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O Lar - Um Santuário (Agosto de 2023)


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Revista mensal publicada pela Bible Truth Publishers

 

ÍNDICE


W. J. Prost

P. Wilson (adaptado)

W. J. Prost

Faithful Words for Young and Old, Vol. 13

C. Buchanan, Christian Treasury, Vol. 5

J. T. Mawson (adaptado)

Christian Truth, Vol. 28

J. Brereton

W. J. Prost

J. Brereton (adaptado)

Christian Shepherd, 2000

J. N. Darby

A. J. Flint

 

O Lar Cristão – Uma Fortaleza Contra o Mundo


Entre o povo de Deus, no decorrer dos séculos da história do homem, Deus tem pretendido que o lar seja um refúgio de segurança, calor, piedade e amor. Quando a Igreja foi formada, Deus providenciou outro lugar de proteção contra a influência do mundo, a saber, a assembleia Cristã. Assim, hoje temos tanto o lar Cristão como a assembleia Cristã como lugares de segurança e refúgio, longe das influências de um mundo ímpio. Satanás tem constantemente procurado destruir esses lugares, e particularmente nestes últimos dias. No entanto, Deus ainda espera que aquilo que Ele estabeleceu forneça proteção para o Seu povo, e Ele nos dará a graça necessária para mantê-los, se olharmos para Ele. Uma vez que esta edição de O Cristão diz respeito ao lar Cristão como um santuário, talvez possamos olhar para alguns dos elementos práticos que devem caracterizar o lar Cristão, se for para ele ser um verdadeiro abrigo de tudo o que existe no mundo.


A Palavra de Deus

Em primeiro lugar, o lar Cristão deve ser um lugar onde a Palavra de Deus é honrada, lida, explicada, e faz parte da vida cotidiana. À medida que o mundo se desvia cada vez mais do que Deus nos deu em Sua Palavra, precisamos cada vez mais estar familiarizados com os pensamentos de Deus, conforme revelados em Sua Palavra. Os pais devem encorajar isso lendo a Palavra de Deus juntos e com seus filhos. Embora toda exposição à Palavra de Deus seja proveitosa, uma leitura familiar não precisa ser simplesmente uma leitura seca e formal da Escritura. Em vez disso, a Bíblia deve ser lida e depois explicada em termos práticos e aplicada à vida cotidiana, dentro da idade e da maturidade das crianças envolvidas. Além disso, cada parte da Palavra de Deus deve ser lida em um contexto familiar. Alguns pais podem estar relutantes em ler certas partes da Bíblia que lidam com pecados graves, mas enquanto o Senhor não hesita em expor a maldade do coração natural do homem, Ele o faz trazendo-o à luz de Sua presença e nos alertando sobre isso. A Palavra de Deus nunca excita a carne nem suscita pensamentos pecaminosos.


As crianças também devem ser incentivadas a ler a Bíblia por conta própria. Se as crianças têm idade suficiente para ler, elas têm idade suficiente para ler a Palavra por si mesmas e permitir que o Senhor fale com elas por meio dela. Dessa forma, a Palavra de Deus se entrelaça no tecido de nossa vida e, como dizia um irmão mais velho, aprendemos a “pensar na linguagem da Escritura”.


Paz e descanso

Em segundo lugar, o lar Cristão deve ser um lugar de paz e descanso. Vivemos e nos movemos em um mundo de confusão e tumulto, e quase não há descanso. Estamos nos últimos dias. Cada vez mais o egocentrismo, a cobiça e o ódio do coração natural do homem estão se manifestando. Podemos ter que viver e nos mover em tal mundo, a fim de obter uma educação ou ganhar a vida, mas não deve ser permitido que o caráter do mundo invada o lar Cristão. Nossa casa deve ser um refúgio de tudo isso, onde a alma e o espírito são revigorados e restaurados.


Os pais devem assumir a liderança em tudo isso e promover uma atitude de calma, paz e encorajamento. Coisas como raiva, palavras duras, mau humor, atitudes pecaminosas e irritabilidade devem ser cuidadosamente evitadas. Se fomos maltratados no mundo e tivemos um dia difícil, é fácil trazer tudo isso para casa conosco e corromper o ambiente doméstico também. Paulo poderia lembrar aos Efésios: “Mas vós não aprendestes assim a Cristo” (Ef 4:20). Estamos começando a ver “o bramido do mar e das ondas” (Lc 21:25), referindo-se, sem dúvida, ao estado inquieto e conturbado das nações, mas nossa casa deve ser um porto calmo, livre de tudo isso.


Um lugar de ordem

Terceiro, o lar Cristão deve ser um lugar de ordem. Deus é um Deus de ordem, e vemos isso primeiro na criação, depois em Sua ordenação para Seu povo terrenal no Velho Testamento e, finalmente, em Suas instruções para Sua Igreja. Como as reivindicações de Deus e Sua Palavra foram amplamente colocadas de lado, o mundo tornou-se cada vez mais um lugar de desordem. Tornou-se até moda em alguns círculos levar um estilo de vida desorganizado e um tanto desleixado, como se isso fosse mais provável de produzir um resultado adequado. Na verdade, é realmente, pelo menos na maioria dos casos, egoísmo e falta de energia para fazer o que é certo. A disciplina é colocada de lado, e o resultado final é muitas vezes uma atitude indisciplinada em relação a tudo, incluindo questões espirituais. Bons hábitos não vêm todos naturalmente; eles devem ser cultivados e praticados.


Claro, isso pode ser levado ao extremo, o que deve ser evitado. Quando nosso Senhor estava na Terra, Ele teve que dizer a Marta que ela estava “ansiosa e afadigada com muitas coisas”, porque ela estava “andava distraída em muitos serviços” (Lc 10:40-41). É possível gastar tempo demais em um aspecto de nossa vida que negligenciamos outra coisa que é mais importante. No entanto, isso é realmente uma falta de ordem, pois no programa apropriado de afazeres em nossa vida haveria atenção às prioridades que seriam tratadas adequadamente. Tudo isso apenas enfatiza a necessidade de disciplina e ordem no lar. Novamente, isso deve começar com os pais, que devem ensinar por preceitos e exemplo, e às vezes por disciplina. Os pais devem lembrar-se de que não podem ensinar aos filhos algo que eles mesmos não aprenderam.


Um lugar de santidade

Quarto, o lar Cristão deve ser um lugar de santidade. Deus nos predisse que no período da tribulação, logo depois que o Senhor vier e nos levar para casa, os dias serão como nos dias de Noé e Ló, onde a avareza, a violência e a corrupção eram desenfreadas. Ele também nos deu uma descrição com palavras fortes dos últimos dias em 2 Timóteo 3:1-7, uma condição de coisas que levará ao período da tribulação. Deus não julga a iniquidade até que esteja completamente madura, e sabemos que a maré do mal neste mundo acabará por chegar ao seu cume antes que o julgamento de Deus caia. Já estamos vendo essa terrível onda de pecado começar a surgir e, novamente, é fácil permitir que ela afete nosso lar. Nenhuma família Cristã quer a impiedade do mundo em sua casa, mas a tecnologia moderna, como a televisão, a Internet e outros dispositivos eletrônicos, tende a trazer o mundo para dentro de nossa casa. Não podemos eliminar totalmente o uso de pelo menos algumas dessas coisas, mas elas precisam ser cuidadosamente controladas, percebendo que não é a tecnologia em si que causa danos, mas sim o uso que o homem faz dela. Quando somos expostos ao mundo dessa maneira, é muito fácil adotar o modo de pensar e falar do mundo – uma atitude que gradualmente nos privará de nosso gozo em Cristo.


Recreação e atividade

Isso nos leva ao nosso quinto ponto – recreação e atividades adequadas para a nossa família. É um princípio de Deus que Ele nunca tira algo de nós sem primeiro nos dar algo muito melhor em troca, e deve ser da mesma maneira em nosso lar. As crianças precisam do que nos é dado na Escritura como uma figura - mel. Mel fala da doçura da natureza, e em todo o Velho Testamento é apresentado como o que ilumina e incentiva, se tomado com moderação. Quando Israel perseguia os filisteus no tempo de Saul, ele proibiu qualquer um de provar qualquer coisa até que seus inimigos fossem totalmente derrotados. Jônatas, não sabendo do decreto, provou um pouco de mel que encontrou e ficou revigorado. O resto do povo obedeceu à ordem de Saul, mas depois desonrou o Senhor comendo carne com o sangue, porque estavam desmaiando de fome. Em Provérbios lemos: “Achaste mel? Come o que te basta [o tanto quanto for suficiente para ti – JND] (Pv 25:16). Muito mel não é bom para o corpo, e muito das coisas da natureza podem nos prejudicar espiritualmente. No entanto, negar às crianças recreação e o gozo das coisas naturais irá prejudicá-las espiritualmente também. Estamos mortos para o pecado e mortos para a lei, mas a Escritura nunca diz que estamos mortos para a natureza, e é muito importante lembrar isso para nossos filhos. Prazeres pecaminosos e mundanos devem ser cuidadosamente evitados, mas as crianças precisam de exercícios e brincadeiras, e os pais devem proporcionar isso.


Os filhos de Israel foram instruídos a não cozer “o cabrito no leite de sua mãe” (Êx 23:19; 34:26; Dt 14:21); isto é, eles não deveriam cozinhá-lo naquilo que foi projetado para o seu alimento. Quando forçamos a Palavra de Deus sobre as crianças de uma maneira autoritária e legalista ou a usamos de uma maneira que traga morte em vez de alimento, podemos ser culpados da mesma coisa em princípio. Vamos por todos os meios usar todas as oportunidades para trazer a Escritura diante deles, mas também fornecer mel em quantidades adequadas. Jogos, passeios e outras atividades agradáveis devem envolver os pais, se possível, e talvez outras crianças Cristãs. A Palavra de Deus sabiamente não dá regras quanto a tudo isso, pois os detalhes devem ser obtidos diante do Senhor, levando em consideração todas as nossas circunstâncias.


Ensinar por preceito e exemplo

Finalmente, o lar deve ser um lugar de ensino, não apenas por preceito, mas também pelo exemplo. Os pais devem ler a Palavra de Deus com seus filhos, mas os filhos também devem ser encorajados a ler a Escritura por conta própria. Os pais devem ensinar seus filhos bons hábitos de trabalho e liderar pelo exemplo, em coisas como ordem, terminar um trabalho que é iniciado e manter um quarto limpo. Eles devem ser ensinados desde cedo sobre o valor do dinheiro e o uso adequado dele. Os hábitos de consumo desenfreado e consequente dívida em muitas sociedades hoje, muitas vezes podem estar relacionados a pais que não ensinaram seus filhos corretamente, porque eles mesmos eram indisciplinados nesta área.


Os pais devem conduzir seus filhos no serviço aos outros. As crianças podem ajudar a cozinhar e assar para os outros menos capazes, e eles também podem fazer coisas úteis para vizinhos ou amigos idosos. Eles precisam aprender desde cedo que a vida não é “tudo girando em torno de mim”.


No âmbito espiritual, as crianças devem ser ensinadas a evangelizar. Isso pode ser mais fácil para algumas famílias do que para outras, mas em 2 Timóteo 4, Paulo disse a Timóteo para fazer “a obra de um evangelista”. Cada um de nós deve ser encontrado “apresentando a Palavra da vida” em nossa vida cotidiana; os pais ensinarão isso mais pelo exemplo do que por determinação.


Acima de tudo, uma família Cristã deve ser caracterizada por colocar o Senhor em primeiro lugar em todas as coisas, de modo que fique claro para todos os que entram em contato com ela que, “Cristo é tudo em todos” (Cl 3:11).


W. J. Prost

 

A Atmosfera do Lar Cristão


A influência que permeia um lar é com frequência chamada de atmosfera. Quando entramos em um lar, imediatamente percebemos se há o calor da cordialidade e da amizade; ou somente a frieza da formalidade. Da mesma forma, a vida prática e o gozo de nosso Cristianismo serão sentidos por todos os que entram em nosso lar.


No reino da natureza, os egípcios tinham trevas na casa deles enquanto a praga das trevas cobria a terra, mas por intervenção divina os filhos de Israel tinham “luz em suas habitações”. O mesmo é verdade hoje em um sentido moral e espiritual. Temos a luz de Deus, e onde Ele mesmo é desfrutado, “os que entram” veem “a luz” (Lc 11:33).


Quando os israelitas obedeciam à Palavra de Deus, havia uma influência constante da Palavra de Deus no lar de cada um deles. Eles foram instruídos: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás [ensinarás diligentemente – KJV] a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (Dt 6:6-9).


Lares felizes

Se alguém entrasse em um lar onde tudo isso tivesse sido seguido, ele teria dito: “Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor” (Sl 144:15). Os ocupantes de tal lar estariam vivendo e respirando uma atmosfera de temor e de honra a Deus, e as crianças criadas em tal ambiente teriam sido realmente abençoadas.

Nosso lar muitas vezes conta uma triste história de uma tentativa de misturar as coisas de Deus e as coisas do mundo. Falamos juntos das coisas do Senhor como aqueles que encontraram “grande despojo”? Aqueles que encontram “grande despojo” são como aqueles que de repente herdam grandes riquezas e entram na posse de mansões e outras propriedades. Tais pessoas provavelmente falariam juntas de sua riqueza e tesouro recém-encontrados quando assentassem em sua casa, quando passassem pelo caminho, quando se deitassem e quando se levantassem. O salmista regozijou-se na Palavra de Deus da mesma maneira – “como aquele que acha grande despojo”.


Mantenha o lar puro

Quão rapidamente um sopro dos entretenimentos do mundo fará com que a atmosfera piedosa desapareça! Será que poderíamos desfrutar e falar juntos sobre o Senhor e Suas coisas, ao mesmo tempo em que ouvimos o entretenimento do mundo entrando em nosso lar? Se estivéssemos desfrutando das coisas de Deus, os primeiros sons do mundo de Caim teriam o mesmo efeito que uma rajada gelada do sul teria sobre uma planta tropical. Uma das obras-primas do diabo para introduzir o mundo no lar Cristão foi a invenção da televisão. Mais recentemente, a Internet e as mídias sociais ligadas a ela deram um passo adiante, pois se a televisão trouxe o mundo para dentro de nossa casa, a Internet nos leva para o mundo. As paredes e portas do nosso lar são para nos manter isolados do mundo lá fora, para que possamos calmamente desfrutar em paz de nosso tesouro escondido, mas Satanás encontrou uma maneira de atravessar as melhores paredes e portas com todas essas coisas. Como Timóteo foi exortado: “Conserva-te a ti mesmo puro”, podemos parafrasear isso e dizer: “Conserva teu lar puro”.


Amor e entendimento

Outra coisa... Vamos manter a atmosfera do lar de tal forma que os filhos encontrem o lugar onde são sempre bem-vindos e desejados. Do lado de fora, encontrarão o mundo disputando o coração, as mãos e os pés deles, mas o calor e o amor dos pais Cristãos e de um lar Cristão compensarão grandemente suas influências nocivas. O lar deve ser tão atraente para eles que vão querer estar lá. Deve ser para eles o lugar onde podem vir com todos os seus problemas e todas suas alegrias e encontrar um ouvido pronto a escutá-los. Pais que estão ocupados demais para serem companheiros de seus filhos privam-se de um grande privilégio, e podem involuntariamente conduzir os filhos a procurarem fora por aquilo que deveriam ter encontrado no lar – amor e entendimento.


Nestes dias de correria e luta, os pais tendem a relegar seus filhos a um segundo plano. O trabalho de ganhar a vida ou de ter o lar em perfeitas condições pode ser mais importante do que o interesse amoroso e atento pelos filhos. Às vezes, os pais estabelecem altos padrões no estilo e mobiliário da casa que os filhos dificilmente podem viver lá. Os filhos devem aprender a ter cuidado com as coisas no lar, pois é ali que aprendem a comportar-se, mas ele deve ser o lar deles, lugar a que pertencem e onde gostam de estar. Nada jamais compensará a perda da confiança que os filhos depositam nos pais, ou a perda da sensação de “estar em casa” no lar. A percepção deles de estar sendo amados e cuidados resultará em um afeto recíproco, cujo valor é incalculável.


Os filhos em fase de crescimento têm energias que precisam ser dirigidas de maneira correta; portanto, precisam de interesses e ocupações que sejam saudáveis e instrutivos. Quando estes são centrados no lar ou compartilhados com a família, eles tendem a forjar um elo que resistirá ao poder de atração do mundo. Uma mera abordagem negativa dos grandes problemas não será suficiente; não se pode dizer: “Você não pode fazer isso e não pode fazer aquilo”, sem dar uma explicação que os instrua no que é agradável ao Senhor ou oferecer algo que eles possam fazer corretamente. Gostaríamos de salientar a necessidade de criar uma atmosfera familiar calorosa, de interesse e amor, por um lado, e de temor de Deus, por outro. Mas, para tudo isso, os pais devem ter muita dependência do Senhor nessas questões.


P. Wilson (adaptado)

 

"E Me Farão um Santuário"


Quando os filhos de Israel foram libertados do Egito e de tudo o que o caracterizava, o desejo imediato de Deus era: “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êx 25:8). Os israelitas estiveram no Egito por muitos anos, e Deus os multiplicou grandemente, mas nunca em toda a história deles Deus lhes pediu que fizessem um santuário para Ele. Não, o Egito é um tipo do mundo e, infelizmente, eles aprenderam lá como adorar ídolos (veja Josué 24:14). O Egito não era um lugar onde pudessem servir corretamente a Deus, ou onde pudessem construir um santuário para Ele.


No entanto, uma vez que eles estavam no deserto e livres do domínio de Faraó, como um povo redimido, eles estavam aptos para construir um lugar onde Jeová pudesse habitar entre eles. O desejo de Deus sempre foi o de habitar entre Seu povo, e embora Israel não pudesse se aproximar de Deus com a mesma proximidade que desfrutamos neste tempo de Sua graça, ainda assim Ele queria habitar entre eles. O tabernáculo e mais tarde o templo permitiram a Deus fazer isso, até que Israel O desonrou de tal maneira que, para Sua própria glória, Deus foi obrigado a permitir que fossem levados ao cativeiro. Aquele belo templo que Salomão construiu também foi destruído.


O lar

Hoje, neste tempo da graça de Deus, sabemos que “Deus... não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens” (At 17:24-25). Pelo contrário, a assembleia, como a casa de Deus, é a “morada de Deus no Espírito” (Ef 2:22). O Senhor Jesus disse, “Pois onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Nossa casa não é mencionada da mesma maneira, mas acredito que quando consideramos nossa casa, temos o direito de fazer uma aplicação do que o Senhor disse a Moisés: “E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles” (Êx 25:8).


Durante nossa vida conjugal, minha esposa e eu construímos duas casas: ou seja, as casas foram construídas de acordo com os planos que submetemos ao construtor. Não só tivemos que criar os planos, mas tínhamos muitas outras escolhas a fazer – como que tipo de pisos teríamos, que tipo de luminárias e material hidráulico usaríamos e que cores pintaríamos as paredes. Mesmo que as pessoas comprem uma casa que já esteja construída, muitas vezes fazem algumas modificações nela ou fazem algumas reformas. Todos nós temos as nossas próprias ideias sobre o que gostaríamos de ter em casa.


A atmosfera do lar

No entanto, o Senhor não está preocupado se a nossa casa neste mundo é grande ou pequena, ou se é mobiliada de uma determinada maneira. Não, é a atmosfera do nosso lar que faz a diferença para Ele. Quando nosso Senhor estava aqui na Terra, o lar de Maria, Marta e Lázaro em Betânia era evidentemente um lugar onde Ele Se sentia em casa. Nada é dito na Palavra de Deus sobre o tamanho dessa casa ou seus móveis. Em vez disso, aqueles que viviam lá criaram uma atmosfera onde nosso Senhor poderia estar confortável e relaxado. É significativo que Ele tenha ido para lá pouco antes de ir para a cruz, pois era um refúgio onde Ele poderia estar longe de tudo o que estava sendo tramado contra Ele em Jerusalém.


Acho que, da mesma forma, o Senhor procura um santuário onde possa encontrar descanso, num mundo que O rejeitou e crucificou. A casa de Deus deveria ser, e ainda é, a habitação de Deus em Espírito. No entanto, na triste história da Cristandade, tornou-se agora uma “grande casa”, na qual há muita atividade vazia, bem como a realidade descrita em 2 Timóteo 2:20. Um crente fiel não pode deixar a grande casa, mas ele é obrigado a se separar do que desonra o Senhor nessa casa.


Um lugar para o Senhor

Podemos falar de um lar que é um santuário para nós e nossos filhos, longe da influência deste mundo, mas para que isso aconteça, nosso lar deve ser um lugar onde o próprio Senhor possa encontrar descanso e paz. Ele deve ter a preeminência, pois onde Ele pode Se sentir em casa, devemos nos sentir em casa também. Em meio à desordem e confusão na grande casa, o Senhor procura lares Cristãos onde Sua Palavra seja honrada, lida e praticada, e onde Ele também possa encontrar descanso.


Na casa de Maria, Marta e Lázaro, lemos em João 12:2 que “fizeram-Lhe, pois, ali uma ceia”. Não foi apenas que eles fizeram a ceia, e depois convidaram o Senhor. Não, parece que a ceia foi feita expressamente para Ele, enquanto todos os outros participaram dela também. Isso está dando a Ele a preeminência, pois era a Sua ceia. Eu percebo que este incidente é uma figura do que deve ser a lembrança do Senhor, mas deve ser assim em nosso lar também. Sim, há certas coisas que fazemos para o nosso próprio conforto, e não há nada de errado com isso. Ontem, minha esposa e eu saímos e compramos um colchão novo para a nossa cama, já que o antigo está um pouco afundado. Mas no reino moral e espiritual, Cristo deve estar diante de nós, e não apenas o nosso próprio conforto, mesmo nas coisas divinas. Se fizermos do nosso lar um santuário para Ele, Ele desejará habitar entre nós. Então não só ganharemos imensuravelmente com isso, mas nosso Senhor Jesus Cristo será glorificado.


W. J. Prost

 

Ensinando às Crianças a Lei do Senhor


Pensemos no pai piedoso em Israel, ensinando aos seus filhinhos a lei do Senhor. Naqueles dias, os homens não tinham livros tão bem moldados como os que temos agora; as palavras da lei de Deus foram escritas em longos pedaços de pele, enroladas em torno de um rolo. O pai segurava esse rolo e ensinava seus filhos a partir dele.


O Deus de Israel foi muito específico quanto a ensinar às criancinhas Seus mandamentos, como esta passagem é suficiente para mostrar: “Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus” (Dt 31:12-13 – AIBB). E, sem dúvida, nestes nossos dias, nosso Deus espera que pais piedosos ensinem aos jovens Sua santa Palavra. No Novo Testamento, vemos como, desde a sua infância, Timóteo conhecia a Sagrada Escritura: Sua piedosa avó, Lóide, e sua mãe, Eunice, o instruíram bem nas santas Palavras que são capazes de nos tornar sábios para a salvação, por meio da fé que está em Cristo Jesus; e quando pensamos nisso, só podemos dizer que o treinamento desde a infância por uma mãe piedosa é a maior bênção que qualquer criança pode ter.


Examinando a Escritura

Assim como os grandes rolos ou livros, também costumava haver pequenos rolos para as crianças contendo porções das Escrituras, para que pudessem se familiarizar com as grandes verdades que Deus revelou, como diz a Escritura: “as [coisas] reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei” (Dt 29:29). De fato, o ensino da Palavra de Deus às crianças não só foi insistido na Escritura, mas foi praticado diligentemente na Judéia nos tempos de nosso Senhor.


Desejamos sinceramente pressionar cada pai Cristão a solene necessidade de ensinar às crianças as grandes verdades da Bíblia. As crianças sempre têm prazer em pesquisar as coisas na Escritura. Eles encontram grande interesse em buscar por si mesmos, ou, com seus pais, se forem muito jovens para isso, verdades bíblicas sobre a Santíssima Trindade, o ódio de Deus contra o pecado, a grandeza do amor de Deus pelos pecadores, o valor do sangue do Senhor Jesus Cristo, a existência eterna do homem no futuro e outras grandes verdades que Deus nos revelou.


Toda criança em todo lar Cristão deve saber pelo menos alguma coisa de tais verdades, e temos a certeza de que, com o encorajamento dos pais, as crianças se deleitariam em examinar as Escrituras. O Senhor nos ordena a examinar e explorar as Escrituras! Procuramos coisas quando estamos com nossos filhos em nossas caminhadas, e tudo o que encontramos na natureza nos enche de interesse. Na Palavra de Deus há belezas e maravilhas em cada página, mas a busca é necessária. E em nossos dias aqueles filhos que foram fundamentados na Palavra de Deus se levantarão e chamarão seus pais de abençoados. Neste dia de crescente infidelidade, que maior alegria podem ter os pais piedosos do que ver seus filhos deleitando-se na Palavra de Deus?


Faithful Words for Young and Old, Vol. 13

 

Privilégios e Necessidades


O que é maior no lar Cristão, a necessidade dos filhos ou o privilégio dos pais? Não é uma pergunta fácil de responder, e o equilíbrio é necessário. Nunca houve um tempo em que as crianças precisassem de proteção, cuidado amoroso e instrução mais do que no tempo presente. Os pais, agora como sempre, têm o privilégio de proteger e mostrar amoroso cuidado e dar instrução em justiça àqueles em sua família a quem tanto amam.


Os pais precisam ter sabedoria, energia e um desejo de cumprir sua responsabilidade e privilégio em seu lar. A sabedoria para isso é encontrada na Palavra de Deus. Na oração, podemos pedir a energia e o desejo de cumprir adequadamente nossa responsabilidade e privilégio com nossos filhos.


Um padrão

Encontramos um padrão no Salmo 78 (AIBB) O primeiro versículo diz: “Escutai a Minha lei, povo Meu; inclinai os ouvidos às palavras da Minha boca”. Não é apenas “Leia Meus lábios”, mas isso é a verdade claramente declarada vinda de Deus à qual devemos prestar atenção. Em seguida, fala de “uma parábola” e “enigmas da antiguidade”. Estes são provérbios e muitas instruções sábias encontradas em toda a Palavra de Deus. Resumindo, precisamos da Bíblia! Nós a lemos? Frequentemente?


O versículo 3 diz: “temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado”. Essa é a maneira de Deus passar adiante a verdade, a sabedoria e a instrução de uma geração para outra. Onde nos encaixamos nessa cadeia?


Primeiro, sem dúvida, nos encaixamos como uma criança; então, depois de alguns anos como pais. Mais tarde, na cadeia de privilégios e responsabilidades, será como avós. Então, no versículo 4, “Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do SENHOR”.


Mais uma vez, perguntamos: “O que é maior no lar Cristão: a necessidade dos filhos ou o privilégio dos pais?”


“Que a fizessem conhecer a seus filhos”

O versículo 5 diz: [O Senhor] ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos”. Em seguida: “para que a geração vindoura a soubesse, e os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos”. E diz-nos por quê: “para que pusessem em Deus a sua esperança e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os Seus mandamentos”.


Em seguida, no versículo 8, somos advertidos sobre o fracasso em nossa história humana: “e não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus”. Os nossos filhos estão expostos a este tipo de pessoas na sua vida escolar e na vizinhança à nossa volta. Mesmo a rebelião é ensinada e apresentada como “um direito” que pertence ao homem.


Estes últimos dias são tempos difíceis (2 Tm 3 – ARA). Estas coisas estão aqui agora: “porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons” (vs. 2-3).


Sem lhe dizer onde encontrar a passagem seguinte, mas desejando que você a procure e leia mais, colocamos algumas palavras do homem mais sábio que viveu neste mundo, além de nosso bendito Senhor Jesus. Ele disse “Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive”.


C. Buchanan, Christian Treasury, Vol. 5

 

Resistindo Firme e Amparando a Verdade


“E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros... Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras” (2 Jo 5, 10-11).


Uma carta inspirada a uma senhora e aos seus filhos! Esta breve carta é a única a esse respeito no Novo Testamento.


Um dos últimos dos escritos inspirados enfatiza que na fraqueza Deus manifesta Seu poder. Quando os homens em tempos passados abandonaram a verdade e falharam com o Senhor, as mulheres permaneceram firmes e mantiveram os fundamentos para Deus. Isso vemos quando Maria de Betânia derramou seu precioso unguento sobre Ele, enquanto Seus discípulos discutiam sobre quem deveria ser o maior. Também vemos isso quando Maria Madalena permaneceu sozinha em Seu túmulo vazio, enquanto o resto buscava o conforto de suas próprias casas. Esses são exemplos de devoção que nunca serão esquecidos, juntamente com a fidelidade desta senhora cujo nome não sabemos que manteve a si mesma e sua casa para o Senhor.


Ela pode ter vivido em uma grande cidade pagã onde pode ter havido uma assembleia Cristã; não sabemos ao certo. Mas qualquer que fosse a condição das coisas onde ela morava, essa senhora e seus filhos permaneceram fiéis ao Senhor. Assim, não é uma exibição de fraqueza que nos é dada nesta epístola, mas “de poder, de amor e de moderação” (2 Tm 1:7 – ARA). É uma coisa abençoada quando um grupo de Cristãos continua firmemente em seu caminhar na mesma senda, mas, neste caso, era uma família que andava na verdade, e isso muito alegrou o coração do apóstolo.


A doutrina de Cristo

A instrução dada aqui deve ser atendida por todos os santos que desejam ser fiéis ao Senhor, seja individual ou coletivamente, pois a exclusão rígida da doutrina do mal aqui mencionada é de suma importância. Mas a carta não foi escrita para uma assembleia de santos, mas para uma senhora – possivelmente uma viúva – e seus filhos. Isso deve ser um grande encorajamento para nós, pois mostra o que a graça e o poder de Deus podem fazer por aqueles que d'Ele dependem.


As tentativas do diabo para quebrar a fidelidade desta senhora a Cristo tinham falhado; ele não tinha sido capaz de capturar a casa dela. Aquele lar tinha permanecido firme na presença dos ataques do diabo, então ele mudou suas táticas e tentou, sutilmente, realizar o que ele não tinha conseguido fazer pela força. O apóstolo sabia disso, e escreveu a ela para avisá-la de que, se alguém fosse àquela casa sob o disfarce de um ministro Cristão, mas não trazendo a doutrina de Cristo, suas portas deveriam ser fechadas contra ele.


A atmosfera do amor

Mas havia outro perigo que ameaçava de dentro, e eles precisavam ser lembrados do mandamento do Senhor. João tinha, muitas vezes, insistido com eles, e agora ele escreve a mesma coisa para eles: “Que vos ameis uns aos outros”. O amor é também a atmosfera em que os filhos de Deus vivem e prosperam; é o poder que inspira toda a verdadeira atividade. Sem isso, um homem não é nada, mesmo que ele possa defender rigidamente a pureza da doutrina. Que prazer o Senhor poderia encontrar em um homem que, embora recusasse toda cumplicidade com um herege, não amasse seus irmãos?


Onde o mandamento do Senhor é guardado, seja na assembleia ou na casa, ali Ele é supremo. Mas aqui não é apenas o mandamento do Senhor, mas o mandamento do Pai. Como é maravilhoso que a graça tenha colocado os santos no caminho da obediência à vontade do Pai – um caminho trilhado perfeitamente pelo Senhor quando esteve aqui, e no qual devemos ser Seus seguidores! Em Sua humilde obediência ao mandamento de Seu Pai, Ele foi mantido pela mão do Pai e permaneceu no amor de Seu Pai. E nós também, se o nosso coração está pronto para esse caminho, encontraremos ajuda da mesma fonte, a mais abençoada de todas as bênçãos! Contemplemos isso na presença de Deus, nosso Pai, e não temamos mais o poder ou a sutileza do diabo, pois disso aprendemos que a assembleia, o lar ou o indivíduo que está determinado a andar na verdade é o objeto do cuidado especial do Pai.


Andando na verdade

“Andar na verdade” não significa que simplesmente mantemos intactas as doutrinas do Cristianismo. Envolve isso, certamente, mas é mais; é obediência ao Pai e amor uns aos outros. Além disso, como a carta revela, significa resistir a todas as tentativas de se introduzir ensinamentos subversivos contrários ao que aprendemos desde o início.


A obediência ao mandamento do Pai resultará em amor uns aos outros e nos tornará valentes pela verdade. O verdadeiro amor não fecha os olhos ao mal. Ele não é aquele amor falso e fraco que prega uma fraternidade universal e está de acordo com qualquer homem que seja convincente e popular, não importando qual seja a doutrina dele. Tal fraternidade como essa é do diabo, produzida pela frouxidão moderna em assuntos espirituais. Que coisa surpreendente é que toda doutrina que desonra a Deus e nega a Cristo, que sempre foi propagada sob o Sol, encontre na Cristandade um lar! E, no entanto, é o cumprimento da parábola da grande árvore de mostarda onde as aves imundas do ar encontram pousada (Mt 13:31-32). Não devemos ser pegos de surpresa quando encontrarmos tal situação.


Mal exterior – Verdade interior

O verdadeiro amor tem zelo pela verdade. Ele não saudará o herege e se afastará dele, evitando as associações onde ele é tolerado. Aquele que nega a verdade de Cristo é um enganador e um anticristo, e se relacionar com ele é agir como um traidor do Senhor. O verdadeiro amor fechará a porta contra o mau mestre, pois sabe que se Cristo deve ser mantido dentro, o enganador e o anticristo devem ser mantidos fora. Também sabe que, se a má doutrina for admitida, as próprias fontes da vida serão envenenadas e que toda verdadeira piedade murchará e morrerá, pois aquele que “não permanece na doutrina de Cristo não tem Deus” (JND). Se Deus for tirado de nós, que vida teremos? Assim, como uma mãe se recusaria a permitir que alimentos poluídos ou envenenados entrassem na casa e na mesa onde seus filhos se alimentam, o verdadeiro amor manterá muito distante tudo o que não é a verdade. E se isso não pode ser feito na Igreja em geral, então deve ser feito no lar Cristão; é privilégio e responsabilidade da cabeça, bem como de cada membro dela, ser valente e diligente a esse respeito. Que a graça e a misericórdia de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, mantenham muitos na verdade até que vejamos o Salvador face a face, quando nosso gozo será pleno.


J. T. Mawson (adaptado)

 

Testemunhando por Cristo


Lembro-me de uma vez ter saído de um lar Cristão quando este pensamento me impressionou: O nome do Senhor Jesus Cristo não foi mencionado uma vez! Isso me trouxe à mente as palavras de um amado irmão idoso: “Não existe tal coisa como uma visita puramente social.”


Fazer e retornar visitas é uma bondade, às vezes necessária, e deve ser um encorajamento, mas é triste se Cristo é deixado de fora da conversa. Uma noite ou um dia passado em relaxamento ou visitando sem uma palavra sobre Cristo e nenhum pensamento de Deus no coração é um terrível vazio e perda de tempo.


Embora quando visitamos uns aos outros não procuremos “pregar”, ainda assim devemos sempre nos reunir para encorajar uns aos outros, e uma palavra séria “dita a seu tempo” pode brilhar “como maçãs de ouro em salvas [cestos – TB] de prata”. E mesmo que o que dizemos ou nossa conduta Cristã pode, por vezes, fazer rir, no entanto, a aprovação do Senhor e do testemunho de uma boa consciência é suficiente.


Se inevitavelmente a companhia em que estamos é tal que não podemos introduzir um pensamento ou palavra séria sobre nosso Salvador, fiquemos felizes por não poder impedir nossa comunhão silenciosa com Ele lá no alto. As circunstâncias podem nos cercar e limitar nossas ações, mas não podem nos envolver e impedir que olhemos para cima!


Lares Icabô

Em quantos lares e em quantas mesas, talvez, “Icabô” será escrito: “Cristo não está aqui; a Sua glória já se foi.” Em qualquer mesa que nosso Salvador Se sentasse, enquanto esteve na Terra, quem o acompanhasse certamente seria alimentado com alguns pratos celestiais da verdade sagrada. Assim deve ser o nosso esforço constante para nunca deixar ninguém pior por termos estado lá, mas melhor. Por que não deveríamos ser tão zelosos a respeito de nosso Salvador e às preciosas almas assim como o Cristão carnal e o incrédulo são a respeito de seus objetivos?


Recentemente, ao falar com um cavalheiro recém-convertido a Cristo, ele me disse quais tinham sido os meios para levá-lo ao Senhor. No curso normal de seus negócios, ele entrou em contato frequente com uma jovem Cristã. “Não foi tanto o que ela disse que atraiu minha esposa e eu para ela, mas que em sua atitude e ações pudemos ver que ela tinha algo que era real e vivo. O que nos atraiu foi Cristo visto nela.”


Esse é um testemunho que bem podemos invejar. Perguntemo-nos: aqueles com quem nos encontramos, trabalhamos, visitamos e conversamos veem algo diferente – algo de Cristo em nós?


Algo de Cristo em nós

Testemunhar pela verdade não é uma guerra de trincheiras. Aqueles que representam Cristo devem fazê-lo em campo aberto! Não é triste que tantos de nós somos como o riacho que seca no verão e congela no inverno? Pergunto-me sobre o que falaríamos com aqueles que encontramos se soubéssemos que esta poderia ser a última conversa com eles. Seria a política, o nosso trabalho ou os esportes? Não, não acredito que seria sobre isso. Discutiremos questões vitais – a vinda de Cristo e assuntos eternos. Nosso Senhor virá a qualquer momento. A nossa próxima conversa pode muito bem ser a nossa última. Devemos brilhar como luzes em um lugar escuro, e o que Ele é para nosso coração é realmente a essência do que devemos dizer, e certamente seria visto em nossos caminhos e maneiras.


Em toda parte e todo o tempo, em casa ou em visita, e em toda companhia, devemos fazer tudo para a glória de Deus. Ele nos dá tudo o que desfrutamos aqui, e em breve nos fará assentar à ceia das bodas do Cordeiro, onde o tom da conversa será inteiramente d'Ele e encantará nosso coração para sempre.


Christian Truth, Vol. 28

 

Guardando o Lar


O Senhor Jesus amava a Igreja e, em troca, é amado pela Igreja. É dito: “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1 Jo 4:19 – ARA]). Seu amor é o amor mais forte. Ele nos ama muito mais do que nós O amamos. E assim, o padrão que nos é mostrado em Gênesis é que Adão foi considerado responsável. Ele foi chamado para cultivar seu jardim, mas também foi chamado para guardá-lo. Como isso é importante! O marido tem esse lugar de responsabilidade diante de Deus para guardar seu lar. Assim como há um inimigo que procura introduzir o que é falso e o que é mundano na assembleia, também há um inimigo que quer introduzir o que é falso e o que é mundano em nosso lar. Devemos guardar nosso lar e não permitir que entre nele aquilo que se tornará fonte de dor de cabeça e tristeza, aquilo que só pode resultar em desonra ao Senhor.


“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência [conhecimento – ARA] do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16-17). É importante ver que esse mandamento foi dado ao homem; não foi dado a Eva. Tudo isso está ligado ao lugar de responsabilidade que o marido tem no lar Cristão. Cultivá-lo e guardá-lo é sua responsabilidade como cabeça de seu lar, para garantir que ele seja ordenado de uma maneira que seja obediente à Palavra de Deus.


J. Brereton

 

Coisas Melhores


É um princípio de Deus que Ele nunca tira algo de nós sem primeiro nos dar algo muito melhor em troca. Embora não possamos impedir a exposição de nossos filhos a este mundo (nem devemos tentar fazer isso), podemos dar-lhes algo melhor para encher o coração e a mente deles – coisas que são de valor eterno. Isso significa mais do que simplesmente ler a Palavra de Deus para eles e orar com eles. Essas coisas certamente são as mais importantes, mas cabe ao Cristão não somente receber, mas também dar. Um irmão idoso costumava observar que, se fôssemos mais diligentes na obra do Senhor, não teríamos tempo para entrar em tantos problemas e pecados em nossa vida. Grande parte das mídias eletrônicas e sociais de hoje é um “desperdício de tempo”, e nosso tempo aqui é muito precioso, em vista da proximidade da vinda de nosso Senhor. Centralizemos nossa vida em torno do Senhor e sejamos encontrados não apenas aprendendo mais d'Ele, mas ensinando nossos filhos a usar o tempo deles para o Senhor e para a ajuda e bênção de outros. Se olharmos à nossa volta, descobriremos que não há falta de oportunidade para fazermos isso. Então descobriremos, com a ajuda do Senhor, que “todo o vosso espírito, alma e corpo” serão “conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5:23).


W. J. Prost

 

Crianças na Família


Encontramos no quarto capítulo de Gênesis que Deus introduziu as crianças. Caim nasceu na família de Adão e Eva. “Ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão” (v. 1). O nome Caim significa adquirido. Quantos queridos pais Cristãos olharam para o seu primogênito e disseram: “Que maravilhoso, alcançamos um filho do Senhor”. Alguém disse: “qualquer que seja a própria condição de Eva como crente na promessa, o que ela diz no nascimento de Caim foi a expressão do pensamento de que o cumprimento da promessa estava na natureza, o que não poderia ser. O pecado estava lá e a morte, e o julgamento da esperança da promessa ligada à natureza havia acontecido. ‘Alcancei do SENHOR um varão’ era fé na promessa. Mas a natureza humana pecaminosa não pode proteger nem o lar nem as crianças nele. E Caim teve que sair da presença de Jeová. Devemos aprender: “se o SENHOR não guardar a cidade [o lar], em vão vigia a sentinela [os pais] (Sl 127:1).


Quando Eva teve o segundo filho, é dito: “E teve mais a seu irmão Abel” (v. 2). O nome Abel significa simplesmente vaidade. Há uma mensagem real aqui. Se olharmos para as crianças que o Senhor colocou em nossa família como algo simplesmente que recebemos do Senhor, não estamos olhando para elas da maneira que Deus pretende que olhemos. Caim, o primeiro homem nascido neste mundo, acabou como um homicida. Ele matou seu próprio irmão. Será que Adão e Eva tinham alguma responsabilidade pelo que Caim fez a Abel? Na verdade, sim. Não tenho dúvida de que Adão e Eva perceberam, ao verem o corpo de seu filho morto, exatamente quais eram as enormes consequências de perderem o jardim. Adão permitiu que entrasse no jardim aquilo contra o qual ele deveria se proteger, e resultou nessa tragédia de ver Abel morto e Caim saindo da presença do Senhor.


Isso deve falar ao nosso coração, particularmente àqueles de nós que têm filhos pequenos. Não devemos permitir que nada entre em nosso lar que faça parar o fluxo do rio que Deus pretende que haja na casa, ou que vá nos custar o nosso jardim. Adão foi responsável, como o cabeça de sua casa, por guardá-la. Em seus filhos, ele colheu as consequências de sua falha no exercício essa responsabilidade.


J. Brereton (adaptado)

 

Solo Bom para Crescer


O lar Cristão deve ser o solo onde o caráter Cristão cresce.


Christian Shepherd, 2000

 

Sabedoria para Aplicar Sua Palavra


Buscamos servir a nossa própria geração conforme a vontade de Deus (At 13:36 – ARA). A Palavra de Deus é sempre a verdade presente e adequada às necessidades desta geração quando guiados pelo Espírito ao falar dela. Os caminhos morais de Deus não mudam com as dispensações, mas a sabedoria é necessária na aplicação de Sua Palavra. O inimigo parece estar fazendo um ataque especial ao lar e à assembleia Cristã, e não devemos ignorar suas artimanhas (2 Co 2:11).


J. N. Darby

 

E Jesus


A ressurreição da filha de Jairo

Marcos 5:35-42


Havia seis no quarto onde a morte tinha entrado; A pequena menina era uma, Dois eram os pais com coração partido, Pois tinham feito tudo o que podiam fazer.


Três foram os homens piedosos que vieram Para a casa onde a criança morta estava, E a morte era mais forte do que todos eles, Pois a morte tinha tido o seu caminho.


O poder e a força do homem Foram inúteis para ajudar ou salvar, E o amor materno não pôde restaurar A vida que uma vez ela deu.


Mas a Vida tinha seguido os pés da morte Para banir o desespero do homem, E a criança voltou dos portões da sepultura; Havia seis no quarto, e Jesus – estava lá.


A. J. Flint

 

“Bem-aventurado é o povo cujo Deus é o SENHOR!”


Salmo 144:15

 





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