O Mundo Espiritual (Junho de 2012)
- Revista O Cristão

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Revista mensal publicada originalmente em junho/2012 pela Bible Truth Publishers
ÍNDICE
Tema da edição
D. C. Buchanan, Março de 2012
W. J. Prost
P. Wilson (adaptado)
J. N. Darby (adaptado)
J. N. Darby (adaptado)
W. J. Prost
G. Morrish – Dicionário Bíblico Conciso
C. S. C. Panton
O Mundo Espiritual

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque... temos que lutar... contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef 6:11-13). Grande parte do mundo ocidental foi abençoada com o evangelho e a luz de Deus que ele traz. Essa luz trabalhou contra o poder e os governantes das trevas, de modo que Satanás tende a trabalhar como um “anjo de luz” nas terras Cristãs. Mas onde há trevas pagãs, seu poder e trabalho são mais diretamente vistos e sentidos. À medida que o mundo ocidental volta às trevas pagãs, rejeitando o conhecimento de Deus, a parte maligna do mundo espiritual se torna mais evidente em suas atividades, incluindo a possessão demoníaca. Não devemos tratar isso com indiferença; precisamos ter certeza de colocar toda a armadura de Deus para poder suportar as investidas do inimigo neste dia mau.
Tema da edição
A Libertação de Trina do Poder das Trevas
Não estávamos há muito tempo na casa de Bill e Liz quando uma jovem alegre entrou sem bater antes de entrar. Ela obviamente se sentiu em casa com o nosso anfitrião enquanto contava os eventos do dia. Eu pensei que ela devia fazer parte da família, mas logo soube que ela morava ao lado com sua mãe, irmã e avó. Mais tarde, durante nossa visita, descobrimos as lutas que essa menina de 13 anos havia experimentado com o poder das trevas. Felizmente, por meio do poder da oração e da Palavra de Deus, ela foi capaz de resistir aos persistentes ataques do inimigo. A história dela é real, e contamos a história, exceto por mudanças nos nomes das pessoas envolvidas.
O início da história
A história começa na primeira semana de outubro de 2011, quando às 23h, Bill e Liz receberam uma batida forte e urgente na porta. Ao abrir a porta, eles se deparam com uma senhora idosa desesperada que implorou que eles fossem ao lado para ajudá-las. Ela disse que algo terrível estava acontecendo com sua jovem neta. Após irem a Deus em oração, Bill e Liz foram até a casa ao lado, onde encontraram muitas pessoas celebrando um aniversário, com música e dança. A avó levou-os ao quarto da neta e os deixou sozinhos com ela. Ao entrar no quarto, eles viram sua jovem vizinha, Trina, sentada em sua cama, de mãos dadas com uma amiga. Logo ficou claro para eles que havia trevas espirituais naquele quarto. As duas meninas na cama estavam alheias a tudo o que estava acontecendo ao seu redor, e Trina estava relatando à amiga algumas comunicações de uma fonte desconhecida. Ela disse à amiga: “Não saia da cama, pois, se o fizer, o espírito de uma mulher vestida de vermelho entrará em você”. Reconhecendo que algum inimigo espiritual estava em ação, Bill começou a ler em voz alta várias Escrituras que diziam respeito ao senhorio de Cristo sobre o poder das trevas. Enquanto ele lia, Trina continuou falando com esses espíritos invisíveis. Bill e Liz oraram sinceramente por Trina e sua amiga. Isso durou cerca de duas horas. Por fim, Trina gritou e disse que o espírito queria que eles abrissem a janela para que ele pudesse sair. Liz abriu a porta que dava para o pátio enquanto eles continuavam orando. Logo depois, Trina voltou ao normal; ela estava tranquila e agia como ela mesma. Bill e Liz perceberam que Trina não conhecia o Senhor como Salvador. Eles falaram com elas sobre o Senhor Jesus como Aquele que foi capaz de livrá-las do poder das trevas e depois se retiraram para a casa deles, muito gratos ao Senhor por Sua vitória na batalha.
A noite de 27 de outubro de 2011
À medida que o final de outubro se aproximava, isso trouxe uma crise intensificada na vida de Trina, pois ficou claro que o espírito maligno não estava disposto a abandonar seu domínio sobre ela. Quinze minutos antes da meia-noite, Bill e Liz foram novamente convocados por uma batida frenética na porta. A avó disse que Trina precisava de ajuda; ela estava mais uma vez sendo atormentada pelo espírito maligno. Depois de uma breve palavra de oração, eles foram ao lado e encontraram a mãe e a tia de Trina sentadas em ambos os lados da cama, segurando firmemente os braços para que ela não se machucasse. Trina estava lutando loucamente contra as duas, porque o espírito queria que ela se suicidasse. Quando viu Bill e Liz entrar, ela disse: “Por que você os chamou?” Bill começou a orar com uma voz firme e alta e, ao fazê-lo, provocou um aumento da batalha espiritual, mas continuou orando até que a luta diminuísse e Trina começasse a agir normalmente. Antes de partir, eles novamente lembraram a Trina e ao resto da família que eles precisavam se voltar para o Senhor como o único poder que poderia libertá-los dessa opressão dos espíritos malignos. Eles convidaram a família a ir a sua casa para ler a Palavra de Deus com eles.
Durante a semana seguinte, Trina veio a casa deles e eles leram a Bíblia juntos. Eles começaram com o primeiro capítulo do Evangelho de João, versículos 1 a 18. Os versos foram uma ajuda imensa para ela, mas ela ainda estava com medo de que o espírito voltasse. Sempre que Bill e Liz saíam de casa, ela ficava com mais medo ainda. Ela os considerava sua rede de segurança nesses encontros, porque eles traziam alívio e força para ela. O próximo ataque não demorou a chegar. Seria a batalha decisiva em que ela perceberia sua necessidade de se submeter ao Senhor Jesus e resistir ao espírito maligno, armada com a Palavra de Deus.
A noite de 4 de novembro de 2011
Bill e Liz tinham acabado de voltar a casa quando, às 23h, foram novamente chamados pela avó que clamava por ajuda; Trina foi novamente possuída pelo espírito maligno. Eles encontraram Trina sendo segurada firmemente por sua mãe. Ela estava tentando impedir que Trina se machucasse enquanto coçava violentamente o corpo por causa de uma sensação de queimação na pele. Isso continuou por algum tempo e os fez perceber que um espírito maligno estava tentando entrar nela. Mais uma vez, Bill começou a citar as Escrituras, seguido de oração ao Senhor Jesus por libertação. Com isso, Trina começou a relaxar da luta com o espírito maligno que a atormentava. Enquanto ela dormiu brevemente, eles aproveitaram a calma para perguntar à mãe sobre os amigos de Trina, problemas na escola, contatos e programas na Internet, além de uma verificação visual do quarto e do armário, fotos na parede ou qualquer coisa que pudesse ser uma conexão com espíritos malignos. Alguns objetos suspeitos foram encontrados e, apesar de não parecerem muito significativos, a família os retirou da casa.
Após cerca de trinta minutos, Trina começou a acordar e gritar alto. Ela falou com outra voz, uma voz baixa e que parecia sair do fundo de sua garganta que soou como se estivesse saindo de seu estômago. Era horrível! Havia ódio e raiva em sua voz; no rosto dela apareceu um sorriso maligno. A opressão disso os fez sentir que deveriam chamar outro amigo Cristão para ajudá-los na oração, mesmo que fosse 1h da manhã. Enquanto explicavam à outra família a necessidade urgente de oração, eles seguraram o celular perto da boca de Trina para que pudessem ouvir os sons horríveis e conhecer a realidade do que estava acontecendo. O outro casal não pôde vir imediatamente, mas prometeu orar por eles em sua casa. Percebendo que seu recurso só poderia estar em Deus, Bill e Liz ficaram na sala com Trina até as primeiras horas da manhã. Durante esse tempo, ela manteve um diálogo com o espírito invisível que a atormentava. Eis algumas das suas palavras:
“Minha mãe me ama; você diz que ela não me ama.”
“Você diz que minha mãe me irrita o dia inteiro. Não, minha mãe me ama e me corrige para o meu bem.”
“Você me diz que se eu me matar, você me dará tudo. Você é um mentiroso, pois não me deu nada, apenas trevas, e diz que devo me matar.”
“Estou lendo a Bíblia com meus vizinhos e tenho aprendido que Jesus me ama. Ele é luz e vida para mim. Eu quero Jesus. Eu não gosto de você; deixe-me em paz.”
“Jesus me disse como me tornar um filho de Deus.”
Vitória
Às 4h eles estavam todos exaustos. Finalmente, quando Trina dormiu, Bill e Liz decidiram ir para casa comer algo e descansar um pouco. Às 8h da manhã, a avó bateu à porta deles. Nervosa, ela disse que Trina estava acordada e temia que o espírito voltasse para atormentá-la. Apesar de estarem muito cansados, eles oraram ao Senhor e depois foram à casa ao lado para ver o que estava acontecendo. Lá eles encontraram Trina, nada agitada, mas com um sorriso pacífico no rosto enquanto os cumprimentava calorosamente. Valeu a pena serem acordados mais uma vez para ver aquele sorriso e se alegrar com eles pela libertação do Senhor. Ele manteve Trina longe do poder das trevas.
Desde aquela série de crises até agora, Trina não passou por mais nenhum ataque com espíritos malignos. Ela se dedica a seguir o Senhor Jesus, seu Salvador. Ela continua a frequentar estudos bíblicos semanais na casa de Bill e Liz. Ela é muito próxima de Bill e Liz – como uma filha. Quando vimos o sorriso brilhante em seu rosto enquanto ela conversava conosco, nunca teríamos imaginado o que ela passou.
Compartilhamos essa história verdadeira, pois a mente ocidental tende a rejeitar qualquer coisa que não possa ver, incluindo a existência do “mundo espiritual”. Existe um mundo espiritual, tanto para o bem quanto para o mal. Embora não precisemos temer os maus espíritos, “porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo”, mas não devemos dar espaço para o inimigo trabalhar. A negação da existência do mundo invisível é como um convite aberto aos espíritos malignos para preencher o vazio (veja Lucas 11:24‑26). Com sutileza, eles enganam a mente humana. Eles são os principados e poderes que governam nas trevas. Mas Deus nos avisou de suas táticas. “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:11-12).
D. C. Buchanan, Março de 2012
O Poder de Satanás Hoje
Desde a queda do homem, Satanás tem agido neste mundo para desonrar a Deus e enganar o homem. Ele é muito versátil e suas táticas têm muitas faces. Com sua vasta experiência, ele é capaz de apelar a todo tipo de homem natural. Alguém expressou isso muito bem:
“Para o psicólogo, ele diz: ‘Eu lhe darei novos conhecimentos e entendimentos’. Para o ocultista, ele diz: ‘Vou lhe dar as chaves dos últimos segredos da criação’. Ele confronta o religioso e o moralista com uma máscara de integridade e promete a eles a própria ajuda do céu. E, finalmente, para o racionalista e o liberalista, ele diz: ‘Eu não estou lá; Eu nem existo.”
Embora Satanás tenha sido, sem dúvida, muito ativo antes do dilúvio no tempo de Noé, ele tem estado ainda mais diligente desde então. Ele não podia negar o poder de Deus como manifestado no dilúvio, mas depois disso procurou atrair o homem para si, imitando o poder de Deus. Surgiram várias formas de idolatria e falsa religião, porém todas com uma base comum: o poder de Satanás estava por trás delas. Quando o homem via poder, Satanás fazia com que esse poder fosse atribuído a ele, e não a Deus. Assim, o homem abandonou o conhecimento de Deus e abraçou o que era falso. Ele se entregou a coisas como superstição, mitologia, sacrifícios estranhos, lançamento de feitiços, consulta de oráculos[1] e muitos outros. Um resultado adicional foi que ele afundou em um nível de pecado que provavelmente excedia o que estava presente antes do dilúvio (Sodoma e Gomorra são um exemplo dessa terrível devassidão). Tudo isso foi apoiado por uma demonstração de poder satânico, combinado com um fio constante de tragédia e morte, que mantinha o homem com medo e, ao mesmo tempo, em assombro. Essa era a condição das coisas para grande parte da história do mundo desde o dilúvio.
[1] N. do T.: O oráculo é a resposta dada por uma divindade a uma questão pessoal por meio de adivinhação.
A luz do Cristianismo
Aqueles que como nós cresceram nas terras ditas Cristãs foram, pelo menos no passado, amplamente protegidos de tais influências, porque a luz do Cristianismo havia expulsado essas influências pagãs, ou pelo menos as empurrou para a clandestinidade. Esta citação descreve isso muito bem:
“Agora a luz do Cristianismo baniu todos esses espectros do mal em seu poder óbvio e direto. Mas não era assim quando as Escrituras foram escritas. A mente do público estava cheia delas, embora os filósofos começassem a especular e a desprezá-las, e muitos se cansassem delas. Ainda assim, todos os hábitos foram formados sobre elas. Quando Paulo curou um homem impotente, eles quiseram oferecer-lhe sacrifício... Se ele fosse picado por uma víbora, a justiça[2] não lhe permitiria viver, e quando ele não recebeu nenhum dano, eles mudaram de ideia e disseram que ele era um deus. Esse sistema estava conectado com poder e, quando viam esse poder, ainda o atribuíram aos demônios, e não a Deus.”
[2] N. do T. A tradução de J. N. Darby usa a palavra “Nêmesis”, deusa grega da justiça ou da vingança.
Quando Cristo foi pregado, João pôde dizer: “porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina” (1 Jo 2:8). No entanto, houve um declínio muito rápido, mesmo antes da morte dos apóstolos, e, portanto, encontramos nas epístolas posteriores várias alusões aos males das trevas que haviam sido afastados pela pregação de Cristo. Agradecemos a Deus que Ele deu avivamentos de tempos em tempos, para combater a decadência. Um avivamento mais significativo ocorreu quando, menos de duzentos anos atrás, Deus levantou homens para restaurar a verdade da Igreja. Não apenas um evangelho completo foi pregado, mas naquele tempo muitas verdades preciosas foram recuperadas – verdades que não estavam sendo conhecidas e desfrutadas (exceto talvez por poucos) por séculos. Toda a Cristandade se beneficiou dessa recuperação, mas principalmente a Europa Ocidental e a América do Norte, pois a atmosfera do Cristianismo permeava essas terras. As leis eram baseadas em princípios das Escrituras, e a Palavra de Deus era lida e honrada publicamente. Certamente Satanás continuou sua obra maligna apesar de tudo isso, mas as manifestações públicas de poder demoníaco eram relativamente poucas, e os que estavam envolvidos nela o fizeram em grande parte em segredo. A maioria das pessoas frequentava igrejas e, da mesma forma, o dia do Senhor era respeitado pela grande maioria.
As mudanças de hoje
Nos últimos quarenta anos, no entanto, temos visto uma tremenda mudança. Na maioria dos assim chamados “países Cristãos” (se é que ainda podemos usar o termo!), é apenas uma minoria que participa de um culto religioso no dia do Senhor. A Palavra de Deus tem sido banida das escolas e da vida pública, e seus princípios são abertamente desafiados e desprezados. Juntamente com isso, as manifestações do poder satânico estão se tornando mais frequentes e visíveis. Há um interesse renovado em entidades como sessões espíritas, adoração a Satanás, bruxaria, clarividência, cura oculta, ioga, tentativas de contato com o mundo invisível e muito mais. Aqueles que estão envolvidos nessas coisas são bastante abertos; não há mais vergonha relacionada a essas práticas. A música popular de hoje está repleta de conotações satânicas, enquanto vários clubes e ordens dedicadas ao ocultismo estão florescendo.
Como sempre, violência e imoralidade andam de mãos dadas com tudo isso. Alguém observou que, deixado por conta própria, o homem tem apenas a opinião pública e suas concupiscências para governar a si mesmo. À medida que o poder de Satanás se torna cada vez mais evidente, a opinião pública diminui, deixando apenas a concupiscência do homem, o que resulta em uma degradação cada vez maior. Até crianças e adolescentes agora falam sobre coisas que lhes eram desconhecidas apenas alguns anos atrás e estão envolvidas em crimes anteriormente cometidos apenas por adultos endurecidos. Enquanto escrevemos este artigo, uma garota de dezoito anos nos EUA está sendo condenada à prisão perpétua por homicídio premeditado e sem motivo de uma garota de nove anos – uma vizinha dela. Em seu diário, ela descreveu a experiência como “bastante prazerosa”. Depois de cometer o homicídio, ela aparentemente foi a um baile de jovens de sua igreja.
Como tudo isso aconteceu?
Já comentamos o que é óbvio, a saber, que Deus e Sua Palavra têm sido abandonados, e Satanás respondeu rapidamente para preencher o vácuo. Quando a verdade de Deus é conhecida e depois abandonada, é invariavelmente verdade que “são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros” (Mt 12:45). “Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mt 6:23) Também sabemos que Deus profetizou tudo isso em Sua Palavra, dizendo-nos que “nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3:1) e depois detalhando para nós o terrível caráter moral daquele tempo. No entanto, há outra razão para o declínio – um que nós, Cristãos, devemos enfrentar. Mais uma vez, deixe as palavras de alguém falar conosco:
“A energia e o poder da Igreja estão na graça, em Deus. Se ela é apenas um corpo liberto, é um corpo fraco. Ela precisa ser um corpo que liberta para ser um corpo preservado, porque esse é o poder da presença de Deus em Cristo e no Cristianismo... Quer seja uma reunião de santos, quer seja um indivíduo, se não houver energia de testemunho positivo que atue sobre os outros, haverá declínio... Falsos mestres, corrupção, apostasia, anticristos, etc. começam a aparecer na luz minguante da igreja. Esse declínio da igreja é a principal fonte do mal, embora não seja a única forma que ele assume. Se o poder libertador é enfraquecido, os antigos males suprimidos ressurgem, modificados talvez para se adequarem ao caso, mas são os mesmos.”
A responsabilidade do Cristão
Como Cristãos, nos é adequado lamentarmos a condição da Cristandade nestes últimos dias, quando consideramos a luz à qual essas nações foram expostas e as profundezas às quais se afundaram. É uma triste verdade que o homem tenha virado as costas à luz e tenha desistido deliberadamente do que Deus graciosamente restaurou a ele. O fim da Cristandade será um julgamento terrível, pois “o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lucas 12:47). No entanto, não sejamos complacentes em tudo isso, tendo satisfação em saber que não fazemos parte desse colapso moral. Se as influências satânicas estão agora em ascensão, devemos assumir nós mesmos alguma responsabilidade. Não nos basta apenas levar uma vida boa e moralmente correta e depois ir para o céu no final. Não, somos deixados aqui para sermos testemunhas vivas do amor e da graça que nos salvaram e nos trouxeram para as mais maravilhosas bênçãos. Estamos usando nosso tempo, energia e recursos materiais apenas para nós mesmos, ou estamos usando-os para os interesses de Cristo aqui embaixo? Estamos “conformados com este mundo” ou somos como aqueles de quem se pode dizer: “Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram também aqui” (Atos 17:6)? O “sal da Terra” não deve ser guardado no saleiro. Como crentes, podemos muito bem prestar atenção a nós mesmos e perguntar se somos meramente libertos ou se somos libertadores.
W. J. Prost
O Homem Sem Deus!
O homem expulso do Jardim do Éden foi deixado entregue a si mesmo e tornou-se totalmente sem lei. O registro divino é que a Terra se encheu de corrupção e violência; de fato, tornou-se tão má que Deus a purificou pelo dilúvio, que destruiu o homem e suas obras. Essa não é a história do progresso e desenvolvimento, mas do retrocesso e do crescente fruto do pecado.
Romanos 1 revela os segredos das eras passadas, quando o homem afundava cada vez mais na depravação moral e espiritual. O homem caído não foi deixado sem o devido testemunho de seu Criador, “porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1:19-20).
Deus julga o homem de acordo com a medida de sua luz e privilégio, e sempre houve o testemunho do poder criador de Deus para ser visto em Suas obras: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite”. Isso é encontrado no Salmo 19, onde o salmista acrescenta que esses corpos celestes criados não tinham fala nem linguagem, mas, mesmo sem isso, sua voz era ouvida pelos homens. Isso os deixou “inescusáveis”, pois ignoraram o testemunho de Deus na criação, o qual os cientistas do século XXI também são propensos a fazer.
A degeneração após o dilúvio
Romanos 1:21 acrescenta: “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças”. Após o dilúvio, todo homem na Terra tinha um conhecimento definitivo de Deus; tudo o que saiu da arca conhecia da maneira mais notável o poder e o juízo de Deus. Esse conhecimento tornou-se tradicional e foi transmitido de pai para filho, mas, infelizmente, eles não agradeceram a Deus. Isso não tem contrapartida nos dias atuais? Quão poucos são aqueles que agradecem a Deus por Suas misericórdias como Criador, ou que elevam suas vozes a Ele em ações de graças pelo próprio alimento que comem. Este é realmente um passo em declínio.
Em seguida, eles “antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (v. 21). Será que eles foram os únicos que deixaram sua imaginação desenfreada? Isso não está sendo feito hoje, muitas vezes sob o disfarce da ciência? E “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (v. 21). A vã presunção do homem sempre levou, mais cedo ou mais tarde, à exposição de sua loucura.
O homem, tendo abandonado o conhecimento do verdadeiro Deus, inventou deuses próprios – deuses da luxúria e paixão. As evidências desenterradas de formas grosseiras e vulgares de religião apenas confirmam o registro divino, em vez de provarem uma evolução na religião. Um servo do Senhor disse uma vez: “O homem abandonou o conhecimento de que Deus era santo e fez deuses de seus desejos; ele abandonou o conhecimento de que Deus era bom e tentou apaziguar um Deus irado”.
Sacrifícios aos demônios
O processo degenerativo continuou, pois numa escala descendente o homem passou da adoração de imagens de homens caídos à adoração de répteis; eles “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (v. 23). O dedo de Satanás é aqui evidente, pois foi ele quem tomou a forma de uma serpente quando seduziu Eva. Ele estava levando os homens para baixo, da adoração a Deus à adoração real (embora muitas vezes disfarçada) de si mesmo. Os homens adoravam ídolos, mas por trás deles havia espíritos maus. “Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus” (1 Co 10:20).
Nesta corrupção da religião reside o segredo da imoralidade mais grosseira e da degradação geral da humanidade. Desistiram voluntariamente do conhecimento do verdadeiro Deus quando o possuíam e se entregaram para se tornarem ferramentas de espíritos iníquos. Os homens também procuravam se comunicar com o mundo espiritual e obter o favor de certos espíritos malignos, mas, infelizmente, foram capturados por poderes satânicos. Degradados espiritual e moralmente, afundaram-se cada vez mais na maneira de viver.
A linha de fé
No entanto, havia uma linha de fé, nos descendentes de Sete, que se separaram desses vícios e viveram e morreram na fé (Gênesis 5; Hebreus 11:13). Essa linha se afunilou até Noé e seus filhos, que passaram pelo dilúvio, preservados por Deus. Após o dilúvio, a linha de fé seguiu por Sem, Abraão, Isaque e Jacó, para que Deus sempre tivesse algum testemunho entre os homens. Eles foram justificados pela fé, e Deus mais tarde foi declarado Justo por ter passado por cima dos pecados deles – isto é, depois que Seu amado Filho morreu por pecadores na cruz (Rm 3:25). Isso estava diante d’Ele desde o princípio, pois assim que o pecado entrou no mundo, Ele falou da vinda da semente da mulher que feriria a cabeça da serpente (Gênesis 3:15).
Depois que os homens abandonaram o conhecimento de Deus e, na medida do possível, degradaram a glória do Deus incorruptível, Ele, em Seu justo governo, os entregou à imundícia. Três vezes em Romanos 1, lemos que Deus os abandonou: “Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! Pelo que Deus os abandonou às paixões infames... E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém” (vs. 24‑28).
Será que precisamos imaginar que o homem perdeu o senso de propriedade de vestir roupas e viver de maneira civilizada? Tome um homem deste grande século XXI e o entregue à demonolatria, ao vício em drogas e aos vícios associados, e veja o que ele se torna em uma única geração.
A corrupção de Israel
Considere a nação favorecida de Israel, a quem Deus tirou do Egito com grandes demonstrações de Sua bondade e poder e o que aconteceu com eles quando mudaram do único Deus verdadeiro para a idolatria egípcia, adorando o bezerro de ouro. Eles “se corromperam”. Quando Moisés desceu do monte com as tábuas de pedra, “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos” (Êx 32:25). Evidentemente, eles imediatamente adotaram algumas das orgias pagãs. Pense no que mil ou mais anos fariam com qualquer povo. Deus teve que advertir Seu povo terrenal repetidamente contra seguir os caminhos dos pagãos, e quando se afastaram d’Ele, se entregaram a práticas repulsivas e proibidas, como oferecer seus próprios filhos em sacrifícios a ídolos, atrás dos quais havia demônios.
A degeneração do tempo presente
Que o mundo avançou e que grande parte dele abandonou as formas mais grosseiras relacionadas à religião é verdade, mas isso se deve em grande parte à luz de Deus que brilhou por meio de Sua verdade, revelada em Israel e mais tarde no Cristianismo, embora obscurecida por seus respectivos fracassos. Os homens não ousam fazer na luz o que fariam avidamente nas trevas. Mas a luz de Deus está sendo novamente extinta em grande parte do mundo por meio dos avanços do comunismo ateísta e da rejeição clara e direta da revelação divina. Como a influência do comunismo diminuiu um pouco nos últimos vinte anos, vemos essa tendência ateísta manifestada em uma busca por dinheiro sem Deus. Que o mundo tenha certeza de que “Deus não Se deixa escarnecer” (Gl 6:7) e que essa civilização ocidental iluminada será abandonada por Deus para receber a mentira do diabo em um dia não muito distante. “Porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade” (2 Ts 2:10-12). Deus desistiu do mundo pagão; Ele desistiu de Israel depois que eles rejeitaram o Messias (Miquéias 5:3), e com toda a certeza abandonará o povo de hoje às trevas profundas e a todos os resultados delas.
Lembremos que “se eles não falarem segundo esta Palavra (a Palavra de Deus), nunca verão a alva” (Is 8:20). Não é que eles tenham uma pequena luz, mas não têm nenhuma sequer. Lembre-se também de que “toda a Palavra de Deus é pura” (Pv 30: 5). É viva e operativa, e penetra nos recessos mais íntimos do coração, revelando todos os seus conselhos (Hb 4:12-13). Sua entrada dá luz e entendimento àqueles que, em fé simples, a aceitam como ela é em verdade – A PALAVRA DE DEUS (Salmo 119:130). É isso pelo qual podemos purificar nossos caminhos (Salmo 119:9). “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito (ou completo), e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3:16-17). Assuma sua posição sem vacilar quanto a ela, sem levar em consideração os escárnios e zombarias dos ímpios, e você nunca será envergonhado agora ou no futuro. Essa Palavra permanecerá por toda a eternidade: “Passará o céu e a Terra, mas as Minhas Palavras não passarão” (Marcos 13:31).
P. Wilson (adaptado)
Conhecimento que Satanás Tem
Com respeito ao conhecimento dos pensamentos, Satanás não os conhece intuitivamente, como Deus os conhece, mas, como um espírito cheio de inteligência e sutileza, discerne com a maior clareza os motivos do coração; ele adquiriu experiência ao longo de milhares de anos. Mas acredito que ele não entende nada do poder do amor. Em sua malícia, ele conseguiu levantar os caldeus e outros, por desejo de saque, contra Jó. Mas, sem saber o propósito de Deus para abençoá-lo dessa maneira, ele não fez nada além de cumpri-lo. Ele fez tudo o que pôde para levar Cristo à morte, mas apenas cumpriu o maravilhoso propósito de Deus para a nossa salvação. No entanto, quando ele tem a ver com o coração maligno do homem, o caso é diferente. Ele pode apresentar objetos para despertar desejos. Se considerarmos que estamos mortos, mortos para pecar e vivos para Deus por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor, ele não é capaz de nos tentar; pelo menos, a tentação permanece sem efeito. Mas se a carne não é considerada como morta, ele pode apresentar objetos de que a carne gosta e sugerir a um homem os meios de satisfazer suas concupiscências. Assim, ele colocou no coração de Judas o querer trair Jesus por um pouco de dinheiro. Mas o homem é responsável, porque sem desejo, Satanás não poderia fazer nada; ele não tem nada a oferecer ao novo homem, ou se ele oferece alguma coisa, isso apenas produz horror na alma. O crente piedoso sofre assim como Cristo sofreu à vista do mal neste mundo, e ele vence como Cristo venceu no deserto. Mas quando o crente não está libertado, Satanás pode de fato insinuar pensamentos perversos, pensamentos incrédulos e palavras de blasfêmia, de tal maneira que essas palavras e pensamentos parecem proceder do próprio homem. No entanto, se o homem é verdadeiramente convertido, sempre descobrimos que ele tem um senso de horror pelas coisas que surgem em sua mente, e vemos que esses não são realmente seus próprios pensamentos. Se ele não é convertido, ele não faz distinção entre o demônio e ele próprio, como encontramos nos Evangelhos. Mas quando ele se converte, o entretenimento de tais pensamentos é uma prova de que ele abriu a porta ao diabo pelo pecado (por mais escondido que seja) ou por negligência.
Suas táticas
Além disso, Satanás é o príncipe deste mundo e seu deus, e ele governa o mundo por meio das paixões e concupiscências dos homens, e ele é capaz de levantar o mundo inteiro contra os Cristãos, como fez contra Cristo, e assim tentar a fé deles. Ele pode procurar misturar verdade e erro e, assim, enganar os Cristãos, se não forem espirituais, e também, como o demônio fez em Filipos, pode levar os Cristãos a se misturarem com o mundo, a fim de destruir o testemunho de Deus. Ele pode se transformar em um anjo de luz, mas “o homem [espiritual] discerne todas as coisas” (1 Co 2:15 – JND). Satanás tem pouco poder sobre nós se andarmos humildemente, perto do Senhor, seguindo fielmente a Palavra de Deus, tendo Cristo como o único Objeto do coração. Satanás sabe bem que ele foi derrotado; portanto, é dito: “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Sua influência no mundo é muito grande pelos motivos do coração humano, e ele age nos homens por meio uns dos outros. Da mesma forma, pela rapidez de suas operações e ações, ele parece estar em toda parte. Ele emprega uma grande multidão de servos que são todos iníquos, mas na verdade ele não está presente em todos os lugares. Mas Deus está realmente presente, e se estamos sob a influência do Espírito de Deus e a consciência está na presença de Deus, Satanás não tem poder. “O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5:18). Aconteça o que acontecer conosco, se somos verdadeiramente filhos de Deus, Ele cumprirá os Seus desígnios a nosso respeito; pode ser por meio de disciplina, se necessário. Mas Deus conhece todas as coisas; no sentido mais absoluto, Ele penetra em toda parte; Ele ordena todas as coisas — até mesmo os esforços de Satanás – para o nosso bem, e se estamos armados com toda a armadura de Deus, os dardos do maligno não atingem a alma.
J. N. Darby (adaptado)
Feitiçaria
No que diz respeito à feitiçaria, alguns tomam como certo que isso não existe. Mas é algo muito conveniente ao inimigo, no caso de mentes ignorantes e supersticiosas, fazer aquilo que estabelece sua autoridade da maneira mais adequada ao estado delas, e ele tem feito isso em todo o mundo. Eu admito que muito disso seja falso, mas um exame preciso dos fatos mostra um tipo de poder, que não é meramente humano, exercido sobre os homens. Quando esse poder é adquirido e está nas mãos dos homens, é usado para enganar e impor credulidade. Mas como veio essa influência a existir em todo o mundo? O diabo – um ser malicioso, aterrorizante e corrupto – conseguiu ser adorado por meio de alguma influência sobre a mente dos homens. Isso é um fato.
Aqueles que sustentaram a influência misteriosa e foram libertados dela reconheceram que a maior parte é um fingimento, mas também declararam que estavam sob uma influência desconhecida em certos momentos. Veja a história dos oráculos. Duvido que não seja corrupção, mas eles existiram e houve uma influência misteriosa. Portanto, de vários efeitos além do poder humano. A cessação dos oráculos quando o Cristianismo começou a prevalecer, a libertação indubitável de pessoas sofrendo sob certos sintomas angustiantes durante e após os dias dos apóstolos, e o fato do senso universal do homem de alguma ação superior (como mostrado no terror e no mal que nenhuma mente justa atribuiria ao Deus verdadeiro) tudo concorda em provar que existe um poder maligno exercendo uma influência real sobre o corpo e mente dos homens. Não duvido que haja superstição e atos de impostores, mas a história do mundo mostra a existência de um poder desconhecido agindo sobre a mente e o corpo dos homens – um poder do qual o Cristianismo se liberta inteiramente.
Eles têm presumido que a ciência deixou toda a feitiçaria, possessão e coisas do tipo para trás nas trevas, e que, na luz que eles possuem, essas coisas não ousariam se manifestar. Mas eles se enganam. Se os homens são completos infiéis, confiando em sua razão insignificante, não há necessidade de superstição para deslumbrá-los com o que é falso, pois eles já são cegos. Mas, no meio de sua pretensa luz, fenômenos como conversar com espíritos, o colocar as pessoas para dormir e tomar a mente deles, em certo sentido, em possessão, e a idêntica necromancia que lemos na Escritura ainda é vista. Não há dúvida de que há uma grande quantidade de engano, mas eles não explicaram e não conseguem explicar a metade. A feitiçaria não se foi.
J. N. Darby (adaptado)
A Verdade Sobre o Halloween
O dia das bruxas é amplamente celebrado hoje, não apenas na América e na Europa Ocidental, mas também em muitas outras partes do mundo. Os costumes variam de país para país, mas muitas práticas são semelhantes. Sem dúvida, muitas pessoas pouco pensam sobre suas origens e, por esse motivo, uma advertência se faz necessária, pois vemos como Satanás está usando tudo isso para seus próprios fins.
O dia das bruxas tem sua origem em um festival celta chamado Samhain, que remonta a pelo menos 2.000 anos. Os celtas viviam no que é hoje o Reino Unido, a Irlanda e o norte da França, e praticavam uma religião pagã chamada druidismo. Eles comemoravam o seu ano novo em 1º de novembro, pois isso marcava o fim da colheita e o início do inverno. Para esses povos antigos, o inverno era um período difícil; a comida muitas vezes era escassa e as pessoas mais fracas frequentemente morriam. Sendo muito supersticiosos, os celtas também acreditavam que o caminho para o mundo invisível se abria nessa época e que os espíritos dos mortos estavam livres para vagar. Como resultado, um festival era realizado na noite anterior, acompanhado de muitos costumes e rituais incomuns. Fogueiras eram acesas e pessoas vestidas com roupas grotescas, possivelmente para evitar serem reconhecidas pelos espíritos que supunham estar à solta. Evidentemente, as crianças saíam pelas ruas pedindo comida (possivelmente a origem da prática moderna do “doce ou travessura”), enquanto outras praticavam atos de vandalismo moderado, como mover portões ou cercas e deixar o gado sair de seus campos. (Isso pode ter sido a origem do aspecto da “travessura” de “doce ou travessura”). Outros tentavam prever o futuro um do outro e buscar orientação e inspiração por meio do contato com os espíritos dos parentes falecidos.
A acomodação das práticas pagãs
Quando o Cristianismo se espalhou para essas terras celtas, muitos dos que agora professavam ter fé achavam muito difícil abandonar seus costumes e festivais pagãos. É triste dizer que os festivais pagãos costumavam estar ligados aos chamados feriados Cristãos, a fim de fazê-los parecer mais legítimos; assim, o Papa Gregório IV designou 1 de novembro como “dia de todos os santos”. No entanto, muitos costumes pagãos persistiram. O dia de todos os santos também era conhecido na Inglaterra como “all hallows” (todos os santificados), e como Samhain era celebrado na noite anterior a 1º de novembro, a celebração em termos Cristãos ficou conhecida como “all hallow eve” (a noite de todos os santificados), e mais tarde abreviada para “halloween” (ou dia das bruxas). O espaço não nos permite mencionar as origens de todas as tradições associadas a este festival, mas coisas como “jack-o’-lanterns” (lanternas de abóboras) e contar histórias de fantasmas, juntamente com superstições sobre bruxas e o medo de gatos pretos, todos evoluíram em vários momentos, em conjunto com essas festividades.
Grande negócio
O Halloween não foi amplamente comemorado na América do Norte até a última parte do século XIX e início do século XX, quando um grande número de imigrantes trouxe a tradição com eles. Sua popularidade aumentou e, nos últimos cinquenta anos, o Halloween se tornou um grande negócio. É o segundo maior feriado comercial nos Estados Unidos, eclipsado apenas pelo Natal. Aparentemente, 25% dos doces vendidos anualmente nos EUA são vendidos no Halloween, e grandes quantias de dinheiro são gastas em fantasias. Em outras partes do mundo, alguns comemoram o Halloween da mesma maneira “americana”, enquanto outros passam o dia 1º de novembro com mais sobriedade, visitando cemitérios e lembrando os mortos.
A atitude do crente
Qual deve ser a atitude do crente em relação a tudo isso? Sem dúvida, alguns veem a coisa toda como diversão inofensiva, pensando pouco no mal por trás disso. Outros permitirão que seus filhos participem de algumas das festividades (como “doces ou travessuras”), mas evitam qualquer coisa relacionada a fantasmas e bruxas. Outros ainda não permitirão que seus filhos participem de nenhuma forma disso.
Táticas de Satanás
Na celebração do Halloween, vemos uma progressão das táticas de Satanás. O que começou como um festival pagão foi então coberto por um título Cristão. Agora, o aspecto infernal de toda a celebração está voltando à tona, mas sendo apresentado como diversão. Bruxas, fantasmas, espíritos malignos e outros são considerados como divertidos, jogados em muitos jogos eletrônicos e associados à aventura em entidades como as cartas de Pokémon. Satanás e suas hordas são reais! Se o diabo não puder nos assustar, ele segurará nossa mão e nos conduzirá por um caminho repleto de doces (Nesse sentido, é digno de nota que aqueles que praticam bruxaria hoje em dia não veem o dia das bruxas como um dia de diversão; para eles, é uma ocasião séria, quando acreditam, como fizeram os antigos druidas, que os espíritos dos mortos são libertados e, portanto, é possível fazer contato com eles).
Não apenas as malignas origens do Halloween, mas também sua depravação atual deveriam fazer com que todo crente verdadeiro recuasse dele. “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as” (Ef 5:11). Desde que Deus começou a chamar homens para fora do mundo, Satanás tem usado várias táticas para tentar estragar a obra do Senhor. Ele usa violência e perseguição, e ele usa sedução. Esses métodos estão sendo usados em todo o mundo em 2012!
Precisamos ter os olhos abertos e voltados para cima, e nosso coração aquecido pelo amor do Senhor e alcançando o exterior.
Contra o poder como de gigante
Dos nossos inimigos podemos trazer:
Como nossas armas de combate,
Apenas uma pedra e uma funda;
Se isso tivesse nos desanimado,
Nossa alma pode se animar,
Que, sendo chamado para nos ajudar,
Nosso Pai ouvirá.
W. J. Prost
Adivinhação
As numerosas referências na Escritura às várias formas de ciência oculta, como é agora chamada, e as fortes denúncias contra os israelitas terem qualquer coisa a ver com isso mostram que era uma realidade perigosa, por mais que, às vezes, algum engano pudesse estar associado a isso. Lemos sobre isso primeiro em Gênesis 41:8, quando Faraó chamou todos os adivinhadores (magos) do Egito e os sábios para interpretar seu sonho. Com todos os seus recursos fracassando, o homem de Deus na prisão foi convocado para mostrar o sonho, e isso provou ser a ocasião de realizar os propósitos de Deus a respeito de José. Sem dúvida, a classe de homens acima foi eminente por seu aprendizado, assim como eram aqueles da corte de Babilônia, sobre os quais Daniel foi feito chefe (Dn 4:7, 9).
Entre os que estavam no Egito, havia pelo menos alguns que foram capazes de exercer poderes além do que obtiveram pelo aprendizado humano. Quando Moisés procurava, por meio de sinais, convencer Faraó do poder de Deus, os magos do Egito conseguiram transformar suas varas em serpentes e simular as duas primeiras pragas com seus encantamentos (Êx 7:22; 8:7). Com essas pragas “as águas do rio se tornaram em sangue” e “fizeram subir rãs sobre a terra do Egito”. Isso estava além do mero poder humano, e certamente os magos não operaram pelo poder de Deus; portanto, deve ter sido pelo poder de Satanás. Não sabemos a natureza dos encantamentos utilizados; a palavra é “lat” e significa “segredo, artes mágicas”. Satanás pode sugerir que encantamentos empregar, se o homem quiser, e pode exercer seus poderes na medida do permitido por Deus. Após as duas primeiras pragas, o poder foi interrompido e os magos tiveram que confessar, quando os piolhos foram produzidos: “Este é o dedo de Deus”.
Em Deuteronômio 18:10-11, há uma lista de coisas relacionadas ao nosso assunto que foram denunciadas pelo Senhor.
Adivinhação – “Previsão”
Uma passagem notável em Ezequiel 21:21‑22 mostra alguns exemplos de como os pagãos adivinhavam. O rei da Babilônia havia chegado a uma encruzilhada e, querendo saber se ele deveria seguir o caminho para Rabá ou o caminho para Jerusalém, ele recorreu à adivinhação. Primeiro, ele “sacode as flechas” (ARA). Sem dúvida, duas ou mais flechas foram marcadas, cada uma com o nome de uma das cidades e, sacudidas na aljava, qualquer flecha que fosse levada pela mão direita decidia qual caminho seguir. Jerusalém caiu para a mão direita. Talvez o rei estivesse em dúvida, então ele consultou imagens – terafins (TB). Não se sabe como eles foram usados para adivinhação – compare Zacarias 10:2. O rei ainda procurou outro guia – “atentará para o fígado”. Por certas regras estabelecidas, os órgãos internos de um sacrifício eram considerados propícios ou não. O uso do rei de três conjuntos de prognósticos mostra que ele não tinha grande confiança em suas adivinhações; ele pode ter sido muitas vezes enganado por elas anteriormente. Quão diferente de uma resposta da parte de Deus concedida a Israel!
Astrólogos
Os astrólogos – habar shamaym – são “os que dividem os céus” para propósitos astrológicos (Is 47:13). A palavra para “astrólogos” usada em todo o livro de Daniel é uma palavra diferente – ashshaph –, e não implica nenhuma conexão com os céus, mas é antes com “feitiçarias” ou “encantamentos”, como lemos com referência a Babilônia em Isaías 47:9, 12, onde se fala de uma multidão de feitiçarias e grande abundância de encantamentos. Juntamente com os astrólogos babilônicos de Isaías 47:13, estão associados “os que contemplavam os astros”, que podem ter prognosticado eventos a partir das posições alteradas dos planetas em relação às estrelas. A isto se acrescenta prognósticos mensais, que provavelmente extraíram suas deduções da Lua. Também está conectada à Babilônia a palavra adivinho – gezar –, “dividir, determinar o destino ou sorte” por qualquer meio pretendido de prever eventos.
No Novo Testamento, além do caso mencionado da jovem possuída por um espírito de Python, lemos sobre outros, como Simão, que usava artes mágicas e iludia o povo de Samaria por muito tempo (Atos 8:9-11) e Elimas, o encantador, Judeu encontrado em Chipre, que perverteu os caminhos corretos do Senhor (Atos 13:6, 8). Eles usavam artes mágicas e enfeitiçavam o povo. Outra palavra é usada para feitiçarias no Apocalipse, que se refere a drogas, “para entorpecer as drogas” e, em seguida, para qualquer sistema de feitiçaria por encantamentos (Ap 9:21; Ap 18:23; compare Ap 21:8 22:15). A feitiçaria é classificada com o mais grosseiro dos pecados e também é aplicada à igreja professa na Babilônia mística. A mesma palavra é traduzida como “feitiçaria” em Gálatas 5:20.
G. Morrish – Dicionário Bíblico Conciso
Aos Pés de Jesus
Solitário? Não, não me sinto solitário
Com Jesus ao meu lado;
Sua presença sempre me alegra;
Sei que Ele está perto.
Sem amigos? Não, não me sinto sem amigos,
Pois Jesus é meu Amigo;
Eu mudo, mas Ele permanece
Verdadeiro, fiel até o fim.
Entristecido? Não, não estou entristecido
Com cenas de profunda dor;
Eu estaria, se não soubesse
Que Jesus me ama tanto.
Cansado? Não, não estou cansado
Enquanto reclinado em Seu peito;
Minha alma tem pleno gozo
De Seu descanso eterno.
C. S. C. Panton
“Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”, “porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo”
(Tiago 4:7; 1 João 4:4)




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