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Esdras (Abril de 2018)



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Revista mensal publicada originalmente em abril/2018 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Tema da edição

E. Dennett

Present Testimony (adaptado)

Christian Friend, Vol. 6, pág. 62 (adaptado)

D. C. Buchanan

F. G. Patterson (adaptado)

W. J. Prost

J. G Bellett

C.P.H.

 

Esdras


Zorobabel, Josué, Esdras, Neemias, entre outros, foram chamados em dias de fracasso para construir e reparar a casa de Deus e para restaurar e reconstruir Jerusalém. Da mesma forma, hoje somos chamados para reconstruir e reparar conforme o fundamento da atual casa de Deus. Os desafios deles são nossos desafios e o que aprenderam serve para que também possamos aprender. Pensando neles, quatro palavras nos vêm à mente: Fé, temor, prazer e poder.

“Trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e Eu serei glorificado”. “A alegria do Senhor [O prazer d’Ele]” é a vossa força. Se neste momento de debilidade me importo com a Igreja de Deus, estou cuidando daquilo que os afetos do coração de Cristo apreciam.

Ora, “andamos por , e não por vista”. É a falta de fé e não o poder do inimigo que gera o medo e paralisa o trabalho. Então a vista assume o controle e as coisas do presente tomam o lugar das coisas de Deus. Quando a fé falha tudo o que possa ser considerado trabalho para Deus também falhará. Deus estava com o povo em suas obras. Esse era todo o segredo da força deles.

“Esforçai-vos... diz o SENHOR, e trabalhai; porque Eu sou convosco” (Ag 2:4). “Não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o SENHOR” (Zc 4:6). “O segredo do SENHOR é para os que O temem” (Sl 25:14). É impossível falhar quando estamos agindo por Deus e com Deus.


Tema da edição

 

O Livro de Esdras


O livro de Esdras marca um ponto importante nos tratamentos de Deus para o Seu povo Israel. Mesmo com um intervalo de setenta anos, o livro é uma continuação de 2 Crônicas, porque o tempo não foi contado enquanto os judeus estavam exilados da terra prometida. Eles perderam tudo por causa da apostasia e dos pecados que cometeram. Deus, então, enviou Nabucodonosor para castigá-los, destruir Sua própria casa, a qual Seu povo profanou e poluiu, e para levá-los cativos para a Babilônia, e “para se cumprir a Palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados” (2 Cr 36:21 – AIBB). Nada poderia ser mais triste do que o registro da destruição de Jerusalém e o fim do reino que foi confiado nas mãos e sob a responsabilidade do homem, exceto pelo mais terrível relato do cerco e captura de Jerusalém realizada por Tito logo após o começo da era Cristã. A longanimidade de Deus estava sendo provada de todas as formas possíveis. Em Sua paciente graça Ele tinha suportado a rebelião arrogante de Seu povo e esperado, com um desejo ardente em Seu coração, como o Salvador quando estava na Terra, sobre a cidade que era a expressão da graça real. Ele tinha falado por meio de seus mensageiros: “E o SENHOR, Deus de seus pais, lhes enviou a Sua Palavra pelos Seus mensageiros, madrugando e enviando-lhes, porque Se compadeceu do Seu povo e da Sua habitação. Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as Suas Palavras, e escarneceram dos Seus profetas, até que o furor do SENHOR subiu tanto, contra o Seu povo, que mais nenhum remédio houve” (2 Cr 36:15-16).


A espada da justiça

A espada da Sua justiça, então, caiu sobre o Seu povo culpado, porque seus pecados tinham superado até mesmo os pecados dos amorreus, a quem Deus tinha expulsado da terra perante eles (veja 2 Reis 21:11). O trono de Deus na Terra foi transferido para a Babilônia e começavam naquele momento os tempos dos gentios. Esses tempos ainda continuam e permanecerão até que o próprio Cristo estabeleça o Seu trono, o trono de Seu pai Davi. Lo-Ami (“Não é Meu povo”) foi, dessa forma, escrito para o povo escolhido, e eles entraram na experiência dolorosa do cativeiro e de serem banidos sob os tratamentos judiciais da mão do seu Deus.


Mas então, quando o livro de Esdras começa, os setenta anos do exílio (que tinham sido preditos por Jeremias) já tinha passado, e Esdras relata as ações de Deus em conexão com isso, para a realização da Sua própria Palavra que é fiel e segura.


É o caráter delas que explica a atitude de Deus para com Seu povo durante os tempos dos gentios, e também, de certa forma, a peculiaridade desta porção das Escrituras, bem como Neemias e Ester. Nesses livros, Deus não é mais visto intervindo nos assuntos de Seu povo, mas Ele trabalha, como se fosse por detrás das cortinas, e ao mesmo tempo, reconhecendo a nova ordem que Ele mesmo tinha estabelecido, usa os monarcas gentios, em cujas mãos foi dado o cetro da Terra, para a execução de Seus propósitos. Tendo esses princípios em mente, nós estamos mais capacitados a entrar de uma forma mais inteligente no estudo deste livro que se divide em duas porções. Os seis primeiros capítulos nos contam do retorno dos cativos que responderam à ordem de Ciro (aproximadamente 536 a.C.) e à reconstrução do templo; os últimos quatro capítulos falam da missão do próprio Esdras (começando aproximadamente em 468 a.C.).


E. Dennett

 

Esdras


Quando entramos no livro de Esdras, a história se inicia com o retorno dos cativos. Podemos vê-los em suas circunstâncias e comportamento, e podemos receber instrução de ambas as coisas. Sobre suas circunstâncias podemos ver muito de nossa própria condição, e quanto ao comportamento deles, somos também ensinados, encorajados ou alertados.


Tendo completado a sua jornada da Babilônia até Jerusalém, os vemos primeiramente em uma grande beleza moral. Eles usaram o que tinham, fizeram o que podiam, e não fingiram ter o que não tinham, nem assumiram o que não podiam. Eles tinham a Palavra, e a usaram. Eles fizeram o melhor que puderam com as genealogias, para preservar a pureza do sacerdócio e do santuário, porém, não se propuseram a fazer o que o Urim e o Tumim os capacitariam a fazer, porque eles não os tinham mais.


Um altar

Eles foram rápidos em levantar um altar para o Deus de Israel. Eles não precisavam reconstruir todo o templo primeiro. Fizeram, então, um altar para as ofertas queimadas, e como um povo renascido eles levantaram seu altar e começam sua adoração no primeiro dia do sétimo mês. Israel não levantou altares na Babilônia, porém agora, novamente em Jerusalém, o altar foi construído e sacrifícios foram oferecidos. Mas logo que a fundação do templo foi colocada, algo estranho pôde ser ouvido. Era uma dissonância desagradável ao ouvido natural, mas uma harmonia de vozes santas aos ouvidos de Deus e da fé. Havia choro e lamento de tristeza, e outros davam brados de alegria. Porém, avaliados no santuário, tudo isso era harmônico, porque tudo era real, tudo era “para o Senhor”.


O poder dos gentios

Entretanto, também existia uma verdadeira confusão, pois lá, um judeu piedoso encontrava-se sujeito ao poder dos gentios. Olhando ao seu redor, ele via alguns de seus irmãos consigo, porém outros ainda estavam longe, entre os pagãos. Se fizesse um exame do povo da terra, ele veria a semente da corrupção, metade judeus e metade pagãos, no lugar que outrora foi compartilhado apenas pela descendência de Abraão. Luz e energia eram necessárias para lidar com aquela estranha combinação de dificuldades e contradições, mas a luz e a energia se encontravam graciosamente entre aqueles do remanescente piedoso que havia retornado. Eles distinguiram as coisas divergentes, curvando-se à autoridade da Pérsia, como posta sobre eles por ordenação de Deus, enquanto recusavam oferecer ajuda aos Samaritanos, sendo eles falsos para com o Deus de seus pais. O remanescente está sujeito às “autoridades que há”, mas repudiava a impureza religiosa. Tudo isso é muito pertinente à condição presente que vivemos, porque os princípios encontrados naquela situação reaparecem entre os santos dos nossos dias. A fé ainda faz uso da Palavra escrita para todas as coisas, porém, não faz nada além de suas possibilidades. Não lança fora o que tem, porque não tem mais nada, além disso. Não diz: “Não há esperança” e fica parada só porque algumas manifestações de poder em certas formas de glória já não nos pertencem mais, porém, ela, a fé, não vai imitar o poder ou copiar a imagem do que já não existe mais. E espera pelo dia em que todas as coisas estarão em eterna ordem e beleza pela presença d’Ele que é a verdadeira Luz e Perfeição.


A confusão

Entretanto, a fé ainda reconhece a confusão. Se vemos isso em Israel no tempo de Esdras, também veremos entre os santos e as assembleias nos dias de 2 Timóteo, e os dias de 2 Timóteo eram apenas o começo do presente dia da Cristandade ou da “Grande Casa”. Elementos estranhos e inconsistentes nos cercam, assim como cercaram os cativos que retornaram. Estamos na presente grande casa da Cristandade, com seus vasos limpos e sujos, alguns para honra e outros para desonra. Devemos, entretanto, ser encorajados por aqueles cativos, porque havia mais energia e luz e mais profundo exercício de espírito no retorno da Babilônia, do que na remissão do Egito.


Construindo casas

Nós também podemos ser advertidos pelos cativos que retornaram. Eles necessitavam de um novo avivamento, mesmo que já tivessem retornado a Jerusalém. O decreto de Artaxerxes tinha parado a construção do templo, e a natureza tomou vantagem disso. Os cativos começaram, então, a adornar suas próprias casas, logo que foram libertados do trabalho na casa do Senhor. É dito que é mais fácil ganhar a vitória do que usá-la. Nós podemos conquistar na luta, mas ser derrotados pela vitória. Os judeus que retornaram tinham ganho a vitória quando recusaram as ofertas e a aliança com os samaritanos, porém, o tempo livre que surgiu se tornou um laço ao remanescente. Eles aproveitaram para trabalhar nos forros e adornos para suas próprias casas. Mas o Espírito de Deus não estava preso, e pôde reviver Sua antiga graça mandando Seus profetas até eles. “É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?” (Ag 1:4), disse o Espírito, que os convenceu e repreendeu, pelo profeta Ageu. E como resultado a Casa passou a ter atenção novamente, o zelo do povo foi revivido, e eles trabalharam com dedicação renovada.


E a dedicação da Casa então acontece. Eles celebram a sua Páscoa e os sacerdotes e levitas também estão purificados agora, como não estiveram no tempo do reino de Ezequias. Com isso, então, podemos dizer que mesmo havendo falta de toda a glória manifesta, ainda assim, houve mais atração pela graça moral e pelo poder do que nos mais brilhantes dias do Egito, de Ezequias e de Salomão.


A história de Esdras

Agora entramos na segunda parte do livro, começando pelo capítulo sete, já passamos por um intervalo de sessenta anos, e estamos em companhia da nova geração de cativos, estamos prestes a testemunhar um segundo êxodo da Babilônia. Essa porção do livro nos apresenta a história do próprio Esdras.


Ela é dividida em duas partes, que são: sua jornada vindo da Babilônia e seu trabalho em Jerusalém. Em cada uma dessas partes podemos vê-lo claramente como um homem de Deus. Seus recursos eram apenas os que temos nos dias atuais - A Palavra e a presença de Deus. E ele os usou, e os usou bem. Durante todo o período podemos vê-lo em comunhão estreita com o Senhor, levando a Palavra de Deus para todas as dificuldades e obstáculos. Ele liderou um pequeno remanescente desde a Babilônia até Jerusalém, mas exercitou um espírito de fé e obediência.


A jornada

Ao começar a jornada, ele foi cuidadoso em preservar a santidade das coisas sagradas. Ele atribuiu aos Levitas a responsabilidade de levá-las até seu lugar, mesmo que isso tenha atrasado sua jornada pelas margens do rio Aava em doze dias. É muito doce, entretanto, ver um santo mesmo que em fraqueza das circunstâncias, caminhando diante de Deus através de seus serviços e deveres. E, além disso, ele não pediu a ajuda do rei da Pérsia, Ele obteve forças de Deus através do jejum, ao invés de recorrer ao rei.


A jornada foi completada sem nenhum dano ou perda pelo caminho. Todos os tesouros foram entregues no Templo, da mesma forma que foram pesados e contados no rio Aava. Então, Esdras teve que olhar ao seu redor, em Jerusalém, e a visão foi esmagadora. O declínio dos cativos que retornaram tomou lugar rapidamente, e a corrupção trabalhou muito bem. A figura de Esdras ilustra, de maneira bendita, o sentimento piedoso de se lamentar pelo pecado de outros homens – parecido com a afeição de Cristo. De fato, tal amostra nesse homem de Deus pode muito bem humilhar alguns de nós. A descendência santa novamente se misturou com o povo que estava na terra: os judeus se uniram em parentesco com os gentios.


Separação para Deus

Para que algo seja mantido puro no progresso da dispensação, o poder vivificador deve ser aplicado de maneira constante, uma revigorada separação para Deus e Suas verdades deve ocorrer. Assim aconteceu naquele momento com Esdras em Jerusalém. Mas agora iremos pausar por um momento, para considerar alguns princípios divinos. No dia do dilúvio, Deus separou d’Ele e de sua criação as impurezas através do juízo. Mas quando o mundo se corrompeu novamente após o dilúvio, Ele diferenciou o puro do impuro pelo chamamento de Abraão para Si mesmo para Se fazer conhecido, de modo que Abraão caminhasse junto a Ele, apartado do mundo. Essas são amostras do que Ele tem feito desde então, e ainda está fazendo. A separação do mal é, em um sentido amplo, o princípio de comunhão com Ele.


Esdras logo descobriu que os cativos que retornaram tinham praticamente esquecido de tudo isso. Os filhos dos cativos estavam se casando, e dando-se em casamento aos gentios. Esdras então se envolveu numa obra de reforma, e a bênção do Senhor espera por isso. Não há milagre, nem glória manifestada, nenhuma energia poderosa, falando da extraordinária presença divina, o serviço foi feito para a glória do Deus de Israel, e no espírito de adoração e comunhão. Esdras manteve os princípios, e levou a Palavra de Deus para cada obstáculo.


Creio profundamente que os Santos de Deus, nos nossos dias, podem ler a história do retorno dos cativos que é muito boa para a edificação, pois vão encontrar muita instrução, encorajamento, avisos e com isso humilharem-se a si mesmos.


Present Testimony (adaptado)

 

Zorobabel e Josué


Comunhão, trabalho e encorajamento

A história do remanescente que retornou da Babilônia nos é de grande interesse e tem muitas importantes sugestões para nossa orientação. É de grande proveito considerarmos que a mesma graça que os vigiou, os encorajou, e os suportou, agora também está sobre nós. Se estamos verdadeiramente humilhados a respeito de nossas falhas, devemos perceber que a graça é o nosso único recurso.


A graça que nunca falha

Olhando um pouco para trás, houve um tempo em que Israel, como nação, se adequava satisfatoriamente aos doze pães da mesa dos pães da proposição. Mas esse estado de coisas cessou, e a nação foi dividida. Israel, começando com a idolatria, terminou em juízo, enquanto Judá, preservado na graça por um tempo, também se afastou de Jeová e foi levado para a Babilônia. A noite se instalou na cena do testemunho. A graça que nunca falha ainda teria, entretanto, algo adequado a si própria. O sempre misericordioso Jeová, portanto, restaurou alguns poucos à sua terra, reunindo-os no centro original com um desejo divinamente trabalhado para que Ele fosse devidamente reconhecido. O Seu Espírito permaneceu entre eles (Ag 2:5), e Jeová ordenou que levantassem uma casa para o Seu nome, onde Ele acharia prazer (Ag 1:8), por mais pequeno que este templo fosse se comparado com o de Salomão.


Eles também tinham a permissão de entrar nesse prazer, e a alegria deles aumentava enquanto cantavam: “Sua benignidade dura para sempre” (Ed 3:11). Eles também acrescentaram fé não egoísta “a Israel” – fé que não restringe Deus em Seus atos graciosos, mas se deleita em contar com Sua fidelidade junto com todo o Seu povo. Naquele momento, Deus pôde ver algo em conformidade com Seus pensamentos: um candelabro de ouro com sete canas, produzindo luz em meio a toda treva em virtude do óleo dourado que a Sua graça fornece (Zc 4:12-13). Porém, o testemunho devido a Ele como Senhor de toda a Terra, em Seu poder administrativo (o que dá a mesa dos pães da proposição seu significado) permaneceu com os gentios. Dessa forma Deus pensou no remanescente que foi restaurado, mesmo que fosse desprezível aos olhos daqueles que não O conheciam e nem a Seus caminhos. Então, hoje, a mesma graça estabelece e mantém o testemunho celestial a respeito de Cristo à destra de Deus. Seu lugar atual representa o selo da condenação do mundo, pois Eles rejeitaram Àquele que veio em graça, porque Ele veio em fraqueza. Por esse motivo, o mundo recusou dar a Ele Seu devido lugar (e que o testemunho judaico afirmou), como “Senhor da Terra inteira”. São mais culpados agora, por terem expulsado formalmente aquele Bendito Senhor, quando veio de forma piedosa, “reconciliando Consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2 Co 5:19).


Mas o remanescente piedoso de Judá, como é típico do homem, ocupou-se de sua própria fraqueza, em vez de se ocupar com um Deus que transforma a fraqueza do homem em Sua própria glória. Por falta de fé, eles ficaram desanimados, pois o homem se alegra em ter qualquer desculpa razoável para escapar de sua responsabilidade. Podem surgir circunstâncias que provam sua devoção (compare Esdras 4:23-24; 5:1-2, 5), e em Esdras também encontraram uma ocasião para aquilo que mais agrada a carne: o enaltecimento próprio ou gratificação. Quão natural é para os corações que estavam se tornando mornos, obedecer ao comando de um rei! E mais do que isso, eles deixaram de construir a casa de Deus e encontraram uma oportunidade para embelezar suas próprias casas (Ag. 1:1, 4, 9).


Ageu e Zacarias entram em cena

Neste ponto, os profetas Ageu e Zacarias entraram em cena, tendo sido enviados por Deus para reunir o remanescente que havia retrocedido. Esse zelo está de acordo com a magnitude do mal de abandonar o trabalho na casa de Deus, sendo que o templo era visto como aquele onde a glória de Jeová estava essencialmente envolvida (Ag 1:8). Esse aspecto da devoção está fora dos pensamentos daqueles que contemplam apenas a bênção e a felicidade do homem. Para tais, a reunião de um grupo fraco em torno do centro que Deus reconhece, não é de nenhuma importância – um desperdício de tempo e de grande dificuldade, e especialmente se essa reunião impedir um “movimento” que tenha em vista (como eles pensam) o benefício do homem.


Os dois líderes

Em Zacarias 3-4, o profeta se dirigiu aos dois atores principais nesta bendita obra de Deus – Josué e Zorobabel. Os tratamentos de Deus com os seus dois amados servos nesse momento crítico mostram a mais preciosa graça e sabedoria. Cada um é tratado de acordo com as responsabilidades do cargo que tinham: o sumo sacerdote Josué, como adorador, se dedicaria aos fundamentos e Zorobabel, o obreiro, à estrutura. Desde o início, a comunhão com Deus, vista principalmente no caso de Josué, introduz a questão da aptidão para se aproximar de Deus. O avanço do trabalho, no caso de Zorobabel, sugere a questão da força adequada.


Josué e a fundação

Assim, na visão do profeta, Josué com sua consciência tocada, fica mudo diante de Deus, enquanto o acusador se declara contra ele. Deus, apesar de admitir o estado de Josué, em amor, toma sua causa. Feliz é a porção daquele a quem Deus torna sensível à sua própria culpa, por isso ficou em silêncio diante d’Ele, mas somente para receber de Deus o ensino do que o amor divino pôde fazer por ele contra todos os que o condenaram e com ele quando se humilhou por causa do estado do povo de Deus! Sendo o acusador silenciado, Josué é tratado de acordo com aquele amor e vestido com o manto da justiça. A iniquidade é removida e Josué devidamente estabelecido em seu ofício (Zc 3:5-7) e também se torna completamente ciente da responsabilidade que acompanha sua posição. Para sustentá-lo aqui e àqueles que “se assentam diante” dele em testemunho semelhante, Cristo é profeticamente introduzido com a garantia baseada na pedra angular já colocada diante de Josué (vs. 8-9). Essa é, sem dúvida, uma figura do Bendito de Quem Deus disse, “Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa”. Assim, Josué é atraído pelo amor infinito para a proximidade de Deus, para que ele possa ver, juntamente com Deus, o que está envolvido em sua incumbência atual, e experimentar o gozo que Ele encontra ao contemplar aquilo que prefigura Seu amado Filho. Seus olhos estão engajados com Aquele a Quem a Bíblia chama de “O Renovo” e apenas aqueles que estavam cegos para os propósitos de Deus não puderam ver, na obra que estavam tão prontos para abandonar, a expressão da graça de Deus para eles e uma ocasião para mostrar sua gratidão a Deus pelo que Ele tinha acabado de realizar em sua restauração.


Zorobabel e a construção

Essas considerações nos levam desde a fundação até a construção. Tudo era desprezível para o homem, mas tudo servia de conforto para o coração fiel, que aprendeu a descansar na avaliação que Deus faz das coisas, pois Ele está satisfeito com aquilo que o homem é propenso a desprezar. Jesus caminhou entre as coisas desprezíveis deste mundo, foi crucificado em fraqueza, foi desprezado e rejeitado pelos homens. Faz bem para a alma saber o que Deus tem dito ao crente – “mortos com Cristo” – desde a cena onde Ele foi vendido por “trinta moedas de prata”. Foi bom para Zorobabel (Zc 4) ter a mente de Deus a respeito desse “dia das coisas pequenas” (v. 10). Deus diz, “não por força, nem por violência” (v. 6), pois essas são apenas as coisas que enchiam os olhos em meio ao esplendor e ostentação da Babilônia, como também são apenas as coisas que todos buscam para realizarem muitas de suas movimentações para o benefício do homem. Essa ocupação com a força e o poder pode também ser um laço para muitos que estão satisfeitos com o dia das coisas pequenas, mas que ainda não aprenderam a ver Deus nelas. Nós também devemos estar satisfeitos com tal poder o qual é o único adequado para sustentar esse aprendizado – um poder que só é conhecido por fé quando é entendido, e é certo que mudará tudo o que é conhecido pelo homem.


Será que Zorobabel deve tremer agora que está sob a desanimadora sombra da “grande montanha” (gentios) e consentir em receber sua ajuda? Quando ele usou, pela fé, o poder com o qual estava munido, a grande montanha se desfez, e toda ostentação humana era mera vaidade. Deus encontra prazer no dia das coisas pequenas, enquanto o pecado é caracterizado pela ostentação. Que regozijo é para Ele ocupar-Se novamente com aquilo que Lhe traz alegria (v. 10), para Aquele que tem sete olhos que percorrem toda a Terra! Deus sempre Se deleita em dar força para uma pessoa que conscientemente se reconhece fraca — a força adequada para empreender e realizar aquelas coisas que Ele quer que façamos por Ele.


O coração precisa de duas coisas que caracterizam a vida: primeiro, a energia que deseja um objeto para seguir, para ganhar a Cristo, e em segundo lugar, o gozo pacífico e tranquilo do lugar onde estamos. Isto é descanso — a felicidade de conhecer uma relação que já está estabelecida de maneira clara e sem nevoeiros. O relacionamento continua além da glória, pois após o Reino e quando tudo já estiver acabado, nós ainda seremos filhos.


Christian Friend, Vol. 6, pág. 62 (adaptado)

 

O Remanescente Restaurado


O livro de Esdras relata a história dos judeus que retornaram à sua terra natal após 70 anos do domínio dos reis da Babilônia. Mostra os caminhos de Deus para com o remanescente que retornou depois da ruína geral no que foi confiado a eles. O processo começou com a Comissão de Ciro, rei da Pérsia, para que os judeus retornassem a Jerusalém para reconstruir a casa de seu Deus. No segundo versículo de Esdras, Ciro afirma que o Deus do céu lhe tinha dado os reinos da Terra e lhe tinha encarregado da construção de Sua casa em Jerusalém. O convite era individual, e muitos responderam juntamente com suas famílias. Outros os ajudaram dando-lhes bens, porém permaneceram na Babilônia. Quase 50.000 voltaram, porém esse era apenas um retorno parcial – um remanescente. Ciro mandou com eles os vasos do templo que foram mantidos desde o cativeiro na Babilônia. A cada pessoa foi confiado algo para levar de volta a Jerusalém.


Eles constroem um altar

A primeira coisa que fizeram quando chegaram à cidade arruinada de Jerusalém foi construir um altar ao Senhor. Comemoraram a festa dos tabernáculos e começaram a oferecer diariamente os holocaustos, como também outros sacrifícios e ofertas. Louvaram ao Senhor e começaram a construir as fundações do templo. Não vemos nenhuma oposição no capítulo 3, porém isso não duraria muito. Os inimigos na terra enfraquecem as mãos dos construtores e contratam conselheiros para irem contra eles. A sequência dos capítulos 4-6 é uma lição de como Deus trabalha com os governantes do mundo a respeito do remanescente de Seu povo para a sua preservação e testemunho ao Seu nome.


A ordem para parar

Os adversários de Judá levantaram oposição durante os reinados sucessivos dos reis da Pérsia. Durante o curto reinado de Assuero (Esmérdis), foi enviada uma carta a ele vinda dos adversários dos homens de Judá, que por sua vez resultou no decreto de uma ordem do rei para que parassem a construção. Os adversários prontamente subiram até Jerusalém e fizeram os homens de Judá parar pela força e poder. Então a construção ficou parada até o segundo ano do reinado de Dario (Histaspes). Apesar da ordem histórica dos acontecimentos em relação a esses reis não ser clara, é fato que Deus permitiu mudanças repentinas dos reis do Império Medo-Persa na época. Entre outras razões, foi por causa do remanescente de Israel em Jerusalém.


Podemos perguntar por que o Senhor permitiu uma dificuldade como aquela, ou seja, uma ordem vinda do rei para que parasse a construção? Por que essa alteração do Decreto original? Deus não moveu Ciro para abrir a porta para os judeus retornarem e construir o templo? Eles deveriam se submeter à autoridade dos reis gentios? Aquele foi um teste vindo de Deus. Ele estava sondando seus corações para que fossem provados e tivessem a fé fortalecida n’Ele. Não foi suficiente para os judeus construir somente de acordo com as diretivas de Ciro. A reconstrução do templo deveria ser em uma base mais firme, e assim, deveriam agir pela fé em Jeová, eles eram o povo de Deus, representantes de Jeová. Ele os estava reestabelecendo como Seus sacerdotes em Jerusalém, porém, os reis gentios continuaram a governá-los, Deus, porém, estava acima de todos eles. Os judeus, sendo um remanescente procurando recuperar o que tinha sido perdido, não poderiam apenas retornar e continuar de onde as coisas tinham parado antes do cativeiro. Deus os castigou e os removeu do lugar privilegiado que tinham por causa dos seus pecados e falhas. Aquelas coisas precisavam ser resolvidas, por isso, Deus usou os adversários do povo para que eles resolvessem o problema. Permitiu que o rei exigisse que o trabalho parasse. Eles deveriam comprar a verdade.


As profecias de Ageu e Zacarias

Naquele tempo Ageu e Zacarias profetizaram no nome do Deus de Israel àqueles que estavam em Jerusalém e em Judá. Ageu disse-lhes em primeiro lugar: “Considerai os vossos caminhos” (Ag 1:5 – TB). Eles continuaram construindo suas próprias casas, porém se esqueceram da casa do Senhor. Então Ageu trouxe a mensagem do Senhor, “Eu Sou convosco, diz o SENHOR” (Ag 1:13). Após atravessar esses exercícios de alma, receberam um mandato diretamente do Senhor. Era apropriado para eles obedecerem e prosseguirem com a construção, então, Deus Se comunicou com eles através dos dois profetas. Ele podia dar ordens por meio dos profetas, bem como por meio dos reis gentios. Isso traz uma pergunta: Eles deveriam obedecer ao rei? Ou deveriam obedecer aos profetas? Zorobabel e Josué juntamente com os profetas recomeçaram a construção


“Quais são os nomes?”

Tatenai, o governador dalém do rio, ouviu sobre isso e veio perguntar quem havia dito para que retomassem a construção. Quiseram saber os nomes daqueles que estavam construindo, com certeza, para que assim isso pudesse ser informado. A resposta dada à questão mostra o fruto do exercício que eles passaram. Eles simplesmente deixaram como tinha sido dito: “Quais são os nomes dos homens que fazem este edifício?” Em outras palavras, os nomes dos construtores não era o que mais importava, pois eles não foram dados. O verdadeiro problema era a ordem para reconstruir. Para fundamentar isso, os homens de Judá deveriam voltar e reconhecer sua história passada. “E esta resposta nos deram, dizendo: Nós somos servos do Deus dos céus e da Terra e reedificamos a casa que foi edificada muitos anos antes, porque um grande rei de Israel a edificou e a aperfeiçoou. Mas, depois que nossos pais provocaram à ira o Deus dos céus, Ele os entregou nas mãos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu, o qual destruiu esta casa e transportou o Seu povo para Babilônia. Porém, no primeiro ano de Ciro, rei de Babilônia, o rei Ciro deu ordem para que esta Casa de Deus se edificasse” (Ed 5:11-13). Isso foi um reconhecimento de sua relação com Deus e do seu fracasso passado nessa relação que trouxe o juízo de Deus sobre eles. O pequeno remanescente não tomou uma posição elevada a respeito da sua própria justiça. Mas, em vez disso, eles tomaram a posição de servos do Deus dos céus e da Terra. Foi Ele Quem fez com que Nabucodonosor os levasse embora. Agora eles retornaram sob a autoridade de Deus e de Ciro. Esta é a posição que cada remanescente deve tomar.


A resposta do rei

Quando estes assuntos foram enviados em uma carta ao rei Dario, que tinha sido, havia pouco tempo, sido feito governante, o rei pediu uma busca nos arquivos. Verificou-se que, na verdade, Ciro tinha feito um decreto sobre a casa de Deus em Jerusalém. O decreto foi feito cerca de 17 anos antes. O rei então enviou uma resposta a Tatenai, o governador, dizendo em termos inequívocos que permitisse aos judeus a reconstrução. Além disso, ele recebeu ordens para ajudar com as despesas, e provisões também foram dadas para a edificação, incluindo animais “para holocausto ao Deus dos céus, trigo, sal, vinho e azeite, segundo o rito dos sacerdotes que estão em Jerusalém, desse-lhes de dia em dia, para que não haja falta” (Ed 6:9). “O coração do rei está na mão do Senhor”, e o Senhor moldou seu coração para permitir que a edificação continuasse.


Posição do remanescente

O remanescente judeu tomou seu próprio lugar, reconhecendo o seu fracasso passado e voltando-se para o Senhor. Ele deu Sua Palavra por meio dos profetas para que edificassem, e eles começaram a construção, mesmo sem outra ordem do rei e Ele honrou a fé que tiveram. Quantas vezes nós gostamos de tomar os problemas em nossas mãos, quando as coisas dão errado. Em Esdras, os judeus não emitiram uma carta ao rei para contradizer a carta de seus inimigos. E conosco deve ser assim também. Quando o adversário vem, devemos simplesmente nos render, fazendo bem pouco, ou nada. Eles se levantaram e trabalharam quando tudo ia contra eles. O pequeno remanescente demonstrou sua fé no Senhor, tendo julgado em si mesmos o que seus pais não julgaram. A ordem para parar a construção foi permitida para que tudo isso se concretizasse.


Nossa posição no testemunho Cristão de hoje é como a do remanescente judeu que retornou a Jerusalém. Tal posição não pode se basear na premissa de que somos melhores do que outros, ou que temos melhores ensinamentos e piedade. E nem devemos desistir de construir por falta da ajuda de outros, pois Deus quer que construamos Sua casa e Ele nos chama para construção (1 Co 3:19; 2 Tm 2:21). Quando a oposição vem, temos que olhar para Ele com fé. Ele disse, “onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Individualmente, quando nós O ouvimos dizer, “Eu estou convosco”, podemos contar com Ele para abrir as portas, como está escrito, em Apocalipse 3, àqueles que mantiveram Sua Palavra e não negaram Seu nome, em Filadélfia. “Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar” (Ap 3:8).


D. C. Buchanan

 

Lições do Remanescente


No livro de Esdras encontramos um remanescente do povo se desprendendo da Babilônia e retornando a uma posição divina diante do Senhor. Esses homens fiéis foram cuidadosos para que apenas aqueles cujo título fosse claramente de Israel, se envolvessem com o trabalho do Senhor. Eles não deixaram de considerá-los como sendo de Israel, mas não reconheciam suas reivindicações. Deus podia diferenciá-los como Seus; mas eles não poderiam fingir ter discernimento quando eles já não tinham o Urim e o Tumim (veja Esdras 2:59-63). Aqui temos uma lição instrutiva para nossos dias atuais.


Quando a Igreja estava de acordo com a ordem divina, cada um tomava seu lugar, assim como com o sacerdócio de Israel, que, sem dúvida, tinha o direito de estar lá. Entretanto, Israel se misturou com as corrupções da Babilônia e a desordem reinou. Quando Paulo contemplou a total desordem das coisas na Igreja, que nunca mais poderia ser remediada, ele instruiu o remanescente a se afastar da iniquidade e se purificar dos vasos para desonra da Babilônia, a Igreja professa, (2 Tm 2:19-22) “segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor”.Em Esdras, os fieis não negaram que aqueles que ainda estavam na corrupção eram filhos de Deus, mas como esses não tinham se livrado dos males da época, e como, conhecendo a corrupção, não haviam se apartado, tiveram a consciência profanada e o coração ficou impuro. O remanescente deveria apenas andar cuidadosamente com aqueles que invocavam o Senhor “com um coração puro”.


A festa das trombetas

Mas o sétimo mês chegou (Esdras 3), o momento da reunião do povo (A festa das trombetas). O remanescente reunido “como um só homem” na única cidade divina no mundo daqueles dias — o único lugar de onde poderiam, por assim dizer, retirar dos salgueiros (N. do T.: veja o Salmo 137:2) aquelas harpas desafinadas pelo muito tempo sem emitir sons, e então adorar ao Deus de Israel! Eles puderam orar com a janela aberta em direção à Jerusalém e confessar seus pecados quando estavam na Babilônia, mas não poderiam adorá-Lo ali. Era impossível reconstruir a ordem das coisas, como tinha sido na época do rei Salomão, aqueles dias tinham passado! A glória de Israel tinha passado, e a espada estava na mão dos gentios. Apesar de todas essas coisas, mesmo que pertencessem a um dia de desordem, o Senhor não Se esqueceu desses homens fiéis, e Sua Palavra e Espírito permaneceram. “Eles construíram o altar do Deus de Israel” (v. 2), apesar de que nem todo o Israel estava lá. Eles nem mesmo fingiram ser “todo Israel”, no entanto, puderam contemplar todo o Israel, e na cidade de Israel adorar ao Deus de Israel, da maneira que o Deus de Israel tinha escrito.


O louvor a Jeová

Como um remanescente que havia escapado, eles ocuparam aquela posição divina e cantaram louvores a Jeová: “Louvai ao SENHOR, porque Ele é bom, porque a Sua benignidade é para sempre” (Sl 106:1). Quando a glória dos tempos antigos tinha passado e o fracasso e a ruína de Israel estavam completos, o remanescente que retornou pôde elevar a mesma nota antiga de louvor: “Porque é bom; porque a Sua benignidade dura para sempre” (Ed 3:11). Eles tinham sido infiéis, mas Ele foi fiel. Os pais de Israel, que tinham visto a casa do Senhor antes do cativeiro, poderiam chorar quando pensavam na infidelidade do povo. Os mais jovens poderiam cantar com júbilo quando eles comemoraram a fidelidade do Senhor. O choro e o júbilo eram ambos bons; os que choravam tinham razão, quando pensavam no fracasso do povo de Jeová, mas jubilar-se estava certo também, quando se lembravam da fidelidade de Deus!


O "um só corpo"

Tudo isso traz uma lição instrutiva para nós. A unidade da Igreja permanece, sendo mantida pelo Espírito de Deus. As línguas passaram, o poder apostólico desapareceu, sinais miraculosos são coisas do passado, tais como curas e outros dons que chamariam a atenção do mundo. Ainda assim a Palavra de Deus e a Sua fidelidade permanecem, e para isso Deus nos dirigiu nestes últimos dias. O remanescente livrou-se da Babilônia, por assim dizer, e se reuniu ao nome do Senhor. Então, hoje, o povo de Deus pode reunir-se com base em Mateus 18:20 e no infalível princípio da existência da Igreja— “um só corpo e um só Espírito” (Ef 4:4). Nisso, eles não fingem ser “toda a Igreja de Deus”, pois seria esquecer que existem filhos de Deus por toda a parte ainda dispersos na Babilônia. Não podem estabelecer nada e nem reconstruir coisa alguma. Mas devem se lembrar de que está com eles, “o que é Santo, o que é Verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” (Ap 3:7). Devemos sempre confiar n’Ele e contar com Ele. Se Ele mandar ajuda ou dom entre os reunidos ao Seu nome, podem agradecer a Deus e aceitar a bênção como um símbolo de Seu favor e graça, mas eles não podem designar a nenhum deles. Fazer isso seria se esquecer da total ruína que não poderá ser restaurada, e presumir que podem fazer algo que eles não têm nenhuma garantia dada pela Palavra de Deus.


Os outros que retornaram

Se uma nova ação do Espírito de Deus fizesse com que um grupo como o de Neemias voltasse da Babilônia, os primeiros estariam felizes em recebê-los no terreno divino que ocupavam. Se o novo grupo de Neemias viesse, eles encontrariam um remanescente que tinha ocupado, por graça, a posição divina antes deles, e deveriam, com coração grato e alegre, concordar com o que Deus tinha efetuado. Eles não ousariam criar uma nova posição, isso seria divisão. E porque tinha sido formado pelo mesmo Espírito, se Ele fosse seguido, não faria nada além de orientá-los até a mesma posição divina à qual Ele tinha guiado os primeiros. Como isso deixa completamente de lado a independência e vontade humana!


Se estivessem sendo guiados pelo “um só Espírito” eles não poderiam fazer nada além de se unir de maneira prática aos primeiros, e em unidade de Espírito, com aqueles que tinham ocupado, antes deles, tal terreno divino, alegremente e gratos reconheceriam o que Deus tinha feito, e seguiriam onde o “um só Espírito” tivesse guiado seus irmãos antes deles ao nome do Senhor, como “um só corpo”, partiriam o “um só pão” em memória d’Ele!


F. G. Patterson (adaptado)

 

A Reconstrução do Templo


Como vimos nos outros artigos desta edição, foi o próprio Senhor que trouxe de volta alguns de Seu povo que estavam na Babilônia, depois do cativeiro de setenta anos. Jeremias profetizou sobre aquele período, e Isaías tinha até mesmo dado o nome do rei Ciro (veja Is 44:28; 45:1), o rei persa que daria a ordem para reconstruir o templo. Isaías profetizou pelo menos 175 anos antes que Ciro começasse a reinar.


Assim vemos um grupo relativamente pequeno de pessoas (cerca de 50.000), que retornou no primeiro ano do rei Ciro, com uma ordem específica: “edifique a Casa do SENHOR, Deus de Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém” (Ed 1:3). Todos os que estavam dispostos foram incentivados a ir, mas apenas um pequeno número respondeu. Mais do que isso, “Ciro tirou os utensílios da Casa do SENHOR, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém e... os deu por conta a Sesbazar, príncipe de Judá” (Ed 1:7-8). Ciro ordenou que outras coisas fossem fornecidas, de modo que nada faltasse àqueles que desejassem ir. É interessante ver que entre os que retornaram estava Zorobabel, que era da linhagem real de Davi, e por isso o rei de Israel. Embora, sem dúvida, tenha sido muito humilhante para ele, parece que ele reconheceu a mão de Deus sobre eles e em silêncio, tomou seu lugar simplesmente como uma pessoa do povo.


Um altar construído

É instrutivo ver que assim que o povo chegou de volta a Jerusalém, em primeiro lugar eles “edificaram o altar do Deus de Israel” (Ed 3:2) e ofereceram holocaustos. Eles não precisaram do templo para isso, pois o altar foi o suficiente. Eles não poderiam ter oferecido holocaustos na Babilônia, mas então, finalmente eles poderiam fazê-lo. Deram ao Senhor o Seu lugar e ofereceram primeiramente tudo aquilo que Lhe era devido. Esse é um exemplo muito necessário para nossos dias, porque quando damos ao Senhor o Seu lugar e O honramos antes de tudo, vemos que tudo o mais se encaixa perfeitamente no seu devido lugar.


Nos anos seguintes, eles começaram a reconstruir o templo, e sem dúvida o fizeram com uma verdadeira energia, porém, não demorou muito até que houvesse oposição. Evidentemente, essa oposição continuou durante alguns anos, durante todo o reinado de Ciro. Finalmente Ciro morreu, e foi sucedido por Assuero (Cambises na história), no ano 529 a.C. Durante seu reino, os adversários do remanescente que voltou fizeram uma acusação contra os judeus, e mais tarde, no reinado de seu sucessor Artaxerxes (Esmérdis na história, que começou a reinar em 522 a.C.), eles tiveram sucesso em obter um decreto real para que a obra parasse. Seus inimigos puderam fazê-los parar “à força de braço e com violência” (Ed 4:23).


Os motivos da paralização

Parecia que eles não poderiam continuar, e é verdade que no momento estavam proibidos de fazê-lo. No entanto, é necessário olhar por trás das cortinas para ver o verdadeiro motivo disso. Pode parecer que os homens apenas paralisaram a obra, porém, o verdadeiro problema estava no coração do povo de Deus. Os detalhes não são registrados no livro de Esdras. A oposição dos adversários é relatada, mas não diz nada sobre a condição moral do povo. Devemos ir ao livro de Ageu para ver isso, e ali encontramos que enquanto Ageu não dizia nada sobre os adversários, ele expôs a condição moral do povo. Como alguém comentou com aptidão: “A história relata os eventos; a profecia relata as condições morais que estão por trás das ações do povo”. Encontramos a primeira em Esdras e a segunda em Ageu. Ageu, juntamente com Zacarias e Malaquias, profetizou depois do cativeiro, e suas palavras foram particularmente direcionadas àqueles que voltaram a terra sob o decreto de Ciro. É evidente que o povo perdeu o interesse de construir a casa do Senhor, pois Ageu escreve: “Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada” (Ag 1:2). Depois de pouco tempo reconstruindo o templo, o povo ficou não somente desencorajado pelas constantes ondas de protestos que vinham de fora, mas também ficaram ocupados com seus próprios negócios e negligenciaram o templo. Tudo isto ocorreu provavelmente durante um período de aproximadamente doze anos. Como resultado, Ageu repreendeu o povo porque estavam habitando em suas “casas estucadas” enquanto a casa de Deus estava deserta. Ele mostrou que a mão de Deus estava contra eles, e por isso suas colheitas não foram boas, e seus salários não eram suficientes para suas necessidades. Como diz na Palavra: “Esperaste o muito, mas eis que veio a ser pouco” (Ag 1:9 – ACF), por que o Senhor fez “vir a seca sobre a terra... e sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos” (Ag 1:9, 11). Sobre tudo isto, foi dito: “e não houve entre vós quem voltasse para Mim, diz o SENHOR” (Ag 2:17).


O que aconteceu aqui é um princípio de Deus. Assim como Ele abriu uma porta por meio de Ciro para que o povo retornasse para sua terra, da mesma forma hoje lemos que, “eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar” (Ap 3:8). Mas se falharmos em obedecer ao chamado de Deus para tirarmos vantagem da porta que Ele abriu, Ele pode, em Seu governo, permitir que ela se feche, para que possamos fazer como Ageu exortou ao povo: “Considerai os vossos caminhos” (Ag 1:5, 7).


“Eu Sou convosco”

Mas a mensagem de Ageu não foi somente negativa, ele também encorajou o povo dizendo a eles: “Eu Sou convosco, diz o SENHOR” (Ag 1:13). Também disse a eles, “esforçai-vos... e trabalhai”, e ainda disse, “Meu Espírito permanece no meio de vós: não temais” (Ag 2:4-5). Finalmente, ele profetiza a respeito de um futuro glorioso, como um encorajamento especial para aqueles que poderiam estar contristados pela pequenez da obra comparada com a dos dias passados.


Felizmente, houve um resultado positivo em tudo isso, pois o povo ouviu a Palavra por intermédio de Ageu, especialmente alguns líderes como Zorobabel e Josué. O povo começou novamente a construir o templo com energia renovada, embora eles não tivessem nenhum comando do rei para novamente prosseguir. Mas quando o Senhor está trabalhando, nós vemos que o “coração do rei está na mão do SENHOR” (Pv 21:1). Naquela altura, Artaxerxes tinha sido substituído por Dario (521-485 a.C.). O governador local e outros imediatamente inquiriram os judeus, querendo saber quem tinha dado a ordem para construir o templo. E naquela ocasião o povo tomou a posição correta diante de Deus, pois reconheceram sua posição perante as autoridades e o rei, e admitiram que estavam em tal posição porque “nossos pais provocaram à ira o Deus dos céus” (Ed 5:12). Eles também os lembraram do decreto de Ciro autorizando a construção.


A nova ordem do rei

O maravilhoso resultado foi que Dario fez uma busca e constatou que era verdade o que diziam. Dario evidentemente tinha um grande respeito por Ciro e pelo que ele tinha feito, e de acordo com isso, ele deu seu parecer em favor dos judeus, e até mesmo ordenou que as autoridades civis os ajudassem, usando os fundos públicos. A construção do templo foi retomada e concluída “no sexto ano do reinado do rei Dario” (Ed 6:15), cerca de 515 a.C. O povo então “celebraram com regozijo a dedicação desta casa de Deus” (Ed 6:16 – TB).


Novamente encontramos aqui um princípio de Deus em Seus caminhos com Seu povo, cujo mau estado moral fez com que parassem de construir o templo, e por isso Deus permitiu que as autoridades os fizessem parar formalmente. Então, quando houve arrependimento e restauração a um bom estado moral, eles começaram a reconstruí-lo novamente, mesmo que não houvesse nenhuma autorização governamental para isso. Mas, então, Deus interveio e não somente reverteu a determinação contra eles, mas acrescentou providencias para ajudá-los naquilo que eles não pediram. O ponto de referência em cada caso, não foi o poder do homem, mas sim o estado moral do povo.


Quando estamos no caminho da vontade do Senhor, todo o Seu poder está a nosso favor. Isso não significa que não possamos encontrar dificuldades em fazer a vontade do Senhor. Não, Ele pode permitir essas coisas para nos testar. Mas Sua vontade nunca poderá ser frustrada, Ele preparará o nosso caminho, se olharmos para Ele, e mantivermos nossa posição diante d’Ele.


W. J. Prost

 

Força e Separação


Esdras, de 7 a 10, nos fala de sua história e daqueles que retornaram da Babilônia com ele cerca de sessenta anos após a volta de Zorobabel e dos que voltaram com ele. Encontramos em Esdras um homem de Deus. Ele, em circunstâncias normais, sem nenhum milagre distinguindo sua ação, nem qualquer exibição de glória ou de poder que o acompanhava, nem a inspiração que encheu os profetas Ageu e Zacarias no último avivamento, como vimos em Esdras 5-6. Tudo era normal: Seus recursos eram apenas os que temos atualmente – a Palavra e a Presença de Deus. Mas ele os usou e os usou muito bem e com fidelidade durante todo o tempo. Antes de começar a agir, ele preparou seu coração para buscar ao Senhor. Ele havia meditado em Seus estatutos até que seu proveito aparece a todos nós, como podemos dizer com certeza. Do início ao fim de sua ação, nós o vemos em grande comunhão e confidência com o Senhor. Ele levou a Palavra de Deus para cada dificuldade e obstáculo. Liderou um pequeno remanescente guiando-os desde a Babilônia até Jerusalém, exercitando um espírito de fé e obediência em uma medida incomum.


Ao começar a jornada, ele foi cuidadoso em preservar a santidade das coisas sagradas. Em tal espírito também atuou Joiada, o sacerdote, quando ele estava trazendo Joás de volta ao reino. Ele não sacrificou a pureza da casa de Deus por nenhuma necessidade da época (2 Cr 23). E então, liderando o remanescente de volta a Jerusalém, Esdras não sacrificou a santidade dos vasos da casa por nenhum obstáculo ou dificuldade dos seus dias. Ele procurou os levitas para levar aqueles vasos para casa, mesmo que isso o tenha atrasado nas margens do rio Aava por doze dias. Ele superou o rei Davi em tudo isso, pois Davi, quando pôde ordenar os recursos do reino, não manteve o Livro de Deus aberto diante de si, mas precipitadamente pôs a arca de Deus em uma carro novo. Esdras, porém, agiu como alguém que tem a Palavra de Deus sempre diante de si. Mesmo considerando todo o zelo de Davi, ele tomou cuidado para não agir com a pressa ou com a imprudência de Davi (1 Cr 13).


A força de Deus

É muito bom ver os santos, mesmo que em fraqueza por causa das circunstâncias, com nada além dos recursos normais, caminhando diante de Deus e cumprindo seus serviços e deveres.


E, além disso, nós vemos depois que Esdras não dá um passo para trás. Ele tinha se gloriado no Deus de Israel para o rei da Pérsia e não iria agora (começando uma jornada perigosa) pedir sua ajuda, contradizendo com seus atos o que confessou com seus lábios. Ele recebeu força de Deus pelo jejum ao invés de pedir ao rei.


Há belas combinações em tudo o que temos traçado neste prezado homem. Ele usou a Palavra de Deus e a Presença de Deus, ricamente instruído como um escriba, ele tinha muita confidência com o Senhor. Era diligente em suas meditações em casa, mas era enérgico, prático e devoto quando estava fora. Ele não iria contra sua consciência nem sacrificaria a Palavra de Deus por nenhuma dificuldade ou obstáculo, e se suas confissões foram, em algum momento, além de sua fé e encontrou-se em um lugar onde não tinha sido posto, ele esperou em Deus para ter seu coração fortalecido, e sem timidez ou futilidade foi reprovado no que confessou.


Novamente, todas as circunstâncias dele são as mesmas que temos hoje em dia. Ele tinha a Palavra de Deus e a presença de Deus, como já foi dito, assim como nós também temos. Mas aquilo era tudo o que Esdras tinha: pois não tinha nem mesmo a inspiração de Ageu ou de Zacarias para encorajá-lo. Era simplesmente a graça de Deus, no poder do Espírito, reavivando um santo para um novo serviço para o Senhor.


Se outras porções da história dos cativos que retornaram nos instruíram, encorajaram e nos alertaram, com certeza, agora podemos dizer: “esta pode certamente nos humilhar”. Na condição de Esdras, quão friamente e de maneira tão fraca são nossas almas exercitadas em comparação com um espírito de serviço fervoroso e comunhão confidente que pertenciam a ele!


A jornada foi completada, o segundo êxodo da Babilônia estava completo, e Jerusalém foi alcançada por Esdras e seus companheiros sem nenhum problema ou perda durante o caminho. A boa mão de seu Deus estava com eles e provou que era suficiente sem a ajuda do rei. Todos os tesouros foram entregues no templo, da mesma forma que foram pesados e contados no rio Aava. Todos os que nos dias de Noé tinham sido colocados na arca foram tirados sãos e salvos. Nem um grão caiu no chão de tais tesouros em qualquer momento, e então, todos os que tinham deixado a Babilônia, chegaram a Jerusalém.


Nova separação para Deus

Para que algo seja mantido puro no progresso da dispensação, o poder vivificador deve ser aplicado de maneira constante, uma revigorada separação para Deus e Suas verdades deve ocorrer. Assim aconteceu naquele momento com Esdras em Jerusalém. Mas agora iremos pausar por um momento, para considerar alguns princípios divinos. No dia do dilúvio, Deus separou d’Ele e de sua criação as contaminações por meio do juízo. Mas quando o mundo se corrompeu novamente após o dilúvio, Ele diferenciou o puro do impuro pelo chamamento de Abraão para Si mesmo para Se fazer conhecido, de modo que Abraão caminhasse junto a Ele, à parte do mundo. Essas são amostras do que Ele tem feito desde então, e ainda está fazendo. A separação do mal é, em um sentido amplo, o princípio de comunhão com Ele.


Um vaso purificado

Esdras logo descobriu que os cativos que retornaram tinham praticamente esquecido de tudo isso. Os filhos dos cativeiro estavam se casando e dando-se em casamento aos gentios. Esdras então se envolveu numa obra de reforma, e a bênção do Senhor espera por isso. Não há milagre, nem glória manifestada, nenhuma energia poderosa falando da extraordinária presença divina, o serviço é feito para a glória do Deus de Israel, e no espírito de adoração e comunhão. Esdras manteve os princípios, e levou a Palavra de Deus para cada obstáculo.


Esdras logo percebeu também que os cativos que retornaram tinham se misturado com o povo da terra. Eles estavam envolvidos outra vez naquele mal, do qual o chamado de Deus os havia separado; eles estavam contaminados. Pois a santificação é pela “verdade”; a lavagem da água é “pela Palavra”, e se a santidade não é de acordo com a Palavra de Deus e a Palavra de Deus como Ele a aplica no tempo ou dispensacionalmente, então não há nenhuma qualidade divina. Não há nazireado nisso – nenhuma separação para Deus. Os filhos dos cativos tinham se casado e se dado em casamento com os gentios. Esdras se preparou para o trabalho da reforma e fez isso no mesmo espírito que se propôs a ter diante de Deus antes e durante sua jornada. E isso é o que temos como uma marca especial de Esdras. Ele era, pessoalmente, tanto um santo de Deus assim como um vaso dotado e cheio. Isso é visto em Esdras mais do que em qualquer outro que tenha voltado do cativeiro antes dele. Esdras se preparou para o trabalho da reforma, Ele era um vaso que, de fato, se purificou para o uso do Senhor, para que a reforma em Jerusalém fosse completada com o mesmo zelo da jornada desde a Babilônia, e as bênçãos do Senhor esperam por isso. Não há nenhum milagre, nenhuma glória exibida e nenhuma energia poderosa demonstrando extraordinária presença divina: nada é visto fora da medida comum ou além de recursos comuns. O serviço foi feito, por ter sido de acordo com a Palavra escrita, para a glória do Deus de Israel e no espírito de adoração e comunhão. Essa é uma amostra do que o serviço nestes dias poderia ser, ou, talvez possamos dizer, o que deveria ser. Esdras, em todo o momento, não deu ouvidos ao que podia ser conveniente, nem se rendeu às dificuldades, nem ainda se recusou a ser diligente ou a trabalhar, ele manteve os princípios, e levou a Palavra para todos os obstáculos.


Acredito profundamente que os santos de Deus hoje possam ler a história dos cativos que retornaram e considerá-la útil para edificação, instrução, encorajamento, bem como para alertá-los e humilhá-los.


“Quão precioso é o Livro Divino,

dado por inspiração!

Claro como uma lâmpada, suas doutrinas brilham

Para nos guiar até o céu.”

J. G Bellett

 

Poema


Através das planícies viajam,

Para Jerusalém olhando;

Com esperança elevada, se alegram

Mesmo sendo poucos, vão caminhando.


Mãos reforçadas pelos presentes de ouro;

O plano de Deus é claro;

Reconstruir o templo, adorá-Lo

Com todo o bem ofertado.


As vozes de lamento

Misturaram-se com a canção;

Glórias passadas são lembradas, mas

Na fraqueza, fortes são.


Nosso coração, focar precisa

N’Ele que é nossa cabeça;

Olhar ao redor nos perturba

Estamos mortos! O coração se agita.


Primeiro: “Considerai vossos caminhos”

“Eu Sou convosco; não temas”

Um Deus amoroso nos cerca

Sua presença está sempre perto.


Bênçãos seguem os humildes

O exemplo de Esdras brilha,

Cada passo, embora doloroso,

Aos olhos de Deus cintila.

C.P.H.

 

“Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar”

(Apocalipse 3:8)

 

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