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Mistérios (Fevereiro de 2020)




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Revista mensal publicada originalmente em fevereiro/2020 pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


Mistérios

J. G. Bellett (adaptado)

Os Mistérios

B. Anstey (adaptado)

O Mistério de Deus e o Mistério de Cristo

W. J. Prost

O Mistério de Deus Deve Ser Completado

F. G. Patterson (adaptado)

Mistério – Babilônia, a Grande

E. H. Chater (adaptado)

Mudanças Climáticas

W. J. Prost

Mistérios Revelados

Christian Truth, vol. 19 (adaptado)

Os Mistérios de Deus - Poema

W. J. Prost

 

Mistérios



Você se lembra dos servos da parábola do campo (Mateus 13)? O joio é um obstáculo, compartilhando a força do solo com a boa semente, enquanto ele mesmo não serve para nada. O senso comum do homem, o julgamento moral correto, diria tudo isso; mas a mente de Cristo diz exatamente o contrário: “Deixai ambos crescerem juntos até à ceifa”. Cristo julgou somente de acordo com os mistérios divinos. Foi isso que formou a mente no Mestre, por mais perfeita que fosse, e é isso que deve formar a mente também no santo. Deus tinha propósitos no que diz respeito ao campo. Uma colheita estava por vir e os anjos deveriam ser enviados para colhê-la, mas, até agora, tudo dizia respeito da paciente graça do Mestre. O Senhor não terá o Seu campo limpo agora. Os mistérios de Deus, os pensamentos e propósitos deliberados do céu, preciosos e gloriosos além de qualquer medida, exigem isso, e nenhum caminho está correto senão aquele que é percorrido à luz do Senhor no conhecimento dos mistérios do reino dos céus. O chamado de Deus agora exige que o campo seja deixado sem ser limpo, que os recursos e a força da carne e do mundo sejam recusados em vez de usados e que a Igreja alcance os céus, não por meio do julgamento do mundo por suas mãos, mas pela renúncia a ele pelo coração e separação dela em companhia de um Mestre rejeitado.


J. G. Bellett (adaptado)

 

Os Mistérios


Um “mistério” na Escritura não é algo misterioso e enigmático, mas um segredo revelado, que, antes de ser revelado, era desconhecido pelos homens (Dt 29:29). “Os mistérios de Deus” (1 Co 4:1; 13:2; 14:2) são certas linhas da verdade que Deus não fez conhecidas aos homens até a vinda do Senhor Jesus Cristo e o envio do Espírito Santo (Rm 16:25; Ef 3:5; Cl 1:26). Essencialmente, elas constituem a revelação da verdade Cristã. Os apóstolos eram os “despenseiros” desses mistérios e, portanto, eram responsáveis por fazer a Igreja conhece-los (1 Co 4:1). A revelação Cristã da verdade foi entregue pelos apóstolos “aos santos”.


Existem várias referências a esses “mistérios” no Novo Testamento. A palavra no texto grego (musterion) aparece 27 ou 28 vezes, e levou os que ensinam sobre a Bíblia a categorizá-la. A diferença de opinião sobre quantas realmente existem, decorre do fato de que algumas das referências estão falando do mesmo mistério, mas com uma redação ligeiramente diferente. A maioria diz que existem dez, e eles são:


Os mistérios do reino (Mt 13:11; Mc 4:11; Lc 8:10)

O Senhor indicou a Seus discípulos que existem vários “mistérios” relacionados ao reino. Ele estava aludindo a um subconjunto de dez semelhanças descritas no evangelho de Mateus, que são um tipo especial de parábolas que começa com a frase: “O reino dos céus é semelhante a... (Mt 13:24, 31, 33, 44, 45, 47; 18:23; 20:1; 22:1; 25:1). Essas semelhanças descrevem a forma incomum que o reino tomaria nesse momento em que o Rei está rejeitado e visivelmente ausente deste mundo. Essas parábolas servem a um duplo propósito; Elas dão um entendimento das coisas a respeito do reino para aqueles que receberam o Senhor, mas também ocultavam a verdade daqueles que não creram n’Ele (Mt 13:10-17). Esses “mistérios do reino” nos mostram a verdade que era desconhecida nos tempos do Velho Testamento, mas agora está revelada a todos os que creem.


O mistério da vontade de Deus em relação a Cristo e à Igreja (Rm 16:25; Ef 1:9-10; 3:3-4, 9; 5:25-32; 6:19; Cl 1:26-27; 2:2-3; 4:3)

Esse mistério é chamado “grande” porque é a joia de todos os mistérios e é algo que está próximo ao coração de Deus (Ef 5:32). Ele revela a verdade de Cristo e a Igreja e apresenta o grande propósito de Deus de mostrar a glória desse relacionamento diante do mundo no dia vindouro.


A verdade revelada neste mistério estava “escondida” no coração de Deus desde a fundação do mundo (Ef 3:9). O segredo que agora foi feito conhecido é que Deus manifestará a glória de Cristo diante do mundo, por meio de um vaso de testemunho especialmente formado – a Igreja, que é Seu corpo e noiva (Ef 1:22-23; 5:25-32; Ap 21:9- 22:5). Essa manifestação será em duas esferas (céu e Terra) e ocorrerá na “dispensação da plenitude dos tempos”, que é o Milênio (Ef 1:10).


O mistério da fé (1 Tm 3:9)

Isso se refere à revelação especial da verdade que foi revelada pela vinda do Espírito Santo. Isso envolve, as bênçãos específicas do crente em conexão com a doutrina de Paulo, e as instruções quanto à conduta do Cristão de acordo com a presente dispensação (1 Tm 1:4 – JND). Tudo isso era desconhecido nos tempos do Velho Testamento.


O mistério da piedade (1 Tm 3:16)

Isso se refere ao segredo de uma vida piedosa. Paulo disse a Timóteo que se ele quisesse saber como “convém andar na casa de Deus” (1 Tm 3:15), tudo o que ele precisava fazer era olhar para o Senhor Jesus e Seu caminho perfeito neste mundo. Assim, o segredo de ser piedoso é familiarizar-se com o andar e maneiras de Cristo, e imitá-los.


O mistério da glorificação dos santos (1 Co 15:51-57; 1 Ts 4:15-18)

Isso se refere à revelação da verdade sobre a “vida e incorruptibilidade” sendo trazida à luz por meio do evangelho (2 Tm 1:10 – JND). A ressurreição em si mesma não era um segredo. Os santos do Velho Testamento sabiam que Deus ressuscitaria os mortos. É a maneira em que eles seriam ressuscitados e a condição na qual eles seriam transformados que eles não conheciam, nem quando isso ocorreria.


Essas coisas foram trazidas à luz por meio do evangelho e são um segredo revelado no Novo Testamento.


O mistério das estrelas e dos castiçais (Ap 1:12, 20)

Isso se refere à responsabilidade que os anciãos/supervisores têm (nas assembleias locais em que residem) para ordenar a assembleia de acordo com a mente do Senhor na doutrina e na prática. Ao interpretar o que João havia visto na primeira visão do livro (Ap 1:12-16), o Senhor explicou que os “sete castiçais de ouro” são as assembleias locais colocadas na Terra como testemunho público para Ele. Ele também disse que as sete “estrelas” são os “anjos” dessas assembleias. Como “estrelas”, os anciãos nessas assembleias deviam fornecer luz, sabedoria e orientação para as várias situações que as assembleias enfrentariam.


O mistério da oliveira (Rm 11:25)

Esse “mistério” tem a ver com a verdade dispensacional. A verdade dispensacional em conexão com a “oliveira” refere-se à suspensão da dispensação da lei em que Deus estava lidando com Israel. Isso foi provocado por causa da rejeição de Cristo pelos judeus. Durante essa suspensão, Deus alcançou os gentios e os trouxe a uma posição de favor e testemunho no mundo.


A passagem menciona que a massa dos gentios que exteriormente (professamente) abraçará esse privilégio provará ser formada de incrédulos. Eles também, como ramos, serão “cortados”, e Deus pegaria com os ramos naturais (Israel) e os enxertaria novamente (Rm 11:18-24). Paulo acrescenta que esse reenxerto não acontecerá “até que a plenitude dos gentios haja entrado” (Rm 11:25).


O mistério da iniquidade (2 Ts 2:7)

Esse “mistério” tem a ver com o espírito de desobediência que está ativo na profissão Cristã e no mundo em geral. Refere-se ao trabalho da mente humana em oposição à vontade de Deus em todas as coisas, divina e secular, por meio da influência do diabo. A atividade oculta da iniquidade é algo que estava acontecendo nos dias dos apóstolos e continuaria a crescer até que fosse plenamente exibida na apostasia do “homem do pecado” (o anticristo).


O mistério da Babilônia, a mãe das prostituições (Ap 17:5)

Esse “mistério” revela que, depois que a verdadeira Igreja for chamada da Terra no Arrebatamento, a falsa igreja dos crentes meramente professos (que serão deixados para trás) será encabeçada pelo sistema católico romano. Terá o caráter de confusão religiosa e blasfêmia pelas quais a Babilônia foi conhecida na história; daí o mesmo título é dado a esse sistema. A falsa igreja usará seu dinheiro e influenciará a esfera política para unir as nações na Europa Ocidental em uma confederação de dez nações (Ap 6:1-2; 17:12-13). Este é realmente um reavivamento do Império Romano (Dn 2:40-43; 7:7-8; Ap 17:7-11). Assim, a Igreja de Roma, em sua corrupção eclesiástica, controlará as superpotências ocidentais, representadas na mulher que está assentada sobre uma besta (Ap 17:1-4).


O mistério de Deus (Ap 10:7)

Esse “mistério” não é o mesmo que “o mistério de Deus” em Colossenses 2:2, que é um aspecto do mistério de Cristo e a Igreja. O “mistério” em Apocalipse 10 tem a ver com o segredo dos “caminhos” de Deus para com os homens finalmente sendo revelados. Por milhares de anos, Deus permitiu que homens maus continuassem em sua iniquidade e aparentemente evitou punir isso. No entanto, quando Cristo intervier publicamente em Sua Aparição e julgar este mundo em justiça (At 17:30-31), o mistério de Deus será “cumprido [completado] – JND. Ou seja, quando Deus trouxer Seus juízos sobre a Terra, esse mistério se tornará um segredo revelado, e a justiça de todos os Seus tratamentos ao longo dos tempos será vista. Assim, Ele será justificado em tudo. Embora todos os mistérios anteriores nos foram agora revelados, devemos esperar por esse último mistério ser revelado – o que acontecerá quando o Senhor aparecer.


B. Anstey (adaptado)

 

O Mistério de Deus e o Mistério de Cristo

Ao falar do mistério de Cristo e a Igreja, a Palavra de Deus se refere a isso como o mistério de Deus e o mistério de Cristo. Embora seja o mesmo mistério nos dois casos, é bom reconhecer porque o Espírito de Deus faz essa distinção, pois há um tom diferente de significado nesses dois termos.


No Novo Testamento, frequentemente encontramos um termo referido a Deus em uma passagem, e a Cristo em outra. Por exemplo, descobrimos que os termos “o Espírito de Deus” e “o Espírito de Cristo” são usados em Romanos 8:9. Encontramos o termo “a Palavra de Deus” usado muitas vezes, mas em Colossenses 3:16 é “a Palavra de Cristo”. Temos o termo “a paz de Deus” (Fp 4:7), mas também “a paz de Cristo” (Cl 3:15 – ARA). Em Romanos 8:39 é “o amor de Deus”, enquanto em Romanos 8:35 é “o amor de Cristo”. Existem outros, como “o evangelho de Deus” e “o evangelho de Cristo”, que podem ser adicionados a esta lista.


O que diz respeito a Deus e a Cristo

Embora o significado exato em cada caso deva ser determinado pelo contexto da passagem, ainda assim, de uma maneira geral, podemos dizer que quando é “Deus” que está conectado com um pensamento específico, é a Sua natureza e poder que são trazidos à tona diante de nós – a essência do que Ele é em Si mesmo. Se lemos o termo “o Espírito de Deus”, é o pensamento de Quem o Espírito é em Sua divindade essencial e em Seu poder que opera em nós. Se é “o amor de Deus”, é a natureza de Deus como amor, e a força e poder do Seu amor que devemos considerar. Se é “a paz de Deus”, é uma paz conectada com o poder de Deus em todas as circunstâncias.


Quando é “Cristo” que está conectado com o indivíduo, o pensamento é diferente. É, antes, o lado prático das coisas, referindo-se às nossas experiências na vida e à nossa caminhada diante do Senhor, que o Espírito deseja trazer diante de nós. Assim, o termo “o Espírito de Cristo” nos ocupa com o que o Espírito está fazendo em nós e com a nossa identificação com Cristo por meio da habitação do Espírito. O “amor de Cristo” é mencionado em relação às provações que existem neste mundo, como tribulações, fome e perigo, enquanto o “amor de Deus” está conectado ao poder fora deste mundo. “A paz de Cristo” é mencionada em relação à nossa caminhada, enquanto a “paz de Deus” se refere mais ao fato de estarmos confiando tudo a Deus e fazendo nossos pedidos a Ele.


As duas partes

Como entendemos então esses termos aplicados ao mistério de Cristo e a Igreja? Na verdade, existem duas partes do mistério: primeira, que todas as coisas serão colocadas sob a liderança de Cristo; e segunda, que a Igreja será associada a Cristo em tudo isso, como Seu corpo e Sua noiva. Quando obtemos a expressão “o mistério de Deus” em Colossenses 2:2, a plenitude da Cabeça do corpo está sendo trazida diante de nós. Colossenses, de uma maneira geral, fala do que Cristo é para a Igreja e nos dá a mais alta verdade na Escritura, a respeito de Sua Pessoa e os propósitos de Deus em Seu Filho. Assim, o “mistério de Cristo e a Igreja” é aqui referido como “o mistério de Deus”, pois é o principal objetivo de Deus honrar e glorificar Seu Filho amado e encabeçar todas as coisas n’Ele, tanto no céu como na Terra. Esta é a primeira e mais importante parte do mistério, pois Deus sempre começa Consigo mesmo e com Seus conselhos, para Sua glória e a glória de Seu Filho. (Observe que as palavras “e do Pai, e de Cristo” em Colossenses 2:2 – KJV [ou “Cristo” nas versões em português] devem ser deixadas de fora; o versículo deve terminar com a frase “o mistério de Deus.” (JND). Não existe algo como o mistério do Pai, e não é o mistério de Cristo que está sendo tratado aqui).


O Mistério de Cristo

O termo “o mistério de Cristo” é usado duas vezes na Escritura, uma vez em Efésios 3:4 (“meu entendimento no mistério de Cristo” – JND) e uma vez em Colossenses 4:3 (“para falarmos o mistério de Cristo” – TB). Nos dois casos, está relacionado à nossa parte do mistério, a saber, que Deus escolheu associar Sua Igreja com Cristo em toda a Sua glória. Entendemos isso em Efésios 1:11: “N’Ele, digo, em Quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito d’Aquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade”. Efésios, em contraste com Colossenses, traz diante de nós o que a Igreja é para Cristo, e nos dá a mais alta verdade na Escritura a respeito das bênçãos do crente em Cristo. No capítulo 3, é responsabilidade do apóstolo que os santos entrem e desfrutem de todos os privilégios relacionados ao mistério revelado de Deus – para que possam ver “qual seja a dispensação [administração – JND] do mistério” (v. 9) e que possam ter suas afeições e, finalmente, suas vidas formadas por esse conhecimento. Assim, é chamado de “o mistério de o Cristo (v. 4 – JND), pois a expressão “o Cristo” traz Cristo e a Igreja juntos como sendo um.


Da mesma forma, o uso do termo “o mistério de Cristo” em Colossenses 4:3 está relacionado ao desejo do apóstolo de ousadia prática para falar sobre isso, mesmo que ele fosse um prisioneiro e pudesse ser naturalmente um pouco reticente para mostrar claramente o que antes fez com que ele fosse preso. Ele poderia ter o conhecimento do mistério, mas precisava de graça prática para revelá-lo sem medo.


Nessas duas expressões, então, vemos claramente o padrão de Deus, no sentido de que Ele sempre começa Consigo mesmo, e então Ele leva o homem à bênção com base em Seus próprios propósitos e graça. Essa bênção está sempre conectada e obtida por meio de Seu amado Filho. Em todos os nossos pensamentos, também precisamos ver tudo do ponto de vista de Deus, pois dessa maneira Deus sempre será glorificado e o homem entrará muito mais em suas bênçãos.


W. J. Prost

 

O Mistério de Deus Deve Ser Completado


Com relação a este assunto, nos referiremos a três Escrituras:


Primeiro: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4 – ARA).


Segundo: “de fazer convergir n’Ele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da Terra n’Ele, digo, no Qual fomos também feitos herança” (Ef 1:10-11 – ARA).


Terceiro. “O anjo [...] e jurou por Aquele que vive para todo o sempre [...] que não haveria mais demora [tempo – KJV]; mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá [será completado – JND] o segredo [mistério – ARA] de Deus” (Ap 10:5-7).


Essas três partes da Escritura marcam os grandes eventos ou épocas principais das relações de Deus com o mundo. O primeiro deles é passado; os outros dois, futuros. Agora nos esforçaremos para verificar, a partir das Escrituras, a que relações e caminhos passados de Deus a expressão em Gálatas se refere: “vindo, porém, a plenitude do tempo”. Consequentemente, precisamos dar uma olhada geral na história passada do homem, como revelada a nós, desde o início até aquele momento.


Domínio e governo

Se nos voltarmos para Gênesis 1–2, descobrimos que Deus, tendo criado o homem e a mulher em inocência, lhes concedeu um domínio universal conjunto sobre tudo o que Deus havia criado neste mundo. Mas Satanás entrou e conseguiu derrubá-los deste senhorio universal. O homem caiu sob seu poder e se afastou de Deus. Adão sai da presença de Deus e de um estado para o qual ele nunca poderia retornar. Então começa a prova do homem nessa condição, que dura cerca de quatro mil anos, até que a “plenitude do tempo” chegou.


Por cerca de 1600 ou 1700 anos dessa prova, Deus deixou os homens por si mesmos (Deus sempre preservando um testemunho no mundo para Si mesmo) até o dilúvio, quando a Terra estava “corrompida diante da face de Deus e encheu-se a Terra de violência. E viu Deus a Terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a Terra” (Gn 6:11-12). E o mundo de então, que foi inundado pela água, pereceu. Nisto terminou a prova do homem que foi deixado sem lei. Noé e sua família são salvos por meio do julgamento do mundo, e nós o encontramos na Terra assim purificada. Deus coloca em suas mãos a espada do governo (Adão tinha o senhorio; Noé, governo).


Idolatria

Um novo princípio agora encontra um lugar no coração dos homens; o culto aos demônios começou. Quando o homem conheceu a Deus: “não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm 1:21-23). O homem não pode ficar sem algo ou alguém para governar sua consciência e coração; se ele não tiver Deus acima dele, ele terá outra coisa. Satanás consegue esse lugar, e o homem se volta para a adoração de demônios. “O que as nações sacrificam, sacrificam aos demônios, e não a Deus” (1 Co 10:20 – JND).


Nesse estado de coisas, o coração do homem ficou cheio de vontade própria – vontade própria que se mostra independente de Deus. Isso foi expresso na construção da torre de Babel. Isso encontrou o julgamento de Deus, que a restringiu pela confusão de diferentes idiomas; um obstáculo ao propósito comum do coração do homem.


Israel e a Lei

Quando o mundo entrou em idolatria, Deus separou para Si um homem – Abraão – e nele uma nação – Israel – para que pudesse colocar o homem sob outro teste em um novo terreno. A lei representava ao homem o teste de sua responsabilidade como filho caído de Adão e a autoridade de Deus. Essa nova prova durou até o cativeiro da Babilônia. Após a história da realeza de Israel e seu fracasso, Deus removeu a sede de Seu governo do centro do qual havia governado o mundo, e então transferiu o poder supremo do mundo para as mãos dos gentios, começando com a Babilônia e seu rei Nabucodonosor.


Os tempos dos gentios

Como então Nabucodonosor vai usá-lo? Elevado em orgulho de coração, ele faz de si um centro e se esforça para tornar um centro de unidade religioso e idólatra à parte de Deus. Exaltado, ele diz: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência?” (Dn 4:30). Ele perde sua razão moral e se torna um animal, tipificando, como cabeça deles, o poder dos gentios em todo o período de sua existência, até que os “tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24).


E agora, no deserto moral deste mundo, e naquele pequeno local em que Ele havia concedido esse cuidado, veio Sua última prova para o homem. “E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez, vendo-o, o respeitem. Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa. E, lançando-o fora da vinha, o mataram” (Lc 20:13-15). Assim terminou o teste do homem por 4.000 anos, sob todas as formas de prova. A plenitude do tempo chegou (Gl 4:4-5).


Deus enviou Seu Filho

Deus enviou Seu Filho, que foi recebido. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido! Ele assumiu a dupla posição: “nascido sob a lei”, pela qual o judeu estava sob condenação, mas Seu propósito era resgatar, por Sua morte, aqueles que estavam sob a lei; aqueles que creem, tanto judeus quanto gentios, podem receber a adoção de filhos – para que Deus possa mostrar as riquezas abundantes de Sua graça para com aqueles que estavam sob pecado e condenação.


Para aqueles que creem, Deus revela Seu propósito: “para a administração da plenitude dos tempos; encabeçar todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas na Terra; n’Aquele em Quem também obtivemos herança” (Ef 1:10-11 – JND). E quando esse tempo chegar, o anjo forte jura por Aquele que vive para todo o sempre, que o “Mistério de Deus” deve ser consumado [completado – JND] (Ap 10:7).


O mistério de Deus

Durante o intervalo entre a “plenitude do tempo” e a “dispensação da plenitude dos tempos”, “o mistério de Deus”, de Apocalipse 10, continua. Esta é a Sua não intervenção em poder aberto para endireitar as coisas no mundo, enquanto Ele observa tudo em segredo – o tempo em que Ele suporta com longanimidade o mal sem julgá-lo. A Igreja de Deus sofre neste intervalo no “reino e paciência de Jesus”. O domínio gentio continua no mundo. A grande imagem de Daniel 2 ainda não recebeu o golpe da pedra cortada sem as mãos. Toda a criação geme e sofre de dores, aguardando a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8:19-22). Satanás anda desenfreado, como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar. Jesus, rejeitado pelo mundo, assenta-Se à direita de Deus, esperando até que Seus inimigos sejam postos como escabelo de Seus pés (Sl 110; Hb 10).


O Filho do Homem em domínio

Se nos voltarmos para o Salmo 8, descobriremos que existe um “Filho do Homem” a Quem esse domínio é concedido. “Fazes com que Ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de Seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo; as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares” (Sl 8:6-8). Quem é esse Filho do homem? E onde esse domínio deve ser exercido e desfrutado? É o Segundo (último) Adão – o Filho do Homem – a Quem essa liderança é dada. Está em uma era que está por vir, e este domínio deve ser exercido e desfrutado. Enquanto isso, ao esperar pela assunção dessa liderança, Ele é “coroado de glória e honra”.


Todas as coisas que foram marcadas e destruídas nas mãos do primeiro Adão serão mais do que reparadas no Último Adão, o Filho do Homem. Ele assume a liderança do Salmo 8, não apenas por direito, mas por redenção, pois a herança havia caído sob o poder do inimigo por meio do pecado do homem. Os coerdeiros desfrutarão então unidos com Ele dessa liderança na glória celestial, e o nome do Senhor será excelente em toda a Terra.


F. G. Patterson (adaptado)

 

Mistério – Babilônia, a Grande


Havia uma vez uma cidade poderosa chamada Babilônia, a glória do reino caldeu e o louvor de toda a Terra (Jr 51:41). Mas seus pecados subiram ao céu, e o julgamento de Deus foi contra ela. No livro de Apocalipse, Babilônia é usada figurativamente pelo Espírito de Deus para descrever um vasto sistema que está se desenvolvendo rapidamente na Terra no momento presente, contra o qual o julgamento de Deus já foi pronunciado. É prefigurado em dois aspectos – como uma mulher e como uma cidade. O nome da mulher é “Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da Terra”. Babilônia representa um vasto sistema construído pelo homem na Terra por meio do exercício de sua própria vontade, em rebelião contra Deus, sob a influência de Satanás. Compreende uma vasta mistura de elementos naturais e religiosos, ostensivamente combinados para a glória de Deus, mas, na verdade, para a glória do próprio homem. Os protestantes aplicam essa Escritura aos católicos romanos, mas toda a Cristandade faria bem em prestar atenção ao conteúdo solene do capítulo em que esse sistema maligno é descrito.


O profeta João, levado em espírito ao deserto, viu uma mulher sentada sobre uma besta, estendendo a seus devotos um cálice de ouro de embriagante iniquidade (Ap 17:3-4). A mulher representa o mal eclesiástico e a besta, o poder mundano. Professando ser a morada do Espírito Santo de Deus, ela se torna a morada de demônios, o abrigo de todo espírito imundo e um refúgio de toda ave imunda e aborrecível (Ap 18:2).


Então lemos: “E, na sua testa, estava escrito o nome: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA, A MÃE DAS PROSTITUIÇÕES E ABOMINAÇÕES DA TERRA” (Ap 17:5). Por “mistério” entendemos que isso não havia sido revelado antes e que era algo que não poderia ter sido entendido senão por essa explicação divina. “A GRANDE BABILÔNIA” expõe seu caráter corrupto. A igreja professa na Terra, rejeitada como Laodiceia, recusada como portadora da luz de Cristo no mundo, finalmente se concentrará em si mesma, e de uma forma mais intensa, todos os males que marcaram Babilônia nos tempos antigos. Essa “mulher” perversa também é mãe, mãe de outros sistemas, tão falsa a Cristo quanto a si mesma. Portanto, não é apenas o papado, mas todos os outros sistemas que se originam nela e participam de seu caráter.


A queda da Babilônia

Em Apocalipse 18:21-24, temos como se dará sua queda: “E um forte anjo levantou uma pedra como uma grande mó e lançou-a no mar, dizendo: Com igual ímpeto será lançada Babilônia, aquela grande cidade, e não será jamais achada”. Sim, chega um momento em que, com violência, Babilônia será totalmente derrubada. Sua música, suas artes e manufaturas, seu comércio, sua luz artificial, tudo cessará. Até a alegria do relacionamento natural não será mais conhecida nela. Deus Se vingará dela por suas feitiçarias pelas quais todas as nações foram enganadas e pelo sangue de Seus queridos martirizados que jaz à sua porta. Ele é forte, o que executa Sua Palavra.


A mercadoria da Babilônia

Observe a lamentação daqueles que beberam de seu copo embriagante. Primeiro, temos os reis da Terra. Eles choram e lamentam ao ver a fumaça dela queimando, dizendo: “Ai! Ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juízo”.


Segundo, os comerciantes da Terra se unem no mesmo clamor: “Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! Porque numa hora foram assoladas tantas riquezas”.


Terceiro, os comandantes dos navios, marinheiros e comerciantes lançaram pó sobre suas cabeças, clamando, chorando e lamentando, e dizem: “Ai! Ai daquela grande cidade, na qual todos os que tinham naus no mar se enriqueceram em razão da sua opulência! Porque numa hora foi assolada”.


Observe, também, a descrição dada pelo Espírito de Deus da mercadoria da Babilônia: “mercadorias de ouro, e de prata, e de pedras preciosas, e de pérolas, e de linho fino, e de púrpura, e de seda, e de escarlata; e toda madeira odorífera, e todo vaso de marfim, e todo vaso de madeira preciosíssima, de bronze e de ferro, e de mármore; e cinamomo, e cardamomo, e perfume, e mirra, e incenso, e vinho, e azeite, e flor de farinha, e trigo, e cavalgaduras, e ovelhas; e mercadorias de cavalos, e de carros, e de corpos [escravos – ARA] e de almas de homens” (Ap 18:12-13). Colocamos nesta lista as coisas mais valiosas aos olhos dos homens. O ouro está em primeiro lugar, mas as almas dos homens são as últimas. Deus conhece o coração e conhece a ordem de precedência na estimativa do homem. O mercado geral da Babilônia tem todos os luxos e necessidades, usados por alguns, entregues por outros, mas sem temor de Deus diante de seus olhos (Rm 3:18). Ela é tão degradada e pervertida que, na verdade, faz tráfico religioso de corpos e almas de homens! Deus não julgará por essas coisas? De fato, Ele julgará.


Seu adorno

Observe também outro ponto marcante sobre esse sistema vasto e perverso. Ao descrever seu adorno em Apocalipse 17:4, são mencionadas as cores púrpura e escarlata (vestuário imperial), mas há uma total ausência de linho fino. Agora, nos é dito que o linho fino representa a justiça dos santos, isto é, a justiça prática produzida nos santos, o povo de Deus, pelo poder do Espírito de Deus. Isso está totalmente ausente na Babilônia. Aqueles que usam linho fino verdadeiro são objetos de seu ódio. Mas quando o Espírito de Deus descreve seu tráfico, linho fino é trazido. Ela sabe como explicar, obter vantagem e riqueza para si mesma por meio da fidelidade dos filhos de Deus. Quantos naquele dia serão considerados culpados disso! E os comerciantes também, lamentando sua queda, clamam: “Ai! Ai daquela grande cidade, que estava vestida de linho fino”. Olhando-a moralmente, vemos como eles são enganados por Satanás e são daltônicos. Eles consideram como linho fino aquilo que é apenas abominação mundana aos olhos de Deus (Lc 16:15).


É uma imagem sombria e solene, mas não é um esboço de fantasia, é a confiável Palavra de Deus. Para falar de maneira ampla, é a visão de Deus da Cristandade. Seus pensamentos não são os nossos. Pensamentos, ideias, opiniões, teologia, religião todos são sem valor, a menos que correspondam a “Assim diz o Senhor”. Deus falou. “Eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito e que treme diante da Minha Palavra” (Is 66:2).


Seu fim

Ao vermos todo o desenvolvimento nestes últimos dias e ao contemplarmos o terrível fim de um sistema assim, fazemos bem em atender ao aviso dado em Apocalipse 18:4: “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas”. É fácil para os crentes serem apanhados no mundanismo e estar ocupados com as mesmas coisas com as quais a Babilônia está negociando hoje. Ver o fim dela e, em seguida, olhar para Aquele cuja glória eclipsará toda a glória da Babilônia, nos manterá afastados de tudo o que a religião exterior oferece.


E. H. Chater (adaptado)

 

Mudanças Climáticas


Em dois artigos de edições anteriores da Revista O Cristão (“A Escassez Mundial de Alimentos” de julho de 2008 e “O Consumo de Alimentos” de março de 2011), mencionamos a mudança climática e o aquecimento global como sendo pelo menos um fator com o qual o homem tem que lutar no século XXI. Nos anos em que esses artigos foram escritos, essas questões passaram da periferia para ocupar o centro do palco nos assuntos mundiais, e começaram a dominar muitas das interações políticas e econômicas, dentro e entre nações.


O Acordo de Paris

Nos anos que antecederam a assinatura do Acordo de Paris em 2016, o mundo ficou cada vez mais preocupado, não apenas com o aquecimento global, mas também com os supostos efeitos colaterais, como secas maciças, inundações severas e furacões frequentes, bem como outras condições climáticas extremas, como severas tempestades de inverno e ondas de calor incomuns. Com tudo isso diante deles, as nações do mundo chegaram a um acordo incomum, por meio das Nações Unidas, para redigir e assinar o Acordo de Paris, pelo qual fizeram um pacto para trabalhar para diminuir a produção de gases de efeito estufa, limitando o uso de combustíveis fósseis. As diretrizes do Acordo não eram juridicamente vinculativas, mas deveriam ser seguidas voluntariamente por aqueles que o assinaram.


Não precisamos dizer que tudo isso não deixou de ter seus problemas, e teve mais uma vez a tendência de trazer à superfície as diferenças entre liberais e conservadores. Sob o ex-presidente dos EUA Barack Obama, os EUA assinaram o Acordo, mas seu sucessor Donald Trump, poucos meses após sua posse, declarou em 1 de junho de 2017, que retiraria os EUA do acordo. Sua opinião era que o Acordo minaria a economia dos EUA, diminuiria empregos e aumentaria os preços da energia para a família americana de classe média. Ele alegou ainda que o Acordo exigia que os EUA pagassem muito, como nação desenvolvida, enquanto outras nações estariam colhendo os benefícios. Desnecessário dizer que essa proposta de falta de cooperação de um país tão influente quanto os EUA causou desânimo generalizado entre outras nações do mundo (Os EUA não podem legalmente se retirar do acordo até 4 de novembro de 2020).


Somente a Síria e a Nicarágua não assinaram o Acordo, mas outros países importantes, como Rússia, Irã e Turquia, assinaram o Acordo, mas não o ratificaram. Enquanto isso, os gases de efeito estufa e o aquecimento global continuam sendo uma das principais causas de preocupação.


Eventos que chamam a nossa atenção

No momento da redação deste artigo, vários eventos foram combinados para trazer o aquecimento global à atenção de todos, mas não sem controvérsia. Os furacões continuaram a se formar e a causar sérios danos, especialmente o furacão Dorian, que devastou as Bahamas no início de setembro de 2019, e passou a se mover em direção ao território continental dos EUA. Mas então surgiu um evento muito maior – incêndios florestais queimando fora de controle na floresta Amazônica. Jair Bolsonaro, presidente pró-negócios do Brasil, considerou os incêndios na Amazônia como um fenômeno normal, que ocorre de tempos em tempos. Ele também tende a incentivar o extrativismo nas florestas tropicais, a fim de promover a agricultura e, em particular, a criação de gado. Sua aparente indiferença à destruição da floresta Amazônica irritou muitas nações ao redor do mundo.


Tudo isso despertou a juventude do mundo para a ação, em grande parte encabeçada por uma garota sueca de 16 anos chamada Greta Thunberg. Ela viajou extensivamente e se dirigiu às Nações Unidas, bem como a outros órgãos governamentais nacionais, como o Congresso dos EUA. Ela tem falado com muita força aos líderes mundiais, exigindo que eles abordem o aquecimento global e lidem com o problema antes que seja tarde demais. Suas palavras são fortes: “Não podemos mais salvar o mundo seguindo as regras, porque as regras precisam ser alteradas. Então, todos pelo mundo afora, agora é hora da desobediência civil. É hora de se rebelar”. Jovens de todo o mundo se uniram à causa, indo às ruas em grande número para protestar contra o que consideram uma indiferença ao seu futuro. No Reino Unido e no Canadá, um movimento jovem denominado “Extinction Rebellion” bloqueou recentemente pontes e estradas em várias cidades, enquanto protestos semelhantes ocorreram em outros países.


Dados científicos

Todos esses supostos dados científicos, promovidos para apoiar uma atitude alarmista em relação ao aquecimento global, não deixam de ter seus depreciadores. Embora não seja nossa intenção discutir os vários pontos de vista sobre as mudanças climáticas, basta salientar que o Dr. Rex Fleming, um cientista premiado e anteriormente associado à NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, EUA) com credenciais impressionantes, concluiu que “CO 2 não tem impacto nas mudanças climáticas”. Seu argumento é que, embora o aquecimento global seja um fato, é o aquecimento que faz com que os níveis de CO subam, e não o contrário. Também há boas evidências de que a NOAA “cozinhou” seus dados ao longo dos anos para tentar apoiar a atitude alarmista em relação ao aquecimento global. É um fato que o aquecimento global, que ocorre e é medido nos EUA desde cerca de 1850 (quando os dados começaram a ser medidos), tem sido constante em um gráfico linear. A taxa de aquecimento não aumentou rapidamente nos últimos 40 ou 50 anos.


Podemos perguntar: O que tudo isso significa para os crentes? Ninguém duvidaria que, no sentido natural, haja motivo de preocupação, mesmo que seja apenas porque o mundo parece incapaz de suportar sua população crescente. Mais de 80.000.000 (oitenta milhões) de pessoas são adicionadas à população mundial a cada ano, e a produção de alimentos não está acompanhando o ritmo. Os recursos do mundo podem suportar apenas uma quantidade específica de pessoas. Mesmo que não se acredite que o aquecimento global seja uma ameaça séria, não há dúvida de que a “pegada humana” tende a forçar a capacidade deste mundo de se sustentar, dada a poluição do ar e da água, a dificuldade de descarte dos resíduos (especialmente o problema dos plásticos) e a escassez de água, tanto para beber quanto para irrigação. Para aqueles cujos horizontes consistem apenas neste mundo, o futuro realmente parece deprimente, e seu objetivo é fazer o que achar necessário para preservar o planeta “em perpetuidade”.


Deus é deixado de fora

Em toda a discussão sobre mudanças climáticas, o que é notoriamente ausente é qualquer referência às reivindicações de Deus ou ao fato de que é o Seu mundo. Os objetivos do homem são totalmente para si mesmo, com o objetivo de sustentar um mundo para seus próprios fins e seu próprio prazer. Deus como Criador e os planos e propósitos de Deus são deixados de fora dos cálculos do homem. Uma das frases favoritas de Greta Thunberg, dirigida às autoridades do governo, é: “Como vocês se atrevem?”[How dare you?]. Naturalmente, isso se refere à suposta atitude indiferente aos danos que ela sente ser infligida ao planeta. Mas ninguém pensa em como o próprio Deus poderia dizer ao homem: “Como vocês se atrevem?”


Mas o crente pode descansar em três coisas, as quais permitem nos esforçar nos interesses de Cristo neste mundo, enquanto valorizamos nossos recursos naturais e os tratamos com respeito.


Antes de tudo, sabemos que “nossa pátria tem sua existência nos céus, do qual também aguardamos o Senhor Jesus Cristo como Salvador” (Fp 3:20 – JND). As esperanças do crente estão além deste mundo. Além disso, sabemos que o mundo atual não continuará “em perpetuidade”. E aqui chegamos ao segundo ponto.


Como o mundo continuará

Sabemos que, mesmo que o Senhor venha nos chamar hoje, o mundo deve continuar por mais de 1000 anos, para cumprir as Escrituras concernentes à tribulação e ao Milênio. O mundo atual não terminará até que seja queimado no final do Milênio, para dar lugar a “um novo céu e uma nova Terra, onde habita a justiça” (2 Pe 3:13).


O que está acontecendo agora com o aquecimento global está tudo sob o controle de Deus. Se, de fato, a taxa de aquecimento tem sofrido um aumento constante há mais de 150 anos e possivelmente mais, é interessante notar que o homem prefere assumir que ele está no controle do que admitir que Deus esteja fazendo algo que ele não entende.


Finalmente, temos a promessa de Deus a Noé, quando ele e toda a sua família saíram da arca, “enquanto a Terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8:22).


Apesar da atitude alarmista do homem, Deus sabe quanto tempo esta Terra deve durar para cumprir Seus propósitos. Ele pode e irá mantê-la, embora possa permitir eventos climáticos para falar com o homem e avisá-lo de um julgamento vindouro. O lugar do crente é agir como embaixador de Deus, advertindo o homem a “fugir da ira vindoura”, enquanto caminha em paz e confia n’Aquele que sustenta “todas as coisas pela Palavra de Seu poder” (Hb 1:3).


W. J. Prost

 

Mistérios Revelados


“O que Eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois” (Jo 13:7). Muito é instável e desconcertante para nós nos tratamentos atuais de Deus. “O quê!’” estamos frequentemente prontos para exclamar. “Não poderia o copo ter sido menos amargo, o julgamento menos severo, o caminho menos áspero e sombrio?”


“Acalme suas dúvidas”, diz um Deus gracioso; “Não questiones a retidão de Minhas dispensações. Você ainda verá tudo revelado e iluminado no espelho da eternidade!”


“O que Eu façosão todos Meus feitos – Meu compromisso. Você tem apenas uma visão parcial desses tratamentos – eles são vistos pelos olhos dos sentidos, por meio de um meio obscuro e distorcido. Você não vê nada além de planos cruzados. e aboboreiras derrubadas baixas e belas varas quebradas. Mas vejo o fim desde o começo”: “O juiz de toda a Terra não fará o certo?” (KJV).


“Saberás!” Aguarde a revelação “a seguir”! Um pai terrenal não confunde o ouvido da infância com palavras e problemas difíceis. Ele espera pela idade adulta e então revela tudo.


Assim é com Deus! Agora estamos em nossa infância – aprenderemos as coisas profundas de Deus quando formos adultos na eternidade. Cristo frequentemente Se mostra apenas atrás da cortina – um vislumbre e Ele Se foi! Mas está chegando o dia em que “O veremos como Ele é”! Uma torrente de luz partirá em nossa direção do trono de safira. “Na Tua luz veremos a luz” (Sl 36:9). O “sendo necessário” (1 Pe 1:6), abafado como um segredo agora, será então revelado a nós e se tornará luminoso com amor.


Talvez não tenhamos que esperar até a eternidade para a realização dessa promessa. Podemos experimentar seu cumprimento aqui. Não é raro encontrarmos, mesmo neste mundo presente, dispensações misteriosas que resultam em bênçãos inesperadas. Jacó nunca teria visto José, se não tivesse se separado de Benjamin.


Frequentemente o crente nunca teria enxergado o verdadeiro José, se não tivesse sido chamado a se separar de seu melhor amado! Sua linguagem na época é a do patriarca: “tendes-me desfilhado... todas estas coisas vieram sobre mim” (Gn 42:36). Mas as coisas que ele imaginou serem tão adversas, provaram ser o meio de levá-lo a ver o Rei celestial “na Sua formosura” (Is 33:17), mesmo aqui. Muito é enviado para nos “humilhar” e nos “provar”. Pode não nos fazer bem agora, mas promete-se fazê-lo “no teu fim” (Dt 8:16).


Não ditarei ao meu Deus quais devem ser os Seus caminhos. O paciente não dita ao seu médico. Ele não rejeita e recusa a receita porque ela lhe causa náuseas, ele sabe que é para o seu bem e confia nisso. É para a fé descansar no que Deus designar. Não me deixe enganar por Seu amor ou desonrar Sua fidelidade, supondo que haja uma gota desnecessária ou redundante no copo que Sua sabedoria amorosa misturou.


“Agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido” (1 Co 13:12).


Christian Truth, vol. 19 (adaptado)

 

Os Mistérios de Deus



As coisas secretas do Senhor nosso Deus

São d’Ele, e são d’Ele somente;

Pois Seus mais profundos caminhos são insondáveis,

E Seus mistérios não podem ser conhecidos;

Nos tempos antigos, embora os homens possam procurar,

Ao escreverem a Palavra inspirada,

Nenhum conhecimento, nenhuma luz, nem Espírito para ensinar;

A escuridão total envolveu tudo.


Mas Deus é um Deus de amor e luz,

E Se deleita em revelar Seus caminhos;

Embora em eras passadas, Seus conselhos possam

Estar escondidos do olhar de Suas criaturas;

Na plenitude do tempo, Seu Filho Ele revelou

A este mundo tão imerso no pecado,

Que aqueles mistérios de Deus, por tanto tempo ocultos,

Podem encantar aqueles que Sua graça conquistaria.


Os segredos de Deus, há muito desconhecidos do homem,

Agora revelados aos Seus santos na Terra;

Aqueles chamados por Ele, que foram há muito conhecidos,

E destinado ao nascimento celestial;

Aqueles conselhos de Deus, que Ele uma vez escondeu,

Agora devem ser pregados a todos,

Para que todos possam encontrar, nAquele que morreu,

Essa glória, e seus corações preencher.


Mas os mistérios também ardem na consciência,

Para que o homem fique sem desculpa,

Se uma criatura ousar rejeitar a livre graça de Deus,

E Sua oferta de amor recusar;

Quão solene é pensar no fim daqueles

Que, expostos a mais plena luz,

Rejeitariam Sua graça e escolheriam a iniquidade,

E insultariam Sua oferta de misericórdia.


Mas quão abençoados são aqueles que conhecem os segredos de Deus,

Que estão centrados em Seu querido Filho!

Aqueles conselhos sublimes, revelados a nós agora,

Do Ressuscitado Ascendido!

Nas eras vindouras, nós O louvaremos onde

Estaremos com Ele em glória;

No entanto, embora a glória brilhe, naquela esfera celestial –

É a face d’Ele que desejamos ver!


W. J. Prost

 

“Para a administração da plenitude dos tempos; encabeçar todas as coisas em o Cristo, as coisas nos céus e as coisas na Terra; n’Aquele em Quem também obtivemos herança”

(Efésios 1:10 - JND)

 




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