que o Cristão mais apreciará na presença de Deus Pai, nem conhecerá nada da vinda de Cristo que nos introduzirá nessa cena. Mas o mundo deve ver o dia do Senhor, e quando esse dia chegar, o Senhor terá todos os Seus santos no céu, no pleno brilho e intimidade do desfrute da casa do Pai. Depois, Ele os trará para fora e os manifestará na glória de Seu Pai e na dos anjos diante do mundo, e então virá um julgamento retributivo. O Senhor virá do céu e tratará com os homens no meio de seus afazeres, de suas obras e planos aqui embaixo. É isso que vemos tratado em 2 Pedro 3. Ele diz: “Vocês zombam, de nossa esperança, mas vou lembrá-los do seu temor e, quando vocês ouvirem falar dele, poderão estremecer.”
O Senhor é longânimo
“Mas, amados, não ignoreis uma coisa (e que os amados santos de Deus se lembrem disso bem), que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia”. O Senhor pode, de forma admirável, concentrar eventos que poderiam ter se estendido por mil anos em um único dia, ao passo que, por outro lado, pode prolongar os de um só dia na paciência de mil anos. O Senhor não retarda Sua promessa. Ele não está disposto a dar o golpe terrível que está prestes a cair no mundo. Deus “não [quer] que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. Essas palavras deixaram inteiramente de lado a ideia horrível (tecnicamente chamada reprovação) de que qualquer homem jamais foi feito com o propósito de ser lançado no inferno. Deus, pelo contrário, deseja salvar. Seu coração anseia pelos homens. Ele espera por eles, roga a eles e envia o evangelho a eles para que possam recebê-lo. Sem dúvida, é pura graça e somente a graça que desperta uma alma para o amor de Deus. Mas é o pecado – a incredulidade do homem (qualquer que seja o endurecimento judicial em certos casos) – que os encerra na rejeição de Sua misericórdia.
O inverso disso aparece em 2 Tessalonicenses, mas confirma fortemente a mesma distinção. O apóstolo introduz, em 2 Tessalonicenses 1, o caráter solene “daquele dia”, com suas questões justas e retributivas tanto para os santos quanto para os pecadores. No capítulo 2, ele está desenvolvendo seu enfoque especial na destruição do iníquo, o homem do pecado, que deve surgir no final, fruto amadurecido da Cristandade apóstata. Seu assunto é “o dia do Senhor”, sobre o qual os tessalonicenses tiveram sua mente abalada e alarmada por falsas afirmações, mas ele se afasta para exortá-los quanto à “vinda do Senhor”, que estava cheia das associações mais doces e mais reconfortantes, para que não dessem ouvidos a esses rumores infundados. Compare também 1 Tessalonicenses 4‑5. Sua porção especial, pelo menos a sua reunião ao Senhor, está ligada à “Sua vinda”, enquanto “Seu dia” é reservado para o julgamento de Seus adversários.
Seja a prorrogação curta ou longa, mil anos ou um dia, o dia do Senhor virá como ladrão de noite. Virá de repente e será muito indesejado neste mundo. Por tudo o que está implícito aqui, Ele faz o dia do Senhor abranger todo o intervalo desde a vinda do Senhor em julgamento, por todo o milênio, até o grande trono branco. “Os céus passarão com grande estrondo... e a Terra, e as obras que nela há, se queimarão” devem ocorrer antes que esse dia se encerre.
Piedade enquanto Deus é paciente
“Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade”. Podemos sentir, e devemos sentir, o que o homem é em seus escárnios contra a verdade de Deus. No entanto, a melhor resposta para tudo isso é a de uma comunhão piedosa – o efeito sobre nossa alma e em nossa caminhada do conhecimento dessa esperança e da nossa percepção da terrível condenação que aguarda aqueles que desprezam não apenas a justa vontade de Deus, mas a Sua misericórdia. O Senhor aqui nos mostra a importância disso. “Que pessoas vos convém ser... aguardando e apressando-vos para a vinda do dia de Deus”. Ou seja, não queremos que este dia seja adiado por nós mesmos, mas amamos a paciência de Deus para com os homens. Esse conhecimento reconcilia nosso coração com o retardamento enquanto, pessoalmente, ansiamos que o Senhor venha, porque sabemos que quando Ele vier e nos levar embora, o dia do Senhor deverá se aproximar rapidamente da Terra.
“Mas nós, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra, em que habita a justiça”. Isso nos dá a chave para entender Pedro – a justiça é o pensamento tanto nesta epístola quanto da primeira. A vinda do Senhor para o Seu povo não é a manifestação de justiça, mas a revelação de Sua graça. Ele começou e terminará conosco agindo em graça plena e celestial, pela qual Ele nos escolheu para estarmos com Ele mesmo. Mas aqui temos o dia do Senhor, que tem um aspecto de justiça até mesmo para nós. Quando esse dia chegar, seremos manifestados. O dia vai revelar. É o momento em que teremos recompensas pelos sofrimentos especiais ou fidelidade de qualquer tipo; é o tempo que, portanto, revelará onde fomos infiéis e por que falhamos. O dia do Senhor não terminará até que todo o mal tenha sido banido e a justiça introduzida e estabelecida, havendo desaparecido todos os inimigos. O dia do Senhor é tão enfaticamente justiça quanto Sua vinda é graça. Nunca se diz que o mundo verá algo da vinda do Senhor para Seus santos. Sem dúvida notará a ausência deles. A advertência do dia da graça terá sido encerrada, embora possa ser levantado um testemunho do reino vindouro e dos julgamentos, e alguns corações possam ser abertos para recebê-lo. Mas a Escritura não contém nem uma palavra sequer de esperança para aqueles que agora recusam o evangelho.
Bible Treasury, 3:58
Esperando por Cristo
Com os tessalonicenses, a única esperança deles era a vinda de Cristo; eles estavam esperando por isso, como se fosse a qualquer dia. Porém, enquanto esperavam, alguns haviam sido removidos do meio deles pela morte, e eles não parecem ter compreendido que seus irmãos que haviam partido seriam ressuscitados para participar de sua alegria na vinda de Jesus. É neste ponto que o apóstolo agora os instrui. Quanto aos que dormiram, não deveriam se entristecer, como outros que não tinham esperança.
“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor (fazendo disso algo novo, uma revelação especial): que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os (não iremos antes dos) que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:14-17).
O apóstolo usa essa esperança para procurar aperfeiçoar o que faltava na fé deles. Eles já sabiam que o Filho de Deus deveria voltar do céu e que, ao voltar, reinaria sobre o reino prometido a Ele desde tempos antigos. Era por isso que eles estavam esperando desde o dia de sua conversão. Agora Paulo lhes diz que seus irmãos adormecidos devem participar da glória daquele reino vindouro e que, longe de perderem qualquer coisa por terem partido, sua ressurreição será o primeiro evento relacionado à descida de Cristo. Os santos ressuscitados e aqueles que permanecerem vivos serão arrebatados juntos. O local do encontro será nos ares. Tais são as verdades adicionais contidas nesta passagem de importância transcendental. Certamente não há nada aqui que coloque à distância a esperança da vinda de Cristo. “NÓS, os que ficarmos vivos”, colocados em contraste com “os que dormem” sugeriria qualquer coisa menos a ideia de um intervalo necessário e inevitável de séculos antes que seja possível para esse evento ocorrer! A linguagem usada só pode corresponder à firme convicção de que podemos estar vivos, e com o desejo de estarmos vivos, quando o Senhor Jesus descer.
As duas partes de Sua vinda
Mas isso não é tudo. Depois de consolar os tessalonicenses e exortá-los: “consolai-vos uns aos outros com estas palavras”, ele prossegue dizendo: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva”. Eles precisavam ser instruídos sobre os pontos que acabavam de tratar – a ressurreição dos santos adormecidos e sua ressurreição com aqueles que estão vivos para encontrar o Senhor nos ares – essas eram novas verdades, das quais até agora ignoravam. Mas dos tempos e das estações não havia necessidade de escrever para eles. Por quê? “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão”. Aqui entramos em outro assunto. A descida do Senhor Jesus nos ares, e a trasladação da Igreja para encontrá-Lo ali, é uma coisa. O dia do Senhor, e Sua vinda sobre os ímpios como ladrão de noite, é outra coisa. A primeira é tudo brilho e alegria; a outra é tudo escuridade, trevas e terror. Os tessalonicenses tiveram que receber uma nova revelação por meio do apóstolo para familiarizá-los com o primeiro assunto; com o último assunto, eles já estavam familiarizados, sem dúvida, pelas Escrituras do Velho Testamento, bem como com o ministério entre eles do apóstolo e seus companheiros.
O dia do Senhor
“O dia do Senhor” é uma frase que ocorre com frequência no Velho Testamento e sempre se refere à execução do juízo sobre a Terra. Em seu sentido pleno, sem dúvida, implica o dia ainda futuro da presença real do Senhor para executar juízo sobre os ímpios e estabelecer, com poder, o Seu próprio domínio sobre a Terra. Pode ser usada em alguns casos de notáveis intervenções de Deus em juízo, onde a presença direta do Senhor não está incluída no significado da frase. Ainda assim, mesmo nesses casos, temos figuras e amostras do que será o dia do Senhor, em seu sentido pleno e absoluto. E onde quer que ocorra, a frase está conectada ao juízo. “Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido” (Is 2:12), “Ai do dia! Porque o dia do SENHOR está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso” (Jl 1:15). “O dia do SENHOR vem, já está perto; dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes” (Jl 2:1‑2). “Não será, pois, o dia do SENHOR trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?” (Am 5:20). Tal é a força dessa expressão no Velho Testamento. No Novo, é semelhante. “Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do Homem no seu dia” (Lc 17:24). Noé, o dilúvio, Ló e o incêndio de Sodoma são mencionados, e é dito: “Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar” (v. 30).
Reunindo Seus santos e ferindo Seus inimigos
Pedro, no dia de Pentecostes, fala desse “grande e glorioso dia do Senhor”. O próprio Senhor advertiu Seus ouvintes dizendo: “acautelai-vos” para que aquele dia não os surpreenda. “Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a Terra” (Lc 21:35). Não precisamos fornecer mais evidências sobre o significado da frase “o dia do Senhor”. Em todas essas passagens, como em 1 Tessalonicenses 5, aponta para a execução de julgamentos repentinos e avassaladores sobre os iníquos, introdutórios ao estabelecimento pelo poder do reino terrenal de Cristo. Quão impressionante é o contraste entre a descida do Senhor Jesus nos ares, que é apresentada aos santos tessalonicenses como a consumação de todas as suas esperanças, e este “dia do Senhor”, que está por vir “como ladrão de noite” sobre todo o mundo dos ímpios. É verdade que são apenas diferentes estágios do grande evento, a vinda do Senhor, mas em seu caráter, quão distintos! No primeiro caso, o Senhor desce nos ares; no outro, Seus julgamentos caem sobre a Terra. No primeiro caso, o Senhor vem reunir Seus santos; no outro, para ferir Seus inimigos. E os santos são instruídos quanto ao primeiro, para que saibam com certeza que estão isentos dos terrores do segundo. “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas” (1 Ts 5:4-5). Nós já somos, em nossa esperança e destino e no espírito de nossa mente, filhos do dia. Antes que o dia realmente deflagre sobre o mundo adormecido, embriagado com seus prazeres carnais, teremos sido arrebatados para encontrar o Senhor nos ares, e estaremos com Ele quando Sua Aparição aterrorizar e abater Seus inimigos. Essa é a doutrina desta primeira epístola. Que ela seja escrita de forma permanente em nosso coração e exerça ali todo o seu poder consolador e santificador.
W. Trotter (adaptado)
O Consumo de Alimentos
Há quase três anos, um artigo da Revista O Cristão abordou o tema da oferta mundial de alimentos e apontou a drástica redução no estoque de alimentos que ocorreu no mundo nos últimos dez ou quinze anos. Com condições como secas, inundações, aumento dos preços do petróleo e uma população mundial maior continuam afetando a agricultura, o problema da escassez de alimentos persiste. É verdade que uma boa colheita de trigo na América do Norte este ano estabilizou um pouco as condições existentes em 2007-2008, mas a situação permanece precária com a previsão de que os estoques mundiais diminuam significativamente.
Agricultura Industrializada
No entanto, há outro problema relacionado à comida que talvez precise ser abordado à luz da Escritura. O potencial para uma escassez mundial de alimentos, ou “crise global de alimentos”, como alguns estão chamando, deu origem a um novo movimento alimentar em alguns países ocidentais, particularmente nos EUA. Ele assumiu o ímpeto de um reavivamento religioso, pois procura mudar a maneira como as pessoas pensam sobre comida e o uso da terra. Ele se concentra nas fontes de nosso suprimento de alimentos e nos efeitos destrutivos da “agricultura industrializada” sobre seres humanos, animais e meio ambiente. Ele quer reverter essa tendência alterando radicalmente nossos hábitos alimentares.
É verdade que os métodos agrícolas em larga escala, que agora representam uma grande porcentagem da produção de alimentos nos países ocidentais, estão repletos de perigos em potencial. A contaminação de qualquer alimento em particular pode afetar milhares de pessoas em pouco tempo, enquanto os métodos usados para produzir esses produtos levantam questões sobre saneamento, tratamento desumano de animais e o efeito geral no meio ambiente. Enormes quantidades de esterco líquido, por exemplo, são difíceis de eliminar, enquanto o uso generalizado de pesticidas, fertilizantes comerciais e herbicidas é claramente um fator importante na poluição da água.
Cultura humanista
Além de tudo isso, nossa atitude casual e desconectada em relação aos alimentos e sua produção é alimentada por nossa cultura humanística de hoje, que sustenta que o resultado final de tudo é a felicidade do homem. Quando os alimentos são comprados principalmente em supermercados, o processo pelo qual eles chegam é frequentemente considerado irrelevante. Acabamos nos abstraindo de tudo isso, preferindo simplesmente consumir o produto embalado, que até então pode ter sido tão alterado que mal reconhecemos sua fonte.
O novo movimento alimentar se concentra nessas atitudes e problemas e levanta questões sobre como podemos parar o aquecimento global, alimentar os famintos nos países do terceiro mundo, impedir a crueldade com os animais e, além disso, ser mais saudável e viver mais. Atualmente, existem muitos livros promovendo uma dieta vegetariana e, de fato, um estudo recente revelou que quase 20% dos estudantes universitários dos EUA são vegetarianos. Em muitos casos, essa dieta está conectada, pelo menos aos olhos de seus adeptos, à justiça, pureza e “consciência espiritual”.
A glória de Deus
Qual deve ser a visão e reação do Cristão a tudo isso? Por um lado, o homem foi colocado neste mundo como despenseiro dos dons de Deus. Ele deve usá-los com sabedoria, reconhecendo o Doador e também reconhecendo sua completa dependência de Deus. Os crentes não devem abusar dos dons de Deus, seja comida, dinheiro, nossa saúde, nossos recursos naturais ou quaisquer outras misericórdias que Deus colocou à disposição do homem. Paulo nos diz: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10:31). É verdade que Deus “abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (1 Tm 6:17), mas a comida é um meio para um fim, não um fim em si mesmo. Quando o homem perde de vista Deus, ele tende a abusar dos dons de Deus, dispondo-se deles como se ele próprio os tivesse criado.
Por outro lado, no entanto, devemos ressaltar que o novo movimento de alimentos muitas vezes não honra a Deus, apesar de sua ênfase no uso cuidadoso de nossos recursos. Os princípios centrais do movimento quase oferecem uma alternativa religiosa e podem facilmente se tornar uma causa pela qual trabalhamos. Seu desejo urgente de salvar o mundo pode facilmente deslizar para um sentimento de que, comendo corretamente, podemos nos salvar. Em última análise, isso liga o movimento às religiões orientais, pois o hinduísmo e o budismo conectam comida pura com pureza espiritual. Tudo isso pode se tornar um laço para o verdadeiro Cristão.
A obsessão com alimentação saudável
Mais do que isso, quando os Crentes ficam excessivamente ocupados com comida, ela pode deslocar Cristo em seu coração. Um nutricionista nos EUA cunhou o termo ortorexia, que ele define como “uma obsessão doentia por uma alimentação saudável”. Ele próprio, evidentemente, embarcou na jornada rumo à chamada alimentação saudável, mas descobriu que ela acabou dominando sua vida. Ele descobriu que o sentido da vida havia sido transferido para a comida, em vez de estar em algo mais transcendente e importante. Mais do que isso, ele descobriu que isso levava ao egocentrismo e ao legalismo.
Embora o crente deva ser um bom despenseiro do que Deus deu, devemos lembrar que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17). Não podemos recuperar o Jardim do Éden, mas devemos continuar vivendo em um mundo arruinado pelo pecado, onde a morte ainda está presente. Embora não devamos, voluntariamente, acrescentar sofrimento a uma criação que geme, também não podemos reverter essa situação no momento.
O coração primeiro
Satanás está usando o movimento alimentar, e muitas outras coisas, para desviar o homem do que é realmente importante – um novo coração. Foi por essa razão que o Senhor Jesus lembrou aos Judeus que não era o que um homem comia que o contaminava, mas o que vinha do seu coração (Mt 15:17-20). Essa é a real necessidade do homem, e aquele que realmente veio a Cristo, O aceitou como seu Salvador, e deseja segui-Lo, não será encontrado abusando dos dons de Deus ou tendo uma obsessão indevida por comida. Nós recebemos liberdade em Cristo e devemos usá-la, não para satisfazermos a nós mesmos, nem para uma exagerada ocupação com comida, mas para o Senhor. Se estivermos ocupados com Seus interesses aqui embaixo, comeremos nossa comida “com alegria e singeleza de coração” (At 2:46), mas nosso foco e ocupação serão com “o verdadeiro pão do céu” (Jo 6:32).
Venha e Reine
Vejam! Ele vem, descendo do céu,
Uma vez morto pelos pecadores favorecidos!
Milhares de milhares de santos presentes
Aumentem o triunfo de Seu séquito!
Aleluia!
Jesus vem e vem para reinar!
Vejam o Salvador, há muito esperado,
Agora em solene pompa aparece!
E Seus santos, rejeitados pelo homem,
Toda a Sua glória celestial compartilha:
Aleluia!
Vejam o Filho de Deus aparecer!
Vejam! Os sinais de Sua paixão,
Embora em glória, Ele ainda carrega;
E motivam exultação sem fim
Em Seus adoradores resgatados;
Aleluia!
Cristo, o Cordeiro de Deus, aparece.
A raça de Israel agora O contemplará
Cheio de graça e majestade;
Embora O desprezassem e O vendessem,
O traspassassem e pregassem no madeiro,
Agora em glória
O seu grande Messias verão.
Sim, Amém, que todos Te adorem,
No alto do Teu trono exaltado:
Salvador, toma o poder e a glória;
Reivindica os reinos para Ti:
Vem, Senhor Jesus!
Aleluia! Vem, Senhor, vem!
Hinário Little Flock – Hino 170
“Porque o dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido”
Isaías 2:12
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