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Oração (Agosto de 2005)


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Revista mensal publicada originalmente em agosto/2005 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

E. J. Thomas, de Practical Remarks on Prayer

G. V. Wigram

W. J. Prost

E. J. Thomas

Autor desconhecido

C. H. Mackintosh, adaptado de Prayers and Prayer Meeting

P. Wilson, adaptado de Oração e o Mundo Invisível

E. J. Thomas

Autor desconhecido

 

Oração

Quão bendito é o tema da oração! Que privilégio ser livre a qualquer hora, em qualquer lugar, para falar com nosso Deus e pedir a Ele que faça alguma coisa ou agradecer a Ele por algo. Que oportunidade abençoada de poder contar com Seu coração, Sua sabedoria, Seu poder, Sua misericórdia e Sua graça. Nosso Senhor Jesus disse a respeito desse privilégio: “Até agora nada tendes pedido em Meu nome; pedi, e recebereis, para que o vosso gozo seja completo” (TB).


J. N. Darby observou: “A oração é fundamentada no imenso privilégio de ter interesses comuns com Deus tanto quanto a nós mesmos e quanto a todos os que são Seus, sim, até mesmo quanto à glória de Cristo. Pensamento maravilhoso! Graça indescritível!”


A oração expressa nossa dependência de nosso Deus. Nós não somos suficientes em nós mesmos, somente Deus é Autossuficiente. Pela oração, expressamos nossa necessidade e contamos com Sua força.


Nesta edição, tomamos a oração em conexão com o Espírito Santo, intercessão, jejum, nosso estado moral que ajuda ou dificulta nossas orações e a reunião de oração.


Que sejamos desafiados a tornar a oração uma parte mais desejada de nossa comunhão diária com Deus e não deixar nada em nossa vida que impeça nossos pedidos ou as respostas de Deus a eles.


Tema da edição

 

O Espírito Santo e a Oração


É necessário reconhecer a função ou ofício do Espírito Santo em oração. Considere a magnitude do fato de que o Espírito Santo desceu no Pentecostes e permanece conosco para sempre (Jo 14:16). Ele habita no crente individualmente (1 Co 6:19). Tal fato é imensamente importante. Descobrimos que o Espírito que habita em nós é nosso Instrutor e Guia na oração, e toda oração verdadeira é no Espírito. “Orando no Espírito Santo” (Jd 20). “Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6:18).


A intercessão do Espírito

Quando Cristo estava com Seus discípulos, Ele os ensinou a orar. João também havia ensinado seus discípulos. Mas agora tudo isso mudou. Era conveniente para os discípulos que Cristo partisse para que o Espírito Santo viesse, e Ele estando aqui, toma o ofício de formar nossa mente e coração em oração. Verdadeiramente, não sabemos o que devemos orar como deveríamos, mas o próprio Espírito que habita em nós faz intercessão. As palavras “por nós” em Romanos 8:26 (N. do T.: A tradução de J. N. Darby traz: “o próprio Espírito faz intercessão com gemidos que não podem ser expressos”) não estão nos melhores textos e apenas estragam o sentido. Eles dão a ideia de que o bendito Espírito e os santos são dois grupos distintos, e que o Espírito externamente intercede por nós. Este não é o sentido, como está claro nas próximas palavras – “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (v. 27). Deus, que olha para o coração, vê o que o Espírito operou em nossos desejos e orações. Ele conhece a intercessão que o Espírito faz em favor dos santos e eles estão de acordo com Deus. A estrutura dessa Escritura (Rm 8:26-27) é notável. Quanto a nós mesmos, o Espírito é tão identificado conosco que Deus, ao buscar os corações, encontra aí a mente do Espírito, e isso é o que Ele graciosamente recolhe, e não as atividades da carne. Mas no que diz respeito a Deus – seja qual for a condescendência do Espírito para nós – o Espírito está em todo o Seu próprio poder e dignidade como uma Pessoa da Deidade, para pleitear pelos santos. Que solenidade, que valor divino, veste a oração dos santos, quando a forma em que eles vêm diante de Deus é aquela da intercessão pelo próprio Espírito! Do nosso lado a oração pode chegar a um gemido inarticulado, mas para Deus ela sobe no auge da própria intercessão do Espírito.


Nosso Consolador em oração

A influência disso na oração é muito encorajadora. Aqui encontramos o Espírito Santo habitando em nós, graciosamente identificando-Se em terna empatia com nossa fraqueza. A Igreja que Cristo comprou com Seu próprio sangue é tão preciosa que o bendito Espírito tinha que vir morar aqui e cuidar dela. Estando aqui, Ele é nosso Paracleto, isto é, o Administrador de nossos afazeres. Ele Se opõe à carne em nós (Gl 5:17), ajuda em nossas fraquezas, condescende com nossa ignorância e entra em nossas tristezas com gemidos que não podem ser proferidos. Nós não pensamos o suficiente sobre a empatia do Espírito de Deus para conosco. Ele é Aquele outro Consolador [Paracleto] que, o Senhor disse que deveria O substituir na Terra. Jesus levou nossas dores e o Espírito ajuda em nossas fraquezas; Jesus gemeu no túmulo de Lázaro, e o Espírito intercede pelos santos com gemidos que não podem ser proferidos. Quão grande deve ser o interesse do Espírito Santo em nós quando Ele vem e habita em nós, não descontinuando Sua permanência, embora nossos caminhos tantas vezes O entristeça (Ef 4:30).


O Senhor, de fato, ensinou os discípulos a orar, e Ele o fez perfeitamente. Mas Ele agora renunciou o ofício de Intercessor na Terra em favor do Espírito Santo, para cuja orientação, portanto, estamos comprometidos. Procuremos estar “orando no Espírito Santo” – sabendo que o Espírito entra com total empatia em todas as nossas fraquezas e em todas as nossas circunstâncias, e nos dará desejos, sentimentos e expressões apropriados a toda experiência, seja feliz ou triste, por meio do qual a alma pode passar. Nós temos o próprio Espírito Santo agora, para compor nossas orações.


Confiança na oração

“E esta é a confiança que temos n’Ele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos” (1 Jo 5:14-15). Sabemos que o poder formativo no coração, as palavras de Cristo habitando ali e um coração correto e não condenável com confiança em Deus são as condições da oração bem-sucedida. Nos presentes versículos, tudo isso é presumido. Supõe-se que estamos pedindo de acordo com a Sua vontade, e o que temos aqui é que, pedindo assim, Deus sempre nos ouve. Ele não é como o homem, frequentemente ocupado a ponto de não poder ouvir, ou descuidado, a ponto de não ouvir. É uma coisa preciosa e maravilhosa para a criatura – o homem –, apesar da queda, ser tão restaurado à harmonia moral com Deus a ponto de, sob a orientação do Espírito, poder pedir de acordo com Sua vontade onisciente. Certamente esta é uma prova do desejo de Deus de que o homem desfrute da comunhão com Ele mesmo. Que possamos valorizar este privilégio como deveríamos!


A oração quando não conhecemos a mente de Deus

Nosso espírito nem sempre está nesse nível, e Romanos 8:26-28 reconhece isso. Não sabemos sobre o que orar como deveríamos, mas o Espírito ajuda em nossas fraquezas. E aquele que sonda nosso coração sabe como ajuntar tudo o que é do Seu próprio Espírito naqueles corações. Quanto ao resultado, “sabemos” que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. E isso dá paz, quer nossos pedidos sejam concedidos ou não. Portanto, não devemos refrear a oração porque não estamos no plano mais elevado da comunhão. Pelo contrário, é nosso privilégio – em tudo – deixar que nossos pedidos sejam tornados conhecidos perante Deus (Fp 4:6). Um exemplo instrutivo disso é a oração de Paulo sobre o espinho na carne (2 Co 12:8-9). Por isso ele suplicou ao Senhor que o espinho fosse retirado dele. Mas sua oração não estava de acordo com a mente de Deus, pois Ele tinha algo melhor reservado para Paulo, o qual Paulo teria perdido se seu pedido fosse concedido.


O crente pode, como um castigo, receber aquilo que, ininterruptamente, ele clama, mas o resultado não será felicidade. Nós lemos: “E Ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma” (Sl 106:15). Apresentar nossos pedidos, com submissão, é, no entanto, sempre nosso privilégio. O exemplo de Paulo mostra isso. Ele suplicou ao Senhor por seu desejo não apenas uma vez, mas três vezes. Em resultado, tal submissão foi formada em sua alma, e finalmente ele teve prazer nas próprias fraquezas que ele antes implorava ao Senhor para remover. Agora, um coração descontente e insubmisso pode censurar a Deus por não responder às suas orações, mas no retrospecto da eternidade, quanta causa de louvor pode ser descoberta nos pedidos que nosso gracioso Deus agora Se recusa a conceder.


E. J. Thomas, de Practical Remarks on Prayer

 

O Teor e os Assuntos da Oração


O teor e os assuntos de nossas orações sempre estarão de acordo com nosso conhecimento e apreensão de Deus e do relacionamento no qual O reconhecemos como estando perto de nós e nós perto d’Ele.


G. V. Wigram

 

Oração e Jejum


O jejum é mencionado muitas vezes na Palavra de Deus, tanto no Velho como no Novo Testamento. Muitas vezes está intimamente ligado à oração, especialmente no Novo Testamento, onde a oração é um privilégio especial de todo crente. Será que o jejum deve ter um lugar na vida dos crentes hoje? É algo que deve ser feito rotineiramente ou apenas em certas ocasiões? O jejum associado à oração torna essa oração mais aceitável aos olhos de Deus? Se nós jejuarmos, quanto tempo devemos fazer?


A primeira menção do jejum na Bíblia é encontrada em Juízes 20:26, onde Israel chorou e jejuou na presença do Senhor depois de ser derrotado duas vezes pela tribo de Benjamim. Novamente, no tempo de Samuel, quando Israel estava com medo dos filisteus (1 Sm 7:6), eles jejuaram diante do Senhor e confessaram seus pecados. Em outra ocasião, quando Saul e Jônatas foram mortos no Monte Gilboa, aqueles que os enterraram, jejuaram sete dias. Davi e seus homens também jejuaram e lamentaram quando ouviram a triste notícia. Mais tarde, Ester jejuou antes de entrar na presença do rei Assuero para implorar pelo seu povo. É significativo que não houvesse mandamento na lei para fazer tal coisa. Em vez disso, eles sentiram que, em seu esforço para se humilharem na presença do Senhor, o jejum era apropriado para a ocasião. Mesmo que a oração não seja especificamente mencionada, cada ocasião foi marcada por tristeza, humilhação na presença de Deus, um senso de absoluta dependência d'Ele e uma necessidade sentida pela ajuda do Senhor.


Vemos tudo isso realizado por nosso bendito Senhor em Seu caminho aqui abaixo, enquanto Ele andava em perfeita dependência diante de Seu Pai. Nós O encontramos jejuando por quarenta dias e quarenta noites antes de ser tentado pelo diabo. Da mesma forma, Ele pôde indicar que quando Ele fosse tirado deles, Seu povo jejuaria (Mt 9:15).


Razões erradas

Por outro lado, o jejum às vezes era feito pelas razões erradas, e isso não poderia ter a aprovação de Deus. Quando Jezabel desejou que Nabote fosse executado, ela deu ordens para que um jejum fosse proclamado, enquanto ao mesmo tempo ordena que falsas testemunhas sejam arranjadas para acusá-lo de blasfêmia para que ele pudesse ser apedrejado até a morte (1 Rs 21:9-10). Por meio do profeta Isaías, o Senhor poderia dizer a alguns em Israel: “Eis que, para contendas e debates, jejuais e para dardes punhadas impiamente”, e pergunta: “Chamarias tu a isso jejum e dia aprazível ao SENHOR?” (Is 58:4-5) Da mesma forma, o Senhor Jesus repreendeu aqueles que faziam uma demonstração pública de um semblante contristados e estavam desfigurando seus rostos enquanto jejuavam, chamando-os de hipócritas. Assim, vemos que o jejum é um ato exterior que depende, por seu valor, de um estado interior da alma que responde a Deus e ao significado de tal jejum.


Nessa mesma conexão, sabemos que o jejum foi levado a um extremo na Igreja primitiva, depois que os apóstolos foram chamados para o lar. Paulo pôde advertir Timóteo de que, nos últimos tempos, alguns se afastariam da fé, “dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1). Uma dessas doutrinas de demônios seria “a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças” (1 Tm 4:3). Sabemos que esse jejum legalista começou como um costume, mas depois se tornou um comando que foi imposto em muitos casos por lei. Até depois da reforma, as pessoas foram executadas por desobedecer às leis sobre o jejum.


O jejum dos discípulos do Senhor

Apesar desses abusos da prática, as referências positivas ao jejum devem nos exercitar. Quando os discípulos perguntaram ao Senhor Jesus por que eles não conseguiram expulsar o demônio do menino lunático, Ele lhes disse: “Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum” (Mt. 17:21). Depois que a Igreja foi formada, o jejum foi feito evidentemente por aqueles em responsabilidade e liderança na assembleia em Antioquia, e quando se sentiram levados a enviar Barnabé e Saulo para a obra do Senhor, eles jejuaram e oraram antes de fazê-lo. O jejum também foi feito por Paulo e Barnabé quando usaram sua autoridade apostólica para ordenar presbíteros nas várias assembleias (At 14:23). Paulo também falava sobre o marido e a mulher que se separavam por algum tempo para se entregarem ao “jejum e oração” (1 Co 7:5). Assim, parece claro que o jejum definitivamente tem a aprovação de Deus nesta dispensação de Sua graça, e foi praticado nos dias dos apóstolos.


Razões justas

À luz das várias Escrituras que consideramos, sugiro os seguintes pensamentos sobre o jejum. Primeiro, como foi mencionado anteriormente, o jejum é um ato exterior que não tem valor aos olhos de Deus, a menos que seja acompanhado por um estado interior de alma que corresponda ao ato. O jejum, por uma questão de rotina ou de comando, não tem apoio bíblico. Não podemos ter pecado não julgado em nossa consciência ou ser indiferentes às reivindicações de Deus, e então realizar um ato exterior a fim de chegar a Seus ouvidos.


Em segundo lugar, o jejum está quase sempre ligado à oração. Isso é importante, pois o jejum fala da nossa abstinência de todos os meios humanos de ajuda, enquanto a oração expressa nossa dependência de Deus. A forma mais pura de jejum não é tanto um ato consciente, mas o resultado da natureza espiritual estar tão ocupada com os assuntos celestes que o desejo de comida é negligenciado no momento. Se nosso coração está sobrecarregado com um assunto à vista de Deus, então nossos desejos naturais darão lugar à nossa preocupação com a situação diante de nós, e não sentiremos o mesmo desejo por comida.


Terceiro, enquanto o jejum está ligado à comida e, portanto, é algo com o qual todos podemos nos identificar, eu diria que o princípio não está limitado à comida. Isso é mostrado claramente em 1 Coríntios 7:5, já referido, onde o desfrute normal do relacionamento entre marido e mulher também é colocado de lado para um tempo de oração. Para alguns pode ser algum outro desejo ou necessidade natural, não errado em si mesmo, mas que dá lugar a uma responsabilidade especial que transcende essa necessidade. Como um exemplo disso, encontramos nosso bendito Mestre mais de uma vez passando Seu tempo à noite em oração a Seu Pai, quando, sem dúvida, o sono teria sido muito bem-vindo ao Seu corpo cansado.


Quarto, lembremo-nos de que o jejum deve ser feito em oculto e fora dos olhares do público para ser aceitável a Deus. Sem dúvida, aqueles em Antioquia que jejuaram o fizeram coletivamente e, assim, sabiam das ações uns dos outros, mas não parece que toda a assembleia estava envolvida. Em vez disso, aqueles que tinham a responsabilidade em seu coração estavam diante do Senhor e jejuaram. Se a questão se tornar uma coisa pública, alguns podem participar dela sem estarem realmente exercitados e envolvidos na presença do Senhor. Além disso, existe o perigo real de o orgulho se intrometer e, como vimos, o Senhor Jesus condenou isso nos termos mais fortes.


Em vista de todas essas considerações, podemos ver que o jejum definitivamente não é proibido hoje, mas é encorajado pelos exemplos que examinamos na Palavra de Deus. Também vemos que não pode haver uma regra para o jejum. Tornar isso uma regra e procurar impor isso apenas o corrompe aos olhos de Deus. Nem no Velho nem no Novo Testamento era um comando direto, mas sim aquilo que era considerado adequado a situações particulares e encorajado por Deus naquelas circunstâncias. Para nós, jejuar deve ser um exercício pessoal na presença do Senhor, e isso inclui o momento do jejum, bem como por quanto tempo se jejua.


Finalmente, vamos ressaltar que a oração em sua essência é o privilégio de ter interesses em comuns com Deus. Se sentíssemos as situações mais como Ele as sente, certamente nosso coração estaria mais sobrecarregado diante d'Ele, e o jejum seria mais comum entre os crentes. Se nossos pensamentos estivessem mais sintonizados com os pensamentos de Deus, certamente nos negaríamos com mais frequência a essas coisas naturais, de que todos nós precisamos, enquanto nos envolvêssemos com Seus interesses. Mefibosete “não tinha lavado os pés, nem tinha feito a barba, nem tinha lavado as suas vestes” (2 Sm 19.24) até que Davi retornou em paz. Ninguém lhe disse para fazer isso, mas os interesses de Davi eram seus interesses, e ele sentiu que seu rei foi rejeitado e estava ausente. Que a ausência de nosso Senhor Jesus – a ausência de nosso Noivo – seja mais real para nós, e que Seus interesses ocupem nosso coração de tal forma aqui para estarmos prontos a esquecer nossos desejos naturais e assim estarmos ocupados com Ele!


W. J. Prost

 

Oração e Ação de Graças


“Perseverai em oração, velando nela com ação de graças” (Cl 4:2). Quantas vezes quando o poço da oração parece estar seco, a ação de graças fará com que a corrente flua! A lembrança de misericórdias recebidas e bênçãos já possuídas refresca a alma, gera a sensação de que estamos em comunhão com um Deus que dá, e transmite nova coragem para nos aproximarmos d'Ele com nossos pedidos.


E. J. Thomas

 

Sete Obstáculos à Oração


Os problemas e soluções


“Ainda quando clamo e grito, Ele exclui a minha oração. Cobriste-Te de nuvens, para que não passe a nossa oração” (Lm 3:8, 44).


1. Pecado não julgado em minha vida


Problema: “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Sl 66:18).


Solução: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:9).


2. Dúvidas em meus pedidos


Problema: “Não pense tal homem [duvidoso] que receberá do Senhor alguma coisa” (Tg 1:7).


Solução: “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:22).


3. Desrespeito pelas necessidades dos outros


Problema: “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido” (Pv 21:13).


Solução: “Dai, e ser-vos-á dado” (Lc 6:38).


4. Ignorar a vontade de Deus


Problema: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável” (Pv 28:9).


Solução: “Se alguém é temente a Deus e faz a Sua vontade, a esse ouve” (Jo 9:31).


5. Pedindo algo da minha própria vontade


Problema: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4: 3).


Solução: “Deleita-te também no SENHOR, e Ele te concederá o que deseja o teu coração” (Sl 37:4).


6. Falta de amor fraternal


Problema: “Qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (1 Jo 3:10). “Não aborrecerás a teu irmão no teu coração” (Lv 19:17).


Solução: “E d’Ele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1 Jo 4:21).


7. Um espírito não perdoador


Problema: “Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas” (Mc 11:26).


Solução: “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11:25).


Autor desconhecido

 

Oração e a Reunião de Oração


Ao considerar o assunto mais importante da oração, nossos pensamentos são dirigidos, antes de tudo, à base moral da oração coletiva e, depois, às suas condições morais.


A base moral da oração

Vários versículos nos dão a base moral da oração e mencionaremos alguns deles. “Se vós estiverdes em Mim, e as Minhas Palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15:7). Novamente, “Amados, se o nosso coração nos não condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que Lhe pedirmos, d’Ele a receberemos, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que é agradável à Sua vista” (1 Jo 3:21-22). Quando o apóstolo Paulo solicita as orações dos santos, ele diz: “Orai por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo querem portar-se honestamente” (Hb 13:18).


A partir desses versículos, vemos que a oração eficaz está conectada com um coração obediente, uma mente reta e uma boa consciência. Quão importante é isso, que devemos caminhar em comunhão com Deus a fim de orar efetivamente. Da mesma forma, quando pedimos a outros que orem por nós, que nos exercitemos perante o Senhor sobre nossa própria condição de alma! Estamos realmente permanecendo em Cristo e guardando Seus mandamentos? Que nosso coração seja sondado por essas questões, pois às vezes há irrealidade em nossas orações – uma grande quantidade de “pedir desculpas”. O Salmista pôde dizer, “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá” (Sl 66:18). Isso é solene, pois o Senhor quer que sejamos verdadeiros com Ele, como Ele é Verdadeiro conosco.


Nossas orações podem se degenerar em discursos e declarações doutrinarias, em vez de verdadeiros pedidos. Será que às vezes utilizamos a reunião de oração para a expressão fluente de verdades e princípios reconhecidos, em vez da oração real? A reunião de oração deve ser um lugar de expressar as necessidades e de bênção esperadas – o lugar para expressar fraqueza e o poder esperado. Certamente aqueles que vêm não vêm para ouvir longas orações de pregação, mas sim necessidades reais expressas diante do Senhor.


Além disso, pode haver uma falta de reverência em nossas reuniões de oração. Sabemos, é claro, que a grande questão é ter nosso coração em uma atitude correta. Contudo, lembremo-nos de que nossa posição física frequentemente trai nosso coração. Devemos nos ajoelhar quando pudermos, pois tal postura expressa reverência e prostração. O bendito Mestre “pondo-Se de joelhos, orava” (Lc 22:41), e Paulo fez o mesmo, como lemos em Atos 20:36: “E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles”. Reconhecemos que aqueles que são mais velhos ou enfermos podem não ser capazes de fazê-lo, e também que a falta de espaço ocasionalmente impede o ajoelhamento.


Condições morais da oração coletiva

Chegamos agora aos atributos morais da oração. Ao considerá-los, devemos ter a autoridade da Palavra de Deus para tudo. Nunca nos esqueçamos disto!


Unidade

Lemos em Mateus 18:19: “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na Terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai, que está nos céus”. Aqui aprendemos que unanimidade – acordo cordial – é uma condição necessária da oração. Não basta que cada um tenha um pensamento particular do que deve ser feito. Devemos chegar ao trono da graça em santa harmonia de mente e espírito, do contrário não podemos reivindicar uma resposta. Isto é de imenso peso moral e não pode ser desprezado. Lemos em Atos 1:14, com referência aos primeiros discípulos: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas”. Eles oravam em uníssono e tinham um objetivo definido diante de seu coração.


Suponha uma situação em que o desanimador formalismo parece ter se estabelecido no lugar onde estamos. Que possamos, mesmo se houver apenas dois que realmente sentem a condição das coisas, nos unir de comum acordo e derramar nosso coração a Deus. Não nos rendamos à teologia unilateral que diz: “Deus é soberano e devemos esperar o Seu tempo”. Há de fato uma medida de verdade nisto, mas não é toda a verdade. Não vamos dobrar nossas mãos em fria indiferença, pois nada pode tocar a preciosa verdade de Mateus 18:19. A oração é o grande remédio. Vamos esperar em Deus em santa concordância, e a bênção certamente virá.


Em Mateus 21:22, encontramos outra das condições essenciais da oração eficaz: “E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis”. Esta é uma declaração maravilhosa e abre os próprios tesouros do céu para a fé. Da mesma forma, em Tiago 1:6, em conexão com pedir sabedoria, nós lemos: “Peça-a, porém, com fé, não duvidando”. De ambas as passagens, aprendemos que para que nossas orações tenham uma resposta, elas devem ser orações de fé. Uma coisa é proferir palavras de oração, mas outra coisa é ter certeza de que teremos o que pedimos.


Pedidos específicos

Em Lucas 11:5-10, lemos sobre o homem que foi ao seu amigo à meia-noite com o pedido: “Amigo, empresta-me três pães”. O comentário do Senhor sobre isso foi: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”. Nesses versículos, somos ensinados a sermos precisos em nossas orações. Há uma necessidade positiva e o homem se limita a essa necessidade. Ele não faz declarações desconexas, mas um pedido direto e pontual. Sem dúvida, era um momento desfavorável para chegar, mas ele pressiona sua necessidade. Ele precisava daqueles três pães.


Costumamos mencionar uma série de coisas das quais não sentimos realmente a necessidade? Certamente daria um frescor e um brilho à reunião de oração se viéssemos com algo definido em nosso coração! Quanto melhor é trazer algum assunto diante de Deus, insistir seriamente, e fazer uma pausa para que o Espírito Santo possa guiar os outros!


Nossas reuniões de oração sofrem com orações longas e incoerentes? Orações longas são muitas vezes cansativas e, embora não ultrapasse a liderança do Espírito Santo em oração, é digno de nota que as orações nas Escrituras são breves e pontuais. Assim, longas orações em público não são a regra nas Escrituras, e elas são mencionadas em Marcos 12:40 com uma desaprovação fulminante. Elas exercem uma influência deprimente sobre todos, enquanto orações curtas transmitem frescor e interesse à reunião de oração.


Persistência

Outra condição moral revelada em Lucas 11 é a importunação. O homem ganha seu objeto por sua sincera persistência. Nós entendemos essa grande lição? Deus encoraja a importunação e, muitas vezes, é constatado que a falta de definição está ligada à falta de importunidade. As duas andam juntas. Muitas vezes somos muito vagos e indiferentes em nossas orações, e isso torna nossas reuniões de oração ineficazes, sem sentido e sem poder. Sejamos completamente estimulados quanto a essa questão, para que possamos ser pessoas que pedem o que querem e aguardam o que pedem.


Perseverança

Isso nos leva a outra condição moral de oração, encontrada em Lucas 18:1: “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer”. Aqui encontramos a perseverança, e isso está intimamente ligado à definição e à importunidade. Se queremos uma certa coisa, perseverantemente esperamos em Deus até que Ele graciosamente envie uma resposta. Não devemos desmaiar (desanimar), mas devemos perseverar. Este exercício é bom e moralmente saudável, e nos leva à presença de Deus. Às vezes Deus acha por bem reter a resposta de nossas orações, mesmo que apenas para provar a realidade do nosso pedido. Assim, lemos em Efésios 6:18, “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos”.


Em conclusão

Consideramos nossa falta de confiança, nosso fracasso em ter unanimidade e a ausência de definição, importunação e perseverança. Nós falamos do erro de orações longas e cansativas. Tudo isso pode muito bem fazer com que o povo do Senhor fique longe da reunião de oração, sentindo que pode orar melhor em casa. Mas certamente este não é o caminho para remediar os males que relatamos. Se é correto reunir-se para a oração, certamente não é correto nos ausentarmos por causa da falha de alguns que possam participar da reunião. Lembremo-nos de que não vamos apenas para o nosso próprio proveito e bênção. Devemos pensar na glória do Senhor, procurar fazer a Sua bendita vontade e promover o bem dos outros. Se estivermos ali no espírito correto, faremos muito para ajudar no tom de tal reunião. Lembremo-nos de que aquele que está em estado de alma ruim, propositalmente se ausentará da reunião de oração, enquanto a alma sadia e diligente será encontrada ali.


Tudo isso exige nossa séria consideração. Sentimos a falta de poder em nossas reuniões de oração? Vamos nos unir em oração e súplicas cordiais, fervorosas e unidas. Vamos perseverar com Deus para o reavivamento de Sua obra, o progresso do evangelho e o ajuntamento e edificação de Seu amado povo. Que nossas reuniões de oração sejam realmente reuniões de oração, onde o povo de Deus se reúne de comum acordo, a fim de entrar no próprio tesouro do céu. Que o Espírito Santo anime a todos e pressione sobre nossa alma o valor, a importância e a necessidade urgente de unanimidade, confiança, definição, importunação e perseverança em nossas orações e reuniões de oração!


C. H. Mackintosh, adaptado de Prayers and Prayer Meeting

 

A Oração e a Intercessão


Daniel era frequentemente encontrado orando, era característico dele como um homem de Deus. No segundo capítulo de Daniel, quando o rei havia sonhado e ninguém podia interpretar o sonho, Daniel orou e pediu a seus amigos que orassem com ele pelo mesmo propósito – que o Deus do céu lhes concedesse misericórdias a respeito desse segredo. Quando a resposta chegou, ele não se apressou em contar ao rei, mas parou e primeiro agradeceu ao Senhor.


No sexto capítulo de Daniel, um decreto foi fomentado e promovido pelos inimigos de Daniel. O rei foi persuadido a assinar o decreto, afirmando que qualquer um que, por trinta dias, pedisse uma petição a qualquer deus ou homem, exceto ao rei, deveria ser lançado na cova dos leões. Daniel entrou em sua casa, ajoelhou-se e orou três vezes por dia, como fazia anteriormente. Ele não foi movido pelo decreto, ele não alterou seu curso normal de vida; “e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer”. Ele era um homem de oração, e onde você encontra um homem de Deus, você encontrará um homem de oração.


Então Daniel, no nono capítulo, começou a orar. Foi “No ano primeiro de Dario, filho de Assuero”. O que o fez orar neste momento foi o fato de que ele descobriu que os filhos de Israel deveriam ficar em cativeiro na Babilônia por setenta anos. Ele sabia que os setenta anos estavam terminando. Ele creu no que Deus disse por meio de Seu profeta Jeremias, e esperou que o povo voltasse para a Terra quando os anos fossem cumpridos. Sendo um homem de fé, um homem de oração e um homem do Livro, ele se pôs a orar.


Quando os anos designados se esgotaram, Deus levantou Ciro, um homem justo do Oriente, nomeado 175 anos antes de seu nascimento, com o propósito de mandá-los de volta. Ele não apenas levantou Ciro, mas também levantou Daniel na hora certa para confessar os pecados do povo como se fossem seus. Em Isaías 59:16 lemos: “E viu que ninguém havia e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor”.


Identificação com o povo de Deus

Este homem Daniel foi levantado para orar pelo povo de Deus. Da mesma forma, homens como Samuel, Davi e muitos outros intercederam a Deus por Seu povo. Qual era a condição do povo? Daniel ignorou o seu fracasso, que trouxe os tratamentos governamentais de Deus sobre eles? Não, nem um pouco. Ele buscou “com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza”. Não foi um trabalho superficial de Daniel, nem uma identificação fingida com o Seu povo. Ele sentiu seu fracasso como se fosse seu, e isso o levou para uma posição de humilhação com saco e cinzas, em oração e súplica (continuando em oração). Ele disse: “Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos” (Dn 9:4). Observe a próxima palavra: [Nós] pecamos [e não Eles], e cometemos iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos Teus mandamentos e dos Teus juízos”. Ele se identifica totalmente com todo o povo. Se havia um homem entre os cativos de Babilônia livre de culpa, era Daniel. Ele foi levado para lá como um jovem cativo, sem culpa alguma, e ele viveu para Deus lá. Ele levou uma vida de devoção desde que era um jovem até ser um homem muito velho; ele foi um homem fiel. Ele propôs em seu coração que ele não se contaminaria. Não foi uma coisa exterior – foi um propósito de coração. Ele queria agradar a Deus. Ele viu na Babilônia coisas que o contaminariam como um Judeu piedoso, e ele separou-se dessas coisas para a glória de Deus. Ele tinha a Escritura como padrão para o que ele fazia. Que tenhamos propósito de coração em buscar a graça de Deus para nos afastar daquilo que nos contaminaria.


Daniel é agora um homem velho que seguiu fielmente. Agora ele se identifica com os pecados do povo e ora. Há outra coisa sobre sua oração no versículo 7: “A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós, a confusão do rosto”. Devemos sempre ter em mente que Deus é justo; Ele nunca comete erros. Daniel leva toda a culpa para si e seu povo. Observe novamente no versículo 8: “Ó SENHOR, a nós pertence a confusão do rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes e a nossos pais, porque pecamos contra Ti”.


Lembremo-nos, querido companheiro Cristão, estamos vivendo em um dia de ruína – nos últimos dias da história da Igreja de Deus na Terra. Não nos dias em que ela começou tão intensamente no dia de Pentecostes, mas estamos nos dias de 2 Timóteo, quando a casa de Deus é mencionada como uma “grande casa”, na qual não tem apenas vasos para honra, mas também vasos para desonra. O que devemos fazer? Não podemos sair da “grande casa”; a “grande casa” é a profissão do Cristianismo na Terra. Você não pode sair dela a menos que abandone o Cristianismo.


Nossa parte no fracasso da Cristandade

Posso dizer algumas palavras àqueles que estão reunidos ao nome do Senhor Jesus Cristo? Tenhamos cuidado para não nos estabelecermos como sendo aqueles que não falharam. Eu tremo quando vejo qualquer tendência de nos exaltar e dizer que guardamos a verdade, ou que a verdade é mantida por nós. Irmãos, isso indica que não aprendemos bem nossa lição. Nós somos parte da ruína, e precisamos estar no espírito de Daniel como vemos nesta Escritura. Estou convencido de que, se nos colocarmos como sendo algo, Deus nos mostrará que não somos nada. Ele definitivamente vai soprar sobre o orgulho. “Estas seis coisas aborrece o SENHOR, e a sétima a sua alma abomina:” A primeira coisa mencionada é “olhos altivos” (Pv 6:16-17). Tenhamos cuidado de não nos estabelecermos como algo, ou de reivindicar sermos superiores a outra pessoa. Vamos dar uma palavra de cautela: Existe um caminho para a fé, um caminho de obediência, e se andarmos nesse caminho, que possamos andar de maneira consciente do fato de que somos parte do fracasso que aconteceu. Há um modo de manter a verdade nestes últimos dias, mas precisamos de cabeças baixas no sentido de que somos parte do fracasso da Cristandade.


Abnegação própria

“Naqueles dias, eu, Daniel, estive triste por três semanas completas. Manjar desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas” (Dn 1:2-3)


Companheiro Cristão, o que sabemos sobre verdadeira oração e intercessão diante de Deus? Às vezes perguntas são feitas sobre o “jejum”. No capítulo anterior, o jejum é mencionado. E aqui no versículo 3, ele estava no espírito de jejum e luto. A pergunta que frequentemente é feita é se “existe jejum hoje?” Será que não podemos dizer que, se fôssemos sinceros diante de Deus, poderíamos conhecer mais de abnegação própria? Neste dia de prosperidade e luxo, quanto sabemos sobre a abnegação própria? Não é essa a razão pela qual raramente ouvimos falar de orações respondidas? Tiago nos diz: “nada tendes, porque não pedis” e, novamente, “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”. Mas existe tal coisa como estar em estado de jejum diante de Deus – andando em humilhação e julgamento próprio, reconhecendo o fracasso em particular, com abnegação própria.


Daniel esperou três semanas inteiras. Por anos, um querido santo de Deus pediu por algo que ele não viu nessa vida. Deus não prometeu responder às nossas orações durante a nossa vida. A resposta aqui veio no devido tempo de Deus. Nós não podemos apressar Deus.


Que saibamos algo sobre andar no espírito que caracterizou Daniel – percebendo nossa triste porção no fracasso, intercedendo pelo povo de Deus e buscando a graça para seguir em obediência à Sua Palavra. A obediência à Palavra de Deus que nos leva ao caminho da separação, é uma coisa, mas se levantarmos a cabeça e procurarmos ser algo, isso é outra coisa. Que coloquemos o orgulho longe de nós.


Que procuremos graça para ter propósito de coração e devoção, se deixados aqui, para sermos mantidos no caminho da fé até o momento em que ouvirmos o alarido. Não está longe!


P. Wilson, adaptado de Oração e o Mundo Invisível

 

Oração e a Guerra Cristã


Na guerra contra a “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6:12), a oração é uma arma distinta, uma parte da armadura de Deus. Oração, a última peça mencionada na armadura, é a expressão ativa do princípio essencial do conflito, ou seja, a dependência. O homem não tem força contra Satanás e, por natureza, ele é o escravo voluntário de Satanás. O recurso do Cristão é agarrar-se a uma força que é divina e a única que pode lidar com o poder de Satanás.


E. J. Thomas

 

O Poder da Oração


Há um olho que nunca dorme

Sob a asa da noite;

Há um ouvido que nunca fecha,

Quando os feixes de luz se abaixam.


Há um braço que nunca se cansa,

Quando a força humana cede;

Há um amor que nunca falha,

Quando os amores terrenais decaem.


Esse olhar está fixo nas multidões de serafins;

Esse braço sustenta o céu;

Esse ouvido está cheio de cânticos celestiais;

Esse amor está entronizado nas alturas.


Mas há um poder que a fé pode exercer,

Quando a ajuda mortal é em vão,

Esse olho, esse braço, esse amor de alcançar,

Para ganhar aquele ouvido atento.


Esse poder é a oração, que se eleva ao alto,

Por meio de Jesus ao trono,

E move a mão que move o mundo

Para trazer a libertação.


Autor Desconhecido

 

“Ajudando-nos também vós, com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso

2 Coríntios 1:11

 

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